terça-feira, 31 de julho de 2007

Contra-ofensiva vermelha

A Ferrari reclamou, não gostou, bateu o pezinho, esperneou e foi pro pau novamente.
O jornal La Gazzetta dello Sport chamou de "contra-ofensiva vermelha" a intensão da Ferrari de processar a McLaren na procuradoria de Módena, na Itália, após a decisão da FIA de culpar a equipe de Woking sem aplicar-lhe nenhuma punição no escândalo da espionagem.
A escuderia italiana, que ainda não confirmou a informação, estaria entrando com uma denúncia de seis páginas, queixando-se de Mike Coughlan, Martin Whitmarsh, Jonathan Neale, Paddy Lowe e Rob Taylor como membros do time rival. Ron Dennis ficou de fora.

(Foto do blog DownforceF1)

Espera-se que o processo caminhe lentamente até não chegarmos a lugar nenhum.
Cá entre nós, esse pessoal da Fórmula 1 gosta de um pizza hein...

Vettel na Toro Rosso

A escuderia Toro Rosso fez o anúncio oficial nesta terça-feira, e confirmou Sebastian Vettel como piloto titular do time, substituindo Scott Speed a partir da próxima etapa do mundial, o GP da Hungria.
E foi com muito orgulho que o chefe da BMW, Mario Theissen, comentou a liberação e deu todo o apoio ao novato alemão.
"Com o regulamento atual de testes, era quase impossível ele ter uma chance para testar. Agora, ele teve a oportunidade de correr pela Toro Rosso e resolvemos não colocar obstáculos, pois agiríamos contra nosso conceito de promoção de talentos. Patrocinamos e apoiamos Sebastian durante muitos anos e, quando ele substituiu Robert Kubica nos EUA, se tornou o mais jovem estreante a pontuar na categoria. A BMW e a Red Bull são parceiras de longa data no apoio a Vettel e, nesse contexto, faz sentido liberá-lo".
O piloto é bom, o carro é ruim, mas Vettel mal pode esconder a vontade que tem para correr.
Vamos torcer para que essa vontade toda não seja frustrada na briga por modestas posições do grid. O alemão sabe muito bem que não se trata de um carro ideal, mas entre uma STR e um nada, melhor ficar com a STR mesmo.
Agora terá a chance de disputar 7 corridas até o fim do ano, pegar ritmo e aprender. Se não brilhar nesse meio tempo, não importa. Não tem obrigação nenhuma de fazê-lo. É muito novo, apenas 20 anos, terá muito tempo depois para se destacar numa equipe melhor. Ele simplesmente precisa tirar proveito dessa nova chance e ganhar experiência para um futuro próximo.
Portanto, mais uma grande promessa do automobilismo chega em definitivo na Fórmula 1. É só esperar pra ver o que esse muleque vai aprontar daqui pra frente.

Do jeito que deu

Faça chuva ou faça sol, não é fácil passar esse alemão. Mesmo com o carro bem superior, o Alonso teve que trazer por fora até completar a ultrapassagem. E que ultrapassagem!
Na Fórmula 1 moderna é assim: os candidatos a título só trocam de posição na pista quando chove. Mas se São Pedro colabora, aí o bicho pega.

segunda-feira, 30 de julho de 2007

Aprende!

Não, não é o Massa gritando com o Alonso e nem o Alonso reclamando do Massa. Quem tem que aprender é ninguém menos que o tricampeão mundial Nelson Piquet, assim como sua esposa.
O casal arrojado estourou o limite de 20 pontos na carteira e terá que passar por 8 dias de curso no Detran, e ainda acertar pelo menos 70% dentre as 40 questões teóricas que estão por vir.
O site do Detran-DF aponta nada menos do que 128 pontos na habilitação do ex-piloto, mas ele alega só ter sido informado de 29.
"Eu acho que a gente tem que pagar pelos atos que a gente faz. E não é nem o problema de alta velocidade, é multa em geral, parar em lugar que não pode, como no aeroporto. Então, acho que é válido", disse o Nelsão.
Sentado no melhor lugar do grid (sic), Piquet acompanhou a primeira aula muito bem comportado.
"É bom ver todos os exemplos de acidentes que está sendo mostrando para o pessoal ter a consciência de tudo que pode acontece e ter vergonha na cara", afirmou.
Sua mulher, Viviane Piquet, também se mostra bastante consciente diante da situação: "Não tem como fugir. Lei é lei. A gente tem que cumprir e é isso aí".
É uma situação relativamente cômica, é inegável. Mas também... Com um Ford GT, uma BMW conversível, um Fusca com motor de Porsche, dentre outras belizinhas nervosas, a coisa acaba escapando do controle de vez em quando.

Hamilton cria polêmica

Era o que faltava. Estava mesmo demorando para o inglês arranjar uma confusão dessas.
Lewis Hamilton simplesmente se recusa a participar da GPDA - Associação de Pilotos de Grande Prêmio -, o que acabou provocando a decepção por parte de alguns membros da organização, como o Coulthard, por exemplo, que já enfrentou problemas semelhantes anteriormente com outros pilotos, e sempre foi incisivo em argumentar o quanto repudia tal atitude.
"Esta é a única forma que temos de influenciar este esporte, a única forma de contribuirmos para o seu crescimento além do nosso trabalho em nossas equipes, mas nem assim ele parece querer saber", afirmou o escocês.
A GPDA, resgatada após o fatídico Ímola-94, funciona como uma espécie de sindicato dos pilotos, promovendo discussões fundamentais para as melhorias de segurança nas corridas.
O Coulthard sempre demonstrou muita preocupação com a causa da associação, zelando pelo bem da categoria. Outro que apresentou muito empenho nessa questão foi Michael Schumacher, que presidiu a GPDA durante anos.
Parece que nesse caso, lamentavelmente, o Hamilton não pretende se esforçar nem um pouco para acompanhar os passos do alemão. É uma pena. Fazer o quê...

Há uns 15 anos...

Essa era da época em que era permitido ultrapassar em Hungaroring, coisa que os pilotos faziam com muito gosto.
Mais do que uma bela corrida, o GP da Hungria de 92 fez história. E aí está o resumo, com narração brasileira e tudo que tem direito.

domingo, 29 de julho de 2007

Gráfico curioso

Para quem ainda não conhece, vale a indicação.
O fantástico site Vision F1 representa volta a volta a posição de cada piloto em cada momento de cada corrida através de um interessantíssimo gráfico animado.
Você pode acelerar a velocidade, assim como reduzir; pode selecionar os competidores que aparecem na tela e ainda acompanhar os tempos dos pilotos, com direito à informação da entrada de safety car, condições do clima etc.
No caso do último GP da Europa, a análise ficou ainda mais curiosa, porque podemos o ver o Raikkonen disparando na primeira volta, o momento em que o estreante Winkelhock ultrapassa o finlandês, o instante em que grande parte do grid entra nos boxes para trocar pneus, dentre muitos outros acontecimentos dessa corrida maluca.
Fica feita, portanto, a indicação. Aqui está o link específico para a corrida de Nurburgring. Divirta-se com o brinquedinho virtual, esse merece um lugarzinho na lista de favoritos, sem a menor dúvida.

Camilo vence com Hat Trick

Como acontece de praxe na atual temporada, o pole position liderou a corrida de ponta a ponta e subiu no alto do pódio sem grandes complicações, pelo menos aparentemente.
"A corrida pode ter sido fácil para quem viu de fora, mas para mim foi bem complicada", afirmou Thiago Camilo, que prosseguiu: "O Valdeno não deixava de tentar chegar em mim. Eu tive que apertar o ritmo e fazer voltas no limite. Cheguei a dar uma erradinha, mas não aconteceu nada. Deu tudo certo".
Atrás de Camilo e Valdeno Brito, apareceu Ricardo Maurício, o vice-líder da tabela que fechou o pódio. Cacá Bueno, que foi ultrapassado pelo Ricardo na largada, chegou em quarto lugar, à frente de Paulo Salustiano, seguido por Nonô Figueiredo, Ingo Hoffmann, Ruben Fontes e Juliano Moro, com Chico Serra completando os dez primeiros.
O estreante Antônio Pizzonia não fez mais do que o esperado. Unindo sua capacidade com o carro que tem, aliado à inexperiência e à sua falta de conhecimento sobre os traçados da categoria, terminou na última posição, naturalmente.
Após o etapa de Londrina, o topo da tabela ficou assim:
Thiago Camilo - 77
Ricardo Maurício - 61
Cacá Bueno - 57
Ingo Hoffmann - 51
Rodrigo Sperafico - 42
Vale lembrar que a prioridade dos pilotos ainda é se preocupar com uma vaguinha no playoff, mas qualquer vantagem de pontos é sempre bem vinda.

Dia trágico

Foi o amigo blogueiro Speeder quem postou a história completa deste dia lamentável na F-1.
Há exatos 34 anos morria o inglês Roger Williamson, após sofrer uma batida no guard-rail e ser arrastado no asfalto de Zandvoort até parar no outro lado da pista.
Seu amigo David Purley abandona seu carro e corre em direção ao March em chamas do companheiro. Ele tenta de todas as formas salvar Roger, mas suas tentativas, infelizmente, não surtiram efeito.
David Purley ainda havia pedido ajuda aos comissários de pista, que lhe negaram o auxílio, imaginando que o carro envolto pela labareda era o do próprio Purley, ou seja, acreditavam que não tinha ninguém a bordo, e assistiam passivelmente a cena em que Williamson ardia debaixo das chamas, para o desespero de David.
Não era uma morte impossível de ser evitada, mas ela ocorreu. A foto mostra o desconsolo de Purley, impotente e fragilizado com a tragédia que passava bem diante dos seus olhos, sem poder fazer mais nada para impedir o pior. Quando o incêndio foi apagado, não restava mais esperanças. Williamson estava morto.
O britânico, posteriormente, seria condecorado pela rainha da Inglaterra com a George Medal, pelo ato de bravura que demonstrou no triste incidente do GP da Holanda, que jamais será esquecido na história do automobilismo mundial.

sábado, 28 de julho de 2007

Declaração distorcida

O ex-piloto Mika Salo esclareceu a declaração dada ao jornal finlandês Ilta-Sanomat.
Segue o texto publicado pelo jornal: "Quando eu era piloto da Ferrari, nós sempre espiávamos a McLaren, escutando seus tráfegos pelo rádio. Após cada treino, quando voltava para os boxes, eu tinha em minhas mãos um papel que relatava as conversas entre Mika Hakkinen e seu chefe".
Salo disse ter sido mal-interpretado: "O que foi publicado no jornal finlandês 'Ilta-Sanomat' não expressou as minhas opiniões corretamente".
Em seguida, explicou:
"O que quis dizer é que na minha época, nos anos 90, era comum que escutássemos as conversas aleatórias que chegavam sob interferência em nosso rádio. Não íamos atrás das informações".
"Após as sessões de treinos, os engenheiros me traziam as transcrições das conversas entre Mika Hakkinen e membros da escuderia de Ron Dennis", encerrou o finlandês.
Pronto. Esclarecido. Não é a primeira e nem a última vez que a imprensa vai mandar uma dessas, mas dessas vez era especial, eles queriam pôr ainda mais fogo no caso da espionagem. Esse pessoal não vê limites para as coisas.

Um pouco de Stock

A Fórmula 1 é só bate-boca; corrida mesmo vai ter na Stock Car, neste domingo.
A pole ficou Thiago Camilo, atual líder da temporada, seguido por Ruben Fontes e Valdeno Brito. Cacá Bueno, que ainda não faturou nenhum troféu de vencedor neste ano, larga em 4º. Ricardo Maurício alinha no grid para completar os cinco mais bem colocados.
A etapa de Londrina tem como destaque a estréia de Antonio Pizzonia, que cansou de ser promessa no automobilismo internacional e aproveitou seu último fracasso para voltar ao Brasil. O Jungle Boy corre pela WIN Motorsports, equipe pequena, que não lhe oferecerá muita chance de brigar por vitórias.
O grid completo ficou assim:
A prova será transmitida ao vivo pelo Sportv, às 12h de domingo, quando será dada a largada para a corrida, possivelmente repleta de acidentes e batidas, que é o que mais se vê por lá, mas é o que tem para assistir, uai...

sexta-feira, 27 de julho de 2007

E o piloto da STR?

Segundo consta no jornal alemão Bild, o novo piloto da Toro Rosso seria o novato Sebatian Vettel. Seria... mas Scott Speed deve continuar guiando por, pelo menos, mais dois GPs.
Questões financeiras estariam impedindo Vettel de correr, enquanto a BMW estaria interessada em dar ritmo de corrida a seu piloto reserva.
Pra falar a verdade, isso está parecendo mais um daqueles boatos que o Bild adora criar, as coisas simplesmente não batem.
Em primeiro lugar, Speed havia dito que não voltaria a pilotar para Tost e Berger por nada deste mundo. Segundo: mesmo se ele se arrependesse, será que os patrões passariam a borracha em cima de todas as críticas feitas pelo americano? Terceiro: colocar o Vettel numa equipe como a Toro Rosso até o fim do ano poderia sujar seu nome, é só imaginá-lo andando na parte mais fraca do grid, possivelmente atrás do Liuzzi. Quarto: como se não bastasse se sujeitar a isso, o alemão ainda teria que pagar essa nota preta?!
Sei não... meio estranha, essa história. Certamente o melhor a ser feito é esperar o anúncio oficial da equipe.

Soltando o verbo

Montezemolo: Isso não vai ficar assim
"Quero informar a todos os torcedores da Ferrari, que nós estamos muito ofendidos com a decisão tomada pela FIA, na última quinta-feira. Devo dizer que isso não ficará assim".
Mika Salo: A Ferrari espionava a McLaren
"Quando eu era piloto da Ferrari, nós sempre espiávamos a McLaren, escutando seus tráfegos pelo rádio. Após cada treino, quando voltava para os boxes, eu tinha em minhas mãos um papel que relatava as conversas entre Mika Hakkinen e seu chefe".
Briatore: FIA lembra Pôncio Pilatos
"Eu não entendo o que aconteceu, porque, primeiramente, você só procura o Conselho Mundial se tiver alguma prova. Se você não tiver provas, você sempre evita esta reunião. Então, não compreendo o que aconteceu. Se a FIA admitiu que existiu a possessão do material da Ferrari pela McLaren, então porquê não houve alguma punição? Esse veredicto me lembrou o episódio do Pôncio Pilatos".
Jean Todt: Se fosse com a Ferrari seria diferente
"Imagino o que teria acontecido com as posições invertidas. Se eles tivessem encontrado na casa de um membro da Ferrari 780 papéis secretos, documentos classificados de outras equipes. Seria criado um clima de escândalo, uma punição exemplar seria exigida. E acatada. Disso não tenho dúvida. Não há um sinal de lógica neste veredito. Ou são culpados, ou não".
"A McLaren foi considerada responsável por ter violado o regulamento da F-1, de ter agido de maneira fraudulenta, mas eles não foram punidos. Não é só isso: a McLaren admitiu no encontro ter recebido o material secreto, e que o conhecimento dos documentos chegou à cúpula, até Ron Dennis sabiam. É vergonhoso".
"Podemos nos olhar no espelho. Acho que os outros, desde ontem, não conseguem fazer o mesmo. É estranho, como se você estivesse jogando pôquer contra uma pessoa que sabe suas cartas. A vantagem é evidente, enorme. Mas nada aconteceu".
"Estou neste mundo há quarenta anos. Vi todos os tipos de coisas e não fico surpreso com nada. Mas este caso atingiu o limite".
Stepney: Tranquilo com o resultado
"Nada mudou. É certo que o Mundial de F-1 é decidido na pista, por isso permaneço calmo".
Ron Dennis: Decisão justa
"O processo foi longo e detalhado. Ainda que eu não esteja muito contente com o resultado do julgamento, acredito que a pena é compatível com o crime".
Hamilton: Feliz com o desfecho
"Nesta minha primeira temporada na F-1 com a equipe, já sei e aprecio o comprometimento das pessoas lá dentro. Fiquei contente com o resultado desta decisão".

Calendário provisório

A FIA divulgou hoje o calendário de 2008, que contará com 18 etapas, e não 19, com o tio Bernie queria.
Rumores recentes indicavam que a temporada seria aberta no Bahrein, mas ao que parece não passou de um boato. No dia 16 de março, Melbourne novamente terá a honra de abrir a disputa, realizando a corrida durante o dia como sempre foi, pois as exigências ecclestonianas de um GP noturno não puderam ser atendidas. Na sequência temos Malásia, Bahrein e Espanha.
Aparece aí uma considerável mudança: a corrida em Istambul deixa de ser disputada em agosto para abrir espaço para a etapa de Valência. Portanto, a etapa turca foi antecipada para maio, antecedendo o intocável GP de Mônaco.
O Canadá aparece no quadro mas ainda não houve confirmação. Na sequência, temos Magny-Cours, o circuito que ressurgiu das cinzas após ser dada como certa sua retirada da F1. Depois o circo se arma em Silverstone e, em seguida, em Hockenheim, que recebe o GP da Alemanha ano sim e ano não. Em 2007 foi não; em 2008 será sim. E daí por diante.
Próxima parada: o GP da Hungria, onde ninguém passa ninguém e tudo fica por isso mesmo.
Agora a primeira grande novidade: o GP da Europa será disputado em Valência, num circuito desconhecido. Após isto, chegamos a dois verdadeiros templos da F-1, o GP da Itália e o da Bélgica.
A segunda grande novidade é a corrida de Cingapura, etapa seguinte do mundial.
Para fechar, China troca de lugar com o Japão em relação ao calendário deste ano, e o Brasil encerra a brincadeira no dia 2 de novembro, em Interlagos. [Brasil-sil-sil!]
As novas corridas - Valência e Cingapura - ainda precisam passar pela inspeção da FIA para receberem a aprovação, enquanto que e a etapa de Montreal, como já foi dito, ainda não foi confirmada, mas espera-se que seja o quanto antes.
Não teremos, portanto, o GP dos EUA, que perdeu espaço na categoria. Agora é esperar para ver se o Bernie apronta mais alguma ou se o calendário fica mesmo da forma como está programado.

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Yamamoto na Spyker

A Spyker anunciou oficialmente o substituto do holandês Christijan Albers. Trata-se do japonês Sakon Yamamoto, que é pior que o Winkelhock, pior que o próprio Albers, só não é pior que o Yudi Ide. Grande coisa...
O chefe da Spyker, Colin Kolles, comentou a escolha.
"Queríamos dar as boas vindas a Sakon, um dos mais promissores japoneses, que mostrou potencial em 2006 e será um complemento a Sutil. Seu conhecimento das pistas será uma grande vantagem".
E naturalmente, o seu conhecimento de grama será uma desvantagem.
"Estou muito contente em ter a oportunidade de correr novamente na F-1. Conheço bem todos os próximos circuitos, já que corri neles pela Super Aguri. Também conheço o time do teste de 2005, então me sinto pronto para esta chance. Quero fazer o melhor para ajudar o time a progredir e estou muito ansioso para isso", afirmou Sakon.
Sinceramente, acredito que havia possibilidades melhores, como o Klien, por exemplo, que foi bastante citado como candidato à vaga. O Piquet recusou a proposta da equipe, que acabou fazendo, enfim, sua escolha. Vamos ver no que vai dar, embora fica claro desde já que irá tomar pau do Sutil até o fim do ano.

Marmelada no caso de espionagem

Teve fim a reunião do Conselho Mundial da FIA e foi constatado que a equipe McLaren havia, de fato, se apoderado ilegalmente de documentos altamente confidenciais da Ferrari. No entanto, nenhuma pena será aplicada, uma vez que não foi possível detectar qualquer evidência capaz de provar o uso dessas informações por parte da equipe acusada.
Segue abaixo a transcrição do comunicado oficial, retirado do site Grande Prêmio:
O Conselho Mundial está crente de que a McLaren possuía documentos confidenciais da Ferrari, acarretando na quebra do artigo 151c do Código Esportivo Internacional.
Contudo, há evidências insuficientes de que estas informações foram utilizadas para interferir impropriamente no Campeonato Mundial de F-1. Por isso, decidimos não aplicar punições.
Mas, se for detectado no futuro que as informações foram usadas em detrimento do campeonato, nos reservamos o direito de convidar a McLaren a retornar diante do Conselho, onde enfrentará a possibilidade de ser excluída não apenas do campeonato de 2007, mas também do próximo.
Me arrisco a dizer que estamos diante da maior marmelada já vista na história da Fórmula 1. O campeonato estaria manchado de qualquer jeito, mas não precisava manchá-lo a esse ponto. Quanto ao último parágrafo do comunicado, imagino que não meta medo em ninguém, nem mesmo na McLaren.
Vamos falar em português claro: o time de Woking roubou todo o trabalho da Ferrari e não foi punida simplesmente porque não deu para provar se usou as informações para benefício próprio. O que tinha naqueles documentos não se restringia apenas a peças do carro, lá havia de tudo. Estratégias da equipe, por exemplo, que não é algo concreto, e que a McLaren pode ter passado o olho, mas ninguém nunca vai saber se realmente aconteceu. E mesmo se tivesse tirado proveito de recursos técnicos nos carros, é difícil de provar, porque hoje não usa mais, embora possa tê-lo feito em algum GP.
Definitivamente não é fácil descobrir se a escuderia britânica se beneficiou daquelas informações, mas apenas a posse delas já deveria ser suficiente para que certas sanções fossem aplicadas.
Gostaria de finalizar este post com uma frase genial do digníssimo Millôr Fernandes: "Roube ainda hoje! Amanhã pode ser ilegal".

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Kubica dispara contra Heidfeld

A bruxa está solta na Fórmula 1! Como se não bastasse a discussão entre Massa e Alonso e a briga entre Speed e Tost na Toro Rosso, agora chegou a vez de os pilotos da BMW se desentenderem com os acontecimentos do GP da Europa.
O alemão Nick Heidfeld havia justificado o toque alegando que seu companheiro teria lhe espremido na parte suja, mas não fez um grande estardalhaço em sua declaração.
Kubica, pelo contrário, usou palavras bastante agressivas para se referir ao incidente: "Um piloto que coloca dois competidores para fora da pista em menos de 20 voltas, não pode ter um futuro longo na F-1".
O tricampeão Niki Lauda - que assim como nós adora dar pitaco no mundo da F1 - tem sua versão para as barbeiragens do Heidfeld.
"Certamente faltou concentração após ele ter passado a noite com o filho. No lugar dele teria ido ver o rebento, mas teria retornado rapidamente ao autódromo", afirmou o ex-piloto, se referindo ao recém-nascido Joda, que por sinal deve ter todo o direito de mudar de nome quando fizer 18.
A corrida de Nurburgring foi calorosa tanto dentro quanto fora das pistas, mas vamos torcer para que todos as confusões terminem por aqui, é briga demais para uma corrida só. Claro, quem quiser torcer para ter mais barraco, que torça, há quem goste... Mas acho que já está de bom tamanho. Nem me lembro qual foi a última vez que tanta gente saiu de um GP cheio de aborrecimento, reclamando do companheiro, do chefe, do rival, de Deus e o mundo...

Nelsinho não quis competir

Nelsinho Piquet confessou publicamente que recebeu oferta para disputar as corridas restantes desta temporada, mas preferiu recusar. E fez muito bem, já que a proposta partiu da pior equipe do grid: a Spyker.
"Com esse carro, você só pode perder. É um carro muito difícil de pilotar e o Sutil sabe disso muito bem. Nesse período de tempo, meu valor de mercado poderia ser destruído com esta oportunidade, porque, infelizmente, neste jogo, as pessoas são muito severas".
Sabe das coisas, esse garoto. Que isso sirva de lição para os Sebastiões da vida.
O estranho é que seu pai, o Nelsão, teria lhe aconselhado a aceitar a proposta, apesar de toda a experiência que possui. Mas o importante é que, na teoria, Nelsinho deve estrear apenas em 2008, com um carro possivelmente bom. Isso se não for chamado para correr no GP do Brasil deste ano, o que talvez não seja surpresa para ninguém.

A última palavra

Quebra-pau na Toro Rosso

O americano Scott Speed abriu a boca e falou tudo o que tinha pra falar. Inclusive que não está mais disposto a continuar na equipe.
Tudo começou quando Scott entrou nos pits em 6º lugar para trocar os pneus mas a equipe demorou meio minuto para realizar o trabalho. O mesmo havia acontecido com seu companheiro Liuzzi, que vinha logo atrás.
Mais tarde Speed escaparia na curva 1, juntamente com vários outros pilotos. O americano abandonou a prova e voltou irritado ao pit lane, onde encontrou seu chefe igualmente impaciente naquele momento.
"Todos os que estavam atrás do Button fizeram a mesma coisa, incluindo Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Ele (Tost) ficou furioso por eu ter batido. Quando lhe perguntei sobre a parada nos boxes, ele disse 'não interessa porque você bateu' e não queria ouvir nenhuma crítica pelo que o time fez. Ele tentou me culpar pelo pit-stop".
O californiano partiu em direção aos boxes e acabou sendo surpreendido com a agressão de Tost.
"Ele me alcançou e me acertou no meio das costas com o punho fechado. Todos na equipe viram isso. Depois ele me seguiu atrás das divisórias dos pits. Ele me agarrou pela frente em minha camiseta, me empurrou e me prensou na parede. E após isso, minha única reação foi voltar para o meio da garagem e perguntar para ele se queria me bater na frente de todos".
"Eu estava muito nervoso. Fui para a mureta e queria contar para todo mundo que aquilo tinha acontecido. Então olhei para o diretor da equipe, o diretor-técnico e para Gerhard Berger e contei a eles que, se meu chefe encostasse em mim novamente, eu iria bater nele. Eles disseram 'ok, vamos acalmar a situação'. Eu disse 'beleza', e fui para meu quarto no motorhome e fiquei lá até o fim da corrida. Daí, Gerhard e Franz apareceram. Franz estava mais calmo e passou 15 minutos se desculpando por seu comportamento".
Ele também afirmou seu descontentamento não só com Franz Tost como também com o Berger, que ultimamente vem mostrando interesse em ter Bordais e Vettel nos cockpits titulares do próximo ano.
"Ficou bem claro que eles têm uma expectativa diferente do que pensam que é possível fazer com os carros, e eles vão continuar apontando o dedo para nós, pilotos, até que eles consigam a mudança que querem".
O americano mostrou sua preocupação apenas com o duradouro contrato que possui com a empresa da Red Bull.
"Está na cara que Franz Tost e Gerhard Berger têm mostrado a mesma desonestidade para a mídia, e fico preocupado que isso possa arruinar meu relacionamento com a Red Bull. A Red Bull tem sido incrível para mim, acho que a se gente se encaixa muito bem, e é uma pena deixar que essas duas pessoas arruínem tudo".
Por fim, foi incisivo em dizer se há alguma possibilidade de continuar na Toro Rosso.
"Ninguém poderia me pagar o bastante para correr por estas duas pessoas novamente. Se fosse em uma equipe diferente, seria ótimo, mas eu quero continuar fazendo algo com a Red Bull, mesmo fora da F-1".
E assim deve terminar a relação entre a equipe e o piloto americano. Sem demonstrar qualquer vontade de permanecer na escuderia, Speed deve se retirar da Fórmula 1, a menos que o time A lhe ofereça o cargo de piloto de testes, o que não é muito provável. Para o GP da Hungria, a Toro deve anunciar um outro competidor para fazer companhia ao Liuzzi. Speed na Toro Rosso nunca mais.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Magny-Cours continua no calendário

No melhor estilo 'a volta dos que não foram', foi anunciada hoje pelo primeiro-ministro francês a permanência do circuito de Magny-Cours como palco do GP da França, ao menos até o próximo ano.
O político havia se encontrado anteriormente com Bernie Ecclestone para decidir a questão. Ele conta o resultado: "Bernie concordou, a princípio, em manter a corrida em Magny-Cours em 2008, e até 2009, se não houver alternativa".
Ecclestone se esforçou tanto para se livrar da pista, mas acabou voltando à estaca zero. Ainda bem que aquela história de construir circuito na Euro Disney não foi muito adiante, tinha tudo pra surgir um traçado Mickey Mouse em troca de muita grana para o bolso do magnata.

Duplinha da alegria

Depois da briga entre o piloto Scott Speed e seu chefe na Toro Rosso, o americano tem tudo para ficar desempregado. Como não se abala facilmente, se juntou ao amigo e também piloto de corridas Colin Fleming para tentar se destacar numa nova carreira: serão astros da música pop.
Fazia tempo que eu não via uma coisa tão ridícula assim. Agradeço a ilustre colaboração da blogueira Larissa, responsável pelo achado.
Como pilotos eles são ótimos garotos-propaganda. Que façam bastante sucesso nessa nova empreitada! Porque Fórmula 1, que é bom, nada.

segunda-feira, 23 de julho de 2007

Enquete F-1

Em dez dias, 24 pessoas votaram na enquete que perguntou: Qual posição a Prodrive deverá ocupar em 2008?
A expectativa não foi das melhores.
Rabeira do grid (ex. atual: STR) - 41,67%
Grupo intermediário (ex. atual: RBR) - 37,50%
Grupo principal (ex. atual: Ferrari) - 12,50%
Grupo secundário (ex. atual: BMW) - 8,33%
Uma nova enquete ainda mais difícil já foi ao ar e estará disponível durante as duas próximas semanas, até o GP da Hungria. Não deixe de votar!

Vai que é tua, Galvão!

Já tivemos fins de semana mais inspiradores para o nosso Galvão, neste último GP ele foi bem mais ou menos.
A primeira do sábado demorou a vir, mas veio quando nem o Burti conseguiu entender direito o que a equipe falou com o Button pelo rádio.
"Se você ouviu 'almost', você já ouviu muito bem, porque eu não consegui ouvir absolutamente nada". Isto é uma grande novidade, sem dúvida.
Para terminar o aquecimento, ele fala sobre o velho Nurburgring, que é aberto para visitantes darem umas voltinhas no circuito. O locutor também já teve o privilégio de passear por lá, apesar de ficar reclamando.
"Eu tomei um susto quando vi um daqueles Porches de corrida passando por mim. Mas foi muito rápido! Realmente é uma irresponsabilidade". Sim, é muito perigoso. Galvão no volante, perigo constante. Ora, por que entrou, então? Para ver as árvores? Ao menos chamasse o Cacá para guiar, passaria o mínimo de segurança e não daria tanto desespero.
"Agora eles colocaram uma tarjinha escrita REPLAY ali. É sempre bom que as coisas vão se adaptando às necessidades". Às necessidades de quem? Tá, não precisa responder. O pior é que agora não tem mais desculpa para errar...
O narrador faz uma graça com o computador, que não estava recebendo as informações rapidamente: "O nosso computador tá mais lento que o carro do Winkelhock". Bastou falar mal para o cidadão liderar a corrida no dia seguinte.
A segunda parte do qualifying ia chegando ao fim, e ele exclamava com surpresa ao ver certos pilotos que ainda não tinham feito tempo para a superpole: "A Williams do Wurz! A Renault do Fisichella! A Honda do Barrichello!!!". Uau! Rubinho não se classificou... Deve haver algo errado...
No início do Q3: "E agora é pra valer! Quer dizer, não tão já. Não tão já". Ô, amigo; decide, amigo...
O Alonso passa numa curva e a câmera dá um 360º na vertical.
"Essa câmera é uma loucura, parece uma carrossel. Eles fazem uma loucura e viram o carro de cabeça pra baixo". Pera lá! Isso tá virando sensacionalismo, hein!
Galvão sobre Hamilton: "É a primeira vez que Alonso tem problemas".
Quando o inglês bateu, o narrador já foi culpando o piloto, mas não vou me aprofundar nessa parte, até porque todos lembram muito bem, além de que eu também pensei o mesmo. A gente fica tão aficcionado para ver o cara errar que acaba dando nisso.
O pior aconteceu quando o piloto entrava no carro de resgate e fazia sinal positivo para o público: "Aí o Robinho dando sinal... O Robinho não! Acabou saindo o apelido...". Êêêêêêêêêê, Galvão! Te cuida, rapaz! Se voltar a chamar o cara de Robinho a gente cai dentro de novo. Tá avisado.
A melhor do treino foi esta: "É impressionante a capacidade que um carro de F1 tem de absorver uma pancada dessa bem acima dos 18 km/h!" Nossa... Essa foi de matar. De onde ele tirou esse número?! Tem gente que se impressiona com cada coisa, viu...
Uma informação da direção de prova aparece no vídeo em inglês. O poliglota traduz com maestria: "Reparos necessários para... para... para... para a..." Burti se intromete e tira nossa diversão, fazendo a tradução correta.
Eram 15:22h, horário local, e surge outra informação no vídeo, dizendo que o treino terá reinício às 15:27h. Lá vem ele: "E agora eles pedem mais 15 minutos". Distraído como sempre...
Na corrida houve o mesmo problema do GP canadense. Teve tanta confusão, que mal pude prestar atenção nas bobagens do Galvão, mas segue o que deu pra pegar.
Com a homenagem ao heptacampeão, o narrador resolveu utilizar a pronúncia correta de seu nome. Mas deu um jeitinho de se atrapalhar.
"Michael Schumacher, ou Mirrael Schumarrer, como dizem os alemãos". Quem?! "Os alemães. Desculpe".
Todos se surpreenderam com as seis ultrapassagens do Hamilton em apenas duas curvas. Reginaldo disse que talento é talento, e o Galvão acrescentou: "Não! Talento é talento e BMW batendo é BMW batendo!" É, né... sou obrigado a concordar...
Quando a chuva veio abaixo, escutamos sua voz passando a informação técnica: "A água é muito grande!"
Sobre a direção ter permitido a largada momentos antes da chuva: "Olha, seu Charles Whiting, o senhor deveria ser punido". Isso é verdade. Deveriam mandá-lo ficar 10 segundos parado nos boxes.
Mas o melhor veio logo depois, com a discussão entre Galvão e Reginaldo Leme. O primeiro atacava o Whiting de todas as formas, enquanto o comentarista fazia a defesa. Parecia coisa de advogado.
"Ele não podia permitir a largada!". Reginaldo diz que ele quis apenas cumprir o horário.
"Ele errou o vencedor da GP do Brasil de 2003!", mas Regi responde que era uma falha até normal diante daquela confusão toda, e que ele não demorou para reconhecer e logo tudo foi corrigido.
"Ele vem todo ano reclamar do circuito de Interlagos!" O comentarista apenas responde que faz parte do trabalho dele.
Placar geral: Reginaldo 3 x 0 Galvão. Flawless victory.
As posições na pista eram Massa em primeiro, Alonso em segundo e Raikkonen em terceiro, e o finlandês cada vez mais próximo do espanhol.
"O Felipe vai deixar a briga com o Alonso. O Raikkonen vai ser atacado pelo Alonso". Como isso, amigo? O espanhol vai dar um ataque de traseira?!
"Massa é o primeiro, 2.5s atrás do Alonso". Credo... Já tava cantando derrota...
Hamilton é retardatário e está prestes a tomar uma volta do Massa, após ser agitada a bandeira azul.
"Hamilton deixou passar! Tá certo, eles são amigos..." Sem comentários, essa.
Começa a chover no final da prova e os mecânicos da McLaren se aprontam para a troca de pneus. E dá-lhe Galvão: "A McLaren vai arriscar!" Putz... que arriscar o quê?! Eles vão colocar os pneus certos pra tentar permanecer na corrida. A essa altura ele já tava completamente louco com as emoções da corrida.
Como bem me lembrou o amigo Pezzolo, o narrador global se desesperou a poucas voltas do fim, querendo que tudo terminasse antes das hora: "O Jean Todt deve estar com o dedo no botão da FIA pra acabar a corrida. O Jean Todt tem que acabar a corrida!" Tá podendo, esse Jean Todt, não?
Ao contrário do que Galvão pensava, o dedo do ferrarista não era tão influente assim. A corrida acabou e nos resta saber como ficou a situação do campeonato: "O Massa estava 19 pontos atrás do Hamilton, agora está 8". Ué... mudaram a pontuação, sr. Galvão? O mestre Reginaldo estava ligado e corrigiu dizendo que eram 11. "Onze, onze, foi o que eu disse", respondeu o locutor convicto.
Para encerrar, não poderia ser nada diferente da briga entre Massa e Alonso. Enquanto eles discutiam, o locutor, ao invés de ouvir, tentava dublar deduzindo o que os pilotos estariam dizendo. Coisa do tipo: "Daí o Massa diz pra ele 'vá te catar!'" e pro aí vai. Acabou que ninguém entendeu nada do que foi dito. Tivemos que esperar o vídeo com legendas (publicado nos segundo post abaixo deste) que a Globo forneceu, sem a gloriosa voz do Galvão, é claro.
Acho que quem merece o prêmio de mala na transmissão deste GP era o Cléber Machado. Esse sim falava mais do que deveria. A natação já tinha acabado e ele ficava lá gritando e a gente desesperado pra assitir à corrida.
Falando em corrida, a próxima vem daqui a duas semanas, quando o Pan já vai ter terminado e ninguém mais interromperá o narrador principal, sobrando-lhe mais tempo para dizer o que der na telha.

É briga que não acaba mais

As confusões que ocorreram no GP da Europa foram muito além das disputas na pista, e isso não vale apenas para Massa e Alonso, não.
Briga ainda pior aconteceu nos boxes da Toro Rosso, envolvendo o piloto Scott Speed e o chefe Franz Tost.
O último já estava de cabeça quente ao ver seus dois pilotos abandonando já no princípio da prova. O primeiro voltou todo estressado aos boxes depois de aquaplanar e deixar a corrida. Então deu-se a desgraça.
A discussão teve início mas o americano deu de costas impacientemente, o que provocou a fúria do austríaco. Frost partiu para cima do piloto e algumas testemunhas confirmaram a ocorrência de agressão no episódio, mas logo a briga foi encerrada e ambas as partes tomaram seus rumos.
Speed não pôde se segurar e foi à mídia desabafar.
"Gerhard e Franz têm suas próprias idéias sobre o que querem fazer para o futuro, e eles dizem as coisas a respeito. Não tem nada que ver com minha performance, certeza. Mas está bem claro que por parte da chefia, Tonio e eu temos pouco apoio".
Em seguida, afirmou com todas as letras.
"Não precisa ser um cientista para ler o que sai na imprensa e saber que Franz e Gerhard estão fazendo um esforço enorme para se livrarem de mim e de Tonio".
Portanto, dificilmente a dupla de pilotos será mantida para o ano que vem. Fala-se muito nos Sebastiões, em referência ao alemão Sebatian Vettel e ao francês Sébastien Bordais, pilotos que merecem carros muito melhores que a equipe Toro Rosso pode oferecer.

2º Round

Agora eu vou falar, quero nem saber.
Aí está o vídeo do toque entre Massa e Alonso pra quem quiser ver. Seja por causa das vibrações nos pneus, ou pelo fato de a Ferrari não ter realizado as adaptações aerodinâmica na última parada como fez a McLaren, a questão é que o carro do Massa não estava lá essas coisas. E não venha dizer que ele não sabe andar na chuva, porque o brasileiro colocava tempo no espanhol no princípio da corrida, antes da bandeira vermelha, quando as condições eram muito mais desfavoráveis.
Felipe vinha muito mais lento e se defendia incrivelmente bem. Alonso forçava constantemente e arriscou uma bela ultrapassagem por fora da curva. As condições da pista não ajudavam, o rendimento do carro não era dos melhores, o brasileiro vinha por dentro, imprensado pelo adversário e nitidamente perde estabilidade quando entra na variante. No momento do toque, vê-se que Massa não ia para a esquerda do vídeo e sim o Alonso vinha para a direita. Isto se deve pela saída de frente do F2007, que obrigou ao Massa a segurar o carro ao invés de contornar o traçado mais adequado naquele instante. Se não tivesse escorregado, seria ultrapassado do mesmo jeito, era inevitável, mas o que importa é que não houve má fé. Foi um toque de corrida, não tem o que inventar.
Quando chegou ao pit lane, o espanhol mostrou para a câmera a marca que ficou na carenagem e balançou o dedo como quem diz "isso não se faz".
Depois foi tirar satisfação com o brasileiro e eles iniciaram esta discussão ridícula e totalmente infundada.
Mais tarde, ele alegou que "estava nervoso no final, com a cabeça quente". O cara vence uma corrida e diz que está de cabeça quente, pode? Nem aquela chuvarada conseguiu esfriar essa cabecinha? Sujeitinho encrenqueiro!
Posteriormente, Alonso pediu desculpas publicamente ao lado do Felipe.
"Não tenho nada contra ninguém. Apenas faço minha corrida e sigo o regulamento, só isso. Se alguém me fala que estou errado e não estou, fico bravo. Isso é normal. Mas, se ele se desculpou, então beleza. Ele sabe que não foi correto após a corrida", declarou o brasileiro.
Daí uns perguntam: Precisava o Massa se irritar tanto? Não, não precisava. Mas vai saber o que se passa na cabeça de um piloto que luta pelo título, perde a vitória a poucas voltas do final, e, sobretudo, recebe uma acusação absurda como essa... O Alonso não pode sair por aí acusando ninguém de mau-caráter e anti-ético assim, numa boa. Assim como na Espanha, o Ron Dennis se recusou a dar razão ao seu próprio piloto.
O Massa tem razão em dizer que foi igual ao que ocorreu em Barcelona. O bicampeão forçou bastante por fora, sem ter a preferência da curva, assumindo um grande risco mas se recusando a assumir as consequências.
Além de chorão, é ignorante a ponto de não entender o que Felipe quis dizer com "você não aprende". Se você parte para uma atitude arriscada, deve estar preparado para assumir as consequências. Simples. Isso vale para qualquer esporte, vale para qualquer trabalho, vale para tudo. Se as coisas não saem da melhor forma possível, não se deve culpar os outros e se fazer de vítima. Já é segunda vez que isso acontece e ele vai continuar sem aprender.
Automobilismo tem dessas coisas. Às vezes pilotos se tocam mas nem sempre há culpados. Se você não quer ter nenhum tipo de contato com seus adversários, então vá jogar peteca. Corrida não é para frescos.

domingo, 22 de julho de 2007

Águas que vêm e que vão

Dessa vez, a meteorologia estava afinadíssima. Momentos antes do início da prova, já estava indicado que iria chover. Mas não foi uma chuva qualquer, o céu simplesmente veio abaixo proporcionando umas das corridas mais espetaculares dos últimos tempos.

O estreante Markus Winkelhock optou por largar dos boxes com pneus de chuva, enquanto todos os demais pilotos saíram com compostos de pista seca. Na largada, Massa supreendeu Alonso e assumiu a segunda posição. Heidfeld encheu a lateral de seu companheiro já na segunda curva, ajudando Lewis Hamilton a pular de décimo para quarto rapidamente, mas o inglês logo se complicou com um furo no pneu traseiro.

Daí então começou a bagunça. Em dia de muita inspiração, São Pedro fez muita água vir abaixo para mudar a história da corrida. Kimi Raikkonen liderava e já vinha para trocar os pneus, quando errou na chicane do terceiro setor e, o pior de tudo, passou reto na entrada do pit lane, sendo obrigado a dar uma mais volta lenta, enquanto os todos os demais competidores entravam nos boxes.

"Todos os demais" não... Havia uma única excessão: Markus Winkelhock, o novato cheio de esperteza que acabou assumindo a liderança da prova, já que não precisava trocar pneus. Nada mal para quem estreava na pior equipe do grid. Pena que mais tarde abandonaria com problemas no motor.

A chuva apertou e o desnível na curva 1 gerou uma grande inundação naquele local. Como consequência, vários pilotos deslizaram devido à aquaplanagem, dentre eles ninguém menos que Lewis Hamilton. Quando se tentava retirar os carros daquele trecho, eis que surge um Liuzzi voador atingindo o guindaste levemente. Poderia ter acontecido coisa muito pior mas felizmente tivemos sorte.

Hamilton estranhamente foi removido pelo guindaste e conseguiu retornar atrás do pelotão que acompanhava o Safety Car. Pintou a bandeira vermelha, e os "sobreviventes" se recolheram para esperar o reinício da corrida.

Após a longa pausa, foi dada a largada lançada. Com carro muito inferior, Winkelhock abria caminho para os adversários, e assim Felipe Massa assumia a ponta, com Fernando Alonso na segunda posição, enquanto Raikkonen era o sétimo. A pista não havia terminado de secar, mas Hamilton arriscou com os pneus para pista seca e teve de enfrentar algumas saídas de pista.

As condições melhoraram e tudo ia se normalizando. No entanto, quando nos aproximávamos do final, o serviço de meteorologia indicou que uma nova queda d'água estava por vir. A vitória do Massa, que parecia certa, já ficava comprometida.

Alonso entrou nos boxes juntamente com o Felipe. A câmera acompanhou o trabalho da McLaren, em que pudemos notar uma mudança da configuração aerodinâmica no carro do espanhol. O Massa voltou à pista na frente mas provavelmente não passou pela mesma alteração durante o pit stop, tanto que seu desempenho caiu assutadoramente.

A pressão retirada da asa dianteira do Alonso permitiu um equilíbrio maior com a perda da pressão na traseira causada pelas condições de pista molhada, possibilitando uma entrada mais segura nas curvas e mais estabilidade na hora de tracionar, enquanto Massa brigava com seus F2007, que era quase 3 segundos mais lento que o carro do bicampeão.

O brasileiro não se rendeu e defendeu sua posição com unhas e dentes. Porém nada era capaz de parar Alonso. O asturiano forçou por fora numa curva, Felipe trouxe no limite e houve até mesmo um toque entre eles antes de a ultrapassagem se concretizar.

Alonso venceu, Massa não gostou da segunda colocação mas foi o que lhe restou, e Mark Webber completou o pódio da corrida maluca.

Wurz quase passou o australiano a duas curvas do fim. Quase. Mesmo espalhando, Webber conseguiu se manter, deixando o piloto da Williams em 4º.

Coulthard também soube aproveitar o dia para marcar pontos. Chegou em quinto. Nick Heidfeld acertou o companheiro no princípio da prova, tirou o Ralf da corrida e ainda faturou a 6ª posição, logo à frente de Robert Kubica.

Kovalainen arriscou uma estratégia diferente no finzinho mas não deu muito certo. Trocou os pneus antes de a chuva cair e chegou apenas em oitavo. A posição dos bobos sobrou para Lewis Hamilton, que teve seu fim de semana de cão. Bateu forte na classificação, errou muito na corrida e não só deixou de frequentar o pódio como também não pontuou.

Fisichella foi o décimo, superando Rubens Barrichello, 11º colocado. O brasileiro fez uma corrida apagadíssima, já que se enroscou com Rosberg no início do GP. Davidson e Trulli também terminaram a corrida, ao contrário de outros nove competidores, dentre eles Kimi Raikkonen com problemas elétricos.

O campeonato esquentou ainda mais. Alonso está a 2 pontos de Hamilton, que ainda lidera. Massa está em terceiro a 11 pontos do líder, e 7 à frente do Raikkonen.

Daqui a duas semanas teremos o GP da Hungria, realizado no circuito de Hungaboring, segundo consta no Red Bulletin. Mas depois de uma corrida como essa, acho que não podemos reclamar.

sábado, 21 de julho de 2007

Correr ou não correr?

Eis a questão.
O piloto Lewis Hamilton passou por alguns exames no Hospital Bundeswehrzentralkrankenhaus. Aliás, eu desafio qualquer um a pronunciar esse troço. Particularmente, só consigo falar até a parte do "Bunde".
Quem não conseguir pronunciar pode tentar separar as sílabas, por que não?
Ah, sim, os exames... Os raios-X não apontaram nada de errado, bem como a ressonância magnética. Portanto, os médicos confirmaram que o inglês saiu ileso do acidente e deve correr amanhã.
Na verdade, ainda é cedo para afirmar com certeza. Só saberemos se ele terá permissão para entrar no cockpit após a aprovação dos médicos da FIA, que realizarão uma checagem neste domingo, antes da corrida, evidentemente. Mas em princípio, pode-se dizer que o piloto está apto a largar da 10ª posição e garantir um show à parte no primeiro trecho da corrida, mas, pela primeira vez na temporada, não deve chegar ao pódio. A menos que chova, aí bagunça tudo e o show acaba sendo muito maior.

Titãs

Já que tem um monte de blog postando, eu quero postar também.
Aí está o comercial da Mercedes, em que Alonso e Hamilton ficam se pegando não só dentro como também fora das pistas.
Definitivamente não poderia haver final melhor para tudo isto...

Dia do caçador

Enfim o dia chegou. Para a surpresa de todos, Lewis Hamilton enfrentou seu primeiro problema sério na temporada.
Era a terceira parte do treino, quando o desastre aconteceu. O acidente sofrido pelo inglês pode ter sido causado por um defeito na pistola hidráulica, que prendeu o pneu de forma incorreta. A vibração na roda dianteira direita teria permitido o contato com partes aerodinâmica que rasgaram o pneu, fazendo Hamilton perder o controle de seu MP4-22 e passar reto na curva.
Apesar da forte batida, o piloto não sofreu nenhuma lesão, mas a violenta desaceleração no momento do acidente abre caminho para uma possível concussão cerebral. Hamilton espera a decisão dos médicos para saber se corre no domingo.
Com o desastre, os pilotos voltaram ao boxes em bandeira vermelha e o treino foi interrompido por alguns longos minutos. A emissora aproveitou para mostrar algumas pessoas se agarrando no Rio e outras jogando água cima desesperadamente, enquanto nós perdíamos as imagens do angustiante atendimento ao Lewis Hamilton, que mal conseguia se manter de pé ao sair do carro. O britânico foi levado de helicóptero para o hospital mais próximo.
Quando os nove competidores voltaram para a pista, cada um teve direito a apenas uma volta rápida. Kimi Raikkonen cravou o melhor tempo, graças a um erro do Alonso, que provavelmente estava mais leve para tentar a pole. Portanto, o espanhol sai da segunda posição com a estratégia de corrida prejudicada. Apenas em terceiro aparece o brasileiro Felipe Massa, que não fez um grande treino. Fecha a segunda fila, o alemão Nick Heidfeld, feliz da vida com o filho Joda, nascido na Suíça às 5h24min locais desta manhã.
A BMW de Robert Kubica veio logo atrás, na quinta posição. O leão de treinos Mark Webber fez um excelente 6º tempo, sobretudo se comparado à 20ª colocação que restou ao seu companheiro David Coulthard, enfrentando problemas no carro como de costume.
Heikki Kovalainen vai se firmando bem na Renault. O finlandês ficou com a 7ª melhor posição do grid, logo à frente da dupla da Toyota. Apesar de todos os seus erros na sessão classificatória, Jarno Trulli virou bem, marcando o 8º tempo do Q3. Ralf Schumacher vai tomando jeito na vida e promete continuar na categoria ano que vem. Larga em 9º amanhã.
A décima posição fica provisoriamente com o Hamilton.
A dupla da Williams ocupa a sexta fila, com Rosberg, claro, à frente do Wurz. Fisichella larga seis posições atrás de seu companheiro, em 13º, portanto.
Rubens Barrichello se virou com o carro que tem e ficou apenas com a 14ª posição, enquanto seu companheiro Jenson Button não passou nem da primeira fase do qualifying. Entre eles, alinham os pilotos da Super Aguri, com Davidson na frente do Sato.
Pra fechar o grid, Speed larga em 18º, Liuzzi em 19º, Coulthard em 20º e finalmente as Spykers, sendo que o estreante Winkelhock foi quase 1 segundo e meio mais lento que o parceiro Adrian Sutil.
Teoricamente Raikkonen é favorito à vitória neste domingo. Quanto ao Massa, resta-lhe brigar pela segunda posição com o Alonso. Aguardamos ansiosamente o anúncio de Lewis Hamilton para saber se ele corre amanhã ou não. Pela primeira vez no ano, o grid pode apresentar um desfalque, e isso pode acontecer justamente com o líder da temporada, o que colocaria ainda mais fogo na disputa pelo título.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Pai voador

Meus agradecimentos à gloriosa e imensa equipe do Worstlap, pela pequena lembrança de Manfred Winkelhock, pai do estreante Marcus Winkelhock, que por sua vez promete fazer uma exibição razoável na rabeira do grid.
Sim, era Nurburgring.

E o S do Schumacher?

Foi em 25 de março que surgiu a notícia e aqui está o post.
O fato é que as curvas 8 e 9, posteriores à Dunlop, passariam a ser chamadas de "S do Schumacher" oficialmente neste mês. O alemão daria uma volta de F-1 no circuito antes de a corrida começar no domingo.
O curioso é que não ouvimos mais comentários sobre o caso até presente momento. Será que a novidade ainda está de pé?

McLaren com a corda no pescoço

Os novos fatos descobertos comprometeram ainda mais a situação da Mclaren no escândalo da espionagem. A troca de informações entre os membros das equipes mais fortes do mundial começou muito mais cedo do que se imaginava. Para ser mais exato, tudo teve início antes mesmo de a temporada de 2007 começar.
Você se lembra do assoalho ilegal supostamente utilizado pela Ferrari na primeira corrida do ano? Pois bem. Ao que parece, não havia possibilidade de a McLaren descobrir o uso desse artifício, a menos que um funcionário interno da escuderia italiana revelasse o segredo ao time rival. E foi justamente o que aconteceu.
Em março, às vésperas do GP da Austrália, Nigel Stepney enviou um e-mail para Mike Coughlan esclarecendo o funcionamento do sistema. Ao tomar conhecimento da situação, Ron Dennis denunciou a fraude, e assim a FIA tornou os testes mais rigorosos já para a próxima etapa do mundial, o GP da Malásia, onde a Ferrari apresentou um rendimento muito inferior ao de Melbourne, que se explica pela abolição do recurso ilícito.
Quanto à cópia das 780 páginas dos documentos ferraristas, ficou comprovado que Mike Coughlan disse a verdade quando afirmou ter passado a informação para outros membros da McLaren além de Jonathan Neale. E o pior: dentre eles estava Martin Whitmarsh, o segundo homem mais poderoso da hierarquia de Woking, abaixo apenas de Ron Dennis. Como consequência, a equipe optou por afastar Whitmarsh, juntamente com diretor de engenharia, Paddy Lowe, que também sabia de tudo.
Todos eles teriam aconselhado Coughlan a se desfazer dos papéis. Mas o fato é que a McLaren negou com veemência, no início deste mês, que nenhum outro membro da escuderia havia tomado conhecimento sobre o dossiê. Portanto, fica evidente o equívoco na declaração da equipe, o que compromete sua posição no caso, já que a reunião do time com o Conselho Mundial de Esporte a Motor está marcado para o próximo dia 26.
E pensar que tudo começou com um pozinho inocente...
Bem, neste último episódio foi esclarecido como a McLaren descobriu o funcionamento do assoalho da Ferrari e também tivemos mais dois afastamentos por parte da escuderia britânica, dentre eles a segunda maior autoridade do time. Prepare a pipoca para o capítulo seguinte, que pode vir a qualquer momento, com Ron Dennis com a corda no pescoço e o bicho pegando em Woking, já que ninguém mais duvida que venha punição pela frente. Isso sem falar no Stepney prometendo falar tudo o que sabe, e aí pode sobrar até para a Ferrari. Enfim, de agora em diante, tudo pode acontecer. E seja o que Deus quiser.

Conflitos do plim-plim

Agradecimentos à blogueira Mara, que indicou o post fielmente reproduzido abaixo, em itálico, sobre a confusão envolvendo o locutor Galvão Bueno e o diretor de esportes Luiz Fernando Lima, membros da Rede Globo.
Quem estava mais apático na final da Copa América, Galvão Bueno ou nossos 'hermanos'? A falta de ânimo na narração da partida entre Brasil e Argentina aconteceu por causa do barraco entre o locutor e o diretor de esportes da TV Globo, Luiz Fernando Lima. Foi briga de cachorro grande. O narrador reclamou com o todo poderoso que era 'blasfemoso' ter que narrar o jogo no estúdio e que ele dava audiência para a emissora. "Se você não está contente, que saia", teria respondido Lima. Rolou palavrões e por pouco os dois não sairam no tapa. A Globo recebeu vários e-mails reclamando da falta de emoção do narrador na partida. Teve gente até que achasse que Galvão havia se desentendido com Arnaldo Cezar Coelho. O narrador não foi a Venezuela porque estava escalado para cobrir o Pan. A emissora tratou o assunto como uma simples discussão de trabalho. As pazes foram seladas durante um jantar.
Antes que alguém pense que eu enviei algum e-mail para a Globo, já vou adiantando que nem sequer percebi alguma diferença de sua atuação no jogo do Brasil. Para mim, tudo estava nas mais perfeita ordem, mas parece que o pessoal estava mais ligado do que eu.
Não quero me prolongar sobre a discussão entre os dois profissionais, até porque não tenho muita informação relacionada ao caso. Gostaria de argumentar aqui a favor do Galvão em oposição às críticas que recebe do público brasileiro.
Esse episódio só serviu para mostrar o quanto o seu trabalho é complicado, não apenas por causa das razões técnicas - que não pretendo abordar neste post -, mas sobretudo pela aceitação dos telespectadores.
Como já foi dito anteriormente, "a Globo recebeu vários e-mails reclamando da falta de emoção do narrador na partida", provando as divergências existentes entre os próprios brasileiros. Estou cansado de ler nos blogs opiniões revoltadas que acusam o locutor de ser excessivamente ufanista, de cometer muito erros e reconhecer poucos deles, além de gritar exaltado em certos momentos da transmissão.
Fica claro que a maior parte do público aprova o nacionalismo alardeado pela voz do narrador. Se faltou emoção na opinião de tanta gente, é porque a emoção e o grito andam juntos; um tom sereno definitivamente não empolga ninguém. E se ele erra acima da média, é porque se arrisca mais que os outros numa profissão que é feita de improvisos. Talvez não tenha a mesma aprovação de um Murray Walker por evitar levar suas falhas na esportiva e não abrir espaço para a auto-crítica em público.
Quer queira, quer não, Galvão Bueno é o maior narrador da história nacional. E pra quem não gosta, vale a adaptação de uma frase uma vez proferida por Winston Churchill: "a democracia é o pior sistema, com exceção de todos os outros". Assim sendo, pode-se dizer que o Galvão é o pior locutor brasileiro, com excessão de todos os demais. Já que é impossível agradar a todos, ele tenta narrar de acordo com o gosto da maioria. A minoria que faça seu modesto protesto em vão, enquanto ele ganha milhões para fazer o que ninguém aqui faz igual.

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Alonso pode deixar McLaren

Considerando a hipótese relativamente remota de a McLaren ser punida no escândalo da espionagem, o espanhol Fernando Alonso poderia deixar a equipe, devido a uma cláusula no contrato que permite a ruptura do acordo em caso de dano à reputação ou a imagem do piloto através de uma ação da escuderia.
Ora, se a McLaren realmente se beneficiou com as cópias dos documentos da rival, o espanhol poderia perder pontos no campeonato e tudo mais, mas será que sua reputação seria tão abalada assim? Afinal, ele não teve participação nenhuma na transgressão articulada por Coughlan. Seria mais fácil invalidar o acordo alegando que seu time assumiu a contratação de um novato capaz de andar melhor que o bicampeão mundial. Isso sim poderia denegrir sua imagem, se é que já não o fez.

Soltando faísca

Ninguém melhor que Juan Pablo Montoya para se meter a besta para cima do Schumacher.
O alemão ali desesperado e os comissários dormindo em serviço.
Antes que pinte qualquer curiosidade, o colombiano terminou a prova vencida por Ralf Schumacher na segunda posição, enquanto Michael foi apenas o quinto.

Não desisto nunca

Agora é oficial! Rubens Barrichello renovou seu contrato com a Honda, fingindo estar empolgado com o potencial da equipe, quando na verdade está mesmo querendo bater o recorde do Patrese, que possui 256 GPs disputados contra 246 do brasileiro.
"Estou feliz por confirmar que permanecerei com a Honda em 2008. Quando cheguei aqui, em 2006, sempre foi minha intenção desenvolver um relacionamento a longo prazo e ajudar a equipe a construir um time forte. Em 2007, estamos tendo dificuldade, mas acredito que estamos andando no sentido certo. Estou confiante de que faremos um bom progresso. O Jenson e eu temos um grande relacionamento, o que ajudará o time no desafio de 2008".
Outro piloto experiente que não pensa em abandonar a categoria é o escocês David Coulthard, que já confirmou sua presença no grid do próximo ano. Jarno Trulli também deve ficar. Quanto ao Ralf Schumacher e ao Giancarlo Fisichella, nada a declarar por enquanto.

quarta-feira, 18 de julho de 2007

Donington, 93

Eu ensinei o blogueiro Schuey2007 com as postagens do youtube, e ele acabou poupando meu trabalho em procurar vídeo para o dia de hoje.
Esta é a primeira volta do GP da Europa de 1993, realizado em Donington Park. Senna larga da quarta posição e realiza uma das mais belas pinturas já vistas na Fórmula 1.
Bom demais relembrar...

De casa

Os posts demoraram hoje por causa da viagem, mas agora já estou falando de casa. Chega de gastar de dinheiro para acessar a internet, senão eu vou à falência!
Chegando perto de mais um fim de semana de corrida, a lista de pilotos que irá disputar o GP deve estar completa.
Por essa razão, a Spyker enfim escolheu o substituto do holandês Christijan Albers. A escuderia foi conservadora em sua decisão, e preferiu apostar em quem já é de casa. Seu nome? Markus Winkelhock, um dos inúmeros pilotos de testes da equipe, o enésimo alemão a alinhar no grid da atual temporada .
"Claro, é um sonho que será realizado", afirmou o piloto. "Não tive muitas oportunidades de pilotar o carro da equipe neste ano, mas estou física e mentalmente preparado. É uma oportunidade única, de apenas uma corrida, e pretendo extrair o máximo desta chance".
O chefe da Spyker, Colin Kolles, explicou o motivo da convocação: "Estou satisfeito em poder recompensar, com esta estréia em Nurburgring, a paciência e a lealdade de Markus com a equipe nos últimos 18 meses. Este é um acordo de uma corrida, porque nós precisamos de mais tempo para decidir quem será o companheiro do Adrian para o restante da temporada".
Portanto, vai ficar assim provisoriamente. Boa sorte ao Markus, que faça uma bela estréia em sua terra natal. Boa sorte também para o Galvão. Que ele acerte o nome do novato sem fazer aquela confusão toda que só ele sabe fazer.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Dupla forte, equipe fraca

Após estragar a carreira de Vitantonio Liuzzi, o chefe da Toro Rosso pretende expandir seus planos malignos para cima de outros pilotos.
Algumas declarações de Gerhard Berger deixaram claro sua admiração pelos Sebastiões que possivelmente assumirão vagas de titulares no próximos ano. Estamos falando de Sébastien Bourdais e Sebastian Vettel, pilotos que impressionaram nas categorias de base e prometem fazer bonito na Fórmula 1.
Sobre o francês, Berger foi sucinto em sua avaliação: "tem meu apoio".
Mas se prolongou um pouco mais ao fazer referência ao alemão.
"Ele é cerebral e tem atitude no trabalho, e isso já é metade de tudo de que você precisa".
Com relação à única corrida disputada pelo Vettel, a chefia preferiu comentar de forma mais conservadora, visto que o piloto terminou atrás de uma Renault, de uma Toyota e de uma Red Bull: "Vamos descobrir o quanto rápido ele é depois de algumas corridas, porque é difícil julgar depois de apenas uma".
Esse Berger não é bobo nem nada. Se for o caso de a dupla montar na vaca brava ano que vem, vamos torcer para que a escuderia apresente uma boa evolução com o chassis da Ferrari. Bordais e Vettel não são quaisquer competidores, ambos têm potencial e merecem brigar por posições do meio do grid para frente. Resta saber se conseguirão assinar com uma equipe que lhes ofereça essa oportunidade.

Golpe de azar

Eis o inesquecível GP da Europa de 2005, quando o Raikkonen abandonou na última volta, com a quebra da suspensão, deixando outra vitória cair no colo do futuro campeão.
Traído pela sorte, é verdade, mas o finlandês também colheu o que plantou depois de vários erros grosseiros ao longo da corrida.
E o Button, hein? Quase foi levado junto...

Gosto não se discute

Rubens Barrichello sobre Nurburgring: "Nurburgring é um circuito competitivo e que, particularmente, gosto muito. Venci aqui em 2002, por isso tenho um certo carinho por este lugar. Com as melhorias feitas no meu carro, acredito que posso conseguir conquistar algum ponto no domingo".
Jenson Button sobre Nurburgring: "Embora seja um autódromo com muito valor histórico para o automobilismo, tenho que ser sincero e dizer que Nurburgring não está entre os meus circuitos favoritos, pois tem uma pista muito complicada".
Minha previsão para a corrida: Button na frente de Rubinho.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Primeira e única

Começou enfim a semana do GP da Europa. Para abrir a série, aqui está a louca corrida de 99, vencida por Johnnie Herbert.
Normalmente não gosto muito dessas musiquinhas de fundo nos vídeos, mas essa até que ficou legal.
Quanto ao resultado, Rubinho terminou em terceiro. O brasileiro jamais conseguiu levar sua Stewart ao lugar mais alto do pódio, assim como na Honda. A diferença é que essa corrida marcou a única vitória da equipe em sua curta passagem pela F1.

Tudo contra Raikkonen

Parece que o fim de semana em Nurburgring tem duas boas razões para o Raikkonen não se sair muito bem, apesar da boa fase vivida pelo finlandês.
A primeira delas diz respeito ao retrospecto. Em 2003 e em 2004, o piloto não conseguiu completar a prova graças a problemas no motor. Em 2005, a suspensão quebrou na última volta, abrindo caminho para mais uma vitória de seu rival naquela temporada. Em 2006 até que ele chegou a terminar a corrida. Kimi largou em 5º e chegou em 4º, atrás de Schumacher, Alonso e Massa, passando apenas Rubens Barrichello, 4 º colocado no grid.
A Globo pegou uma declaração do Raikkonen que me deixou intrigado. Ou o finlandês estava bêbado naquele momento, ou o tradutor tinha tomados uns gorós. No último parágrafo desta página, o ferrarista diz ter realizado dois Hat-Tricks seguidos, isto é, França e Inglaterra. Pera lá... O cara está andando bem, é verdade, mas chegar ao ponto de fazer Hat-Trick sem conseguir pole ou volta mais rápida já é demais, não acham?
Sem mais enrolações, vamos à segunda razão que pode atrapalhar o Raikkonen no próximo fim de semana.
Segundo o jornal Bild, a presença do alemão Michael Schumacher nos boxes da escuderia italiana estaria repercutindo negativamente no desempenho do finlandês.
Exemplificando: Em Magny-Cours, Michael esteve presente no sábado - quando Kimi ficou duas posições atrás de seu companheiro - mas não no domingo, quando venceu a prova. Em Silverstone e em Melbourne, o heptacampeão também não havia dado o ar de sua graça no dia da corrida, quando Raikkonen conquistava suas duas primeiras vitórias na temporada.
Para aqueles que acreditam nessas maluquices, a informação é importante: Schumacher já avisou que estará presente no GP da Europa. Doa a quem doer.

domingo, 15 de julho de 2007

McLaren se complica

O episódio mais recente sobre o tal dossiê pode dificultar a situação da McLaren no campeonato.
O "la Repúbblica" divulgou declarações de Mike Coughlan em depoimentos diante da FIA e da Ferrari.
O inglês admitiu o acesso aos documentos confidenciais, e o pior de tudo: chegou, de fato, a repassar as informações para alguns membros da McLaren. Mike também alegou que foi advertido por todos eles para que destruísse a papelada.
Outra parte curiosa do depoimento diz respeito a Nigel Stepney. O ex-McLaren negou a participação do ex-ferrarista na entrega do dossiê. Segundo Coughlan, o material teria chegado às suas mãos por meio de um serviço de correio.
No dia 26 deste mês, a escuderia britânica deverá depor em sua defesa, afirmando que não foi beneficiada com o caso da espionagem.
Após mais este capítulo, parece que Coughlan realmente é culpado, Stepney talvez seja inocente, mas o fato é que a Corte de Londres ainda não ouviu o primeiro. Quanto à McLaren, ainda não se sabe se a escuderia usou as informações da rival para benefício próprio, embora ela condene a atitude de seu ex-funcionário.
O risco de punição para Woking aumentou ligeiramente com as últimas palavras de Mike. A verdade mesmo é que o campeonato pode ser decidido tanto nas pistas quanto fora delas.