FÁBIO ANDRADE
Eu, você que me lê e todos os outros milhões de seres humanos que acompanham a F-1 pelo mundo já estamos sabendo: as mudanças no regulamento técnico da categoria em 2010, vão alterar absurdamente a dinâmica das corridas e o modo de pilotagem. O comportamento dos carros será muito diferente daquele a que os pilotos estão acostumados desde 1994, quando o reabastecimento foi introduzido de forma obrigatória na F-1. Mas as coisas não mudaram somente para quem guia as máquinas.
Para nós, confortavelmente instalados nos sofás de nossas casas, o jeito de assistir às corridas também muda. Seremos impactados por um novo jeito de “ler” a dinâmica das provas. A sucessão de voltas ganha um contorno diferente, e talvez nem seja mais usual dividir a corrida em 3 terços, como se tornou comum nos últimos 15 anos. Caem a maioria dos conceitos consagrados por Michael Schumacher como as voltas rapidíssimas antes dos pit stops porque, como explica o Becken, após as paradas os carros não voltarão mais lentos, e sim mais rápidos. E as voltas iniciais ganham importância num cenário em que a conservação do equipamento será crucial para o bom desempenho do carro no “todo” das corridas, como explica o Médici.
Mudanças profundas como essas exigem certo tempo de adaptação também para os telespectadores. Em 94, quando o reabastecimento tornou-se obrigatório, o conceito de ultrapassagem nos boxes, que era eventual, tornou-se constante e obrigou as mentes dos que acompanhavam as corridas pela tv a exercitar, por suposição, uma ultrapassagem abstrata. As imagens da disputa pela posição deram lugar à tabela com os tempos de volta dos pilotos, e o ato da ultrapassagem deixou de ser imediato para ir para o gerúndio, tornando-se um evento com duração de 3 ou 4 voltas.
Uma tendência similar, de estranhamento, tende a se repetir agora, mas no sentido inverso do de 94. Para muitos dos fãs, corridas sem reabastecimento são um ET, um corpo estranho, ou algo, no mínimo, inédito. Quem tem menos de 20 anos provavelmente não se lembra de uma corrida sem reposição de combustível e um ponto como esse é crucial para o entendimento das provas. É provável que estratégias ousadas de tentar uma vitória com paradas a mais ou paradas a menos tenham encontrado um fim, já que a realização de apenas uma parada por corrida parece ser o feijão-com-arroz dos novos tempos. Tempos de adaptação não só para os profissionais da F-1, mas também para quem acompanha as corridas sentado no sofá da sala.
11 comentários:
Parece que alguns pilotos podem demorar mais a se adaptar, pois vai mudar seu estilo de pilotagem, Hamilton é um deles, todas as vezes que anda no limite ele trava os pneus fronteiros, isso pode ser o seu calcanhar de Aquiles.
Andar o mais rápido possível sem comprometer os pneus, pode diminuir em uma troca, contanto que não perca mais de 20 segundo nesse ritmo.
Ser bem rápido e forçar ao máximo os pneus são para aqueles pilotos que tem carro e vão tentar as ultrapassagens necessárias, mais vai ser uma tática bem arriscada.
Sem um bom pneu, vai ser difícil não ser ultrapassado, penso que veremos muitos X nas disputas, ultrapassagem com as derrapadas controladas e troca de bicos danificados.
Domingo, vamos tirar todas essas dúvidas.
Fabio,
Sem dúvida será interessante ver como serão as primeiras provas,com os pilotos e equipes e nós também tentando compreender a dinâmica da prova,mas logo todos pegam o jeito.
abraço
Como diria Maxwell Smart, o Agente 86:
"EU VOU ADORAR!!"
um abraço...
Acho que veremos taticas de 3 ou 4 paradas para alguns, e de 2 para carros mais equilibrados. De qualquer forma fica difícil especular.
Obrigado pela citação, Fábio. A proibição do reabastecimento, e o que acontecerá na Fórmula 1 depois dela, é o que mais me interessa nesse início de campeonato.
A Brigdestone divulgou que a carro da Sauber foi o que teve menos desgaste de pneus.
Será que a equipe do Peter Sauber poderá surpreender?
Torço para que sim e ele consiga patrocinadores para se sustentar.
Eu já via a F1 sem reabastecimento, a grande diferença será sim, que a cada pitstop o carro volta mais leve, mas não nescessariamente mais rápido, afinal há de se poupar combustível e mesmo os pneus, quem parar menos levará muito mais vantagem.
De resto o espetáculo volta mais ou menos ao que deveria ser sempre.
Quem tiver o melhor carro vai ganhar, e quem for melhor piloto levará vantagem...
"Ganha quem tiver mais braço". Felipe Massa comenta sobre o fim do reabastecimento nas corridas e diz que novidades no regulamento exigirão mais dos pilotos. Felipe Massa sabe que o trabalho dos mecânicos será fundamental em suas estrategias de corrida.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com
é correr sem reabastecimento é algo que muito eu almejo pois sinceramtne nãolembro muito bem como era antes. Mas com certeza, não ver ultrapassagens nos boxes já será algo de muito interessante. Afinal com todo mundo fazendo apenas pitstops de 3,5s alguém vai conseguir ganhar posição assim?
Cheeega domingo! kkkkkkkkkk
Essa é a nova F1, a anos que os carros da F1 andam o tempo todo no limite e talvez continuem desse mesmo jeito, antes quando não tinha abastecimento tinha limite de quantidade de combustível, chegavam a congelar o combustível para conseguir completar a corrida, os carros também não eram tão resistentes.
Essa equação de andar mais rápido sem poupar pneus até ir para a parada, entrar no box, trocar pneus e voltar para pista, tem que ser em menor tempo, do que os carros que vão fazer uma parada a menos, pois se voltar atrás, dificilmente vai conseguir ultrapassar, mesmo com pneus novos.
Domingo vamos tirar a primeira dúvida, se bem que essa pista não costuma gastar pneus.
Acredito que Pneus com composto macio deve ser para a ultima troca se realmente tiverem um grande desgaste com dizem.
Postar um comentário