A Ferrari jamais venceu um GP múltiplo de 100. Quem sabe o 900º?
A corrida número 800 da F-1 teve inicío com Felipe Massa largando da pole e liderando as primeiras voltas. Até que Nelsinho Piquet rodou, provocando a entrada do safety car (e complicando ainda mais sua permenência na equipe).
Mas a batida do brasileiro foi muito proveitosa para o companheiro Fernando Alonso. Neste caso, a Renault agradece. Rosberg e Kubica reabasteceram com boxes fechados e tomaram stop and go. O alemão até que se aproveitou bem da confusão, já que liderou voltas após a relargada e conseguiu abrir bastante vantagem enquanto o comunicado do penalty demorava a sair.
No momento em que os boxes se abriram, a Ferrari voltou a fazer lambança jogando pela janela uma vitória quase certa. A luz verde liberou Felipe mas a mangueira de combustível ainda estava acoplada. Como resultado, saiu arrastando bomba, mecânico e o que tinha direito. Para completar a aula de pit stop, Massa dividiu a passagem dos boxes com Adrian Sutil e teve de pagar drive through.
Raikkonen assistiu de camarote à performance da equipe de Maranello, sabendo que ele completaria a parada dupla. Terminado o bem sucedido pit stop do finlandês, os mecânicos correram para o final dos boxes, onde Felipe esperava pacientemente a retirada da mangueira, que ficara emperrada a ponto de vários mecânicos gastarem um tempo enorme para retirar.
Forza, Ferrari!
Massa voltou em último, num circuito onde não há muito pontos para se ultrapassar. Kubica também havia caído para a rabeira do grid e pouco pôde fazer até a bandeirada.
Alonso assumiu a ponta para faturar a vitória que parecia impossível, sobretudo largando da 15ª colocação.
Coulthard estava bem posicionado na prova, até parar nos boxes. A Red Bull o liberou cedo, já que a bomba de reabastecimento não tinha sido removida. O pirulito foi baixado novamente e David freou. Perdeu um segundo ali, mas cruzaria a linha de chegada em sétimo.
Curioso notar que a Ferrari utilizou o pirulito tradicional no último pit stop de Raikkonen. Ao que tudo indica, sinaleira nunca mais...
O osso duro de roer Jarno Trulli dificultou a vida de diversos pilotos durante a prova, e abandonou por um problema incomum: desgaste da peça que fica entre o banco e o volante. O italiano não suportou as exigências físicas na longa etapa de Cingapura, e, quando chegou aos boxes, levou um banho para aliviar a exaustão.
A carruagem de Barrichello não quis esperar até a meia-noite, simplesmente parou num trecho de reta, forçando o brasileiro a abandonar. Rubens aproveitou a proximidade com os torcedores para arremeçar a balaclava ao público. O bicho caiu na baía...
Hamilton soube se comportar na parte final e não arriscou o terceiro posto para buscar o segundo lugar de Nico Rosberg, nem mesmo durante a segunda entrada do safety car, provocada por Kimi Raikkonen, devido a uma ataque exagerado sobre a zebra da curva 10. Muro. Quatro GPs sem pontuar.
Excelente fim de semana de Timo Glock, quarto colocado. O grande Vettel chegou em quinto. Heidfeld foi sexto, seguido por Coulthard e Nakajima. A corrida foi excepcional para a Williams, que subiu ao pódio pela segunda vez no ano, com o alemão Nico, filho do Keke, que estava presente no circuito.
Fernando Alonso fez as pazes com a vitória, mas parece ter se esquecido de como se joga a garrafa de champagne para o mecânico.
O espanhol entra para a história como o primeiro vencedor de um GP noturno na categoria.
O campeonato sofre mudanças. Agora Lewis possui 7 pontos de vantagem sobre Massa. Kubica permanece com 4 de sobra para Kimi, que tem 1 a mais que Heidfeld.
São 30 pontos em jogo, portanto a temporada ainda não terminou, porém Hamilton já dispara como favorito. Caso Massa vença as três últimas provas, o inglês confirma o título por um ponto chegando em segundo em todas elas. Esse recado vale para o Raikkonen.
Amanhã será mais um dia de reunião tensa em Maranello. Eles poderiam ter deixado Cingapura na liderança do mundial, mas se a Ferrari está mesmo determinada a perder o campeonato, deve estar preparada também para presenciar o presidente cuspindo fogo. Segunda é dia...