quinta-feira, 30 de abril de 2009

FIA lança regras para 2010

O grid vai crescer. No que depender do regulamento, a Fórmula 1 poderá contar com 26 carros na temporada 2010.
A Federação abrirá inscrições entre os dias 22 e 29 de maio para que as novas escuderias sejam confirmadas oficialmente em 12 de junho.
O plano atrativo da FOM consiste em disponibilizar US$ 10 milhões por temporada a cada time que estrear em 2010. Ela também oferecerá responsabilidade sobre o transporte gratuito de até 10 toneladas de equipamento mais os dois chassis para as provas fora da Europa, dentre outras regalias. A única exigência é que a equipe construa seu próprio carro e mostre deter todos os recursos técnicos e financeiros para manter um nível competitivo na categoria.
Desde já, mensionam-se como candidatas às vagas, além da já conhecida USGPE, nomes como Prodrive, Lola, iSport.
Com relação aos gastos durante a temporada, são oferecidas duas possibilidades.
Na opção A, o time lida com um teto orçamentário de £40 milhões e adquire uma série de benefícios, que incluem uso de asas dianteira e traseira ajustáveis, motor sem limite de giros, testes ilimitados ao longo do ano, uso livre do túnel de vento. O valor limite citado não abrange gastos com motores, assim como fatores não relacionados ao rendimento do carro, como ações de marketing, salários dos pilotos, pagamento das multas que a FIA gosta de cobrar em punições...
Se alguém pretende seguir a opção B, poderá estipular seu orçamento no mais alto valor que conseguir gastar, mas considere que os benefícios atribuídos aos concorrentes que escolherem o plano A lhe serão proibidos - como testes durante o ano - ou limitados - como o uso do túnel de vento.
Ou seja, a ideia esquisita da vez é formular dois regulamentos num só, e deixar cada equipe escolher o leque de regras pelo qual tiver mais simpatia. A FIA não para de nos surpreender...
No campo esportivo, estão confirmados o fim do reabastecimento durante as corridas e o adeus das mantas térmicas.
A primeira mudança reduzirá a influência das estratégias sobre o combustível; as jogadas apenas recairão sobre a combinação dos compostos macios e duros da Bridgestone. Pelo visto, as regras da classificação deverão ser alteradas em função da gasolina. No que tange aos cobertores, a vida dos pilotos ficará mais difícil durante as voltas iniciais dos jogos de pneus.
Mais vaga para pilotos, menos grana, mais carros no grid, muito combustível no tanque, carros nervosos na saída dos boxes... Essa é a Fórmula 1 2010 que a FIA quer ver.

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Sakhir

Está no ar a edição número 38 da Rádio OnBoard!
Ao lado de Fábio Campos e Ron Groo, estive presente no debate das principais discussões relativas ao GP do Bahrein de F-1. Nos giros sobre as provas das demais categorias do automobilismo deste último final de semana, comentamos a corrida da Indy, da MotoGP e da Nascar.
Eis a descrição da sequência do programa:
-Vitória do Button
-Uma geral sobre a etapa de Sakhir
-O rendimento da Toyota
-A reação da McLaren (do Hamilton)
-Ferrari sai do zero, Massa não
-Nova discussão sobre KERS
-A primeira etapa da Indy em oval no ano
-A redenção de Lorenzo na MotoGP
-O final eletrizante da corrida da Nascar em Talladega
-A corrida do Nelsinho
-Aumento das críticas ao Barrichello
-Desmaio de Fernando Alonso
A Rádio OnBoard retorna na próxima semana com a edição que antecede o GP da Espanha, pincelando a decisão do Conselho Mundial, falando com mais calma sobre o Rubens, dentre muitos outros tópicos. Até lá.

Punição em stand by

As mentirinhas da McLaren provocaram uma punição de mentira. Curioso...
A FIA comunicou que "a pena é a suspensão da equipe por três corridas do Campeonato Mundial de Fórmula 1. Porém, tal sentença só será aplicada se outros fatos relativos ao caso surgirem, ou se, nos próximos 12 meses, acontecer uma nova violação por parte da equipe do artigo 151c do Código Desportivo Internacional ".
A Federação deixou escapar que a demissão de Dave Ryan e a saída de Ron Dennis colaboraram para o final feliz do caso, considerando positivamente "o modo aberto e honesto com o qual Martin Whitmarsh, chefe da McLaren, se dirigiu ao Conselho, e a mudança de cultura que ele deixou claro que está sendo feita em sua organização".
A manobra de Whitmarsh foi inteligente. Poupou Hamilton de mais uma situação desagradável nos tribunais, emitiu uma carta ao Mosley se desculpando, obteve o direito de comparecer e responder sozinho as perguntas na audiência e saiu no lucro ao reconhecer os erros da equipe.
A FIA segurou a punição em tom de ameaça, aliviou o peso do martelo, resolveu dar crédito à nova direção da escuderia e permitiu a sequência da participação do time nas corridas do calendário.
A verdadeira penalidade ocorreu com a desclassificação em Melbourne, que deveria ser o bastante, mas a entidade preferiu levar o caso adiante e abalar o grupo McLaren.
Essa foi a primeira vitória de Whitmarsh no comando. Pena que tenha sido fora das pistas, mas o veredito do Conselho se encarregou de comprometer Woking por 12 meses, assegurando que os golpes de esperteza não voltarão a se repetir tão cedo.
A FIA gostou, a McLaren respirou, e assim a F-1 fecha o movimentado mês de abril, marcado por dois julgamentos que pouco modificaram as disputas normais de pista. Que seja só corrida daqui pra frente.

terça-feira, 28 de abril de 2009

O ponto fraco de Nelsinho

O tricampeão Nelson Piquet não passou a marcar presença nos GPs por acaso. O pai de Nelsinho pressiona Briatore e tenta influenciar o comportamento do time para explorar o potencial de seu filho.
Nelsão dá detalhes dos seus pitacos: "Se os engenheiros gritarem no rádio que ele está mal por ter perdido uma boa volta no treino de classificação atrás do tráfego, como ele vai ter confiança no que faz? Eu disse ao Flavio que ele só vai tirar o máximo do Nelson se lhe der cobertura".
Também observou que a postura da equipe nas sessões livres precisa mudar: "Na maioria das vezes, ele guia durante os treinos com o tanque cheio. O time sabe que ele vem tendo problemas quando anda com menos gasolina, então deveriam dar mais tempo de trabalho a ele com uma configuração de classificação".
Parece haver um consenso incontestável: o ponto fraco de Nelsinho é a classificação. No GP da Alemanha de 2008, por um golpe de sorte, o piloto pulou para a ponta da corrida e demonstrou um excelente desempenho, que serve como dica sobre seu perfil de piloto: ele deve saber muito bem andar na frente; o problema é que sempre larga atrás.
No GP do Bahrein, fez sua primeira performance respeitável na atual temporada. A corrida do Piquet foi muito boa. Podemos considerá-la excepcional se compararmos com o Nelsinho das provas anteriores, mas, no geral, classificamos como muito boa para o carro que possui.
Desta vez, Briatore não soltou suas criativas ironias. Segundo o piloto, as palavras do chefe foram bastante positivas: "Ele me disse: 'Tá vendo, você consegue. Só precisa acertar sua classificação. Se acertar, você será um dos pilotos mais rápidos da corrida. Pensa e vê o que a gente pode fazer por você, pois você é um dos mais rápidos'".
Uma frase assim vinda de um sujeito chamado Flavio Briatore ganha uma proporção imensurável. Porque se tem alguém na Fórmula 1 que definitivamente sabe escolher piloto, aí está.
É de impressionar a paciência que o nem sempre paciente diretor da Renault tem com o Piquet Jr. Talvez ele tenha enxergado no novato algo que ninguém foi capaz de visualizar, alguma virtude que supera a inconsistência, o excesso de rodadas e as péssimas classificações, mas que ainda não aflorou.
Flavio nunca fez tantas cobranças sobre o brasileiro diante da imprensa. Kovalainen sofreu mais pelos disparates do italiano do que Nelsinho, embora tenha mostrado a que veio em menos tempo. Alguns dirão que é medo da resposta do Nelson pai, que tem a língua ainda mais afiada que a dele. Faz sentido, mas isso não é sério...
Como cada piloto é tão bom quanto sua última corrida, vale a pena aliviar as críticas e esperar as etapas seguintes para avaliar uma possível evolução em termos de consistência e, quem sabe, em rendimento no qualifying. É difícil esperar bons resultados, já que a Renault é uma das equipes que menos promete pacote revolucionário a curto prazo. Mas se o garoto tiver herdado os genes certos, ele ainda vai emplacar, como espera o Briatore. Do contrário, os Piquet terão de apostar no promissor menino Pedro para limpar o nome da família.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Vai que é tua, Galvão!

O homem começou a transmissão no sábado cheio de orgulho: "Na próxima corrida, a Ferrari deve usar o difusor, parece que já terá o difusor, é aquele informação que eu dei na última corrida!". Não, não, não, o senhor disse Mônaco...
Quanto à pressão sobre o Piquet dentro da Renault: "O Nelsinho tá com a faca nos dentes. Mas é o seguinte: eu nunca vi contrato se encerrar no meio da temporada. Deve ser opção de sequência, não deve ser rompimento...". Ah, que maravilha, temos aqui um belo eufemismo para a demissão do garoto...
Após o Q1, a TV recupera as imagens do incidente envolvendo Sutil e Webber. Ao invés do narrador prestar atenção na manobra... "Rapaz, não assusta o telespectador... Naquela hora mostrava o Rubens Barrichello fora ali...". É verdade, com certeza o telespectador estava procurando o nome do Rubinho na tabela estreita, ao invés de se concentrar no lance do replay...
Kimi Raikonen entra nos boxes: "Felipe Massa tá recolhendo pros boxes pra fazer a segunda volta". Vamos dar um desconto, a câmera estava longe...
No dia do treino classificatório, Galvão puxou mais o saco do Barrichello do que nunca. Mas enfim o dia terminou.
No domingo, o toque na curva 1 foi o pontapé inicial: "O Raikkonen (!), foi o Raikkonen, companheiro do Felipe, que tocou na asa dianteira". Eis que a Globo abre mão das imagens da FOM para colocar o replay do replay do toque das Ferraris. Quando acaba a recuperação de imagem, o locutor desanda a reclamar: "A TV não mostrou o pit stop do Felipe, essa a TV ficou devendo!". Voltaria a fazer a mesma pirraça na segunda parada do ferrarista.
A Mariana Becker informa: "A Ferrari fez trabalho completo: trocou a asa, trocou pneus e colocou combustível". Eis a brilhante conclusão do narrador global: "Então o Massa tá de pneu duro. Usou o macio no trecho curto e vai de duro num trecho maior". Algum tempo depois... "Deixa eu dizer uma coisa aqui, o Felipe tá de pneus macios. Passaram a Mariana pra trás lá na Ferrari...". E onde foi que ela disse que a Ferrari colocou pneus duros?!
Câmera on board no brasileiro. "Aí vai o Felipe Massa atrás do Webber!". O diretor de imagens, só pra sacanear o Galvão, corta para mostrar o Vettel escapando da pista. O narrador reage: "Com o Webber indo lá fora assim fica melhor...".
O locutor não se tocou que Rubens havia escolhido uma estratégia de três paradas para o GP e não fez cerimônia para descer o sarrafo no chefe Brawn: "O Ross Brawn é tão gênio que ninguém entende o raciocínio da genialidade dele". Me diverti muito com as ironias...
Também foi interessante ver o Galvão quase mandando o pessoal da Brawn tirar satisfação nos boxes da Renault para o Nelsinho entregar a posição, uma vez que o Barrichello não conseguia tirá-lo da frente usando uma das mãos.
Numa briga que não valia ponto algum, Galvão Bueno anuncia que Massa duelava com Fisichella. Instante depois, quando Felipe ultrapassa, ele diz que era o Sutil. Logo depois, Reginaldo Leme informa que era mesmo o Fisichella. Dá meio certo pra ele!
Adivinha o que a ilustre voz começou a gritar depois que o Button já tinha cruzado a linha e aberto a última volta? "Jenson Button vem pra abrir a volta final, Jenson Button vem pra abrir a volta final!". Àquela altura, seria mais produtivo se dissesse que viria para fechar.
Por sinal, foi assim que Galvão fechou as atividades no GP do Bahrein. Como o próprio anunciou na transmissão, serão apenas duas semanas de intervalo até as galvanadas de Barcelona.

Barrichello tem problemas

O site de Rubens Barrichello sofreu um lamentável ataque de hackers após o GP do Bahrein, estampando a foto abaixo na homepage oficial. Não é muito positivo gastar tempo com esse assunto, o importante é que a página já foi reestabelecida.
O fundo de verdade que motivou o infeliz episódio foi o mau início de temporada de Rubens, que novamente começar a contrair uma série de críticas. Desta vez, não apenas por andar atrás do companheiro de equipe mas também pelo excesso de reclamações e desculpas.
O piloto já se justificava desde os primeiros treinos livres, quando resolveu explicar o fato de ter andado atrás do Button: "Jenson é o rei da sexta-feira", afirmou no início do fim de semana. Também tirou o primeiro dia para culpar os freios pelo tempo alto nas duas sessões.
No sábado, disse que teve queimaduras de primeiro grau nas costelas porque a equipe esqueceu uma parte da caixa preta aberta. No domingo, queimou-se ao tocar o pulso no lado interno do cockpit.
Durante a prova, reclamava do comportamente defensivo do Nelsinho. Depois da corrida, justificou o mau tempo do treino classificatório do dia anterior alegando que a aba móvel da asa dianteira havia caído, isentando, portanto, os pneus da culpa.
É desculpa que não acaba mais...
Jarno Trulli, por exemplo, enfrentou falhas no freio durante o qualifying mas nem por isso deixou de acelerar para cravar a pole. A bomba d'água de Fernando Alonso se danificou no domingo, provocando séria desidratação sob o forte calor barenita, que culminou num desmaio do espanhol após o GP. Enquanto isso, Rubinho reclamava por ter tocado o pulso no carro quente.
A situação é clara: tivemos corridas no seco, corridas na chuva, corridas em autódromo, em circuito de rua, mas Jenson Button simplesmente anda na frente de Rubens. Entra GP, sai GP, e Ross Brawn só faz disparar elogios ao piloto inglês.
Para Barrichello, é tudo uma questão astral: "Parece que a sorte está ao lado de Jenson. Espero que chegue a minha vez".
Sim, Button, ele pensa que é a sorte.

domingo, 26 de abril de 2009

De Whitmarsh para Mosley

O GP da Bahrein ficou para trás, mas o mês de abril da equipe McLaren ainda está rolando com certa apreensão graças ao desafio com o qual se depara: dia 29 tem julgamento.
O escândalo da mentira poderá custar caro à Woking. Uma das possíveis sanções seria o afastamento de um determinado GP, mas o chefe Martin Whitmarsh está engajado em evitar de qualquer forma uma punição dura ao time, por isso escreveu uma carta ao presidente da FIA, na qual estaria se desculpando diretamente.
Ao invés de tentar se defender das cinco acusações no Conselho, o que só tende a complicar sua situação - já que todos sabem quem eles mentiram de fato-, a McLaren deve tentar reduzir o peso do martelo ou, no melhor das hipóteses, escapar pela tangente. Para isso, será mais produtivo se reconhecer o erro e se desculpar.
A primeira parte do plano já foi realizada, com a carta de Martin. A conclusão do episódio, porém, só será definida na quarta-feira, com direito a depoimento de Lewis Hamilton, que curiosamente frequenta os tribunais da FIA ao menos uma vez por ano.
Edit: Muito embora a informação inicial dizia que a presença de Lewis no Conselho Mundial era imprenscindível, uma declaração de Martin Whitmarsh relatada no site Marca indica que o chefão da McLaren comparecerá à audiência sozinho. A ver. Mas seria este o primeiro efeito da carta, ou não passa de mera coincidência? Vai saber...

Button vence no deserto

O pódio no Bahrein foi a mais fiel representação da expressão de forças neste princípio de campeonato, posicionando na ordem correta as melhores equipes do momento através de seus melhores pilotos: Button, da Brawn; Vettel, da Red Bull; Trulli, da Toyota.
Quando tudo começou, Jarno largava da pole mas via seu companheiro Glock assumir a ponta ainda na reta. Massa ficou encaixotado na curva entre Raikkonen e Barrichello, sendo obrigado a parar em função do toque com o companheiro que danificou a asa dianteira. Ali se condenava a corrida do vencedor das últimas duas edições do GP do Bahrein.
Kubica e Nakajima se encontraram no começo da prova e também precisaram se dirigir aos pits.
As Toyotas disparavam na frente. Mesmo estando um pouco mais pesado, Trulli não perdeu contato com o Glock, se manteve próximo ao companheiro para dar o bote na parada de boxe. O alemão foi aos pits uma volta antes do italiano, mas não rendeu o suficiente para sustentar a posição. Jarno voltou à frente de Timo, que por sua vez perderia posições uma a uma até o final do corrida.
Button realizou a ultrapassagem chave sobre Lewis Hamilton, que lhe permitiu disparar rumo à vitória. Vettel completou a segunda perna da prova atrás do Trulli, mas contou com a boa estratégia programada para superar o piloto da Toyota após o segundo rebastecimento e assumir o segundo posto. A essa altura, Jenson já era líder absoluto.
Hamilton provou que a McLaren já obteve melhorias consideráveis, ficando sempre colado no pelotão de Vettel e Trulli. Rubens Barrichello se aproximava daquele grupo instantes antes de entrar pela segunda vez nos boxes. Com três paradas, o brasileiro terminou atrás desse mesmo grupo. Se por um lado permanece na vice liderança do Mundial, por outro se vê a 12 pontos do Button.
No momento em que Rubinho precisava voar baixo, foi surpreendido com um Piquet osso duro à sua frente, que vendeu caro a posição. O piloto da Brawn cansou de gesticular mas a ultrapassagem só foi possível quando atirou o carro na curva 1 para completar a manobra sobre o Nelsinho. Enfim, o filho do tricampeão mostrou sinal de vida. Não pontou, mas fez uma prova correta, sem erros, chegou duas posições atrás do Alonso, tendo Nico Rosberg entre eles, no lugar dos bobos.
A Ferrari desencantou com Kimi Raikkonen. O finlandês se encarregou de cravar os trabalhosos primeiros pontos do time no campeonato. Largou bem, chegou a liderar a prova devido à estratégia longa, que praticamente dividiu a corrida em três pernas iguais, e fechou em sexto.
Timo Glock pressionou mas não alcançou a F60, tendo de se conformar com o sétimo posto.
Massa teve mais um dia para esquecer. Cruzou a linha atrás de Webber, Kovalainen e Bourdais, após brigar duramente contra Giancarlo Fisichella. Sutil fechou o GP atrás do parceiro de Force India, seguido por Buemi e pelos carros da BMW. Não bastasse o Kubica sofrer a bordo do F1.09, o polonês ainda teve de passar por uma trapalhada do Nakajima, que provocou sua rodada nas voltas finais. Heidfeld foi o último. Problemas com pressão do óleo provocaram a única desistência, antecipando a retirada de Kazuki da competição.
Com 75% de aproveitamento em vitórias, Jenson Button dispara a vantagem na ponta da tabela de pilotos. Rubens Barrichello digere um amargo 31 a 19. Vettel encosta com 18. Trulli, mais atrás, soma 14,5.
Entre os construtores, a Brawn castiga com 50 pontos contra 27,5 da Red Bull e 26,5 da Toyota. A Ferrari segue na penúltima colocação.
A próxima etapa promete. Novos pacotes aerodinâmicos podem surgir na Espanha, pondo fogo na temporada e ameaçando ainda mais a superioridade da Brawn, que perde um pouco de terreno a cada prova.
Duas semaninhas, e a Fórmula 1 mergulha no calendário europeu. A Red Bull pretende ampliar suas garras, a McLaren evoluiu muito e dará sequência à reação, o pessoal de Maranello precisa engatar a partir de Barcelona, a BMW espera poder provar que não é a decepção do ano, a Williams tem de fazer mais do que dominar treino livre.
Segue a classificação da boa corrida em Sakhir:
1. Jenson Button (Brawn GP) 1h31:48.182
2. Sebastian Vettel (Red Bull) + 7.187
3. Jarno Trulli (Toyota) + 9.170
4. Lewis Hamilton (McLaren) + 22.096
5. Rubens Barrichello (Brawn GP) + 37.779
6. Kimi Raikkonen (Ferrari) + 42.057
7. Timo Glock (Toyota) + 42.880
8. Fernando Alonso (Renault) + 52.775
9. Nico Rosberg (Williams) + 58.198
10. Nelsinho Piquet (Renault) + 1:05.149
11. Mark Webber (Red Bull) + 1:07.641
12. Heikki Kovalainen (McLaren) + 1:17.824
13. Sebastien Bourdais (Toro Rosso) + 1:18.805
14. Felipe Massa (Ferrari) + 1 volta
15. Giancarlo Fisichella (Force Índia) + 1 volta
16. Adrian Sutil (Force India) + 1 volta
17. Sebastien Buemi (Toro Rosso) + 1 volta
18. Robert Kubica (BMW-Sauber) + 1 volta
19. Nick Heidfeld (BMW-Sauber) + 1 volta
Abandonou
Kazuki Nakajima (Williams) volta 49

sábado, 25 de abril de 2009

Trulli lidera 1-2 no Bahrein

Jarno Trulli não deu chances a ninguém no momento de completar o seu melhor fundamento: cravar volta rápida no qualifying. O italiano colocou quase três décimos no companheiro e mais de meio segundo sobre os demais.
É a terceira dobradinha diferente nos treinos deste ano. Brawn e Red Bull já havia feito as suas, e agora foi a vez da Toyota mostrar força. Não restam dúvidas de que são as melhores equipes das fase inicial da temporada, está aí a classificação entre os construtores para provar.
Sebastian Vettel abre a segunda fila, tendo Button ao seu lado. Lewis Hamilton aparece como o quinto melhor, à frente de Rubens Barrichello.
Alonso posiciona o R29 na sétima posição, largando ao lado de Felipe Massa, que fez as pazes com a super pole no dia de seu aniversário. A Williams começa a decepcionar. Rosberg foi o nono e Nakajima novamente ficou de fora dos dez.
Os finlandeses Raikkonen e Kovalainen sairão de 10º e 11º, respectivamente. Kazuki vem logo atrás, seguido pelas BMW de Kubica e Heidfeld, que definitivamente anda menos do que se esperava.
Nelsinho Piquet fez o mínimo que deveria fazer: enfim passou para o Q2, mas arriscou demais, errou e teve de se desculpar com a equipe por não passar de 15º.
O grupo da primeira fase é liderado Buemi, seguido por Fisichella. Adrian Sutil, que arruinou o fim de semana de Mark Webber ao atrapalhar o australiano nos instantes decisivos do Q1, perdeu três posições no grid, portanto larga em penúltimo lugar, atrás do piloto da RBR. O pior da sessão chama-se Sebastien Bourdais, que segue lidando com a pressão imposta pelo xará.
Se pintar triunfo vermelho em Sakhir, não será da Ferrari, mas sim da Toyota, que parte em busca da primeira vitória na Fórmula 1. Seria também a primeira do Glock, ou a segunda do Trulli. Ou, quem sabe, a terceira do Vettel. Ou a quarta do Button.
A previsão meteorológica não empolga, indicando chances de tempestade de areia no circuito. Para quem acha que já viu de tudo na F-1, eis uma infeliz possibilidade para descobrir que estava enganado.
Mas o ideal é que o deserto não engula a obra do Tilke e permita uma boa corrida neste domingo, sobretudo para a Ferrari, que precisa desesperadamente pontuar. Piquet tem que mostrar serviço, Bourdais tenta superar Buemi, a BMW quer dar sinal de vida, o Barrichello espera não ter de inventar desculpas por andar atrás do Button, a Force India deseja fazer bonito na estreia do difusor, e por aí vai.
Se os ventos colaborarem, os pilotos largam assim:
1. Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1min33s431 ( 20 voltas )
2. Timo Glock (ALE/Toyota), 1min33s712 ( 20 )
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min34s015 ( 18 )
4. Jenson Button (ING/Brawn), 1min34s044 ( 20 )
5. Lewis Hamilton (ING/McLaren), 1min34s196 ( 18 )
6. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min34s239 ( 20 )
7. Fernando Alonso (ESP/Renault), 1min34s578 ( 20 )
8. Felipe Massa (BRA/Ferrari), 1min34s818 ( 19 )
9. Nico Rosberg (ALE/Williams), 1min35s134 ( 21 )
10. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min35s380 ( 19 )
11. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 1min33s242 ( 14 )
12. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 1min33s348 ( 13 )
13. Robert Kubica (POL/BMW), 1min33s487 ( 13 )
14. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min33s562 ( 13 )
15. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), 1min33s941 ( 18 )
16. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min33s753 ( 9 )
17. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), 1min33s910 ( 9 )
18. Mark Webber (AUS/Red Bull), 1min34s038 ( 8 )
19. Adrian Sutil (ALE/Force India), 1min33s722 ( 10 ) [punição]
20. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 1min34s159 ( 9 )
Peso dos carros em ordem crescente:
Glock - 643 kg
Trulli - 648,5
Barrichello - 649
Alonso - 650,5
Fisichella - 652
Button - 652,5
Hamilton - 652,5
Webber - 656
Vettel - 659
Massa - 664,5
Bourdais - 667,5
Rosberg - 670,5
Raikkonen - 671,5
Piquet - 677,6
Kovalainen - 678,5
Buemi - 678,5
Sutil - 679
Nakajima - 680,9
Heidfeld - 696,3
Kubica - 698,6

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Preocupante

O fim de semana começou de maneira negativa para aqueles que vêem o GP do Bahrein como momento de reação.
Nelsinho Piquet não só decepcionou como se decepcionou. As alterações no carro provocaram uma melhoria mínima, apesar de ter depositado bastante esperança num ganho considerável em função do novo difusor.
"Achei que seria um dia mais fácil, mas o difusor não pareceu ser tão vantajoso como eu achava. Estava otimista demais. Achei que o difusor faria muita diferença, andando pesado ou leve, mas, pelo jeito, vai continuar sendo difícil entrar no top 10". A julgar pelo tom, a classificação para o Q2 novamente será um problema.
Nelsinho admitiu que ao menos a pressão interna exercida pelo Briatore foi aliviada nos últimos dias: "Sinto o apoio da equipe. O Flavio não está sendo o que sempre foi. Ele está tentando ignorar completamente os problemas, não ser ele nessas horas, pois, normalmente, ele estoura. Está sendo até bom para ele aprender a se controlar e me dar espaço, sem criar turbulência e atrapalhar".
A Ferrari também começou o fim de semana deixando a desejar. Por mais que tenham andado pesado nesta sexta, a situação não é nada animadora para a tradicional equipe que pode alcançar a façanha de completar 4 GPs sem pontos em Sakhir.
Massa, que mantém uma boa relação com a pista, não está em condições de sonhar com sua terceira vitória seguida no deserto. Sábado, dia de seu aniversário, é dia de a escuderia trabalhar duro para achar tempo, coisa que faltou na sexta.
Em meio às dificuldades, o brasileiro contou que pelo menos o KERS funcionou bem, acreditando que suas voltas seriam ainda piores sem ele. Raikkonen treinou sem o dispositivo no primeiro dia e decidirá no sábado se de fato partirá para a corrida sem ele.
A Ferrari lançará o novo pacote na fase européia, mas briga para não chegar até lá com um histórico zero na tabela de pontos.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Está de saída?

Com poucas palavras, Gerhard Berger ameaçou mais os pilotos de Maranello do que a sensacionalista imprensa espanhola, que cansou de inventar o que sempre foi boato: Alonso guiando pela Ferrari.
O ex-dirigente da Toro Rosso confessou que conversava com o asturiano para colocá-lo na vaga aberta por Vettel nesta temporada.
"Agora posso dizer: ele estava interessado, mas deixou bem claro que vê 2009 como um ano transitório, pois sabe o que estará fazendo em 2010. É a Ferrari com certeza", disse, convencido de que o bicampeão vestirá vermelho em breve, mesmo sabendo do contrato de Massa e Raikkonen com duração até o fim do próximo ano.
Se a Renault deve temer a perda de Alonso, Nelsinho precisa se sustentar no cockpit da equipe.
Consta que, nos últimos dias, Lucas di Grassi conseguiu assinar novamente com Briatore, pareando com Romain Grosjean na função de test-driver.
Acredita-se haver uma cláusula no contrato do Piquet oferecendo à Renault a opção de rompimento graças a um mau desempenho apresentado até uma determinada etapa do campeonato. Parte da imprensa especula que o momento em questão é o GP da Espanha. Outros dizem que o acordo se refere ao meio da temporada, concluindo o prazo em julho, após o GP da Alemanha.
Não chega a ser tão importante a existência ou não da suposta cláusula e seu desconhecido prazo. Para Nelsinho, a única coisa que importa é sentar o rabo no R29 e acelerar.
Na entrevista disponível no site Tazio, o piloto fala da pior fase da carreira, mas mantém o discurso de sempre, por mais que destoe da realidade: sua vontade não é sobreviver no grid, e sim fazer poles e conquistar vitórias.
A expectativa para o GP da Bahrein é grande, já que a Renault atualizará seu bólido, enquanto outras equipes deixarão novidades para Barcelona. Desta vez, inclusive, Piquet terá o mesmo difusor usado pelo Alonso na China; se passar para o Q2 não fez mais que obrigação, mas se ficar no Q1...
É uma corrida decisiva, dificilmente haverá uma chance melhor que a do Bahrein nesta primeira metade da temporada para mostrar sinais de recuperação. A hora é essa. Di Grassi e Grosjean cruzam os dedos juntos.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Xangai

No ar, a edição número 37 da Rádio OnBoard!
Estive na companhia do Ron Groo e do Fábio Campos abordando os assuntos do GP da China, que incluem o domínio da Red Bull, a primeira derrota da Brawn, um novo fracasso da Ferrari, o acidente de Kubica e Trulli, as desconfianças sobre Nelsinho Piquet, dentre outras discussões. As corridas da Indy e da Nascar no último fim de semana também foram comentadas.
A etapa seguinte acontece logo no próximo final de semana, às 9h de domingo. A equipe da Rádio OnBoard entrará ao vivo neste link, de 8h às 8:45h do dia 26, analisando o resultado do treino do dia anterior e as estratégias dos pilotos, comentando as expectativas para o GP que está prestes a começar, sem deixar de contar com a participação dos ouvintes que podem se expressar através do chat.
Após a prova do Bahrein, retornaremos com a edição de Sakhir, levantando os principais acontecimentos da corrida. Até a próxima.

Carros traseiros

A troca de sulcados para slicks sem alteração de tamanho dos compostos promoveu um aumento de grip favorável à parte dianteira, como já era de se esperar. A Bridgestone contou que pensava sobre o caso no ano passado, mas as equipes recusaram modificações, uma vez que seus bólidos já estavam num considerável estágio de desenvolvimento.
O jeito é mexer nas larguras dos pneus para a próxima temporada, seja ampliando os traseiros ou reduzindo os dianteiros. A segunda opção é a mais provável, como revela o diretor da fornecedora, Hirohide Hamashima: "Estamos discutindo isso com a FIA. Não decidimos ainda, mas a tendência é de pneus mais estreitos".
Um dos que mais sofre com a situação é Sebastien Bourdais, que tanto reclamou do bólido anterior, incompatível com seu estilo, mas continua com as dificuldades de adaptação no modelo 2009 da Toro Rosso.
"Se você analisar os papéis, este ano deve ser pior, pois os pneus estão muito mais duros. É mais difícil, pois você tem 20% a mais de aderência na frente. É um pouco complicado, não posso esconder isso. É exatamente o oposto do que eu preciso", lamentou. "Essa é minha fraqueza, sei disso e reconheço. Mas não significa que não posso ser rápido com esses carros. É só que eu tenho pouco espaço para operar adequadamente".
"Basicamente estou feliz com o carro na maior parte da pista, mas existem duas curvas onde perco tempo. Mas o resto está certo, indo de acordo com o plano", concluiu.
Mal começou o campeonato e o francês encara um surpreendente companheiro de equipe que já tem mais pontos na tabela e faz melhores exibições, ainda que seja o único estreante do ano. Com ou sem desculpa, está difícil para o tetra da ChampCar se livrar da corda no pescoço.

terça-feira, 21 de abril de 2009

O golpe do difusor

Está marcado para 6 de maio a definição do rumo dado ao dinheiro que seria da Brawn por direito.
O pivô do momento é Flavio Briatore. O diretor da Renault pretende tomar a parcela do time marca-texto para desenvolver o difusor duplo das escuderias que não o têm.
Bernie Ecclestone havia alegado, há algum tempo, que a Brawn deveria ser reconhecida como uma equipe nova, portanto não deveria embolsar a quantia relativa aos direitos de imagem. Mas esse foi um ato de retaliação ao time que recusou seu investimento; seu piti não vem mais ao caso. A real discussão diz respeito à permissão ou não das equipes. E Briatore não quer permitir.
O italiano ficou irado com a aprovação do difusor e seus os altos custos de desenvolvimento: "Não quero ser Robin Hood, mas eu não tenho dinheiro em meu orçamento para um difusor e não posso acabar a temporada um segundo atrás da Brawn. Acredito que a distribuição do dinheiro precisa ser revista".
Segundo a agência SID, 70% das equipes concordaram, durante a pré-temporada, que os €30 milhões reservados à Honda deveriam ser repassados à Brawn. No entanto, agora, caso Flavio obtenha sucesso em seu movimento dentro da Fota, o dinheiro não chegará às mãos da líder do campeonato, para que certos times absorvam sua parte desse bolinho e promovam o trabalho sobre os novos difusores.
A McLaren, na voz de Martin Whitmarsh, já demonstra bom senso e inclinação ao jogo limpo, se dizendo contra a proposta.
"Claramente, houve muito apoio dado à Brawn por esta equipe e pela Mercedes durante a pré-temporada, pois vimos a importância de mantê-la na F-1. Agora, seria hipócrita não dar uma proporção do dinheiro a eles só porque eles são competitivos. Dissemos que daríamos o dinheiro a Brawn. Deveríamos fazer o que dissemos que faríamos".
Fica claro que Flavio pretende se aproveitar da situação para sair por cima. Como diria o Galvão: "Mas é so ele? É só ele?!". O dirigente busca a difícil missão de reunir parceiros na Associação para dar o pequeno golpe. Provavelmente, todos os times powered by Mercedes lhe farão oposição. E quem apoiará? Talvez a Ferrari concorde, uma vez que aplicará 7,4 milhões de dólares num aparato que força uma indesejada e significativa ampliação de orçamento. Quem mais apoia? Quem mais é contra?
Se tivesse que apostar, jogaria as fichas numa nova vitória da Brawn. Mas a única certeza é que, no dia 6 de maio, a mesa Fota vai balançar.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Vai que é tua, Galvão!

Estava pensando em abandonar, neste ano, nossa consagrada seção de humor resultante das memoráveis frases do fim de semana. Mas, atendendo a pedidos, as galvanadas retornam a este espaço, ao menos neste GP, para o pessoal matar a saudade.
O treino classificatório começou com uma correção da confusão proferida na corrida anterior, quando Galvão errou a fração do número de voltas necessárias para que os oito melhores levassem os pontos inteiros na Malásia. "A gente disse 2/3 mas na verdade são 75%", retificou. Só não digam a ele que isso equivale a 3/4, senão volta a escorregar nas frações...
"Se tem uma coisa que me arrepia é quando falam de leitura do regulamento. Você busca fazer algo irregular dentro dos limites do regulamento". Reginaldo nota a contradição e retruca: "Mas aí não é mais irregular". Eis que num golpe surpresa, Galvão solta um diabólico "ha-ha-ha!". Que foi aquilo, rapaz...
Kimi e Webber quase batem na saída dos boxes: "Olha só, Vettel e Raikkonen na saída do pit lane...". Tá, esse troca-troca já é velho e manjado...
Galvão Bueno queria mandar um bando de antipático pra longe da Fórmula 1 e começou a indagar indefinidamente: "Não vou sentir saudades do Ron Dennis não, mas eu pergunto: é só ele?". O disco travou: "Não vou sentir saudades do Ron Dennis, mas é so ele?". Luciano Burti responde que não. "Daí eu pergunto, é só ele?". Reginaldo também responde o mesmo. E ele não para de perguntar: "Pois é, não vou sentir saudades do Ron Dennis, mas é só ele?". Desistiram, deixaram o Galvão falando sozinho...
Câmera on board no Jenson, que guiava bem no meio da parte mista do circuito: "Lá vem o Button, vai beliscar ali pra entrar na reta". Que reta?!
Já no fim da sessão, com a pole definida e os berros no rádio, o narrador exalta o Vettel: "O bom é isso, é gritar 'sim, sim', 'yes, yes'!". Reginaldo repete o alemão: "We made it!". Galvão traduz: "Você fez!". Xiii... Notando o erro, ele corrigiu: "Quer dizer, conseguimos!". Você também, conseguiu traduzir! Chega de treino, vamos pra corrida.
Enquanto o safety car liderava a prova, Galvão aproveitava a câmera focada na bancada da Red Bull para tirar um sarro do comentarista: "O clone do Burti está ali no muro da RBR: o Steve Horner". Que até ontem se chamava Christian Horner.
O locutor global alfinetava a mudança de estratégia do Alonso antes da largada, mesmo com o Burti argumentando a favor: "Você disse certo, Burti, só esqueceu de uma coisa: o Vettel tinha que parar uma volta antes dele". Será que deram a lista de pesos errada para ele?
"Você vê aí como o Mark Webber deu uma escapada, e o Rubinho agradece de novo". Era o Buemi escapando num ataque ao Raikkonen, e o Rubens lá na frente não tinha nada com a história.
O gráfico da LG mostrava uma comparação da volta de Button com o Rubens Barrichello, que havia sido 2,7s mais lento que o inglês. Galvão minimiza a diferença: "Aí mostra o Button mais rápido que o Rubinho em cada setor: um décimo aqui, um décimo ali...". São quantos setores no total? 27?
O narrador global agourava para cima de um, e quem paga o pato é o Nelsinho: "Confesso que estava esperando o dia em que alguém batesse numa plaquinha dessa pra ver o que acontecia. Agora já sei: quebra o carro!".
Button fazia zigue-zague na pista enquanto o Burti explicava que o inglês precisava aquecer os pneus mesmo durante a corrida. O locutor acrescentou sua brilhante interpretação: "Também está tentando enxergar alguma coisa atrás do spray!". Claro, jamais inventaram nada melhor do que ficar pra lá e pra cá em plena reta para ganhar visibilidade...
O grand finale sobrou para o Kimi, a quem o Galvão não cansou de sacanear: "Você aí quer passar uma Ferrari? Pega algum carro emprestado, vai pra pista que tá todo mundo passando o Raikkonen!". Repetiu isso tantas vezes quanto o Raikkonen foi ultrapassado, coitado...
Para concluir, vou abrir uma exceção e citar uma do Reginaldo. No acidente do Trulli, o comentarista-mor escorregou na "asa de tubarão". Ora, ou tem asa, ou é tubarão... Que coisa...

domingo, 19 de abril de 2009

Você acredita em Nelsinho?

Uma temporada e três corridas. Foi o suficiente para eu finalmente resolver perder a paciência com a performance que Nelsinho Piquet apresenta na tela da minha TV.
O cidadão não anda bem nos treinos, faz lambança nos GPs ensolarados, quebra o carro debaixo de chuva... O que Piquet faz na Fórmula 1? Quando vai passar a fazer algo?
Teve mais apoio financeiro, técnico e político do que qualquer piloto precisa para ingressar na categoria. Seria mais um caso de competidor que brilha nas divisões escolares e fracassa na modalidade máxima?
Responda rápido, caro diretor esportivo: Quem você prefere ter em sua equipe, o inexperiente Buemi ou o Piquet? Ou, que tal, Sutil ou Piquet? Ainda não, vamos dificultar: Kazuki ou Nelsinho? Podemos tentar apelar para Fisichella... ou Klien... ou Liuzzi?
Tenho a curiosidade de saber qual é a visão dos estrangeiros sobre ele. Não digo apenas em função das rodadas, mas também pela falta de ação na tentativa de recuperar, no domingo, o fraco ritmo mostrado no sábado. Só sei que, no Brasil, a impressão deixada se torna mais negativa a cada prova.
Ao menos concluiu o GP da China - no qual destruiu dois bicos feios da Renault - reconhecendo-o como uma das mais infelizes exibições de sua vida. Por outro lado, nem sequer sabe por quê.
"A corrida foi uma das piores que fiz. Não sei por que estava lento, pois não achei o carro tão ruim. Na pista, no trânsito, não parecia estar ruim".
O despertar de Piquet tem data e hora para acontecer: dentro de sete dias.
"No Bahrein teremos outro carro, quase um segundo melhor. Não tem comparação, vamos começar do zero. Vão cobrar mais de mim na semana que vem".
Em Sakhir, com um carro mais atualizado, um difusor duplo e os elementos a que tem direito, não haverá desculpa para naufragar no Q1. Nelsinho tem (!) que fazer uma boa corrida. Porque não falta piloto querendo agarrar uma vaga na F-1, não falta jornalista pronto para voltar a falar em demissão. Assim como não falta Button para jogar no ventilador o emprego oferecido pelo chefe da Renault no final do ano passado.
Se quem senta na poltrona, esperando algum ato de redenção, se cansa de ver uma suposta promessa cruzando a linha em último lugar (quando cruza), imagina o que se passa pela mente de um exigente Flavio Briatore, sentado num banquinho até menos confortável.
O alerta é bastante sério. Nelsinho Piquet precisa mostrar a que veio, senão perde o cockpit e não recupera mais. Uma categoria desse porte não costuma dar segunda chance a ninguém, mas Piquet obteve a rara possibilidade de usá-la renovando o contrato com o time para esta temporada.
Creio que ainda não inventaram terceira chance na F-1.

Vettel leva RBR ao topo

Já era hora de alguém dar um basta no domínio da Brawn GP, e a chuva veio para ajudar.
As primeiras voltas do GP da China foram lideradas pelo safety car, ainda assim havia carro escapando na pista.
Sutil, Rosberg e Alonso trataram de realizar pit stop no período que antecedia a largada, e logo que o Mercedão tomou o rumo dos boxes, a Red Bull de Vettel e Webber foi abrindo vantagem antes da primeira parada, quando Button assumiria a ponta.
Rubens Barrichello entregaria a posição para o companheiro ao perder o controle do bólido. O rendimento do brasileiro neste GP foi decepcionante, mas ele explica a situação: "Após 20 voltas, a roda traseira não freava. Três discos brecavam, mas um não. Foi uma nova experiência: passei todo o freio para trás e começava a brecar no meio da reta para aquecer. Com isso, o ritmo foi embora, o carro chicoteava e o Button passou. Só voltou ao normal no pit stop, mas já era tarde".
Mais atrás, os pegas se sucediam. Hamilton deixava Raikkonen para trás, escapava, passava o finlandês novamente, e completava o ciclo escapando de novo, e por aí vai. Os últimos campeões do mundo se viram por diversas vezes na pista.
Massa apresentou um desempenho bastante sólido, superando um a um, incluindo Lewis e o Raikkonen. Com a estratégia de primeira perna longa, podendo optar por parar apenas uma vez, Felipe pulou para terceiro com a entrada do safety car, porém foi vitimado pela pane elétrica que lhe tirou as chances de pódio.
O carro de segurança atuou em função dos pedaços espalhados na pista por Trulli e Kubica no instante da batida. O italiano, que vinha lento, lento e perdia várias posições, se surpreendeu ao ver o polonês subir em sua traseira, retirar seu aerofólio e danificar a barbatana do TF109. Foi obrigado a se retirar. Robert teve de trocar o bico para permanecer no GP.
A Brawn precisou realizar o pit stop de ambos os pilotos numa só volta, Vettel recuperou a ponta para não mais perder. Mais tarde, os carros marca-texto cairiam de rendimento, logo Webber deixaria Button para trás numa falha do britânico. O australiano chegou a perder a posição novamente, mas tratou de passá-lo em seguida.
As trapalhadas dos pilotos eram notáveis. Bourdais rodou da pista pra grama, da grama pra pista, da pista da grama, dentre outras escorregadas. Terminou a prova dizendo que uma corrida sob tais condições não deveria acontecer.
Nelsinho Piquet também deixou a desejar. Em seu ponto mais baixo, danificou o bólido ao atingir uma placa de sinalização. Flavio Briatore mal pôde esconder sua irritação desta vez.
Quando o trilho se formava, Rosberg foi o primeiro a arriscar o uso dos pneus intermediários. Barrichello tentou uma manobra diferente, mantendo os compostos biscoitos usados. A chuva retornou por algum tempo, atrapalhando as novas estratégias, no entanto não durou muito.
Por fim, Sebastian Vettel concluiu seu segundo pódio com sua segunda vitória, mais uma vez saindo da pole. Fez pela Red Bull a mesma façanha promovida na Toro Rosso, dando ao time o primeiro triunfo. Agora, com direito a dobradinha energética, já que Webber foi segundo. Button chegou ao pódio, seguido por Rubens em quarto. Kovalainen cruzou a linha à frente de Lewis Hamilton. Glock, em mais uma boa prova aquática, foi o sétimo. Buemi, que chegou a tocar no Vettel e danificar a asa dianteira, faturou um pontinho. Ao Alonso, sobrou a posição dos bobos. Raikkonen fechou o GP em décimo, concretizando a infelicidade ferrarista, que volta mais de duas décadas no tempo para relembrar a última vez que deixou de pontuar nas três provas iniciais de um campeonato.
Não fosse a aquaplanagem de Adrian Sutil, a Force India poderia fazer de Maranello a única escuderia sem pontos no Mundial. O jeito é pensar na próxima etapa, que costuma marcar a recuperação de Felipe Massa na temporada.
Os dois pilotos da Red Bull sempre andaram bem sob chuva; enfim chegou o dia deles. A dobradinha da RBR manda um alerta à Brawn: quando os carros do Newey estiverem equipados com o difusor double deck, deverão dar trabalho até mesmo em pista seca.
A tabela segue tendo Jenson na ponta. Button-21; Barrichello 15; Vettel-10; Glock-10; Webber-9,5; Trulli-8...
Entre os contrutores: Brawn-36, Red Bull-19,5; Toyota-18,5...
O circo se dirige à Sahkir, no Bahrein, para voltar a disputar uma prova sem chuva. Dentro de uma semana tem mais.
Classificação:
1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1h57min43s485 (56 voltas)
2. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 10s970
3. Jenson Button (ING/Brawn), a 44s975
4. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 1min03s704
5. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 1min05s102
6. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1min11s866
7. Timo Glock (ALE/Toyota), a 1min14s476
8. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 1min16s439
9. Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1min24s309
10. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 1min31s750
11. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), a 1min34s156
12. Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 1min35s834
13. Robert Kubica (POL/BMW), a 1min36s853
14. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), a 1 volta
15. Nico Rosberg (ALE/Williams), a 1 volta
16. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), a 2 voltas
17. Adrian Sutil (ALE/Force India), a 6 voltas
Não completaram:
Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 43/abandono
Felipe Massa (BRA/Ferrari), 20/abandono
Jarno Trulli (ITA/Toyota), 18/corrida
Volta mais rápida:
Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min52s592 (42ª volta)

sábado, 18 de abril de 2009

Histórico chinês

O vídeo é excelente, mostra a coletânea de imagens que marcaram todos os cincos GPs realizados no autódromo de Xangai, de 2004 a 2008.
A corrida mais espetacular certamente foi a de 2006, quando Schumacher largou em sexto, deu um show na pista e ultrapassou o rival Fernando Alonso para vencer pela última vez na Fórmula 1.
Assim é o GP da China, às vezes faz chuva, às vezes faz sol, tudo pode acontecer. Para a etapa de 2009, a meteorologia aponta possibilidades de queda d'água durante a tarde, o que pode provocar algum rebuliço na corrida, sobretudo em sua parte final. Ou não, vai saber...

Vettel de volta à pole

Bastou uma volta lançada na super pole para Sebastian Vettel desbancar a concorrência e somar uma pole position em seu currículo.
Fernando Alonso, o mais leve do grid, completa a distinta primeira fila, que pela primeira vez não recebe uma representante dos difusores duplos, muito embora o R29 do espanhol esteja carregando um aparato semelhante, que necessita de mais desenvolvimento.
Mark Webber assegurou o terceiro posto, mostrando a força da Red Bull. Só então surgem as Brawn. Rubens Barrichello encontrou alguns décimos que lhe permitissem andar à frente do Button, embora o inglês esteja ligeiramente mais leve que o brasileiro.
Os próximos na lista são Trulli e Rosberg, sempre marcando presença no Q3. Kimi Raikkonen e Lewis Hamilton fizeram o possível mas não conseguiram passar de 8º e 9º, respectivamente. A surpresa positiva da super pole foi a presença de Sebastien Buemi, que a cada dia joga mais pressão sobre o xará Bourdais.
Nick Heidfeld larga em 11º, superando e muito o companheiro. Robert Kubica falhou na volta rápida, por isso foi retido na primeira fase do treino.
Eis que aparecem os demais carros de McLaren e Ferrari, com Kovalainen em 12º e Massa em 13º.
Felipe justificou-se alegando ter enfrentado tráfego na volta de aquecimento, atrapalhando-se na tentativa de levar os compostos à temperatuda ideal. Durante a volta lançada, errou na curva 9 e recolheu aos boxes, novamente sem conseguir alcançar a parte decisiva do treino.
O ferrarista não esconde que sente saudades do KERS e deseja tê-lo de volta no Bahrein. Ao que tudo indica, os problemas de confiabilidade foram mais determinantes na escolha da equipe para este fim de semana do que a distribuição de peso em si.
Kazuki Nakajima fez uma classificação apática como de costume, mas ganhou uma posição devido à troca de câmbio realizada por Timo Glock, que lhe custou cinco posições no grid.
Bourdais, que andou tão bem nas sessões livres, errou quando não devia, tendo de largar em 15º. Nelsinho Piquet não conta novidades: sai de 16º atolado de combustível. Kubica é 17º, seguido por Sutil, Glock e Fisichella.
Será que alguém vai desbancar a Brawn também no domingo? Largar em 4º e em 5º não é nenhum pecado na pista de Xangai, a recuperação é possível, mas o Vettel não vê a hora de repetir a ocasião do GP da Itália, quando fez pole e venceu incontestavelmente.
Alonso e Webber, bem posicionados, também almejam abocanhar o troféu de vencedor. Trulli e Rosberg podem tentar engolir a Brawn na largada, momento de maior vulnerabilidade da equipe de Jenson e Rubens.
Um fator bastante importante da corrida é a elaboração das estratégias, levando em conta o desgaste excessivo dos pneus supermacios, que se despedaçam após uma dezena de voltas. Se pudessem escolher, os times utilizariam o composto macio somente no treino e o duro apenas na corrida. Mas não há escapatória, o jeito é buscar um stint curto com os calçados moles.
Somente três pilotos terão o push-to-pass neste GP: Hamilton, Kovalainen e Heidfeld. Ferrari e Renault não querem saber do KERS na China.
Às 4h de Brasília, será dada a largada para a terceira etapa da temporada da Fórmula 1, no palco tilkeniano de Xangai.
Grid de largada:
1° Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min36s184 ( 11 voltas )
2° Fernando Alonso (ESP/Renault), 1min36s381 ( 21 )
3° Mark Webber (AUS/Red Bull), 1min36s466 ( 19 )
4° Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min36s493 ( 21 )
5° Jenson Button (ING/Brawn), 1min36s532 ( 19 )
6° Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1min36s835 ( 21 )
7° Nico Rosberg (ALE/Williams), 1min37s397 ( 23 )
8° Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min38s089 ( 19 )
9° Lewis Hamilton (ING/McLaren), 1min38s595 ( 17 )
10° Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min39s321 ( 21 )
11° Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min35s975 ( 14 )
12° Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 1min36s032 ( 10 )
13° Felipe Massa (BRA/Ferrari), 1min36s033 ( 11 )
14° Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 1min36s193 ( 10 )
15° Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 1min36s906 ( 13 )
16° Nelsinho Piquet (BRA/Renault), 1min36s908 ( 10 )
17° Robert Kubica (POL/BMW), 1min36s966 ( 10 )
18° Adrian Sutil (ALE/Force India), 1min37s669 ( 8 )
19° Timo Glock (ALE/Toyota), 1min36s066 ( 14 ) [punição - troca de câmbio]
20° Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), 1min37s672 ( 10 )
Peso dos carros em ordem crescente:
Alonso - 637 kg
Vettel - 644
Webber - 646,5
Sutil - 648
Rosberg - 650,5
Glock - 652
Button - 659
Kubica - 659
Barrichello - 661
Trulli - 664,5
Buemi - 673
Raikkonen - 673,5
Hamilton - 679
Heidfeld - 679
Fisichella - 679,5
Nakajima - 682,7
Massa - 690
Bourdais - 690
Kovalainen - 697
Piquet - 697,9

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Castro Neves inocente

"Só quero agradecer a Deus, a meus fãs e a todas as pessoas que rezaram por mim", foram as palavras de extremo alívio de Hélio Castro Neves após sua absolvição. "Foi muito difícil estar no meu lugar nestes dias".
Dias bastantes difíceis ficaram para trás na vida do piloto. A Corte de Miami entendeu que o brasileiro merece ser inocentado das acusações de evasão de divisas e sonegação de impostos.
No início da jornada, ele chegou a pagar fiança de US$ 10 milhões para responder em liberdade, além de comparecer à primeira audiência algemado nas mãos e nas pernas. Mas, por fim, os doze membros do júri livraram-no de todos os seis crimes.
Surpresa para os espectadores, alívio de Castro Neves.
Hora de respirar fundo, tirar o imenso peso das costas e fazer o que um piloto mais gosta, que é partir para a pista e disputar corridas.
A Penske levou um caminhão a mais para Long Beach na expectativa de recebê-lo se fosse descriminado, o que foi o caso. Will Power liderou seu último treino livre a bordo do carro 3, que será imediatamente devolvido ao brazuca. O australiano assume o cockpit número 12.
O retorno de Hélio às pistas e os lances do GP de Long Beach serão mostrados pela Band, às 19:30h de domingo.
Segue a animada nota assinada pelo presidente da F-Indy e pelo presidente da divisão comercial da categoria, Brian Barnhard e Terry Angstadt, respectivamente:
"Não poderíamos ter ficado mais felizes pela Penske, por Helio Castro Neves e sua família, e estamos ansiosos para vê-lo de volta no grid em Long Beach. Helio fez parte integral do crescimento da F-Indy dentro e fora da pista, e tem uma incrível legião de fãs. Ele é uma estrela verdadeira, no sentido literal da palavra, e sua personalidade, popularidade e sucesso serão bem recebidas de volta".

Sexta em Xangai

O primeiro dia de treinos livres para o GP da China foi dominado por Button mesmo. Mas a divisão de forças ensaia uma pequena reformulação, com algumas escuderias apresentando novidades.
A McLaren renovou o pacote aerodinâmico do bólido e conseguiu liderar a primeira sessão com Lewis Hamilton, muito embora o inglês tenha fechado o dia atrás do companheiro Kovalainen, uma vez que os tempos da segunda sessão declinaram sensivelmente.
A Renault usou uma solução semelhante à do pessoal de Woking: escolheu seu melhor piloto para estrear o novo difusor da equipe na etapa de Xangai.
O time francês possuía um projeto que havia sido rejeitado pela FIA há uns meses, mas pôde retomar o desenvolvimento com a polêmica imposta por Brawn, Toyota e Williams. Já a McLaren precisa mexer na aerodinâmica da parte traseira do carro a todo custo, devido aos problemas detectados desde a pré-temporada. Se optaram por não protestar contra as três na Corte, fica claro que a aprovação do difusor duplo é um fator favorável à equipe. Porém, tanto Renault quanto McLaren, assim como qualquer outra, precisarão trabalhar bastante no aparato para obter um dispositivo tão eficiente quanto o daquele trio.
O KERS também merece destaque neste fim de semana. Finalmente a BMW resolveu equipar o carro do Kubica com o sistema, ao contrário da Ferrari, que removeu a parafernália dos bólidos de Massa e Raikkonen. A busca por melhor equilíbrio não parece ter surtido um efeito tão positivo sobre o rendimento, a julgar pelos tempos cravados nos testes e pelas declarações pouco animadoras do Felipe.
A combinação supermacios-médios, também utilizada na Austrália, provocava dor de cabeça nos competidores antes mesmo de iniciarem a primeira sessão. Fernando Alonso, por exemplo, lançou duras críticas sobre a escolha.
Por uma lado, o asfalto da China não é abrasivo como o de Melbourne, no entanto a veloz pista que recebe a F-1 neste fim de semana dificilmente casará com esta maluca opção de pneus. Os supermacios rendem durante dez voltas, mas depois sofrem elevada queda de aderência, em função de um desgate capaz de soltar pedaços de borracha na pista. Certamente, os compostos macios e duros seriam mais indicados para o traçado.
Os desastres ocorridos na Itália sensibilizaram as equipes Ferrari, Toyota e Toro Rosso. Mas ninguém está tão engajado nesta causa quanto Jarno Trulli, que é da região de Abruzzo e lidera o movimento beneficente na categoria: "Não existe muita diferença entre um tsunami e o terremoto em Abruzzo. A meta é juntar dinheiro e, no fim da temporada, reconstruir escolas. Tudo precisa ser refeito. Quero fazer de tudo. Pela primeira vez na vida, vou bater na porta das pessoas e pedir ajuda".
O 3º treino livre terá transmissão ao vivo pelo Sportv às 0h de sábado, 3h antes do qualifying que definirá o grid.
Eis os tempos oficiais do primeiro e do segundo treinos livres.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Rádio OnBoard - Edição Pré-China

No ar, a 36ª edição da Rádio OnBoard!
Diante da presença de Ron Groo e Fábio Campos, foi possível discutir os assuntos dignos de destaque neste período que antecede o GP da China, com grande ênfase sobre a decisão da Corte de Apelações favorável ao trio de escuderias detentoras dos polêmicos difusores diferenciados.
Além de outros tópicos que norteiam a Fórmula 1, separamos um tempinho para comentar a etapa da Stock Car, a prova da A1GP e também o GP noturno da MotoGP, excepcionalmente realizado na segunda-feira.
O nosso programa ao vivo, Pré-Race, está marcado para as 3:15h de domingo, encerrando-se às 3:45h, a 15 minutos da largada do GP. Ouça e participe neste link.
A próxima edição comentará os relevantes acontecimentos da rodada de Xangai. Até a próxima.