Temos um respeito especial pela F1 Racing, por essa razão tudo o que ela publica é relevante. Não se pode dizer o mesmo sobre o Bild, o As e o Marca, por exemplo, mas dessa vez a revista inglesa parece ter virado a casaca.
Uma reportagem da F1 Racing surpreendeu ao anunciar: Rubens Barrichello de malas prontas para a Super Aguri, pois a Honda estaria extremamente insatisfeita com o desempenho do brasileiro na segunda metade da temporada.
De acordo com a publicação, o GP da China foi a gota d'água para a reação do grupo. Enquanto Button saiu de 10º no grid e chegou em 5º, Rubinho veio de 16º para terminar em 15º.
"Engenheiros da equipe frustraram-se com o que julgaram ser falta de esforço", afirmou a matéria, baseada num comentário de um mecânico: "Achamos que ele está assustado. Já é hora de se aposentar, não é?".
Talvez até seja, mas o fato é que a Honda está interessada em ver Rubens bater o recorde do Patrese pilotando um de seus cockpits. A equipe já havia confirmado a permanência de sua dupla de pilotos no meado do ano, e depois reconfirmou para poupar os titulares dos boatos relativos à dança das cadeiras. E agora a F1 Racing quer me convencer de que o time deseja abrir mão do Barrichello?
A frase que mensinou a aposentadoria veio de um mecânico. Eu gostaria de saber qual é o mecânico que tem poder de decisão para definir quem fica na Honda e quem vai para a Aguri. Até que provem que os diretores da escuderia dividem essa mesma opinião, não há o que temer.
A temporada de 2007 foi desgastante para o Rubinho. Ele nitidamente se empenhou em tentar evoluir o carro, apontou o problema do túnel de vento desregulado, realizou inúmeros testes na busca por mais desempenho, que só apareceu na reta final do mundial, mas com o Jenson Button. Embora tenha tido chances de pontuar, sofreu com os erros de estratégia cometidos pela equipe. Daí a pergunta: Barrichello ficou em dívida com a Honda ou foi a Honda que ficou em dívida com o Rubens? Talvez os dois. De uma maneira ou de outra, o inglês marcou 6 pontos e o brasileiro acabou zerado. Foi um ano para esquecer.
A matéria também comparou o piloto com outros veteranos que ultimamente apresentam uma performance abaixo do comum, o que seria um indício de que sua "vida útil" já teria se esgotado. Alex Wurz, Ralf Schumacher e Giancarlo Fisichella foram usados como exemplo. A maioria dos boatos são assim: não são verdaderos mas têm um fundo de verdade. E a verdade é que ele está com seus dias contados na F-1. O contrato com a Honda vai até o fim de 2008, depois disso não se garante mais.
Tem uma hora na vida de um piloto que ele tem de se retirar do cockpit para nunca mais voltar. A hora do Rubens está chegando. E quando chegar, provavelmente estará a bordo de uma Honda, por mais que se especule o contrário.