Parece que o pessoal resolveu marcar presença no GP de Abu Dhabi. De Badoer a Ron Dennis, temos grandes figuras por lá. Inclusive o Jean Todt, que dessa vez não foi por conta da eleição e sim porque já garantiu o trono desejado.
Inclusive bateu um papinho com o ex-patrão Montezemolo, que deve ter sido mais ou menos na base do "oi, como vai?", "melhor agora com você na presidência".
No Mickey Mouse de luxo, como chamei aqui, o máximo que se viu foi piloto errando freada forte e prolongando a trajetória da curva, num circuito tão moderno que permite o direito de errar. Onde o muro é próximo à pista é onde ninguém tende a cometer erros. Junte-se isso a uma penca de curvas travadas, e definitivamente não encontraremos nada de desafiador.
O único desafio talvez seja superar a McLaren de Lewis Hamilton, que pôs quase 0.7s sobre Vettel, 2º colocado do grid. Webber, 3º, separa o companheiro de seu oponente Rubens Barrichello (4º) na briguinha pelo vice-campeonato. Lembrando que Sebastian já possui 2 pontos de vantagem.
Jenson Button larga relaxado da 5ª posição. Jarno Trulli é 6º. Robert Kubica e Nick Heidfeld devem marcar pontos na despedida da BMW. Rosberg parte de 9º amanhã, à frente da boa posição de largada de Sebastien Buemi.
Kimi Raikkonen não passou de 11º, Fisichella não passou de último. A sensação do momento, Kamui Kobayashi, é o 12º mais bem colocado. Kovalainen não conseguiu tirar tudo do MP4 poderoso que tem nas mãos graças a uma quebra no Q2. Ao menos pode aproveitar o bólido veloz para arriscar algumas ultrapassagens vindo de 13º.
Fernando Alonso, de saída da Renault, não fez cerimônia ao afirmar que "sabemos que temos provavelmente o pior carro do grid". O espanhol ficou no Q1, em 16º, 3 posições adiante de Romain Grosjean.
Neste domingo, quando as luzes vermelhas se apagarem, Lewis Hamilton tem tudo para acionar o KERS, sustentar a liderança e conquistar sua terceira vitória no ano. "Provavelmente, esse é o melhor carro que tive nas mãos neste ano e parece que se adaptou muito bem à pista", diz.
A corrida não promete nada melhor do que belas paisagens e surpeendentes imagens arquitetônicas. Será um GP dividido em fases: tem a fase do céu claro, a fase do sol incomodando a vista, o céu parcialmente claro e parcialmente escuro, o céu mais escurecido e por fim a iluminação artificial cuidando de tudo.
Desde que ninguém bata na saída dos boxes e enlouqueça o Charles Whiting, não há nada de muito diferente a se esperar. Disputas na largada sim, depois disso o GP corre o risco de cair na mesmice. Mas tomara que, de algum jeito, as previsões estejam erradas. Senão seria um encerramento de campeonato condizente demais com esta temporada sem graça que tivemos em 2009.