Mais uma corrida movimentada e bastante disputada em Silverstone.
A largada ocorreu limpamente. Os pilotos da Ferrari ganharam boas posições, tendo que espalhar e passar pela área de escape da curva 1 para evitar algum toque com os concorrentes. Raikkonen ganhou quatro posições, mas dali pra frente só perderia terreno.
Vettel, Barrichello e Webber sustentaram suas colocações. Trulli caiu muito, ao contrário de Nakajima, que pulou mais adiante. Massa havia deixado dois pilotos para trás, porém cometeria um erro na volta 2, quando foi superado por Jenson Button, que fez uma largada ruim.
Grandes confrontos de pista ocorreram neste domingo e a equipe BMW participou em peso. Heidfeld danificou sua asa dianteira logo no início da prova, ainda assim foi osso duro de roer na defesa de posição contra os constantes ataques de Fernando Alonso. O alemão jogou limpo, não cedeu à pressão, sustentou seu posicionamento até o instante de parar no box para reparar o estrago. Robert Kubica teve Lewis Hamilton na cola, sem sofrer tantas investidas como o companheiro.
Mais para o final da corrida, Hamilton e Alonso protagonizariam um belo duelo, a começar pela espalhada do espanhol, que permitiu ao inglês colocar de lado e deixar o rival para trás. Lewis passaria a atacar Nelsinho Piquet, que soube segurar o campeão, até que o asturiano recuperou a posição ao ver Lewis dar uma escapadinha.
Escapada de verdade aconteceu quando Hamilton pisou fora da pista e girou para a grama, para o espanto de sua Pussycat Doll. Terminaria o GP de casa apenas em 16º. Piquet se aproveitou do tráfego enfrentado pelo bicampeão para fazer sua estratégia funcionar mehor que a do companheiro. Concluiu em 12º, tendo Alonso em 14º, e Kubica entre eles.
De volta à ponta, tivemos muitas posições decididas no xadrez dos pit tops. Webber fez a primeira parada depois de Rubens e retornou à frente do brasileiro. À essa altura, a vantagem de Vettel já era grande, e o pódio estava automaticamente definido.
Felipe Massa optou por uma tática que lhe permitiu parar muito depois dos concorrentes, manobra que lhe redeu um avanço surpreendente ao quinto posto, atrás de Rosberg, que seria batido pelo ferrarista na segunda parada. Pela primeira vez em bastante tempo, a Ferrari é digna de aplausos pelo encaixe de uma respeitadíssima estratégia. Massa respondeu bem na pista ao jogo traçado pela equipe, conseguindo sair de 11º rumo ao 4º lugar.
No final, Button ganhou ritmo suficiente para se aproximar de Rosberg, mas teve de se contentar com três pontinhos num fim de semana diferente da Brawn GP. Trulli e Raikkonen fecharam a zona de pontuação, deixando Glock com o lugar dos bobos.
Menção honrosa ao semi-morto Giancarlo Fisichella por sua exibição atípica na Inglaterra. O italiano ganhou várias posições na largada, contando com uma primeira perna de corrida relativamente longa. Fez uma prova concisa e cruzou a linha em 10º.
Melhor que Kazuki Nakajima, vindo de quinto no treino, regredindo até a 11ª posição na corrida.
Como não poderíamos terminar sem uma batidinha para quebrar o clima, Bourdais e Kovalainen se encarregaram de providenciar uma. O finlandês saiu dos boxes, disputou com o parceiro de McLaren, resolveu ceder a posição, e foi surpreendido na tomada da chicane pelo ataque do francês. Ao fechar a porta, quebrou o bico da STR e destruiu seu pneu traseiro esquerdo com o toque. Os dois se retiraram.
Nó pódio, a dobradinha da Red Bull comemorou ao lado do mago Adrian Newey. Rubinho, pela segunda vez consecutiva, chega em terceiro em Silverstone, repetindo a enigmática flechada simulada também no ano passado.
Antes da festa do champagne, a organização acertou a mão ao tocar o hino da Áustria para a equipe austríaca. A patacoada da China não deve mais se repetir.
Vettel venceu de maneira incontestável o GP da Inglaterra. Monza e Silverstone no bolso não são nada mal para o começo da trajetória de um gênio.
E não venham dizer que ele não vence em piso seco. O tabu está quebrado. Agora, é aproveitar as férias e retornar dentro de três semanas, para disputar outra prova em solo renomado: Nurburgring.
E, claro, é cedo para dar a Brawn como ultrapassada. Button continua sendo franco favorito no campeonato, um mau desempenho não é o suficiente para pôr em xeque o domínio que vinha sendo exercido até então.
Jenson é líder com 64 pontos. A briga pelo segundo esquenta: Barrichello-41, Vettel-39, Webber-35,5. Na sequência: Trulli-21,5, Massa-16, Rosberg-15,5, Glock-13.
Entre os contrutores, a vantagem também é ampla. Brawn-105, Red Bull-74,5, Toyota-34,5, Ferrari-26. A Williams soma 15,5, passando a McLaren, com 13.
GP da Inglaterra:
1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 60 voltas, 1h22min49s328
2. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 15s188
3. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 41s175
4. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 45s043
5. Nico Rosberg (ALE/Williams), a 45s915
6. Jenson Button (ING/Brawn), a 46s285
7. Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 1min08s307
8. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 1min09s622
9. Timo Glock (ALE/Toyota), a 1min09s823
10. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), a 1min11s522
11. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 1min14s023
12. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), a 1 volta
13. Robert Kubica (POL/BMW), a 1 volta
14. Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1 volta
15. Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 1 volta
16. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1 volta
17. Adrian Sutil (ALE/Force India), a 1 volta
18. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 1 volta
Abandonos:
Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 25 voltas
Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 24 voltas
Volta mais rápida:
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) 1min20s735