segunda-feira, 31 de março de 2008

Massa: Win or wall?

A grande mudança no regulamento desta temporada é a retirada do controle de tração. Por isso, toda vez que um piloto sofrer uma saída de traseira, seja uma escapada leve ou uma rodada grosseira, a tendência é que todos justifiquem o fenômeno através da inexistência do TC.
Porém, as traseiradas também ocorriam nos anos anteriores, o que prova que muitos outros fatores podem colaborar para um eventual desequilíbrio no carro.
Na Malásia, Felipe Massa perdeu o controle do F2008 e parou na caixa de brita. Foi um dos momentos mais frustrantes de sua carreira na Fórmula 1. Como o carro saiu de traseira, a esmagadora maioria das vozes reagiu por impulso, atribuindo ao piloto o erro devido à sua suposta má adaptação à ausência dos recursos eletrônicos que controlam a potência do motor transferida para as rodas que tracionam.
Mas será mesmo esse o verdadeiro motivo pelo desastre em Sepang?
O famoso TC costuma atuar em marcha lenta, com o propulsor em alta rotação, que são as condições ideais para a ocorrência de patinadas. Na Austrália, logo na primeira curva, Felipe rodou por ter engatado a marcha 1 ao invés de acionar a 2. Se em segunda marcha já existe sério risco de o carro escapar caso o piloto não acerte o pé, bastou colocar a primeira e acelerar como se estivesse em segunda marcha para beijar o muro.
Ali sim o controle de tração fez nítida falta.
Porém, na Malásia, as circuntâncias eram totalmente diferentes. Não se tratava de uma curva de baixa, e sim de uma curva de média a alta velocidade, que logicamente não é contornada em marcha lenta. Provavelmente é feita em quarta marcha; terceira na pior das hipóteses, caso eu esteja enganado.
Repare nos vídeos de voltas mais felizes do Felipe.
Pole do Massa, 2008:
Se um piloto acelerar demais na saída daquela curva, ele até pode parar na grama, mas vai sair reto, pela tangente. Não haverá traseirada.
Além disso, pelo primeiro vídeo é possível notar que a perda de controle sobre o carro foi extremamente brusca. É como se você colocasse seu F-1 de miniatura em cima da mesa e acertasse um tapa na roda traseira direita: A traseira foi lançada para o lado de fora. Não passa a sensação de as rodas terem girado em falso, muito menos diante de uma reaceleração progressiva - e normal - como foi o caso. Essa hipótese não parece convincente para uma escapada súbita.
Tudo leva a crer que a única explicação plausível para o acidente foi apresentada pelo porta-voz da Ferrari, Luca Colajanni: "Quando Massa tocou a zebra na curva 6 com mais força do que o usual, criou no carro fluxos aerodinâmicos que o deixaram desequilibrado, por transferir parte da pressão gerada para a frente. Ao começar a curva seguinte, a número 7, a traseira do carro de Massa escapou de repente por causa desse desequilíbrio aerodinâmico. Consideramos o toque na curva 6 acima do normal um pequeno erro que, em razão da natureza das curvas seguintes, gerou a saída de pista".
Pulemos eufemismos do tipo "pequeno erro", e vamos ao que realmente interessa. Aquela zebra simplesmente não deve ser atacada. Com ou sem TC, o correto é não atacar. E o vídeo de 2007 está aí para provar.
Volta do Massa, 2007:
Destaquemos da declaração do porta-voz o termo "natureza das curvas seguintes". A tal "natureza" refere-se à sequência de pernas para o mesmo lado. Assim como ninguém ousa atacar uma zebra sequer da poderosa curva 8 de Istambul (possui quatro pernas), ninguém tem nada que investir contra aquela zebra de Sepang, pela mesma razão.
Massa atacou, deu uma bela quicada e perdeu todo o equilíbrio.
Daí a pergunta: Por que o brasileiro atacou? Não é o tipo de resposta que se baseia em análises técnicas, mas sim humanas: Atacou por livre e espontânea pressão.
Massa colocou quase meio segundo sobre o companheiro no treino, mas não conseguiu abrir vantagem no primeiro terço da prova e foi superado logo após a rodada inicial de pit stops. Quando rodou, o Raikkonen já estava uns 4s a sua frente.
A conclusão lógica é que o finlandês consegue imprimir um ritmo muito mais forte durante a corrida. Mas Felipe não desistiu e quis ir buscar. Embora fosse competitivo na primeira e terceira parciais, Kimi ganhava de lavada na segunda. Se havia algum trecho onde ele poderia descontar, certamente era ali, justamente onde ocorreu a patacoada.
Forçar o ritmo e tentar uma trajetória mais curta para alcançar o campeão mundial acreditando que iria devolver a ultrapassagem foi um pensamento razoavelmente otimista do brasileiro. Brigar por vitórias é importante, mas a regularidade é a palavra-chave para se manter na disputa do campeonato, sobretudo com este sistema de pontuação atual.
Este momento de tensão deve ser encarado com um período de aprendizado, um instante para repensar a maneira de enxergar a competição. Se não for win, que não seja wall. Pontuar é o mais importante. Claro que uma vitória agora em Sakhir seria o ideal, mas um pódio também não seria ruim, assim como em Sepang também não era.
O que mais lhe falta no mundial são os pontos. Sobram-lhe riscos assumidos seguidos de infelizes execuções. Desde que chegou na Ferrari, em 2006, anda devendo no quesito regularidade. Felipe Massa é um piloto rápido, arrojado, combativo. É um piloto muito bom, por mais que queiram pensar o contrário. E se pensam, é por desproporção nos ingredientes. Às vezes falta cérebro e sobra explosão. Um pouco mais de cautela e constância traria a estabilidade de que precisa.
E precisa pra já, antes que o estilo win or wall seja a ele atribuído. O que corresponderia a uma crítica impiedosa para um piloto de ponta da Fórmula 1 moderna.

domingo, 30 de março de 2008

Escândalo

Poucos dias após a morte de Balestre, o jornal News of The World quis mostrar que Max Mosley, por sua vez, está bem vivinho.
É claro que estamos falando de um órgão sensacionalista de credibilidade duvidosa, mas se o homem no vídeo for mesmo o atual presidente da FIA, sua reeleição em 2009 se tornará absolutamente inviável.
O tablóide inglês publicou uma gravação em que Mosley supostamente participa de uma orgia sadomasoquista acompanhado de cinco prostitutas caracterizadas com fantasias nazistas. Dentro do apartamento localizado na cidade de Londres, simulavam cenas de tortura, gritando palavras em alemão.
É impossível não lembrar de que seus pais participaram dos movimentos nazistas, embora Max sempre tenha feito questão de se colocar contra os ideais de sua família e abafar esse passado condenável.
Caso seja confirmado não se tratar de uma montagem e nem mesmo que um mero sósia seja o personagem do ato sexual, esteja preparado para mais um período conflituoso no automobilismo internacional.
A figura máxima do órgão máximo envolvido numa situação polêmica ao extremo. Uma crise no superlativo vem aí.

Tudo o que sobe...

A McLaren caiu nos boxes. Se Bernie Ecclestone deu uma forcinha, nesta temporada, para tirá-la da última posição oferecendo a quinta garagem; no Bahrein fez o oposto.
A organização do autódromo costuma situar os fãs logo à frente de suas respectivas equipes favoritas, mas foi surpreendida na última hora com a ordem da FOM.
"No Bahrein, fazemos o máximo possível para que os fãs de cada equipe consigam se sentar bem em frente aos boxes ocupados por cada time, para que vejam a movimentação e o trabalho acontecendo. Infelizmente, nesta ocasião, temos de pedir desculpas aos torcedores da McLaren e aceitar esta situação de força maior".
Se a torcida da McLaren não espichar o olho, terá de se consolar com a imagem da atual equipe de David Coulthard, Adrian Newey e cia.
Fato é que a McLaren retorna, no Bahrein, à posição que merece. Última colocada entre os construtores, última garagem do pit lane. Até que o regulamento da F-1 é cumprido de vez em quando...

sábado, 29 de março de 2008

Para dentro

Postando com quase uma semana de atraso, mas é bom registrar a mudança captada pelo F1 Technical.
O Coulthard tanto reclamou que a Red Bull resolveu recuar os espelhinhos.

Na Austrália estava assim, em Sepang ficou assado.

Agora ele já pode enxergar o Massa e os outros enquanto estiver tomando ultrapassagem...

Morre Jean-Marie Balestre, 86

Polêmica era seu nome do meio.
Comandou a FISA (Fédération Internationale du Sport Automobile) de 1979 a 1991 e a FIA entre 1986 e 1993. Engajou-se na luta por segurança nas pistas, lançando inclusive os crash-tests, e banindo os motores turbo da categoria. Mas nada foi tão marcante, sobretudo aos olhos dos brasileiros, quanto o fatídico GP do Japão de 1989.
Balestre é tido como responsável pela largada dos carros ímpares no lado sujo da pista, quando Senna era o pole, e pela desclassificação do Ayrton após a providencial batida do Prost na curva que se tornaria a chicane mais escandalosa da Fórmula 1.
Ele retornou à pista, ultrapassou quem tinha que ultrapassar e conquistou a vitória. Mas por cortar a variante, os comissários decidiram punir Senna, o que lhe custou a chance de disputar o título em Adelaide.
O encontro com a torcida brasileira em Interlagos, no ano seguinte, provocou uma série de xingamentos que eram inofensivos diante do ar autoritário do francês.
Balestre era uma figura rude, combativa, de língua afiada, que adorava esbanjar poder. Faz o tipo inabalável de quem se diverte ao ser odiado.
Já chegou a rivalizar com Bernie Ecclestone, dando muita dor de cabeça ao inglês.
Era forte. Muito forte. Mas aos 86 anos de idade, deixa a vida após entrar para a história. Falem bem, falem mal, vivo ou morto é dele que falarão.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Enésima mudança no qualifying

A FIA anda mexendo os pausinhos para resolver o problema das voltas lentas de retorno aos boxes para que o incidente de Sepang não se repita nas corridas posteriores.
"A questão está sob discussão e nosso esclarecimento aos times e aos pilotos será que os carros que estiverem voltando aos boxes após completar suas atividades terão de fazê-lo no tempo que determinarmos", comentou o porta-voz da entidade.
"Isso deve ser aproximadamente 120% de uma volta normal, para evitar que os pilotos andem muito devagar para economizar combustível".
Pelo visto, tudo deve ser definido até o GP do Bahrein.
Mas não seria muito mais fácil voltar com a reposição de combustível entre a super pole e a corrida que vigorava até o ano passado? A redução de 5 minutos do Q3 não impede que a quantidade de gasolina usada no início da fase decisiva seja recuperada para a corrida. Nem deveriam ter mexido nisso; mas já que mexeram, custa alguma coisa voltar atrás, sr. Mosley?

quinta-feira, 27 de março de 2008

Discussões ferraristas

O projetista responsável pelos desenhos da antiga equipe Jaguar, Gary Anderson, foi o primeiro a levantar a suspeita.
"A maneira como o Raikkonen passou o Massa no primeiro pit-stop me faz suspeitar que a Ferrari já havia planejado aquilo desde o começo. Afinal, Raikkonen é o substituto de Michael Schumacher dentro da equipe. Para mim, a cena chave foi na largada, quando ele não forçou a ultrapassagem sobre Massa".
Gary observou que o finlandês não discutiu posição com o brasileiro na primeira curva, embora já tivesse colocado o carro por dentro: "O Raikkonen é inteligente. Ele não seria tolo de se envolver em qualquer disputa marcada com seu companheiro, pois já sabia que seria favorecido mais tarde".
É uma interpretação dos fatos que faz sentido, mas nem tudo que faz sentido é fato. Após uma única corrida no campeonato, desastrosa por sinal, seria minimamente estranho definir logo de cara o primeiro piloto da equipe. Stefano Domenicali já chegaria botando banca?...
Mesmo cravando a pole position com facilidade, Felipe Massa expôs seu descontentamento com o novo formato da super pole, com 5 minutos a menos de duração e sem reposição de combustível até a corrida. Aos argumentos:
"Creio que a mudança no regulamento dos treinos não fez nada para tornar o Q3 mais interessante. Antes, ao menos, conseguíamos fazer uma volta com o carro mais leve. Agora, já saímos poupando para ter a quantia certa de combustível para a corrida".
Felipe também destacou que as duas primeiras partes da sessão ficaram mais longas, e que antes era mais divertido para os pilotos.
Aos olhos do público as alterações foram aprovadas, mas até mesmo os espectadores haverão de convir que disputar a pole de tanque ainda mais cheio é um ponto negativo da nova regra. Porém, o que mais pesa a favor das novidades do qualifying para esta temporada é a extinta queima de gasolina, que promovia 8 minutos de pura monotonia no Q3.
Massa é mais um dentre os competidores que protestam contra o incidente ocorrido entre Heidfeld, Alonso e as McLaren em Sepang, em virtude da economia de combustível que leva os dez mais rápidos do treino oficial a retornarem lentamente aos boxes, prejudicando alguns concorrentes e oferecendo risco aos pilotos.
"Talvez precisemos mudar a regra por causa desse problema de carros lentos na pista, mas vamos esperar e ver quais sugestões irão aparecer".
Isso aí já é com o Mosley...

Recompensa

Ron Dennis confirmou que dará um estímulo extra a seu pupilo Lewis Hamilton na briga pelo título desta temporada. Se conquistar o campeonato, levará um modesto brinde de US$4 milhões (R$6,96 milhões) na forma de McLaren LM.
"Quando fui à fábrica da McLaren pela primeira vez, ele estava lá e eu fiquei apaixonado".
De acordo com Lewis, faz 10 anos que este carro o deixa de queixo caídos, e não era pra menos: existem apenas cinco raridades como essa em todo o mundo, e apenas um se encontra no museu da McLaren. Por enquanto...
Do outro lado do grid também está rolando uma troca de agrados, de acordo com a revista alemã Auto Motor und Sport.
Consta que a Toro Rosso dividirá a premiação alcançada neste ano com a Force India, caso esta se proponha a abrir mão do processo jurídico contra a Red Bull e sua filial, que é mantido desde 2007 quando a equipe ainda atendia pelo nome de Spyker. Mas há uma condição: o acordo só terá validade se a escuderia de Vijay Mallya encerrar o Mundial 2008 na última posição entre os construtores.
Uma proposta que os obriga a fugir dos princípios básicos da competição e ceder passagem à Super Aguri não pode ser considerada viável pela direção de uma equipe de Fórmula 1. Se for verdade, a manobra - além de suja - é absurda.
Franz Tost, sócio do time B, embora não tenha admitido nada até o presente momento (o que é normal, porque esse tipo de coisa não se admite nunca publicamente), deu mostras do quanto o impasse o incomoda: "Nós trabalhamos de acordo com o regulamento e, no momento, quem está ganhando dinheiro são os advogados. Nós só queremos viabilizar um novo Acordo de Concórdia".
Os dirigentes da Toro Rosso devem estar desesperados com possibilidade de a escuderia ser colocada à venda no ano que vem, conforme foi anunciado há poucas semanas. A Red Bull não poderá manter uma segunda equipe, já que o regulamente de 2010 põe fim, de uma vez por todas, com o comércio de chassis entre as equipes do grid. Brigar por um Pacto de Concórdia mais liberal pode ser a única saída.

quarta-feira, 26 de março de 2008

Bloqueio

A história foi publicada pelo Motorsport Aktuell.
Eddie Jordan é proprietário do terreno localizado ao redor da fábrica da equipe "herdeira" da Jordan, a Force India, e já havia tentado vendê-lo para o time do Mallya, que recusou a proposta.
Enquanto os membros da FI estavam na Malásia, Eddie bloqueou as estradas com barreiras de concreto. A mensagem é óbvia: se pagarem pela posse daquele território, poderão passar à vontade...
"Tive de tomar uma atitude e eles têm de vir e conversar comigo. Paguei pela estrada e coloquei-a no meu território. Não tenho problemas com Mallya, são as pessoas que estão conduzindo o negócio que não querem conversar".
Ou a escuderia adquire o terreno, ou aproveita o belo nome para lançar uma companhia aérea e chegar na fábrica. Eu sugiro "Force India Airlines", embora acredite que eles optem pela primeira opção. A não ser que algum sujeito de muita lábia convença o Jordan a voltar atrás em sua atitude incisivamente apelativa. Uma suposição bastante otimista, porque o ex-chefão deseja se livrar da propriedade a todo custo.

Webber sobre Hamilton

Bastou Mark Webber segurar Hamilton durante dois terços da corrida para sair disparando contra o inglês.
"A carreira profissional do Hamilton cresceu como um foguete, porém não será sempre assim. Ele é jovem e negro, o que é único no esporte, só que ele tem data de validade. Ele deixará de ser uma novidade e verá que alguns dos comentários sobre ele, talvez já neste ano, serão negativos".
"Claro, ele tem talento. Entretanto, está só há uns cinco minutos no esporte. Não há nenhum ponto de relação com Schumacher. Quando ele ganhar um mundial, terá que vencer mais seis antes que possam compará-lo ao Schumacher. Ele teve um primeiro ano fantástico. No entanto, as grandes estrelas se medem por sua longevidade", discursou o australiano falastrão.

terça-feira, 25 de março de 2008

Palavra de chefão

Depois da boa corrida na Malásia, Heikki Kovalainen arrancou elogios do patrão Ron Dennis, que aproveitou para soltar uma leve alfinetada sobre a escuderia de seu desafeto Flavio Briatore.
"No último ano, Heikki perdeu a motivação e foi muito mal orientado em relação à sua condição física. Dê-lhe três corridas para você ver se ele não estará dificultando a vida de Hamilton. E Lewis sabe disso e eles estão felizes e ainda brincam sobre essa possibilidade. Só espero manter essa harmonia quando as disputas acontecerem".
"Mas devo dizer que o crédito pela contratação de Heikki é de Martin Whitmarsh, porque é ele quem analisa o potencial dos candidatos. Procuramos saber tudo sobre o piloto. E Kovalainen foi o melhor em todos esses critérios. Ele era nossa melhor opção. Quando conversamos com ele, sabíamos que tinha talento e que só era preciso resgatá-lo".
Em poucas palavras, Dennis ratificou a manutenção da eterna filosofia de igualdade entre a forte dupla de pilotos na equipe; levantou a bola do seu provável substituto no cargo de diretor esportivo; e respondeu aos boatos de um jornal alemão segundo o qual a McLaren só havia assinado com o finlandês porque Rosberg e Vettel não foram liberados por suas respectivas equipes.
Ron é competente até mesmo para escolher o momento certo de colocar as palavras certas. O faz como poucos...

Diga, Niki

Como sempre, Niki Lauda fez questão de registrar seus comentários a respeito de alguns pilotos depois da corrida. E o Massa estava entre eles, claro.
Diante de toda a situação, até que o tricampeão pegou leve com Felipe. Ele acredita que um erro do brasileiro possa ter provocado um problema no carro, causando a escapada. Mas caso esteja enganado, por precaução, preferiu disparar:
"Se ele cometeu dois erros em duas corridas seguidas, ele é um desmiolado".
Por outro lado, Lauda elogiou Heikki Kovalainen, que conquistou seu primeiro pódio pela McLaren, o segundo da carreira.
"Ele não tem muita experiência na equipe, mas ainda sim foi mais rápido que Lewis Hamilton durante todo o fim de semana. Heikki está fazendo um ótimo trabalho na escuderia. Sem dúvida, ele foi a escolha certa para a McLaren".
Receber um elogio de quem adora criticar não é para qualquer um... O próximo passo do Kovalainen, agora, certamente é a vitória.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Vai que é tua

A série do Galvão, excepcionalmente, não será exibida desta vez. A desculpa é tão original quanto "a empregada jogou fora" ou "o cachorro comeu". Pior que foi mais ou menos assim mesmo. Alguém achou uma folha cheia de garrancho, frente e verso, e achou que não tinha muita serventia. Aí já viu, né...
Justo agora na Malásia em que ele tinha dado uma bela caprichada. Daqui pra frente prometo que escondo melhor o folclórico documento.
Hoje foi o dia da caça. O que não diminui o equívoco cometido pelo narrador, elegando que "Felipe Massa abandonou quando escapou num S de alta" (?!?).
Dessa eu lembro bem. Alguma eu tinha que postar. O que não vale é passar totalmente em branco...

Favorita

A Ferrari foi uma das duas únicas equipes que testaram no Bahrein durante a pré-temporada. A outra foi a Toyota. Há quem acredite numa ligeira vantagem da escuderia italiana no deserto de Sakhir por conta disso.
Sem falar, é claro, no retrospecto. A equipe de Maranello venceu duas das quatro edições do GP barenita, enquanto a McLaren se encontra zerada por lá.
Junte-se a isso a declaração pouco otimista de Ron Dennis, sobre o potencial dos carros: "Nós realmente não sabemos qual é o nosso ritmo neste momento e só descobriremos o quanto o MP4-23 é competitivo depois do GP da Espanha. Como disse antes, Austrália, Malásia e Bahrein têm circuitos muito diferentes e não refletem o verdadeiro rendimento do carro".
Alguma dúvida sobre um certo favoritismo da Ferrari em Sakhir?

Enquete F-1

Durante as últimas duas semanas o Blog F-1 perguntou: Alonso vencerá alguma prova nesta temporada?
As 85 apostas foram muito divergentes, e a enquete fechou com um empate.
Sim, mais de uma - 36,47%
Não, passará em branco - 36,47%
Sim, apenas uma - 27,06%
O rodízio continua. Uma nova votação estará em aberto até o GP do Bahrein. É só clicar!

domingo, 23 de março de 2008

Nova regra para qualifying

O incidente envolvendo Heidfeld, Alonso e os pilotos da McLaren no treino classificatório para o GP da Malásia tiveram alta repercussão entre pilotos e dirigentes, que prontamente solicitaram à Federação uma alteração no regulamento já para etapa do Bahrein, a ser realizada daqui a duas semanas.
Neste ano, a reposição de combustível entre treino e corrida foi banido, o que força os top ten do sábado a desacelerarem rigorosamente na volta de retorno aos boxes para economizar gasolina. O resultado todo mundo viu: pilotos a quase 300km/h desviando de outros que caminham a 50km/h.
O pedido feito à FIA consiste na estipulação de um tempo máximo para os carros que estejam na pista durante a sessão.
Se será oficializado ou não, só depende de Max Mosley, que já se viu obrigado a modificar o regulamento da super pole por diversas vezes, graças à sua eterna recusa de liberar os competidores para andarem de tanque vazio na fase decisiva do treino.

Vitória do campeão

Sob o forte calor de Sepang, os pilotos largaram para disputar a segunda etapa da temporada 2008 de Fórmula 1.
Kimi Raikkonen já veio cheio de ação sobre Felipe Massa na primeira curva, mas o brasileiro não cedeu e conseguiu se manter na ponta. Trulli e Heidfeld se tocaram levemente, pior para o alemão, que caiu para décimo. Ainda na curva 1, Hamilton passou Alonso sem grandes problemas.
Sebastien Bourdais escapou após um toque com Fisichella e abandonou ainda na volta inicial. Nico Rosberg tocou em Timo Glock. Este rodou e aquele perdeu a asa dianteira, precisando se dirigir aos boxes para reparos, o que tirou todas as chances de uma boa prova da equipe Williams.
Um dos momentos mais empolgantes da corrida foi o pega envolvendo Coulthard, Alonso e Heidfeld. O escocês estava na frente, quando o espanhol saiu da penúltima curva do traçado atacando sua Red Bull, com o alemão logo atrás. Nick fez bom proveito do vácuo tomando a linha de dentro e completando a ultrapassagem na curva final; Fernando ficou pelo lado de fora, tentou o X, andou lado a lado com David ao longo da reta principal, mas só concluiu a manobra na curva 2, onde finalmente colocou por dentro para passar.
Enquanto isso, Massa e Raikkonen trocavam voltas rápidas na ponta, seguidos de muito longe por Robert Kubica. Felipe confirmou o excelente tempo na classificação parando apenas uma volta antes do companheiro. Kimi andou forte quando teve pista livre pela frente, mas parece ter alterado a estratégia colocando menos combustível para voltar à frente do brasileiro com a intenção de abrir segundos suficientes para retornar em primeiro no segundo pit stop.
A idéia estava rendendo frutos, o finlandês já havia aberto quase 4 segundos quando a tragédia aconteceu. Felipe perdeu o carro, estranhamente, na saída da curva 8 e atolou na brita. A traseira se lançou de supetão e não foi possível segurar, nem mesmo retornar. Até que se prove o contrário, a culpa será atribuída ao próprio piloto, que receberá uma pressão extra até a etapa do Bahrein. Haja psicológico nas próximas semanas...
Não foi o dia de Lewis Hamilton. O inglês ficou dois terços da corrida atrás de Mark Webber, suportanto a pressão de Heidfeld, dentro de uma McLaren instável que perdia a frente em toda curva. A primeira parada de Lewis foi extremamente desastrosa, o mecânico levou de 15 a 20 segundos para acertar a roda dianteira direira. Somente foi possível passar o australiano na segunda parada, quando o mesmo mecânico se atrapalhou novamente, embora tenha gasto menos tempo, o suficiente para ganhar a posição de Webber.
Com este último jogo de pneus, Hamilton chegou a imprimir um ritmo mais forte, com um carro mais estável, partindo para cima do italiano "osso duro de roer" Jarno Trulli. O piloto da Toyota fazia uma grande prova, mas precisou acelerar no finzinho, baixando sua própria volta mais rápida para impedir a chegada de Lewis. Foi bem sucedido e fechou a corrida num excelente quarto lugar.
Kubica chegou em segundo, Kovalainen também andou muito bem e completou o pódio. Nick Heidfeld cravou a fastest lap na penúltima passagem, terminado logo à frente de Webber. Fernando Alonso penou para conquistar o suado pontinho na Malásia.
Rubens Barrichello precisou pagar um drive-through por excesso de velocidade no pitlane. Com direito a desculpinha para não perder o costume: "O que aconteceu é que as marcas do pit lane que indicam onde o limite de velocidade termina não estavam claras o suficiente".
Jenson Button escapou e deu um passeio pela grama na volta final, porém possuía uma larga vantagem para Nelsinho, terminando à frente do brasileiro, portanto. Piquet demonstra progresso lento e contínuo, vamos esperar um pouco mais dele em Sakhir.
O motor Ferrari deixou Sebastian Vettel na mão. Já David Coulthard reclamou do esfarelamento do primeiro jogo de pneus e herdou o lugar dos bobos.
Depois do acidente de Felipe Massa, a corrida ficou sob total controle de Kimi Raikkonen, que administrou uma vitória tranquila, com quase 20 segundos de sobra para o segundo colocado.
Na tabela, Hamilton ainda é o líder, com 14 pontos. Raikkonen e Heidfeld somam 11, Kovalainen tem 10, Kubica 8... e Massa zero.
Em 2007, Felipe saiu sem muita moral da Malásia, mas venceu as duas em seguida, exatamente Bahrein e Espanha. Vai precisar repetir a dose neste ano porque a imprensa italiana promete jogar duro. Levam duas semanas para começar a tentar se redimir.

sábado, 22 de março de 2008

Prova do crime

Não viu? Acha que a FIA está beneficiando a Ferrari por livre e espontânea vontade? Não entendeu porque Alonso só reclamou de Kovalainen enquanto Heidfeld chiou por causa dos dois? Aí está.
Heidfeld pega o tráfego da McLaren e precisa abrir mão do traçado original. Hamilton desvia logo após a passagem do alemão, mas Kovalainen permanece enquanto Alonso vem atrás.
É óbvio que não agiram de má fé, porém atrapalharam os dois pilotos que faziam sua segunda volta voadora.
Punidos foram. Não seriam se fosse o último GP do ano, mas agora que possuem larga vantagem sobre a Ferrari na tabela, vale a pena cumprir o regulamento. Largam de 8º e 9º amanhã.

Massa voa e McLaren cai

Choveu no filme do Jackie Chan mas não choveu no treino da Fórmula 1.
Sendo assim, Felipe Massa desbancou os rivais e cravou a pole position com uma sobra de quase meio segundo para o Raikkonen, colocando 1 segundo nas McLarens. Massa precisava mostrar sua velocidade para responder às críticas dos italianos - que só faltaram lançar a campanha "Vettel já" nos últimos dias -, e parece estar leve para a prova de domingo.
Hamilton e Kovalainen já davam indícios de que viriam pesado pelos altos tempos marcados durante o último treino livre. Pelo resultado do qualifying, pareceu ainda mais claro. No entanto, o incidente com Heidfeld e Alonso lhes custaram a segunda fila.
A imagem publicada pelo Grande Prêmio ressalta o instante em que ambos tomam o traçado original e atrapalham a volta final dos adversários. Kovalainen recebeu punição por bloquear tanto o alemão quanto o espanhol. Alonso, porém, não reclamou de Lewis, punido apenas pelo bloqueio ao Heidfeld. Ambos caíram cinco posições.
Melhor para Jarno Trulli. Como de costume, o italiano pisou fundo no treino oficial e acabou herdando a terceira vaga do grid, logo à frente de Robert Kubica, que abre 2 a 0 sobre o companheiro em largadas.
O leão de classificações Mark Webber fecha a terceira fila. Fernando Alonso foi o último beneficiado com a queda das McLarens. Timo Glock conseguiu levar a segunda Toyota à super pole, superando a rival Honda que ficou na segunda fase.
Button é o 11º. Barrichello, 14º, lamentou o problema de câmbio enfrentado na sessão da manhã. Entre eles, Coulthard e Piquet. Nelsinho pode não ter seguido no Q3, mas desde os ensaios livres já provou estar mais perto do companheiro e bem mais rápido neste fim de semana do que no anterior.
A primeira Toro Rosso surge na 15ª posição. Se chover, é bom ficar de olho no Vettel...
A decepção do dia foi a Williams. O próprio Rosberg se surpreendeu com o mau desempenho e acredita que seus pneus não estejam trabalhando de maneira adequada no liso asfalto de Sepang. Já Kazuki Nakajima errou a volta e nem se deu ao trabalho de passar do Q1. O japonês larga em último, punido com dez posições por atropelar Kubica nas voltas finais em Melbourne.
Giancarlo Fisichella alinha no 17º posto. Sebastien Bourdais saiu da pista na última chance que teve para tentar uma vaga na fase 2.
Takuma Sato chegou a superar Adrian Sutil, que só colocou tempo em Anthony Davidson, o penúltimo.
Como é sabido, a Red Bull correu risco de ficar de fora da qualifying, hipótese que não se concretizou. Christian Horner explicou que os esclarecimentos prestados aos comissários sobre o acidente de sexta foram suficientes para assegurar a presença da equipe na etapa da Malásia.
"A FIA ficou satisfeita pelo modo como nós lidamos com o assunto e com as informações que providenciamos. Os comissários são responsáveis pela segurança da categoria e têm todo direito de pedir explicações, mas eu ficaria surpreso se formos chamados novamente depois da classificação, porque está tudo certo. Estes carros não são projetados para agüentar um forte impacto após passarem por ondulações. Então, não estamos preocupados com nossa suspensão. Está tudo normal no RB4".
Às 4h deste domingo terá início o GP da Malásia. A possibilidade de chuva existe, porém nada impede que as nuvens fiquem rodeando o autódromo novamente. A McLaren vem com tanque mais cheio que a Ferrari, mas largar de 8º e 9º dificulta o confronto, restringindo a briga pela vitória entre Massa e Raikkonen, caso a prova seja realizada em pista seca. Ron Dennis está lá para conferir.
A corrida promete muitas disputas de posição. Veremos se os meterologistas estarão mais afiados desta vez.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Senna, 48

Se vivo, Ayrton completaria hoje 48 anos.
Falou em Senna, lembrou de Prost. Há poucos dias, o francês concedeu uma entrevista ao Motor Sport com o objetivo de falar do tricampeão.
No momento mais quente da discussão, o jornalista pergunta a Alain o que havia aprendido com rival. Ao que ele responde:
"Pode parecer um pouco pretensioso de minha parte, mas para ser honesto... nada. Aprendi muito com Niki Lauda, eu era muito mais jovem que ele. Ayrton estava na mesma posição comigo. E acho que ele aprendeu muito comigo. Sua maior habilidade era otimizar o carro para uma volta rápida. Especialmente o uso dos pneus de classificação, o que para mim era algo que importava pouco. Na Ferrari, quase sempre eu me classificava usando pneus de corrida".
"Mas no que diz respeito ao que ele fazia em corrida, não aprendi nada com ele. Para Ayrton, o qualifying era tudo que importava. Ele olhava o que eu fazia e depositava todo seu esforço na classificação. Era seu ponto forte. Se ele tinha um, era esse. Vou ser franco: muitas vezes, o que ele conseguia nos treinos me surpreendia. Me espantava, às vezes. Em corrida, Ayrton nunca me impressionou. Mas em classificação, sim".
Ora, não se impressionou? Então por que entrou na fila do brasileiro em Donington?
Esse foi um dos muitos momentos épicos da carreira do Ayrton. Há 15 anos, eternizou uma volta que resume bem sua admirável personalidade dentro das pistas.

Sexta em Sepang

O primeiro treino foi dominado pela Ferrari, sendo Massa o único a baixar da casa de 1:36, virando 1:35.392. Kimi Raikkonen estacionou no meio da sessão com pane seca, devido a um erro da equipe com a telemetria. O finlandês cravou o segundo tempo, mais de 1s acima do companheiro.
Kovalainen veio logo atrás, seguido da Williams de Nico Rosberg e da McLaren de Lewis Hamilton.
Dois pilotos enfrentaram problemas de motor: Sutil ficou no caminho com a falha do propulsor Ferrari, além de Mark Webber, traído pela explosão do Renault.
Falando em Renault, apenas 12 milésimos separaram Alonso de Nelsinho Piquet. Ambos, porém, não conseguiram melhorar volta na parte da tarde.
A grande cena do ensaio foi o acidente de David Coulthard, que sentiu algo errado no carro quando virou à esquerda, passou reto na curva, quebrou a suspensão e saiu despedaçando seu RB4. A frente do bólido ficou completamente destruída.
O artigo 2.3 do regulamento técnico garante que os "comissários responsáveis pelo evento podem excluir o veículo cuja construção é considerada perigosa". O risco de exclusão não abalou a direção da equipe, que já está ciente da causa do acidente: "O problema foi no amortecedor dianteiro direito, que quebrou. Era um componente novo, comprado na Austrália", afirmou Christian Horner. "Um F-1 não foi feito para voar pelos ares. Nós não construímos os carros pensando em ficar dois metros longe do chão. Qualquer equipe no grid que passasse pela mesma situação veria o mesmo resultado", acrescentou. "Fizemos 10.000km de testes com componentes idênticos. Sabemos qual é o problema e estamos absolutamente certos de que o carro é seguro", encerrou.
À tarde, Coulthard se viu obrigado a relaxar nos boxes, sem poder participar da sessão em virtude da quebra.
Lewis virou a melhor marca do dia, superando Massa em pouco mais de 1 décimo. Raikkonen aparece em terceiro, seguido por um bom quarto lugar de Jenson Button, logo à frente de outra surpresa: Sebastian Vettel. Trulli superou a McLaren de Heikki Kovalainen.
Como sempre, a BMW anda pesado escondendo o verdadeiro potencial para o fim de semana. Já Alonso andou 3 milésimos mais rápido que Piquet, completando quase a metade do número de voltas do brasileiro.
Sebastian Bourdais não teve uma sexta muito convincente. O câmbio o abandonou no início do treino. Além do mais, foram computadas duas infrações no ensaio anterior, em que o francês excedeu o limite de velocidade nos boxes em duas ocasiões, registrando 64,5 km/h e 65,9 km/h, tomando multa de € 1 mil somada aos € 3 mil do segundo deslize. Outro que vacilou foi Anthony Davidson, passando a 61,9 km/h, retaliado com € 400. O limite no treino é de apenas 60 km/h.
O "older and faster" Rubens Barrichello ficou no meio do bolo tanto pela manhã quanto à tarde. Mas para confirmar a boa forma, o importante é fazer bonito a partir das 3h da manhã deste sábado, horário de Brasília, quando terá início o treino classificatório do GP da Malásia, segunda etapa do Mundial 2008.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Imprensa bizarra

Os boatos de que Vettel poderia substituir Massa na Ferrari deixaram a mídia espanhola enlouquecida. É claro que o brasileiro negou tudo, o alemão também, o Berger idem... o que é absolutamente normal depois de rumores desse tipo, mas suas negações não provam nada.
Muito menos depois de Michael Schumacher comentar que "Coulthard deveria ter sido mais esperto naquela manobra, mas a culpa do acidente foi de Massa". Soou estranho o fato de o heptacampeão não ter tomado o partido do Felipe no incidente com o escocês, dando ainda mais pano pra manga do Vettel.
Voltando aos espanhóis, entra o trágico jornal As na história. Quando eles publicam mentiras a gente até engole - estamos acostumados - mas, desta vez, a "notícia" foi colocada e justificada de uma forma extremamente repugnante.
Segundo eles, Alonso é quem irá substituir o Massa na Ferrari em 2009. O bicampeão só não está guiando pela equipe hoje em virtude da dívida que o Montezemolo tem com o Felipe pela conquista do título, afinal ele abriu mão da vitória no Brasil para Raikkonen se consagrar campeão. O As conta que o presidente teria forçado a demissão de Jean Todt ("que passa a ocupar um alto cargo simbólico e mantém-se na defesa da marca diante do Conselho Mundial") com a intenção de trazer Fernando para Maranello.
Não acabou, publicaram mais esta: "O francês até estava disposto a aceitar o asturiano, mas exigia a presença de Massa na equipe". Desde quando Kimi Raikkonen foi descartável na concepção de Todt?!
Só foi aparecer um boato de que a possível vaga de Alonso na Ferrari se dissolveu para os espanhóis retrucarem. É incrível como eles não perdem tempo. É Deus no céu, Alonso na Terra. E o bom jornalismo que vá para o quinto dos infernos...

Já era hora

Algumas escuderias possuem um sistema que impede o acionamento do limitador no volante a partir de determinada marcha ou de determinada velocidade. Porém, um time do porte da McLaren, com a engenharia do nível da McLaren, com o orçamento da Mclaren, não possui esse simples sisteminha, mas que finalmente está prestes a ser implantado.
"Poderíamos ter feito um trabalho melhor para evitar que isto acontecesse. Certamente já estamos olhando para este problema, tanto do ponto de vista eletrônico quanto do ergonômico. Não devia ser algo que um piloto pudesse esbarrar acidentalmente quando está mexendo suas mãos", deduziu Paddy Lowe, diretor de engenharia da equipe.
Agora sim, agora vai...

quarta-feira, 19 de março de 2008

Rádio OnBoard: Melbourne-08

Sob o comando de Gustavo Coelho, está no ar a terceira edição da Rádio OnBoard.
O programa marca a estréia do Jogo Rápido, uma brincadeira de perguntas e respostas entre os participantes testando as preferências de cada um. Como no exemplo usando, a pergunta era "Senna ou Schumacher?" e cada membro do podcast precisava escolher sempre uma das opções, sem ficar em cima do muro.
Também não poderia deixar de destacar minha semi-galvanada, generalizando os circuitos orientais chamando-os de asiáticos, mas prontamente corrigindo e devolvendo a Austrália ao seu lugar de direito, que é a Oceania. Fora os conflitos geográficos, até que não falei tanta bobagem assim...
O GP da Austrália foi tema para Gustavo Coelho, Ron Groo, além de mim. A Aline Rodrigues infelizmente não pôde comparecer, mas esteve presente através de seu quadro Stop and Go, comentando uma das grandes novidades da temporada: o GP noturno.
Em pauta, o domínio do Hamilton, a boa prova do Bourdais, os incidentes do mecânico e do semáforo com Barrichello após um excelente desempenho, a frustrante estréia de Nelsinho Piquet, o botão de Kovalainen, a trapalhada do Massa depois da largada e o verdadeiro culpado na batida com o Coulthard, e muitas outras passagens do GP, sem esquecer, obviamente, da sensação a respeito do novo regulamento sem ajudas eletrônicas.
Parte I (aprox. 35min)
Parte II (aprox. 15min)
Encerramos esta terceira edição com o palpitão para Sepang. Lembrando que o Groo cravou a primeira indicando Hamilton em Melbourne.
Para entrar em contato, você sabe, radioonboard@gmail.com. Nós voltamos semana que vem com o desenrolar do Grande Prêmio da Malásia. Até!

White button

O volante da McLaren já foi alvo de polêmica no GP do Brasil, onde acreditava-se que Lewis Hamilton havia apertado o neutro. Desta vez, ficou evidente que Heikki Kovalainen acionou, de fato, o limitador de velocidade e acabou entregando a posição a Alonso logo após ultrapassá-lo.
O vídeo divulgado por Pezzolo e Capelli mostra certos movimentos do piloto, quando tira a viseira ou soca o volante, cada um que assiste interpreta de um forma; a imagem não deixou tão claro.

terça-feira, 18 de março de 2008

Vettel, Massa, Ferrari, Toro Rosso...

Um dia Michael Schumacher apontou para Sebastian Vettel e disse: "Você é o escolhido". Desde quando o heptacampeão se mostrou impressionado com alemãozinho era esperado um boato que o colocasse na Ferrari. Pois bem, aqui está.
A Ferrari já havia tentado negociar com a BMW, que por fim acabou liberando Sebastian para guiar pela Toro Rosso. De acordo com a Autosprint, a escuderia italiana retomou a tentativa após a Corrida dos Campeões no ano passado, vencida pela própria dupla Michael-Vettel. Consta que a equipe rasgará o contrato de Felipe Massa. Para o caso de os rumores serem verdadeiros, as chances de Alonso guiar para Maranello - que já não eram grande coisa - se reduzem a zero, praticamente.
Algumas questões ainda merecem destaque.
Jean Todt não é mais o diretor-executivo da fábrica, e passará a ocupar o cargo de gerenciamento da parte esportiva. Com o francês balançando de lá pra cá, de cá pra lá, pode ser que a situação de Massa dentro da equipe se enfraqueça. Também é bom lembrar que o filho, Nicolas Todt, empresário do brasileiro, pode estar de olho na compra da Toro Rosso.
Hoje, Dietrich Mateschitz anunciou que o time B deve ser vendido em virtude do Pacto de Concórdia, que torna a parceria inviável a partir de 2010.
"Não é um grande segredo que colocamos a Toro Rosso no mercado. Em 2010, haverá uma mudança de regra, e não existirá mais sinergia em relação ao projeto e à construção de carros entre a Red Bull e a Toro Rosso. Desta forma, vejo a necessidade de continuarmos com apenas uma equipe".
"Não venderemos a Toro Rosso durante a temporada 2008, mas será antes de 2010. Só venderemos a equipe se ela for colocada em mãos seguras".
Após esta demagogia é melhor encerrar logo este post confuso e cheio de interrogações. Boato verdadeiro, será?

Cinco vezes Mosley

Faz algum tempo que o atual presidente da FIA anunciou que decidirá em outubro deste ano se disputa ou não o quinto mandato.
A expectativa era de que Max resolvesse, finalmente, abandonar o cargo que ocupa desde 1991, mas parece que a maré virou.
Perguntado sobre o futuro, ele respondeu: "Ainda não sei. Quando as pessoas pedem para que você fique, é preciso manter isso em mente".
Mas a pior das declarações veio quando comentou a respeito de uma velha idéia, a qual acreditávamos que já havia sido abandonada por sua cabeça lunática: sorteio para definir em qual carro cada piloto disputará cada prova.
"Meu sonho é uma Fórmula 1 na qual os pilotos mudam de equipe corrida a corrida. Só assim saberemos quem é o melhor".
Oremos: Pai nosso que estais nos céus...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Vai que é tua, Galvão!

O maior narrador do Brasil está de volta! Tinha gente que não sabia se estava com mais saudade dele ou da Fórmula 1...
Ainda antes de iniciar o treino, ele comentava as posições dos pilotos na sessão livre da manhã, dizendo que Massa ficou em 11º, Nelsinho em 15º e Rubinho em 16º. E acrescentou: "O Jenson Button, companheiro dele, foi 11º". Como sabemos, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço do grid. Galvão deveria estar agourando para cima do inglês, que fez um bom 7º lugar. No terceiro treino, claro.
Depois de iniciada a sessão oficial, ele começa a pegar ritmo: "Aí você vê o Fisichella; e que final de carreira na India Force...". India quem? Não está de trás pra frente? "Force India, India Force, como quiserem chamar. Força, India!". Ah, é facultativo... Essa é a boa e velha disfarçadinha.
O locutor invocou com o número errado, não fala 5 nem sob tortura: "O cockpit tá 2cm mais alto pra proteção de cabeça dos pilotos", e repetiu o 2 em outras oportunidades na transmissão. Já que insiste, fazer o quê, está dada a informação. Errada, mas está.
O Massa ia cruzando a linha de chegada para fechar a volta: "Ele vai fazer o primeiro tempo abaixo de 1:26, vira aí 1:26.691!". Na verdade foi 1:25.691, pelo menos acertou a parte do "abaixo".
Após o Q2, com o Barrichello desclassificado e lamentando diante da câmera: "E o Rubinho já deu o sinal, faltou muito pouco, apenas 9 décimos!". Faltou uma vida, então... De fato, apenas 11 milésimos separam o brasileiro da super pole. Faltou pouco, Galvão, faltou pouco...
Num determinado momento da transmissão, do nada, ele vem com essa: "Agora, olhando o cobertor no carro do Kubtça lá, me deu um palpite de ele fazer a pole position...". Não faço idéia dos poderes astrais de um cobertor de pneus, mas quase que ele acerta, hein...
Chegando ao finzinho do treino: "A briga está entre Felipe Massa e Hamilton. Pra variar!!!", berrou. O Massa ficou com dor de ouvidos e terminou em quarto.
Durante o replay do Kubica colocando as quatros rodas na grama: "Ele perdeu a pole nesse erro... Meu palpite estava certo! Meu palpite estava certo!", afirmou, gabando-se da leitura de cobertor que ele fez.
No domingo, uma corrida caótica estava por vir. A primeira galvanada veio com o pit stop de Felipe Massa, após quebrar o aerofólio batendo na barreira de pneus da primeira curva.
"Você tá vendo a asa dianteira esquerda, como houve o toque...". É sinal que a dianteira direita resistiu... Menos uma asa para trocar.
No replay do acidente entre Massa e Heikki, com ambos lado a lado, eis as hipóteses levantada pelo narrador: "Ou o Kovalainen tocou na traseira dele, ou...". Quê?! Como?! Quem?! Han?... Como diz o próprio filósofo: A física não permite.
Durante a câmera on board do Massa, aparece um pneu com listra branca e outro gasto. Isso basta para... "Pneus duros do Felipe Massa!". No coments.
Em uma daquelas inúmeras relargadas, o narrador global sente falta dos brasileiros Massa e Nelsinho cruzando a linha para abrir nova volta: "Aparece o carro branco e verde limão do Rubinho, mas atrás não vem o carro vermelho e mais atrás não vem o carro amarelo... Alguma coisa tá errada". Primeira vez que vejo alguém dizendo que a cor do carro da Renault é amarelo. Discutível, caro Galvão...
Instantes após Heikki tirar o Hat Trick de Lewis Hamilton, Reginaldo repete a informação do locutor, dizendo que "Kovalainen faz a melhor volta da corrida", e o narrador, secamente, adverte: "Foi o que eu acabei de dizer". Uuuuuh...
Sobre o Rubinho: "Se continuar na prova pode conquistar o pódio. Pra quem não marcou nem um ponto na última corrida...". Na ultima corrida?! Sério mesmo?! "Onde eu disse corrida, entenda campeonato". Ah, bom, já estava ficando mais esperto no finzinho.
O gráfico indicava Raikkonen a 8.8s do compatriota: "Ele tá 6.8s atrás do Kovalainen". Mas essa até dá pra deixar passar, né? O seis é um oito meio cortado, ele bateu olho e não viu direito... Ah, tá bom, não vamos deixar passar nada, não.
Até porque essa foi a última galvanada do fim de semana. Como em toda corrida maluca, a quantidade de pérolas fica um pouco abaixo da média. Mas foi apenas a primeira, daqui a pouco tem mais, com a corrida de Sepang vindo logo em seguida. Lembrando que neste ano ele pode vir ainda mais inspirado, agora que está de bem com a vida, todo chique morando em Mônaco e tudo o mais...

First year

É com muito prazer que comemoro hoje o primeiro aniversário do Blog F-1.
Tudo começou um pouco antes do do 17 de março, quando resolvi deixar de ser comentarista de blogs para me tornar um blogueiro proprietário de página, dando a cara a tapa, como costuma acontecer nos blogs automobilísticos, afinal estão para inventar um esporte mais polêmico e complexo que este.
De que adianta o piloto ser bom se o engenheiro não é grande coisa? Não basta o carro ser tecnicamente vencedor se o homem do pirulito é tecnicamente desastrado. O estrategista pode ser um gênio, mas uma chuva inesperada ou um safety car na hora errada destrói o perfeito plano de um fim de semana.
A diversidade de fatores numa equipe é tão impressionante quanto as divergências de opiniões entre os espectadores aficcionados. Quem é melhor e quem é pior? Quem é o maior responsável por cada vitória, por cada derrota? É o piloto, é o diretor, é o vento, é o dinheiro, é o pneu, é a sorte, é a lambança, é a batida, é o motor, é a estratégia, é a água, é o calor, é a mídia, é o torcedor...
No fundo, ninguém sabe de nada, mas todos temos o direito e a vontade de opinar sobre tudo o que vier. E é para isso que estamos aqui: Palpitar é preciso, correr não é preciso.
Agradeço a todos vocês que participaram deste primeiro ano do blog. Forte abraço a todos, espero que continuemos sempre dividindo idéias e curtindo as disputas de pista e nosso inseparável ronco do motor.
Para ilustrar este post, escolhi essa bela imagem com a inscrição first gear. Quando olhei pela primeira vez, podia jurar que havia lido first year. Creio que algo na foto me deixou ligeiramente distraído...
Mas ela é válida mesmo assim. Engata a segunda e pisa fundo! E vamo que vamo...

domingo, 16 de março de 2008

Dirigentes explicam

Se você estiver passeando pelo paddock de Sepang à procura de Ron Dennis para dizer o quanto lamenta o seu divórcio após 22 anos vivendo ao lado de Lisa, simplesmente não o encontrará.
"Não estarei na Malásia. Estou lhes contando logo agora. Estarei na Inglaterra para fazer algo que não gostaria de estar lá para fazer, mas é a vida. Não tem nada a ver com a F-1. Então, se vocês não me virem em Sepang, não tirem conclusões precipitadas: estarei em todas as demais corridas".
Portanto, estaremos diante de um duelo que pode se tornar frequente daqui a algum tempo, num futuro não tão distante: Martin Whitmarsh versus Stefano Domenicali, comandando, respectivamente, McLaren e Ferrari.
Falando em gente grande, o mestre Brawn comentou o incidente do pit stop de Barrichello enquanto o safety car estava na pista.
"Logo após chamarmos Rubens para o pit-stop, Timo Glock teve o acidente que provocou a entrada do safety-car. Não tivemos alternativa a não ser chamá-lo para reabastecer, mesmo sabendo que ele teria de cumprir uma penalização por isso".
Não é a primeira vez que esse tipo de coisa acontece. A regra estreou em 2007 e é claramente falha, pois algumas vezes o piloto tem de escolher entre respeitar o regulamento ou evitar a pane seca. Naturalmente, opta-se pelo reabastecimento, ao menos assim tem a chance de se manter na prova, embora punido com o stop and go. O motivo da desclassificação, neste caso, foi o sinal vermelho. Aí não tem jeito, é bandeira preta e ponto final.

Lewis domina corrida maluca

Nada como uma prova extremamente conturbada para iniciar uma temporada. Lewis Hamilton liderou de ponta a ponta, mas atrás do inglês teve de tudo e mais um pouco.
Na primeira curva já houve motivo de sobra para o safety car entrar na pista. Jenson Button, Sebastian Vettel, Giancarlo Fisichella se estranharam logo por ali e tiveram de abandonar. Anthony Davidson e Mark Webber idem. Nelsinho Piquet também se envolveu na confusão e, embora tenha se mantido na pista, inclusive ganhando várias posições com o incidente, logo viu seu desempenho cair, sendo ultrapassado por diversos adversários. Com o decorrer da corrida, ainda chegou a frequentar a zona de pontuação, mas se retirou mais tarde com problemas mecânicos.
A comparação com o pai é inevitável: Nelson estreou largando em 21º na Alemanha e abandonando na 31ª volta, enquanto o filho também saiu da mesma posição e deixou o GP após a 30ª passagem...
A Ferrari passou por um dia desastroso. Dos seis carros que utilizam o motor da montadora, três se retiraram com falhas no propulsor. Mas vamos por partes.
Felipe Massa foi outro que se complicou na curva 1, quando perdeu a traseira do carro na disputa com o Kovalainen. Depois de quebrar o aerofólio dianteiro, o brasileiro se dirigiu aos boxes e retornou nas últimas posições. Foi progredindo no grid, até colocar por dentro na primeira curva e se estranhar - como de costume - com David Coulthard, que praticamente ignorou a presença do ferrarista, tomando o traçado padrão e passando sobre sua roda dianteira. O escocês abandonou e Massa ainda teve sorte com a suspensão, mas o motivo de seu abandono foi mesmo um problema de motor.
Enquanto isso, Trulli e a Nakajima iam entrando nos boxes. O japonês ainda retornaria mais tarde para pontuar, mas a boa prova do italiano foi inevitavelmente interrompida.
Kimi Raikkonen deu show. Largou em 15º, chegou a ser segundo, caiu novamente, pisou na grama e rodou, voltou para a pista, abandonou com falhas no propulsor, se manteve na zona de classificação por algum tempo, se retirou da zona com a volta de Kazuki à pista, fechou a prova em 9º mas faturou um pontinho com a desclassificação de Rubens Barrichello.
O brasileiro da Honda, por sinal, segurou o campeão durante a primeira perna da prova, até o Kimi finalmente resolver forçar para completar a ultrapassagem. Rubinho guiou como há muito não se via, no entanto o seu segundo pit stop pôs tudo a perder. Ninguém sabe, ninguém viu, é discutível se ele já havia entrado ou não nos boxes quando o safety car adentrou à pista, de certo mesmo é que deixou o pit lane com o sinal vermelho. Sem contar o deslize do homem que levantou o pirulito com a magueira de combústivel ainda presa ao carro. O frentista deve ter se machucado levemente. Barrichello recebeu um stop and go e ainda marcaria 3 pontos, porém foi desclassifado depois da corrida.
O alemão Timo Glock protagonizou o maior acidente da corrida, escapando, quicando, girando, batendo, abandonando e chamando Bernd Maylander para liderar mais algumas voltas com seu belo Mercedes SL 63.
As BMWs faziam uma excelente prova até Robert Kubica tomar uma nakajimada do Kazuki por trás na última relargada e ser obrigado a se retirar. Consirado culpado, o novato será punido com a perda de dez posições no grid de largada da Malásia. Nick Heidfeld, por sua vez, soube manter um desempenho bastante regular, fechando a prova em segundo. Nico Rosberg também demonstrou uma bela performance, o que lhe rendeu o primeiro pódio da carreira. Fazia tempo, hein, Williams...
Sebastien Bourdais foi o grande estreante desta corrida. O francês vinha se segurando à frente de Alonso e Kovalainen no final e tinha chances de ser quarto, porém o motor Ferrari o deixou na mão. Mesmo assim, marcar dois pontos logo de cara deve ser encarado como um grande resultado.
A McLaren só não fez dobradinha porque a estratégia de Heikki Kovalainen saiu prejudicada com a última entrada do carro de segurança. Na penúltima curva da penúltima volta, o finlandês ainda ultrapassou Alonso, levando Ron Dennis ao delírio, porém perdeu a posição logo em seguida, na reta, por ter apertado o limitador de velocidade enquanto retirava a viseira.
Já o bicampeão troxe o carro na ponta dos dedos, balançando de todo lado, andando no limite, se sustentando o suficiente para garantir o 4º lugar na abertura da temporada.
A próxima parada do circo é em Sepang, quando provavelmente poderemos começar a entender melhor a divisão de forças para o campeonato. A Ferrari deve mostrar a que veio; Williams e BMW precisam se confirmar de vez; a Renault nem se fala; a Toro Rosso e a Honda parecem ter alavancado mas ainda é cedo para dizer; a Red Bull precisa finalizar, pois não chega ao final de corrida que os outros terminam, que dirá esta; a Toyota tem de provar suas melhorias; a Force India vai evoluindo aos poucos, com folga para a problemática Super Aguri; e a McLaren já sai na frente com larga vantagem para a rival na tabela.
A F-1 volta com tudo, são duas semanas seguidas de GP. Em sete dias tem mais.