segunda-feira, 31 de maio de 2010

Petrov, Renault, Ferrari



FÁBIO ANDRADE



Desde o início da temporada o polonês Robert Kubica aparece como um dos grandes nomes do grid da safra 2010. Pelo menos desde o GP da Austrália, Kubica tem surpreendido positivamente por sua pilotagem consistente e por estar frequentemente a frente de carros mais badalados, como o F-10 da Ferrari.

Na mesma medida, desde o início do ano, o calouro russo Vitaly Petrov apresenta um desempenho bem mais discreto, como é próprio dos novatos. Enquanto Kubica ocupa o sétimo posto na classificação geral de pilotos, com 67 pontos, Petrov amealhou suados seis tentos. O russo estava prestes a conseguir mais quatro pontinhos na Turquia, mas a manobra da defesa de posição perante as investidas de Fernando Alonso tirou o novato da zona de pontuação por causa de um pneu furado.



Petrov fazia em Istambul sua melhor corrida desde o GP da China, quando chegou em sétimo e conquistou seus únicos seis pontos. Na Turquia, o russo esteve durante boa parte da corrida entre os dois carros da Ferrari e, na parte final, resistiu a alguns dos ataques do bicampeão Fernando Alonso. Caminhava para um redentor oitavo lugar quando teve seu pneu furado.

Foi a ocasião em que Petrov andou mais próximo de Kubica no ano, tal como em Xangai. O piloto russo não cometeu erros e, junto com o polonês, manteve a equipe Renault próxima à Ferrari praticamente durante toda a corrida. Ferrari que já ligou o sinal vermelho. Depois de Felipe Massa passar toda a corrida turca atrás de Kubica e de Alonso só conseguir a ultrapassagem sobre Petrov no finalzinho e com certa dificuldade, ficou a impressão de que a Renault já briga com o time italiano pelo posto de quarta força do grid de 2010.


Te cuida, Ferrari

Um fracasso do modelo F-10, no qual a equipe italiana investiu enorme energia e também enorme esperança depois do fiasco da F-60, seria vexatório para a Ferrari, e a alta cúpula da equipe sabe disso. O modelo desse ano começou a ser gestado em Maranello ainda no meio de 2009 e, pelo tempo que sua preparação consumiu, o bólido vermelho está deixando a desejar. Por isso mesmo Stefano Domenicali, chefe do time rubro, promete atualizações técnicas importantes para o time a partir do GP da Europa, no dia 27 de junho. Só que antes de correr nas ruas de Valência, a Fórmula-1 viaja para a América do Norte, para o GP do Canadá. Mais uma corrida com desempenho modesto pode comprometer de vez o ano da equipe de Maranello.

domingo, 30 de maio de 2010

Dupla de equipe: GP da Turquia

Kamui Kobayashi


Ele foi pra Superpole e não é a primeira vez que ele consegue isso esse ano. Em Barcelona o Koba também conseguiu ir pra fase final da classificação. De quebra marcou o pontinho da Sauber, apesar de sofrer com algumas ultrapassagens durante a corrida.

Fábio Andrade



Arrastando, arrastando, o japonês conseguiu finalmente marcar o primeiro pontinho dessa Sauber-quase-ex-BMW. Engoliu muita ultrapassagem na corrida mas o esforço rendeu o tão buscado 10° lugar. O carro é ruim, no entanto mostra algum potencial em pistas velozes. E o japa voador dessa vez desencantou. Well done!

Felipe Maciel



Bruno Senna


Acho que foi a melhor corrida dele desde o começo do ano. Parece que ele teve que parar para não quebrar o motor e isso é uma tremenda pena. Os Cosworth, decididamente, estão deixando a desejar. O Bruno era o mais bem colocado das equipes estreantes quando teve que abandonar.

Fábio Andrade



Ainda não entendi como ele colocou o carro da Hispania à frente das pequenas rivais. Talvez o problema aerodinâmico se torne solução num circuito que demande pé embaixo por tanto tempo. Fato é que Bruno fazia uma grande corrida, até ser obrigado a se retirar. Lamentável. Justo quando consegue fazer aquele algo a mais, a confiabilidade (ou falta de) entra em cena. Essa é a vida de piloto de fundo de grid.

Felipe Maciel



Ferrari x Renault


É um duelo que vem se repetindo em 2010. Em Melbourne o Kubica não cedeu às investidas do Massa. Em Mônaco, idem e hoje em Istambul de novo. Mas hoje com um grau de dramaticidade maior para os italianos porque o Felipe não esboçou ataque em nenhum momento.

O Alonso conseguiu deixar o Petrov para trás, mas com algum esforço. Se não reagir logo, a Ferrari corre sério risco de abandonar a briga e isso seria um vexame histórico depois de reservar tanto tempo ao desenvolvimento do F-10.

Fábio Andrade



Essa corrida foi um verdadeiro terror para a Ferrari. Tudo indica que ela perdeu vaga no G4 transformando-se na quinta força. Na classificação isso ficou bastante claro, já na corrida pode-se argumentar que o ritmo da Ferrari foi minimamente superior ao da Renault. Mas, sinceramente, minha leitura diz que a diferença que contou a favor dos italianos foi a discrepância de nível entre o bicampeão Alonso e o inexperiente Petrov. O espanhol soube trazer os pneus para o momento decisivo da prova e assim aplicou-lhe a ultrapassagem.

Acho que já podemos cravar que a Ferrari posiciona-se atrás de RBR, McLaren, Mercedes e Renault. Não teve duto F que desse jeito. E agora, José?

Felipe Maciel



Hamilton x Button


Muito legal de ver. A briga mais recheada de competência em toda a corrida. Duros um com o outro, como deve ser, mas leais e "cuidadosos" na medida do possível, afinal, fazem parte do mesmo time. Legal.

Fábio Andrade



Belíssima briga. No melhor estilo "aqui se faz, aqui de paga", os dois trocaram e destrocaram de posições em poucas curvas, no limite dos espaços, calculando cada centímetro para a realização de um duelo limpo e de alto nível. Lance para marcar a temporada e ser devidamente lembrado no final do ano. Um show!

Felipe Maciel



Webber x Vettel


É um pouco chato dizer que alguém foi culpado e que o outro foi inocente. Antes de tudo me pareceu ser um acidente normal de corrida e, como em todo acidente, pode acontecer com qualquer um. Ponto.

Nenhum dos dois assumiu publicamente responsabilidade pelo ocorrido. Mas, mesmo depois de ver o replay algumas dezenas de vezes, ninguém me tira da cabeça que o Vettel, no mínimo, se precipitou ao tentar mudar a linha. Mas é uma discussão que rende, tipo aquela entre o Hamilton e o Raikkonen em Spa-2008.

Fábio Andrade



O confronto teve cara de duelo de categoria de base, onde um acidente como aquele chega a ser relativamente comum. Mark espremeu Sebastian para a esquerda. Quando este meteu de lado, quis empurrar para a direita. A intenção do Vettel era até natural, o problema é que Webber manteve-se em linha reta e daí houve o choque.

A briga entre Hamilton e Button foi uma verdadeira aula para esses dois. Quando Lewis revidou a ultrapassagem na curva 1, Jenson puxou para fora para ampliar a velocidade de contorno na curva, já que a preferência era do Mr. Pussycat. Por acaso Hamilton concluiu a ultrapassagem, mas ao menos eles não trombaram. Já Webber manteve o traçado reto mesmo sem qualquer preferência na curva. A resistência do australiano pegou o alemão de surpresa. Bastou uma mexida lateral para promover a lambança.

Acidente de corrida. Dois cabeças duras dando o sangue pela vitória e pela ponta da tabela às vezes pode acabar nisso.

Felipe Maciel



GP da Turquia


Eu fiquei um pouco irritado com a puxação de saco do trio da Globo em relação à pista, mas até concordo, vai. O Istambul Park não é uma pista ruim. E chega, não esperem declarações mais passionais.

Ouvi dizer que esse foi o último ano da F-1 lá. Pela quantidade de gente nas arquibancadas, até durou muito. Mas eu sempre fico sentido, porque os países investem uma bolada para receber a F-1. Ver a categoria indo embora assim não deve ser agradável.

Fábio Andrade



Corridaça! Para uma prova em pista seca, o GP da Turquia foi uma grata surpresa. Não me lembro qual foi a última vez que vi tanto piloto brigando pela vitória no braço, ali na pista, no mano a mano mesmo.

Sabemos que o traçado é de alto nível, e a F-1 faria um favor a si mesma se o mantivesse no calendário. Com tanto circuito chechelento por aí, parece que só os decentes vem a correr risco. Vale até lançar a campanha "Fica Istambul!".

Felipe Maciel

Após batida da dupla da RBR, Hamilton vence na Turquia



FÁBIO ANDRADE



Chegada a sétima etapa do mundial e os entusiastas da Fórmula-1 se preparavam para mais uma procissão enjoada de Mark Webber e Sebastian Vettel desfilando a eficiência do RB6 pelas 58 voltas do GP da Turquia, certo? Errado, felizmente para saúde do campeonato, infelizmente para a equipe Red Bull, que viu sua dobradinha se desfazer como o pneu traseiro-direito de Vettel após o toque com o companheiro Webber.


A McLaren incomoda

Largando em segundo e em quarto, respectivamente, na linha “suja” da reta de Istambul, Lewis Hamilton e Jenson Button muito certamente perderiam suas posições. E perderam. Não resistiram a adversários como Sebastian Vettel e Michael Schumacher que obviamente tracionaram melhor antes da primeira curva. Mas, rapidamente, os britânicos recuperaram suas posições, e essa reação rápida foi fundamental para que não se perdessem na história da corrida.



Sobretudo para Hamilton. Em Istambul, sem chuva (chuva deu um baile na meteorologia das equipes, diga-se) em condições normais de temperatura e pressão, a McLaren andou próxima da Red Bull como nenhuma equipe conseguiu fazer em 2010. As primeiras 15 voltas da corrida turca foram marcadas pela pressão de Hamilton sobre Webber. Já estava no ar a impressão de que um bom trabalho das equipes seria essencial para a definição da liderança da prova. E ele foi, naquele momento.

Num detalhe de alguma fração de segundo, a McLaren demorou mais do que podia demorar e devolveu Hamilton à pista atrás de Vettel. A virtual dobradinha da Red Bull voltava a ser um fato.
O Grande Choque

A partir das paradas para troca de pneus, a corrida ganhou um outro tom. Ainda que Hamilton e Button se mantivessem próximos dos líderes Webber e Vettel, as posições pareciam sedimentadas. A tensão permanecia por conta de previsão de chuva. Os computadores das equipes teimavam e determinar a hora em que ela cairia, mas a chuva turca não é como a inglesa, portanto, não costuma ser fiel aos horários marcados. Destituída da pontualidade britânica, a tal chuva se limitou a alguns pingos esparsos.

Foi no terço final, faltando 19 voltas para o fim, que a corrida se decidiu, com a tentativa de ultrapassagem de Vettel sobre Webber, que o vídeo abaixo explica melhor do que qualquer blábláblá textual:

 

Depois do encontrão, Webber ainda seguiu na corrida e terminou em terceiro. Vettel ficou por ali mesmo e saiu do carro chamando o companheiro de equipe de louco, como se o culpado pelo acidente fosse o australiano.



Óbvio dizer que uma batida como essa, nessas circunstâncias, não é proposital nem premeditada. Vettel errou ao intuir que Webber voltaria para a linha de tangência natural para contornar a próxima curva. Um erro sério (e que provavelmente será muito debatido nos próximos dias), que prejudicou o time e abortou uma virtual dobradinha.
Finalmente, Hamilton

E quem disse que a tensão do GP da Turquia havia acabado? Hamilton e Button, em grande estilo, trataram de dar ainda mais graça ao final da corrida ao brigarem pelo primeiro lugar:

 

Ao final das 58 voltas Hamilton, enfim, venceu em 2010. Daqui a 15 dias a F-1 volta a um de seus clássicos, Montreal, no Canadá. E, nas longas retas do circuito Gilles Villeneuve há, além de muros muito próximos, a chance de a McLaren aparecer ainda mais forte com o sistema de dutos de ar.
Grande Prêmio da Turquia, resultado após 58 voltas:

sábado, 29 de maio de 2010

Webber mantém domínio e é pole na Turquia



FÁBIO ANDRADE



O treino classificatório para o GP da Turquia terminou como todos os outros realizados em 2010: com a Red Bull na liderança, na terceira pole position seguida do australiano Mark Webber. A McLaren de Lewis Hamilton completa a primeira fila.



Em uma sessão classificatória livre da chuva e de acidentes extraordinários, o drama do dia, tal como em Mônaco, ficou a cargo do espanhol Fernando Alonso.
Fim de Festa

O GP da Turquia marca a comemoração de uma marca histórica para a Ferrari: é a corrida de número 800 da equipe italiana na Fórmula-1. Desde ontem os carros de Felipe Massa e de Fernando Alonso circulam com a marca festiva inscrita na carenagem.



A comemoração da Ferrari, no entanto, não começou como a equipe gostaria. Ainda no Q2, Alonso se atrapalhou na penúltima curva de uma volta lançada, enquanto tentava melhorar sua 11ª posição. Ainda teve tempo de abrir outra volta mas não conseguiu progredir para a superpole, terminando o treino numa indigesta 12ª colocação.

Felipe Massa conseguiu avançar para a parte final do treino, mas não alcançou um lugar entre os ponteiros. Na pista em que tem o melhor retrospecto em sua carreira, Massa largará apenas na oitava posição. Mesmo no ano passado, quando o carro da Ferrari era considerado muito ruim, o brasileiro conseguiu uma melhor posição de largada, em sétimo.
Todo dia é dia do canguru

Se a primeira pole de Webber em 2010, na Malásia, foi considerada um resultado ocasional, hoje seria surpresa se Sebastian Vettel conseguisse superar o companheiro australiano. Com seis corridas e uma sessão classificatória completadas, Webber tem quatro poles e duas vitórias no bolso. É, quem diria, o grande momento de sua carreira na F-1.

Vettel voltou a tomar quatro décimos do companheiro, mesmo com o chassi do seu RB6 trocado e numa sessão em que parecia favorito após ser o mais rápido no Q2. Apesar do terceiro lugar, tem como trunfo o fato de largar do lado limpo da pista num circuito em que a primeira curva é bem próxima ao ponto de largada.



Se a Ferrari não se mostra capaz de brigar pelas primeiras posições, a equipe mais próxima de fazer uma oposição à Red Bull é a McLaren. Não por acaso, Hamilton se colocou entre os carros dos energéticos e Jenson Button fecha a segunda fila. Mas, tomando como exemplo as seis primeiras corridas do ano, nenhum dos dois deve fazer frente a Webber e Vettel. Com poucas chances de chuva (20% no horário da corrida, segundo o Weather Channel), o GP da Turquia tende a ser outro desfile da superioridade da Red Bull.
Grid de largada para o Grande Prêmio da Turquia:

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Ferrari chega ao 800° GP sem perspectiva de vitória



FELIPE MACIEL


O GP da Turquia será um marco bonito para a equipe Ferrari na Fórmula 1. A rica história que se iniciou no GP de Mônaco de 1950, a segunda corrida da categoria, está alcançando neste fim de semana a respeitabilíssima estatística de 800 GPs disputados.

O número é empolgante mas não significa necessariamente que o clima é de festa. Primeiro porque a Ferrari não vive grande momento frente às rivais no campeonato. Mais do que isso, a tradição mostra que os GPs múltiplos de 100 não trazem resultados ótimos ao time.

A Ferrari nunca conseguiu marcar pole position numa corrida de final 00. Vitória ela teve uma só, lá nos idos dos anos 60, quando Surtees levou a melhor na Alemanha justamente na etapa de número 100 do time. A partir de então, de cem em cem GPs a escuderia passou pelo famoso "centenada". Será que Alonso e Massa quebram esse tabu na 800ª corrida da equipe? Duvido...



700 - GP da Bélgica de 2004
Schumacher largou em 2° e chegou em 2°
Barrichello largou em 6° e chegou em 3°

600 - GP da Bélgica de 1998
Schumacher largou em 4° e abandonou
Irvine largou em 5° e abandonou

500 - GP da Hungria de 1992
Alesi largou em 9° e abandonou
Capelli largou em 10° e chegou em 6°

400 - GP dos EUA de 1986
Alboreto largou em 11° e chegou em 4°
Johansson largou em 5° e abandonou

300 - GP da Holanda de 1979
Scheckter largou em 5° e chegou em 2°
Villeneuve chegou em 6° e abandonou

200 - GP do Brasil de 1973
Ickx largou em 3° e chegou em 5°
Merzario largou em 17° e chegou em 4°

100 - GP da Alemanha de 1963
Surtees largou em 2° e venceu a corrida!
Mairesse largou em 7° e abandonou

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Curva 8: o grande feito de Hermann Tilke



FELIPE MACIEL



20 de agosto de 2005. Provavelmente o dia em que Hermann Tilke riu. Riu como nunca imaginou que poderia rir um dia. Um sábado glorioso para o arquiteto alemão.

Naquele dia a Fórmula 1 foi apresentada a uma curva genial, que responde apenas pelo nome de 8. O treino classificatório era definido com uma volta apenas para cada piloto. O que se viu foi um show de erros, com direito a rodadas na curva desafiadora.

Curva 8 de Istambul

O traçado rigoroso da curva de 4 pernas fez vítimas sem escolher endereço. Não importava se o piloto era novo, se era velho, se era experiente, se possuía títulos, se recebia altos salários, se guiava carro de ponta ou pilotava para time pequeno. O grid de largada contou, por exemplo, com Schumacher em 17°, duas posições à frente de Jacques Villeneuve. Este último foi quem mais sofreu em sua volta lançada. Errou a entrada da curva, tentou corrigir de todas as formas até o final do contorno, e quando parecia que sairia ileso, rodopiou como uma verdadeira centrífuga.

O festival de erros daquele dia não voltaria mais a acontecer. Não na mesma intensidade, com tantos pilotos falhando quase que coletivamente. A partir daí, a então desavisada F-1 passou a manter um respeito especial por aquele trecho. Hoje, a criação mais bem sucedida de Hermann Tilke é símbolo da valorização da resistência física dos pilotos, que recebem ali um castigo da força G a cada uma das 58 voltas do GP da Turquia.

A curva também é sinal de problemas para os ajustes programados pelos engenheiros, especialmente para o de Lewis Hamilton, cujo estilo excessivamente dependente de uma frente estável já lhe rendeu más experiências graças à curva 8. Quem não se lembra do pneu se rasgando escandalosamente em 2007? Ou da ultrapassagem sobre Massa em 2008, que nada mais era do que uma consequência da estratégia de uma parada a mais para evitar o desgaste dos compostos.



A curva 8 só tem um defeito: assim como todas os traços curvos de Hermann, é desprovida de nome. Os bons e velhos circuitos da F-1 possuem suas marcas muitos bem denominadas. Como a Parabólica de Monza, o S do Senna em Interlagos, a Eau Rouge em Spa, bem como tantas outras famosas espalhadas pelo calendário: Mirabeau, Blanchimont, Lowes, Stowe, 130-R, di Lesmo, Sainte Devote...

Aproveitando a omissão do Tilke a respeito do assunto, proponho a seguinte enquete: se você pudesse escolher, que nome daria para a distinta curva 8? Ela merecia algo melhor que um mero número, não? Um pouco de imaginação não faz mal a ninguém...

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Turquia



FELIPE MACIEL


Está no ar a edição número 80 da Rádio OnBoard!

Ao lado do amigo Ron Groo foram levantados bons temas de discussão sobre notícias e boatos da atualidade, sem nos esquecermos da véspera de mais um GP: a F-1 está aterrissando em Istambul neste final de semana.


Clique para ouvirClique para baixar



No meio do próximo fim de semana entraremos ao vivo, entre treino e corrida, no link de sempre. Mais precisamente às 20h de sábado, para comentar o resultado do qualifying e as expectativas para a corrida. Até a próxima!

terça-feira, 25 de maio de 2010

Estados Unidos de volta à F-1 em 2012



FELIPE MACIEL



Espera, espera, deixe-me reformular: Fórmula 1 de volta aos EUA em 2012. Agora sim.

Os EUA já possuem suas próprias categorias que dão um show na pista, bem aos moldes do público ianque. Em linhas gerais, eles não precisam tanto da F-1, é a F-1 que precisa deles (do seu mercado, leia-se). Já era mesmo hora de suprir esses anseios...

Estados Unidos parece ser um dos poucos lugares em que o anúncio de contrato leva os fãs da Fórmula 1 a apoiar incondicionalmente a FOM, em vez de abominar sua ganância. Pensa-se: depois de inventar corrida nos cantos mais estranhos possíveis, como China, Abu Dhabi, Cingapura, dentre outros, finalmente Ecclestone concretizou uma boa parceria, repondo a categoria em território americano.



A passagem da F-1 pelos States é toda picotada. De 1959 para cá, há uma pesada troca-troca de sedes, com largas lacunas nas últimas duas décadas. A ordem das pistas que receberam o circo até aqui é a seguinte: Sebring, Riverside, Watkins Glen, Long Beach, Las Vegas, Dallas, Detroit, Phoenix e Indianapolis. A partir de 2012, uma nova cidade entra para o mesmo rol. Austin, no Texas, assinou contrato para nada menos que 10 temporadas! "Agora é pra valer", diria o narrador...

A abertura de portas tende a gerar um excelente efeito nos negócios. A começar pelo co-fundador do YouTube, Chad Hurley, que andou sinalizando intenção de investir na categoria através de um imponente acordo com alguma escuderia. A Ferrari, que de boba não tem nada, já tratou de aliar os propósitos do empresário norte-americano a seu incansável interesse em dispor de um carro extra nas competições. A ideia do tio Luca está tomando um escopo mais bizarro a cada dia.
Sonho com uma terceira Ferrari administrada por uma equipe americana, com as estrelas e listras da bandeira [estadunidense].

Luca di Montezemolo

Para onde vai Felipe Massa?



FÁBIO ANDRADE



Normalmente iniciadas no meio da temporada, as manchetes sobre as transferências de pilotos começaram cedo em 2010. O esporte favorito das publicações que cobrem a Fórmula-1 no momento é tentar adivinhar que rumo tomara Felipe Massa, hoje na Ferrari. O contrato do vice-campeão de 2008 acaba ao fim dessa temporada e o brasileiro negocia a renovação do acordo com o time de Maranello. Mas nos últimos dias seu nome também esteve ligado a negociações com a Red Bull e com a Renault, e, de última hora, o site brasileiro Grande Prêmio afirma que Massa foi procurado pela McLaren no ano passado para compor dupla com Lewis Hamilton.



Massa desconversa quando indagado sobre o assunto, tentando se manter acima da especulações. Diz-se em alguns veículos informativos da Europa que o polonês Robert Kubica, hoje na Renault, já teria um pré-contrato assinado com a Ferrari para 2011.

E acima de toda a nuvem de suposições gerada no momento em que um piloto de ponta negocia seu contrato com a(s) equipe(s), paira uma constatação: as renovações de contrato de Massa com a Ferrari, antes imediatas e sem margens pra rumores desse tipo, hoje acontecem sob a pressão e o olhar atento da imprensa. Não que necessariamente seja sintoma de algum desgaste no relacionamento de Felipe com o time, mas pela primeira vez desde 2006 o brasileiro precisa lidar com a pressão gerada pelo assédio da imprensa nesse tipo de questão.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Vencedor sempre saiu da 1ª fila na Turquia



FÁBIO ANDRADE



Sendo mais um marco da marcha da Fórmula-1 rumo ao leste, o GP da Turquia é disputado desde 2005 na pista de Istambul Park, desenhada por (quem? Quem?) Hermann Tilke.

- O Istambul Park costuma ser considerado o "menos pior" projeto de Hermann Tilke. Como em Interlagos e Cingapura, em Istambul se corre no sentido anti-horário;



- Algumas de suas curvas se parecem com outras curvas célebres de outros circuitos. A curva 1, por exemplo, se assemelha ao “S do Senna” de certo autódromo brasileiro;

- E atenção para a largada! A curva 1 é bem próxima ao ponto de partida e é raro que passem todos ilesos;





- Mas a grande sensação da pista turca é a curva 8. De raio longo e com quatro tangências (na verdade três, mas a saída da curva foi contabilizada aqui), é uma curva de grande exigência técnica;

- Como toda pista-Tilke, entretanto, o fator ‘risco’ é baixo. Uma grande área de escape circunda a curva 8. Ou seja, um erro ali pode ocasionar, no máximo, uma escapada de pista;

- O longo trecho de aceleração que vai da curva 10 até a curva 12 é o principal ponto de ultrapassagem da pista. Esse trecho termina numa forte freada que baixa a velocidade dos bólidos de 320km/h para cerca de 90km/h;

- Mas, desde a estreia do autódromo até a última corrida, o GP da Turquia praticamente foi decidido no sábado. Das cinco corridas disputadas no circuito turco, em quatro o vencedor era o pole position (2005 – Raikkonen; 2006, 2007 e 2008 – Massa). No ano passado o vencedor, Jenson Button, largou em segundo. Em todas as edições, portanto, o vencedor partiu da primeira fila.

domingo, 23 de maio de 2010

Até onde vai o braço de Robert Kubica?



FELIPE MACIEL



De uns anos para cá ficou realmente difícil nivelar com precisão o carro da Renault no grid da Fórmula 1. A combinação não é nada justa: um piloto com naipe de campeão ao lado de um inexperiente, muitas vezes preterido pela equipe.

Nos deparamos com longa discrepância entre os resultados de Alonso em relação a Nelsinho ou a Grosjean, e hoje notamos algo semelhante entre Robert Kubica e Vitaly Petrov.



Nas temporadas anteriores, era trivial observar o disparate entre pilotos Renault posicionados em lados opostos do grid - um fica no Q1, outro sobe ao Q3. Em 2010, embora o mesmo já tenha ocorrido no qualifying, felizmente o acontecimento deixou de ser comum. Agora o contraste se limita a Q2 x Q3.

Quem acompanhava a GP2 depositava muito mais fichas no Piquet e no Romain do que no russo, mas Petrov já alinhou numa satisfatória 11ª colocação logo em sua 3ª corrida. Ok, ele pode ter lá seu talento, mas também fica claro que o R30 é o melhor carro feito pela Renault desde seu último campeonato mundial, conquistado em 2006.



Robert Kubica está dando um verdadeiro show. O polonês está classificando-se entre os postos top com muito mais facilidade que Fernando Alonso em 2008 e em 2009, quando o espanhol tirava proveito do tanque vazio para galgar posições durante a super pole - opção que o polonês não possui e ainda dispensa na temporada corrente.

Descobrir o quanto o carro da Renault é bom continuará sendo um desafio até o dia em que a equipe parar de contratar dois pilotos de níveis completamente distintos. Pela baixa expectativa atribuída ao time francês desde a pré-temporada, naturalmente passamos a supervalorizar o braço do polonês Robert Kubica, que de fato vive uma grande fase. Mas ele não faz milagre de transformar um monoposto de meio de grid a candidato frequente ao pódio.

Após uma sequência de bólidos mal nascidos - com direito a uso de esquema controverso para abocanhar a vitória em certa corrida noturna -, a Renault finalmente começa a se restabelecer tecnicamente na Fórmula 1. O R30 é dos bons e a parceira com um Kubica motivado pela casa nova já permite ao time sonhar com uma nova vitória, coisa que em 2009 passou longe de ocorrer. Sem falar na abstinência do polonês, que não vê a hora de pisar no lugar mais ilustre do pódio pela segunda vez na carreira.

Felipe Massa, Istambul 2008



FÁBIO ANDRADE



Na Turquia, Felipe Massa ainda é rei. Suas três vitórias no circuito de Istambul Park configuram um caso raro de identificação entre piloto e pista na Fórmula-1 atual.

No vídeo abaixo, a última e mais tensa vitória de Massa no GP da Turquia, em 2008. Poucos contavam com a estratégia não-convencional adotada pela McLaren, de realizar três paradas com Lewis Hamilton. O britânico, mais leve, apresentou grande rendimento em sua segunda "perna" de corrida, chegando a ultrapassar Felipe na pista, mas não conseguiu abrir a distância necessária para fazer a terceira parada e voltar a frente do piloto da Ferrari.

sábado, 22 de maio de 2010

Memória Blog F-1: Ralf e Montoya em Indianápolis



FELIPE MACIEL


A duplinha da Williams formada por Juan Pablo Montoya e Ralf Schumacher fez história no circuito de Indianápolis. A equipe que o diga.

Tio Frank precisava realizar uma reza brava antes de cada GP dos EUA, porque seus pilotos definitivamente não aliviavam nas sandices. O tour no túnel do tempo começa em 2002, com Ralf e Montoya se degladiando logo na 2ª volta da corrida, deixando o time de cabelo em pé com a lambança que só veio a colaborar para a ruína do trabalho do fim de semana. O colombiano ainda conseguiria obter o quarto lugar. Não subiu ao pódio mas também não engoliu voltas de desvantagem como no caso do companheiro.



Em 2003, uma corrida para a Williams esquecer. Montoya vinha bem no campeonato com elevadas chances de levar o título, no entanto inventou de arrumar problema na penúltima prova do ano. A possibilidade de tornar-se campeão se esvaíram em Indianápolis.

Ralf Schumacher foi mero figurante numa corrida que recebeu a participação da chuva. O alemão perdeu o controle do carro e bateu. Já Juan Pablo, dessa vez, se envolveu com Rubens Barrichello ao atingir a Ferrari do brasileiro e provocar seu abandono. A FIA reagiu aplicando-lhe um drive through, que detonou a corrida e o sonho de Montoya brigar pelo caneco no GP seguinte.



Em 2004, o colombiano maluco sequer esperou o GP começar; aprontou antes mesmo da volta de apresentação: A cena que segue é uma das mais insanas da década. Daquelas que você certamente cairia na gargalhada se seu queixo não estivesse no chão.

O carro deu um problema no grid de largada, o que o piloto faz?... Juan Pablo desce do cockpit, deixa o carro parado no grid e corra em direção aos boxes pulando todos os muros que estivessem à sua frente. Foi praticamente uma prova dos 50 metros com barreiras. E depois deu mais um pique para lá, em seguida girou de volta para cá...

O colombiano, mais perdido que uma barata tonta, buscava o carro reserva para largar. Para completar o episódio, sua corrida até teria início mas acabaria em bandeira preta. A FIA cometeu a proeza de decidir pela desclassificação de Juan Pablo somente aos 93 minutos de um GP disputado em 100. Correu à pé, correu de F-1, e morreu na praia.



2004 também foi o ano do primeiro pancão de Ralf Schumacher na curva do oval. Um problema do pneu o arremessou de forma assustadora sobre o muro, paralisando a prova por longos minutos. O alemão seria substituído por Gene e posteriormente por Pizzonia, só voltando a guiar depois de 7 grandes prêmios daquela temporada.



Aquele domingo seria a última experiência de Montoya e Ralf Schumacher a bordo de um carro da Williams no lendário circuito americano. Fim de papo.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Enquete F-1: A pior dupla do ano



FELIPE MACIEL


Nas últimas semanas andamos perguntando: Qual a pior dupla de pilotos do Mundial 2010?

No total de 110 respostas, tivemos o seguinte desfecho:

Chandhok e Senna - 56,4%
De La Rosa e Kobayashi - 18,2%
Trulli e Kovalainen - 13,6%
Glock e Di Grassi - 4,5%
Alguersuari e Buemi - 4,5%
Outra - 2,7%

Pelo visto, sem surpresas e sem injustiças. Os dois estreantes da Hispania levaram a melhor (leia-se a pior) na sondagem do blog. É duro ver um time de pilotos sem qualquer experiência num carro sem qualquer potencial. A combinação é diga do mais absoluto fracasso: os pilotos demoram a evoluir, e o carro idem.



A próxima enquete aproveita o momento da corrida que ganhou ainda mais destaque na temporada corrente: o pit stop. Sua vez de agir, vote lá!

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Raikkonen, esse desmotivado?



FÁBIO ANDRADE



Do dia 27 de abril de 2008 ao dia 30 de agosto de 2009, um piloto viveu um drama na Fórmula-1. Ou não. Porque quando se fala de Kimi Raikkonen, normalmente os tons dramáticos ficam reservados às paginas de jornais e a blogueiros com um pé no sensacionalismo, como esse que escreve esse post. Kimi costuma dar muito menos atenção a tudo que acontece no ambiente extra-pista, incluindo as discussões sobre seu próprio rendimento.

O fato é que o período datado no parágrafo acima é o intervalo entre a penúltima e a última vitória de Raikkonen na F-1. Foram quase exatos 16 meses, ou 25 corridas, sem ser o primeiro a receber a bandeira quadriculada na linha de chegada, o que é um calvário para um piloto numa equipe como a Ferrari.

Raikkonen foi então acusado de sonolento, desinteressado, desmotivado. Seu jejum começou no GP da Espanha de 2008 e durou até o GP da Bélgica de 2009. Kimi só se redimiu com uma atuação de gala na sua “pista-fetiche”, se é que o termo existe, Spa-Francorchamps, na única vitória da Ferrari no último campeonato. Mas ainda assim Raikkonen se retirou da F-1 no fim do ano passado deixando no ar a sensação de que se tornara um piloto mediano e burocrático.


O jejum dos outros

No passado recente da F-1, Kimi Raikkonen não foi a única estrela a passar um grande período sem vitórias, mas foi o único piloto que teve de lidar com uma quase perseguição da imprensa, que o acusava de estar desmotivado. Outros destaques da F-1 não conviveram com isso. Felipe Massa é um bom exemplo. Seu último triunfo foi no GP do Brasil do dia 2 de novembro de 2008, há um ano e meio, ou 24 grandes prêmios. Porém, Massa esteve impedido de disputar oito dessas 24 corridas em virtude de seu acidente no GP da Hungria de 2009, que o tirou das pistas pelo resto do ano.

Fernando Alonso também atravessou um longo período de vacas magras. Na verdade, dois intervalos grandes sem vitórias: de setembro de 2007 (GP da Itália, ainda pela McLaren) a setembro de 2008 (o infame GP de Cingapura, já pela Renault) e de outubro de 2008 (GP do Japão) a março de 2010 (GP do Bahrein, pela Ferrari). Foram, respectivamente, 18 e 19 corridas de jejum.

Há ainda outros casos de pilotos que ficaram longos períodos sem vencer: Rubens Barrichello passou quatro temporadas inteiras sem vitórias e voltou a triunfar no ano passado. Jenson Button esteve sem vencer do GP da Hungria de 2006 ao GP da Austrália de 2009. Já aparentava ser piloto de uma vitória só, até encontrar o BGP-001 em seu caminho e partir para o título no ano passado. Mas no caso de Barrichello e Button chovem ressalvas, afinal, ambos estavam em alguns dos carros mais fracos do grid antes de a Brawn GP aparecer.

Apesar de todos os exemplos, a pecha de desinteressado só recaiu sobre Kimi Raikkonen. Talvez porque a Ferrari não fosse, de fato, a equipe ideal para seu estilo, talvez porque Kimi não desfiasse um rosário de sorrisos nem parecesse paciente diante dos interrogatórios dos jornalistas.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Monte Carlo



FELIPE MACIEL


No ar a edição número 79 da Rádio OnBoard!

Numa mesa dividida pelo grande Ron Groo, a amiga Ingryd Lamas e por mim, falamos do Grande Prêmio de Mônaco comentando todas as discussões válidas do fim de semana.


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Voltamos em breve, dentro de uma semana, na véspera do GP da Turquia. Até lá.

Mais sobre a intrigante regra do Safety Car



FELIPE MACIEL



Ainda sobre o problema na volta final de Monte Carlo, repassemos uma geral no assunto.

A nova regra do safety car determina que as bandeiras amarelas e as placas SC devem ser removidas e trocadas por bandeiras e luzes verdes desde o instante em que o Mercedão se aproxima dos boxes até o último bólido passar. As ultrapassagens ficam liberadas na altura da entrada do pit lane. Ressalva feita à última volta, em que a retirada do carro madrinha consiste num ato virtual, logo uma gentileza da FIA em abrir caminho ao vencedor rumo à linha de chegada.

A regra deixava claro e evidente que uma punição devia ser aplicada. Por mais que a Mercedes alegasse ter sido traída pela sensação de liberdade transmitida pelas luzes verdes, não havia a menor possibilidade de ganhar a apelação porque tudo isso era previsto no regulamento. Se na prática tal sinalização confundiu a Mercedes, azar o dela.



Mas é justamente aí que se nota a falha na estipulação da regra; ela não está exatamente errada, porém contraria o bom senso. E por que a FIA redigiu um tópico que contraria o bom senso? Ora, porque ela não teve bom senso quando pensou na ressalva.

Muitas vezes, quando se lança uma regra nova, deixa-se de se imaginar um detalhezinho que, mais cedo ou mais tarde causará problemas. Não é a primeira nem será a última vez que algo assim acontece. Por isso não é a escorregada da regra que me intriga (isso pode ser ajustado até o GP seguinte, e problema resolvido!). O que me intriga mesmo é a sua existência.

Afinal, por que diabos abandonaram um regra simples, consolidada e infalível como aquela da linha de chegada que vigorava até o ano passado, para implementar uma nova, mais complexa, que trata da linha do pit lane e potencialmente falha nas conjecturas de sua exceção?

Se estava bom, se ninguém reclamava... por que mudaram?

terça-feira, 18 de maio de 2010

Damon Hill pune Michael Schumacher



FELIPE MACIEL



A presença de Damon Hill na equipe de comissários de Mônaco despertou insinuações dos fãs da F-1. Tudo não deveria passar de uma brincadeira, já que o inglês não tem poder soberano dentre os agentes da FIA encarregados de avaliar o incidente e dar o veredicto.

Além disso, chega a ser infantil acreditar que alguém se aproveitaria do convite oficial feito pela federação para atuar com interesses vingativos, desprezando todo o seu profissionalismo. Sem falar que Hill jamais sustentou amargura com o episódio de Adelaide, ao contrário de um outro ex-piloto da Williams, que não vem ao caso agora. Mas é lamentável saber que o campeão de 96 recebeu acusações de parcialidade devido à punição a Michael Schumacher em Monte Carlo.
Em parte, é claro, existe o meu desconforto porque fui chamado para fazer uma decisão sobre um incidente envolvendo Michael. Agi apropriadamente, mas recebi alguns e-mails me acusando de preconceito

Damon Hill



Ele não precisa se preocupar com esse tipo de picuinha. Quem pensa na decisão do campeonato de 2008 lembra da fantasia criada por espectadores imprudentes que incriminaram Timo Glock pela definição do título a favor de Lewis Hamilton. Felizmente, atitudes bobas como essas caem no esquecimento facilmente.



Mas os comentários de Hill a respeito da experiência deste domingo foram muito além das sandices que teve de escutar. O britânico argumentou, com toda a razão, que a atuação de pilotos como comissários deve consistir na transmissão das sensações de quem já esteve dentro do cockpit para auxiliar a tomada de decisão por parte dos comissários.

A FIA precisa entender que piloto não deve ser convidado para incorporar a figura jurídica de decisor junto aos demais. Isso mais parece uma aula de como transtornar seus convidados.
Foi uma experiência fascinante, mas eu me pergunto se é justo que os pilotos sejam colocados na posição de interpretar os regulamentos. Eu imaginei que estaria lá como consultor fornecendo uma visão de piloto para os comissários, que estão lá tomar as decisões. Minha experiência é como um condutor, e não como um legislador ou intérprete de regulamento

Damon Hill



Pelo visto, a mensagem "track clear" e as luzes verdes não são os únicos detalhes a serem repensados pela FIA após o GP de Mônaco.

domingo, 16 de maio de 2010

Dupla de equipe: GP de Mônaco

Estratégia da Ferrari


Em 2008 a equipe perdeu a possibilidade de ganhar em Mônaco por causa de uma sucessão de erros, alguns deles de estratégia. E hoje foi um grande acerto que deu ao Alonso o 6º lugar.

Foi uma tacada bacana, ainda mais porque encerrou a ilusão de que acabaram-se as ultrapassagens nos boxes. Mas é bom lembrar que deu tão certo porque Mônaco tem características muito particulares e o Safety Car entrou na hora certa.

Fábio Andrade



Fazia tempo que eu não via a Ferrari executar uma estratégia tão bem feita. Mas não adianta acreditar que o time recuperou sua inteligência de tempos anteriores, uma vez que a acertada manobra feita com Alonso havia sido pensada de sábado para domingo - em outras palavras, eles tiveram tempo para pensar.

A Ferrari ainda precisa se provar quando surge a necessidade de adaptação de estratégia no desenrolar da corrida. Nisso o Ross Brawn era (ainda é) craque.

Felipe Maciel



Tampa do radiador da McLaren


Parece até que McLaren e Ferrari trocaram de lugar. Um erro desses é digno dos italianos.

O Button jurou que “provavelmente sairia se não tivéssemos um Safety Car”. Sei não... mas é raro ver o pessoal da McLaren dar um furo desses. E nem foi tão ruim pro Button porque ele continua bem perto do líderes na tabela.

Fábio Andrade



A equipe detém um orçamento invejável, desenvolve alta tecnologia, ajusta a logística para cuidar adequadamente de cada item do equipamento, pagas salários estrondosos a seus respeitosos funcionários, abriga os dois últimos campeões da F-1, discute opções de estratégia através de uma penca de dados estatísticos, estuda minuciosamente o acerto da carro a cada fim de semana de corrida... E daí um fulano mecânico esquece uma tampa no radiador, superaquece o motor e acaba com a corrida do Button depois de todo o esforço feito para deixá-lo correr. O automobilismo é mesmo um esporte irônico...

Felipe Maciel



4 entradas do Safety Car


Dentro da média pra Mônaco, não? Curioso notar que ficou a sensação de que a direção de prova quis adiar o último Safety Car pra não prejudicar a chegada dos pilotos. Eles demoraram mais do que o habitual para acionar o carro-madrinha.

E quem diria, uma tampa de bueiro interromper um gp de Fórmula-1? Em Mônaco tudo acontece!

Fábio Andrade



O Maylander deve adorar a oportunidade de poder liderar o GP de Mônaco, e dessa vez tudo colaborou para dar ao alemão esse gostinho. Pode agradecer a Hulkenberg, a Barrichello, a Trulli e à tampa do bueiro.

Tampa de bueiro, é cada uma viu...

Felipe Maciel



Chandhok x Trulli


O Trulli tentou fazer um carro caber num espaço que só comportava meio bólido. Simples assim. E gerou um acidente perigoso, mesmo num trecho lento como o da Rascasse.

Fábio Andrade



Depois de tanta preocupação com a hipótese de os times pequenos atrapalharem os grandes no treino, o que se viu foi piloto de ponta atrapalhando piloto de ponta no qualifying, e, na corrida, dois pilotos de fundo de grid se enroscando.

O Trulli achou que a lenta HRT de Chandhok estava cedendo passagem e projetou o carro sobre um espaço que não se abriria. Acontece, paciência.

Felipe Maciel



Schumacher x Alonso


Ah, amigo, o Schumi, se não está na velha forma, pelo menos já voltou a criar polêmica.

Em suma: nem eu, nem o Reginaldo, nem o Galvão e nem ninguém sabia que quando o Safety Car recolhe na última volta é proibido ultrapassar. Acho que é uma regra que todo mundo só veio a conhecer depois do que aconteceu hoje.

Mas estava lá escrito no regulamento, então não cabe choro. Não entendi aonde a Mercedes quer chegar recorrendo da punição.

Fábio Andrade



Quando abriram a última volta, já estava claro que a corrida estava encerrada. A volta serviria para cumprir tabela e ratificar as posições. Daí o alemão me apronta outra pra cima do Alonso na Rascasse?

Acabou se tornando apenas um fato engraçado. Não tem do que reclamar, dona Mercedes. Ao menos sabemos que a disposição de Schumacher continua tão elevada como sempre foi: o alemão quer ultrapassar até quando a corrida já acabou, minha gente!

Felipe Maciel



Dobradinha da Red Bull


Bem, Mônaco era o lugar em que alguém podia tentar uma surpresa, dada a natureza única da pista. Kubica ensaiou essa surpresa no sábado, mas o domingo foi da Red Bull.

E agora eles lideram os dois mundiais. Eu diria que demorou muito.

Webber está em fase inspirada, como nunca esteve na vida. Creio que o Vettel não esperava ter tanto trabalho e a Red Bull também não esperava por esse rendimento do australiano. É bom o alemãozinho se cuidar, porque de morto o Webber não tem nada.

Fábio Andrade



Dobradinha da Red Bull em Mônaco. Red Bull líder entre os contrutores. Webber e Vettel empatados na ponta do Mundial de Pilotos.

Tudo mais do que justo; é o melhor carro do ano. O Newey merece tirar o atraso e parece que desse ano não passa.

Felipe Maciel

Webber vence o conto de fadas de Mônaco



FÁBIO ANDRADE



"E Mark Webber venceu o Grande Prêmio de Mônaco, com Sebastian Vettel em segundo. E depois dessa dobradinha da Red Bull, todos viveram felizes para sempre".

E assim, começando pelo fim, conta-se toda a história da corrida em Monte Carlo. E a deixa para o restante do mundial é que a Red Bull agora é líder do campeonato de construtores e Mark Webber e Sebastian Vettel ponteiam a tabela de pilotos.



É em Mônaco, essa terra de reis, rainhas, príncipes e princesas que começa o conto de fadas taurino. Aquele que te dá asas.
Alonso, o herói

Largando dos boxes depois do infortúnio do sábado, Fernando Alonso ganhara um vale-show. A partida do final da fila era sua senha para brilhar, com um carro muito mais veloz do que os Hispania, Lotus e Virgin. E Alonso brilhou, ultrapassou, levantou a torcida da arquibancada da chicane do porto, mas antes de tudo isso deu um golpe de mestre depois de contar com um golpe de sorte.



Ainda na primeira volta, antes de Alonso poder começar sua epopeia, o Safety Car foi acionado. Mas não por causa de uma carambola na Saint Devote. Os pilotos da safra 2010 têm o costume de largar comportadamente. O carro-madrinha entrou na pista por causa do pancão solitário de Nico Hulkenberg na saída do túnel. Aí sim Alonso deu o bote, trocando pneus antes de todos. Na falta do reabastecimento, quem disse que não se consegue ultrapassar nos boxes?

E assim, o bicampeão viveu seu continho de fadas particular, montado em seu cavalo rampante. Depois de largar em último, o sexto lugar conquistado com parada precoce era um grandessíssimo resultado. Mas a história de Alonso ganhou bons ares de tragédia no fim, com uma bruxa velha e de queixo pronunciado aprontando uma das suas. Mas isso é história para o final.
E quem disse que touros não voam

Intrépidos como devem ser os mocinhos, Webber e Vettel gostam de emoção. Portanto, não desfilam sua competência montados em cavalos, mas sim em touros. Lá na frente, Webber justificava um famoso bordão e provava que touros podem sim ter asas e voar. Não fossem as várias inserções do Safety Car e o australiano chegaria muitos segundos a frente do restante do pelotão.

Vettel não esteve no mesmo ritmo de Webber e resolveu sua corrida na largada ao deixar Robert Kubica para trás. E é Kubica quem abre um novo capítulo na nossa história.
Os coadjuvantes de luxo

É quase uma injustiça chamar Kubica de coadjuvante. Pelo mérito de classificar a Renault na primeira fila, o polonês tem pinta de protagonista. Mas, não se sabe se por um capricho do roteiro, o polaco ficou ali, à sombra de Sebastian Vettel. E como Mônaco é Mônaco, o terceiro lugar foi o que restou ao piloto da Renault.

Felipe Massa também esteve ali, na dele. Largou em quarto, chegou em quarto e fez o feijão-com-arroz que lhe cabia no principado. Esse sim, um autêntico personagem secundário do princípio do fim da história.

Toda boa história tem uma pitada de dramalhão para segurar o público e às vezes acordá-lo quando a coisa se torna monótona. Button levou as mocinhas às lágrimas ao abandonar com o motor fervido. Barrichello fez a plateia prender a respiração com sua pancada na Massenet, mas nada assustou mais os espectadores do que o enrolo entre Jarno Trulli e Karun Chandhok na Rascasse, a instantes do fim. Há quem diga que essa manobra do roteiro foi a justificativa encontrada pelo autor da história para viabilizar o último grande ato.
A Bruxa de Kerpen

Há anos uma bruxa má assombrava a vida dos valentes pilotos. Com seu queixão apontado para frente e montada numa vassoura vermelha, ela amedrontava a todos quando aparecia em suas exibições endiabradas. Já havia feito algumas vigarices, até mesmo ali, naquela mesma curva Rascasse. Mas atualmente, a tal bruxa já não metia medo em ninguém. Alguns diziam que a magia por trás daquele capacete vermelho havia acabado.

Enquanto o herói do dia, montado em seu cavalo rampante, estava seguro de sua suada sexta posição, eis a surpresa. Ainda que o código de leis daquelas terras proibisse tal manobra na presença da fada-madrinha, digo, carro-madrinha, a bruxa, como quem tira o doce de uma criança, arrancou o sexto lugar de Dom Fernandito, da dinastia da Astúrias, ainda que essa não tenha sido uma de suas tradicionais vigarices com sinais de premeditação e má fé. E, num final de história de prender a respiração, o narrador da história para a televisão ficou sem acreditar que a Bruxa de Kerpen voltara à velha forma.

 

P. S.: rumores dão conta que a editora planeja uma continuação para a saga daqui a 15 dias na Turquia, também famoso império do passado. Trechos da história já vazaram, e corre à boca-miúda a versão de que os touros vermelhos continuariam imbatíveis como protagonistas da história.
Grande Prêmio de Mônaco, resultado após 78 voltas:

sábado, 15 de maio de 2010

Kubica bate na trave; Webber é pole em Mônaco



FÁBIO ANDRADE



Nem Felipe Massa, nem Fernando Alonso, nem mesmo Robert Kubica, que parecia predestinado à pole position na pista de Monte Carlo. Numa ocasião em que surpresas sempre são possíveis e até fazem parte da liturgia local, Mark Webber cravou o melhor tempo e vai largar na primeira posição do GP de Mônaco.



Num treino classificatório interessante, o australiano surpreendeu. Robert Kubica, que vinha emendando sucessivas voltas rápidas, foi detido pela Red Bull no último minuto da classificação.
Acidentado pela manhã, Alonso não participa da classificação

A classificação para a corrida monegasca começou antes mesmo de começar. Explica-se: Fernando Alonso, figura chave na formação do grid, bateu no treino livre da manhã em Mônaco e danificou sua Ferrari. Sem tempo hábil para reconstruir o carro, a equipe italiana anunciou, minutos antes do início do treino oficial, que o bicampeão não participaria do qualifying. Ou seja, dessa vez Michael Schumacher não precisaria estacionar na Rascasse para impedir uma volta rápida do espanhol...


Red Bull 100%

Pelo desempenho exibido nos treinos livres, a Red Bull não aparecia como favorita para o Grande Prêmio de Mônaco. Muita gente, como a dupla da Ferrari e o polonês Robert Kubica, andou mais forte do que Sebastian Vettel e Mark Webber. Mas, para comprovar que as performances dos treinos não-oficiais não são conclusivas, a equipe austríaca cravou a pole, até com um certo conforto, de praticamente três décimos em relação ao segundo colocado, e continua com 100% de aproveitamento em sessões classificatórias em 2010.

As duas primeiras partes do treino, no entanto, davam a impressão de que outros times brigariam pela posição de honra. A Ferrari com Felipe Massa, a Mercedes com Nico Rosberg e a Renault com Robert Kubica movimentaram o Q1 e o Q2. O grande destaque foi Kubica, que é destaque, aliás, desde a quinta-feira. O polaco, com a competência de sempre, continuamente colocou seu carro entre os grandes e larga em 2º.



O outro piloto da Renault foi responsável pela única bandeira amarela do qualifying desse sábado, no Q2. Vitaly Petrov bateu na curva Saint Devote, mas sem gravidade, não chegando a interromper o treino.

E entre as grandes quem parecia mais credenciada ao melhor tempo desse sábado era a Ferrari. Fernando Alonso dominara a quinta-feira no principado e Felipe Massa, que finalmente parece ter se encontrado com os pneus macios, ficou com um bom segundo melhor tempo no treino da manhã de sábado. Mas Alonso não pôde treinar e Massa sequer conseguiu uma vaga na primeira fila. Daí a sensação de que o 4º lugar do brasileiro tenha sido um tanto quanto decepcionante para o time italiano.



Na Red Bull, as cartas parecem estar invertidas. Se até pouco tempo atrás Sebastian Vettel parecia a escolha óbvia do time para a disputa do título, Mark Webber vive agora um momento mais feliz. Sua segunda pole consecutiva e terceira no ano é importantíssima, sobretudo num circuito de rua como o de Monte Carlo em que as ultrapassagens são difíceis e a natureza da pista é complexa. A chuva poderia atrapalhar a vida do australiano, mas a previsão do tempo indica apenas 10% de chance de chover entre duas e quatro da tarde de amanhã em Mônaco. Era essa a melhor notícia que os céus poderiam mandar para Webber.
Grid de largada para o Grande Prêmio de Mônaco:

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Memória Blog F-1: Mônaco? Chuva?



FELIPE MACIEL


Não foi exatamente uma corrida maluca mas sem dúvida um final de GP simplesmente "unbelievable"! A etapa de Mônaco de 1982 tinha tudo para ser uma prova morna, até o momento em que a chuva resolveu atuar. As primeiras vítimas começaram a aparecer a dez voltas do fim, mas foi na antepenúltima volta que o show de lambanças transformou os instantes finais do GP numa verdadeira epopeia.

Daly errou na Tabacaria mas fez de todo o possível para manter-se na pista até o final, mesmo que isso incluísse derramar óleo sobre o asfalto. Na 74ª passagem de um total de 76, Alain Prost escapou e bateu, cedendo a liderança a Riccardo Patrese. O gostinho da primeira vitória seria esfriado na volta seguinte, quando rodou no hairpin, perdendo algumas posições.

Em seguida, o então líder Pironi encosta num local perigoso, dentro do túnel, por conta de uma pane seca. De Cesaris herdaria a vitória, se não sofresse do mesmo mal. Para completar o festival de abandonos, Daly também desistiu na volta final.

Em meio à confusão, chegou-se a imaginar que Nigel Mansell assumiria a ponta. Ao que ressurge diante das câmeras a Brabham de Riccardo Patrese, absoluto na ponta, e cruza a linha de chegada pondo uma volta em cima de todos os demais, sem tomar consciência de que havia se tornado, de alguma forma, o vencedor do Grande Prêmio de Mônaco.

Confira o show, com Murray Walker nos vocais:



A movimentada etapa de Monte Carlo de 1996 também pediu a colaboração dos céus para gerar uma corrida surpreendente.

O GP, agitado desde o princípio, cruzou as 2h de duração, sendo concluído pela vitória do francês Olivier Panis, que triunfaria pela primeira e única vez na Fórmula 1. A Ligier subiria ao topo do pódio pela última vez, já que seria vendida para Alain Prost em 1997.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ferrari com boas chances de vitória em Mônaco



FELIPE MACIEL



Em Mônaco tudo é diferente, não tem jeito. Até a Ferrari, que tira os primeiros treinos livres para testar configuração de corrida e andar pesado, resolveu dar o show nesta quinta-feira em Monte Carlo com Fernando Alonso sendo o único a baixar de 1:15.

O bom desempenho da equipe italiana nos treinamentos do Principado conferem certa confiança ao time para encerrar a década da mesma forma que começou: com uma vitória no GP de Mônaco. Desde 2001, a Ferrari só assiste Wiliams, Renault, Brawn GP, e principalmente McLaren triunfando nas ruas mais charmosas da F-1.

O fator tido como vilão do carro vermelho nas últimas etapas por Felipe Massa recebeu uma série de elogios por parte de Fernando Alonso. Os pneus mais macios da Bridgestone agradaram ao espanhol, em oposição às especificações mais duras que foram usadas desde a Austrália, reduzindo drasticamente o grip de um carro que ainda não é o ideal.



Mas com a McLaren sendo tratada como potência nas retas e a Red Bull reconhecida por sua eficiência aerodinâmica, a Ferrari ganha ânimo para competir num circuito que minimiza tais qualidades para valorizar a aderência mecânica dos bólidos.

De qualquer forma, não é o caso de desprezar a velocidade da RBR - até então imbatível em treinos classificatórios e de problemas nas curvas de baixa supostamente superados - nem de desconsiderar a presença de Lewis Hamilton - um daqueles pilotos metidos a Mr. Mônaco -, muito embora a McLaren não inspire tanta confiança quanto a Red Bull.

Para completar, o belo céu azul de Monte Carlo pode ser preterido por uma banho de chuva tanto no sábado quanto no domingo, ao menos é o que garante a previsão meteorológica.

E chuva na F-1 já é sinônimo de espetáculo. Mas chuva em Mônaco é certeza de um espetáculo de outro planeta. Tomara que seja mesmo o caso.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Barcelona



FELIPE MACIEL



No ar, a edição número 78 da Rádio OnBoard!

Na companhia de Ron Groo e Fábio Campos, fizemos dois programas em um, ressaltando os pontos de destaque do GP da Espanha aliando às discussões referentes à chegada da Fórmula 1 em Mônaco logo na semana seguinte.


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No sábado, temos um encontro marcado para o programa ao vivo Pre Race, a partir das 20h, no endereço de sempre. Até a próxima!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Mônaco, um Clássico



FÁBIO ANDRADE



É impossível negar: Mônaco é o desafio do ano na Fórmula-1. O circuito de cerca de 3300 metros, além de ser a mãe de todas as corridas de rua, é o mais desafiador do ano (opinião muito particular do blogueiro, aberta a discussões) por um motivo muito simples: errou, bateu, companheiro. Simples assim. Mas não tão simples para uma geração de pilotos que se acostumou a enormes áreas de escape.



Além da natural dificuldade da pista, a corrida do próximo domingo está envolta em outro problema: os 6 carros das equipes estreantes, muito mais lentos do que os do restante do grid, se tornaram uma grande dor de cabeça que ninguém sabe como resolver.

- O GP de Mônaco foi disputado pela primeira vez em 1929. Logo nesse primeiro gp, uma nota de uma revista dizia o seguinte: “não é preciso dizer que a pista é cheia de curvas, subidas íngremes e descidas rápidas. Qualquer controle de tráfego respeitável cobriria a pista com placas de ‘perigo’ à esquerda, à direita e ao centro”;

- Mesmo que para a Fórmula-1 de hoje Mônaco não seja uma pista de alta de velocidade, o traçado de Monte Carlo não é propriamente o mais seguro do calendário. A pista é estreita, cercada por guard-rails e há alguns trechos críticos, como a saída do túnel, onde se atinge a marca dos 290km/h;

- Se fosse submetida às mesmas regras de segurança dos outros circuitos, Mônaco já não estaria no calendário. Mas, felizmente, a corrida do principado permanece por tradição, e também porque há dinheiro e poder envolvidos;

- Junto de Interlagos, Spa e Monza, Mônaco é uma das poucas pistas do atual calendário onde as curvas tem nome e é possível “recitar” a sequência delas formando uma volta imaginária. Muito mais interessante do que ir enumerando as curvas por números em ordem cardinal;



- A pista passou por poucas mudanças desde sua inauguração. As mais significativas foram a adição da parte da piscina, um “s”, e as transformações sucessivas que fizeram desaparecer o grampo do gasômetro e deram lugar à curva que hoje é a Rascasse. Da Saint Devote até o túnel, o traçado é bem parecido com o original;

- O comprimento das corridas na F-1 é padrão: 305  km, no mínimo, e a partir desse valor chega-se ao número de voltas necessárias para atingí-lo em cada pista. Mônaco é a exceção: lá a corrida percorre cerca de 260 km. Se tivesse a obrigação de completar os 305 km convencionais, o GP de Mônaco teria 92 voltas e extrapolaria a duração de duas horas;

- Ayrton Senna é o maior vencedor da corrida: trinfou seis vezes no principado e é impossível falar da corrida monegasca sem falar do brasileiro. Lá, Senna assombrou a F-1 pela primeira vez, em 1984, sob chuva, com a modesta Toleman. E quase venceu em 1988, já na McLaren, quando liderava com larga vantagem sob Prost, mas bateu a entregou a vitória ao francês;



- Antes de Senna, o Mister Mônaco era britânico: Graham Hill venceu cinco vezes no anos 60. O alemão Michael Schumacher também venceu cinco vezes no principado;

- Na última década a McLaren foi a maior vencedora do GP de Mônaco. De 2000 a 2009, em 10 oportunidades, a equipe britânica venceu cinco vezes (2000, 2002, 2005, 2007 e 2008). A Ferrari não consegue uma vitória em Monte Carlo desde 2001;

- Dos pilotos em atividade, cinco já venceram a prova em edições anteriores: Fernando Alonso, Jarno Trulli, Jenson Button, Lewis Hamilton e Michael Schumacher.

- O GP de Mônaco pode ser emocionante ou pode ser um belo desfile tão monótono como foi o GP da Espanha. Só que Monte Carlo conta com o bônus de ser uma das corridas de automóvel mais significativas do mundo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Memória Blog F-1: Raikkonen em seus dias



FELIPE MACIEL


"Chegar é um coisa, passar é outra", é o que diz nosso sábio narrador.

Mas nem sempre foi assim. Que o diga Kimi Raikkonen em tempo de McLaren: o finlandês não negociava ultrapassagem, ele simplesmente ultrapassava. Assim...

domingo, 9 de maio de 2010

Dupla de equipe: GP da Espanha

Red Bull


É a melhor-equipe-do-ano-e-isso-todo-mundo-já-sabe. É um blábláblá enjoado, mas verdadeiro.

O desempenho na classificação foi impressionante. Na corrida, porém, a equipe não foi 100% porque a dobradinha que era perfeitamente possível (mais do que isso, a dobradinha era esperada) não aconteceu. Serei óbvio, mas o RB6 precisa ganhar confiabilidade. Depois que conseguir isso, arrumem um jeito pra segurar Vettel e Webber.

Fábio Andrade



Gostei da largada das Red Bull's. Os dois mexeram pra lá e pra cá, criaram uma barreira na frente de Hamilton e Alonso e sustentaram a dianteira na primeira curva. Mas durante a corrida foram duas RBR's completamente diferentes.

Uma de Mark Webber, impecável, que não tomou conhecimento dos adversários. A outra do Vettel, uma equipe que errou nos boxes, um carro que apresentou problemas e por isso não colheu a dobradinha. A cada dia a situação se parece mais com a McLaren de 2005, que de tanta falha técnica impediu o primeiro título do Raikkonen, que poderia ser conquistado com relativa facilidade.

Felipe Maciel



Nico x Nico


Foi na marra que o Rosberg conseguiu passar o Hulkenberg. Mas o Nico da Mercedes podia ter tentado a manobra mais cedo. Perdeu muito tempo.

Claro, sintoma também da dificuldade que é ultrapassar em Barcelona.

Fábio Andrade



Saiu da Williams há pouco tempo, mas a Mercedes já o conhece muito bem. O Rosberg precisa mesmo levar cutucada do engenheiro pra reagir na pista. Foi só colocar pressão que ele arriscou jogar o carro por dentro e concluir a única ultrapassagem decente da corrida.

Felipe Maciel



Pit stop da Mercedes


Vi a cena do pit stop do Rosberg de novo e mesmo assim me pareceu confuso. Não entendi bem se faltou mesmo fixar a roda no eixo. Entra para aquele hall de bagunças no pit lane.

Fábio Andrade



Muito curioso esse erro. Muito curioso mesmo. Mas digo isso pela forma tranquila em que ele corrigiram. Na época do pirulito, o mecânico dava uma na cabeça do piloto, e o sujeito parava no susto. Quando a Ferrari lançou a sinaleira, foi um show de patacoadas, revelando ainda a dependência do dispositivo tradicional.

No entanto, a Mercedes errou a colocação da uma das rodas e o Nico parou imediatamente, logo após ser liberado. Resta saber como eles fizeram isso. Quem o avisou pelo rádio... Desde já fica claro sua forma eficiente de consertar um erro cometido a tempo.

Felipe Maciel



Duto F da Ferrari


“F” só se for de #Fail. Em Barcelona, meu irmão, tanto faz.

A verdade é que não deu para avaliar. A pista da Catalunha, definitivamente, dificulta muito. Em Mônaco é inútil usar. Só vai dar para ter noção da eficiência do sistema da Ferrari em Istambul.

Fábio Andrade



Lamentável a solução adotada pela Ferrari. Mesmo copiando algo feito pela McLaren, a Ferrari introduziu um modelo nitidamente avesso à segurança de seus pilotos. Ver Alonso balançando o volante com uma das mãos na entrada da última curva já foi o bastante para, no mesmo dia, a F-1 bater o martelo de que o duto F será banido em 2011.

Mais uma coisa: alguém sentiu alguma diferença entre a Ferrari com o duto e a Ferrari sem o duto? O time de Maranello está ficando cada vez mais para trás na briga com Red Bull e McLaren em termos de desempenho. Pela verba que tem, o projeto poderia ser melhor...

Felipe Maciel



Michael Schumacher


Pela primeira vez no ano o alemão vai passar uma semana sem a imprensa fazendo mimimi na orelha dele. Finalmente o velho teve um desempenho minimamente respeitável. Estava na hora.

Fábio Andrade



Ficou evidente que a reconfiguração do carro foi feita para ele. Michael vai recuperando a forma aos poucos. Hoje fechou a porta tantas vezes quanto necessário. Bem diferente daquele fim de semana na China.

Tem muito progresso ainda a ser feito, mas só o fato de parar de pagar mico já é muito válido. Pelo que reprensenta para a F-1, estava ficando chato vê-lo se arrastar daquele jeito.

Felipe Maciel



Karun Chandhok


O que eu vou falar do Bahuan? Não acho justo dizer que ele foi culpado pelo incidente com o Massa nem pelo enrolo com o Alguersuari. No primeiro caso ele tentou sair da frente mas não deu; no segundo me pareceu que a imperícia foi do Jaime.

Eu acho que antes de apontar pedras para os pilotos dos três times do fundão a gente deve pensar na condição em que eles estão disputando esse sub-campeonato.

Fábio Andrade



Se meteu em duas confusões neste domingo. Ok, não foi proposital e a diferença para os demais carros é crítica. Mas será que o Chandhok faria a gentileza de sair do traçado para abrir passagem ao menos uma vezinha, hein? Já está ficando acomodado demais em mandar os outros alterarem a trajetória a todo momento para lhe acrescentar volta. Caso tivesse saído da linha da borracha para ceder caminho ao Alguersuari, por exemplo, o acidente certamente seria evitado.

Se estivesse disputando alguma posição, seria compreensível. Mas para ele não há a menor razão para pressa, desviar do trajeto natural cairia de boa ajuda a todos. Os pilotos dos carros de verdade agradecem.

Felipe Maciel

Vitória fácil para Webber na Espanha



FÁBIO ANDRADE



Desde o sábado já havia ficado claro: salvo alguma catástrofe, a Red Bull venceria o GP da Espanha com facilidade. E venceu, com Mark Webber partindo sem ser incomodado pelos rivais – nem mesmo por Sebastian Vettel – para desfilar durante as 66 voltas da corrida em Barcelona. A festa da Red Bull, no entanto, ficou um pouco micada, porque pelo desempenho de ambos na classificação de ontem era esperada uma dobradinha.



Nem McLaren nem Ferrari puderam fazer frente ao desempenho superior do RB6. Mas os insistentes azares que têm atingido a dupla de pilotos da RBR, sobretudo Vettel, estão dando uma sobrevida aos rivais na tabela de pontos.

Pelo desempenho que apresenta desde o início da temporada o RB6 é, sem dúvidas, o carro do ano. A incrível marca de 5 poles em 5 corridas é sintoma da superioridade da Red Bull. No entanto, há uma precariedade nos resultados da equipe nas corridas, seja por causa de circunstâncias climáticas desfavoráveis, seja por causa de quebras. Por isso a cara amarrada de Sebastian Vettel no pódio. Não é a primeira vez que o alemãozinho vê sua corrida prejudicada por falhas que fogem ao seu controle.

Os problemas de Vettel começaram cedo, ainda na primeira metade da corrida. No encontrão do alemão com Lewis Hamilton sobrou para o piloto da Red Bull um passeio pela área de escape, com direito a salto nas ondulações. Daí em diante o rendimento do carro de Vettel não voltou a ser forte o suficiente para ameaçar uma reação. O alegado problema nos freios foi a cereja do bolo solado servido para o alemãozinho hoje em Barcelona.
As novatas-vilãs

A disputa de posição que resultou no passeio de Vettel pela área de escape, no entanto, teve um participante surpresa: o Virgin de Timo Glock, lento, pronto para dar passagem aos carros rápidos. O incidente entre Vettel, Hamilton e Glock, junto ao de Felipe Massa e Karun Chandhok, reacende as discussões sobre a viabilidade do treino classificatório do próximo sábado, em Mônaco, com seis carros muito lentos na apertada pista do principado.
Um tributo à monotonia

A pista de Barcelona já é tradicional no calendário da Fórmula-1. Na mesma proporção, são comuns as procissões burocráticas durante o GP da Espanha. A pista, muito requisitada para testes, não aparece em nenhuma lista como uma das mais queridas pelos pilotos. As curvas de raio muito longo premiam a aerodinâmica dos carros, sacrificando as tentativas de ultrapassagens.

Jenson Button que o diga. Encaixotado atrás da Mercedes de Michael Schumacher, não conseguiu a ultrapassagem. De nada adiantou o sistema de dutos na reta principal de Barcelona. Schumacher, enfim, apresentou um rendimento satisfatório e a disputa entre o heptacampeão e o atual dono da coroa foi o que de mais palpitante aconteceu na corrida.

No final, quando as posições já pareciam estar definidas, o furo no pneu de Hamilton, o segundo colocado, trincou levemente a linearidade da corrida. Mas não mudou muita coisa. Sem chuva e de volta à Europa, sua casa, a Fórmula-1 já começa a sentir saudades de suas férias no oriente.
Grande Prêmio da Espanha, resultado após 66 voltas:

sábado, 8 de maio de 2010

Barrichello é bombardeado por pedras



FELIPE MACIEL



Rubens Barrichello arrumou uma encrenca inédita para encerrar as atividades logo no Q1. A justificativa inicial dava conta de que a interferência do engenheiro no rádio e o tráfego oferecido pela HRT de Bruno Senna barraram sua tentativa de cravar volta rápida para ascender ao Q2. No entanto, faltava mencionar um interessante ingrediente que alterou sua performance na sessão: uma chuva de pedras...
Foi uma coisa atípica. Estava na volta de saída e deixei o Hamilton passar. Só que ele escorregou, foi na caixa de brita e seguiu acelerando. Foi como se fosse um bombardeio de pedras no meu carro.

O carro furou inteiro, é a primeira vez que vi isso. A pedra bateu no capacete e fez um buraco. Abriu buraco na suspensão, na asa dianteira, traseira e no airbox.

Dava pra passar mesmo se não fosse tráfego, mas não foi como eu almejava. A gente trocou motor e eu almejava o Q3, mas fiquei no bombardeio.

A equipe está discutindo isso. Não tenho essa visão de fora. Relatei o bombardeio, eles estavam com pressa e, basicamente, os mecânicos não estavam prontos para saber o que fazer. Nessas, o engenheiro mandou sair e eles discutiram para ver se valia a pena ou não. O buraco que fez no pontal da suspensão dianteira era perigoso, mas existe a competição e não tinha o que fazer.

Rubens Barrichello



Não bastasse a estranheza do fenômeno, a imagem de seus casco após o treino mostra que uma das britas atingiu o capacete na mesma altura da fatídica mola que vitimou Felipe Massa na Hungria. No caso de Rubens, evidentemente, o estrago não representou nem 1% daquele drama.



Rubinho se mostrava animado com a possível evolução do carro para a etapa espanhola, no entanto, independente do esdrúxulo acontecimento, a hora da verdade não revelou nenhuma evolução sensível. O mesmo se pode dizer a respeito da Ferrari, que recebia comentários animadores de Fernando Alonso às vésperas de sua prova caseira.

O bicampeão havia afirmado que a chegada da F-1 ao território europeu mostraria quem realmente estaria pronto para batalhar pelo título. Seguindo esse raciocínio, o favoritismo da Red Bull se torna praticamente inquestionável. Se Barrichello me permite, hoje os energéticos aplicaram um bombardeio na concorrência.

Red Bull domina primeira fila na Espanha



FÁBIO ANDRADE



O começo da temporada europeia era esperado pelas equipes porque era, finalmente, a chance de implantar atualizações para melhoria de rendimento dos carros. As equipes de ponta aguardavam a oportunidade para tentar encostar na Red Bull, dona do melhor carro do ano até aqui. Mas a sessão classificatória na pista espanhola de Barcelona revelou que a equipe dos energéticos continua muito a frente de todas as rivais em ritmo de classificação.



Mark Webber e Sebastian Vettel dominaram o grid com ampla vantagem em relação ao restante das equipes. É difícil pensar que um dos dois não conquistará a vitória amanhã no GP da Espanha. Entre Webber, o pole, e o primeiro carro de outra equipe, Lewis Hamilton e sua McLaren, há um enorme fosso de mais de oito décimos de segundo, uma diferença superlativa quando se fala em Fórmula-1.
O treino

Como de costume, o Q1 nocauteou as três equipes mais fracas do grid: HRT, Virgin e Lotus. A surpresa foi a saída precoce de Rubens Barrichello na primeira parte do treino.

No Q2, Adrian Sutil, que frequentemente avança para o Q3, foi surpreendido pela boa performance da Sauber, sobretudo do japonês Kamui Kobayashi, que conseguiu se credenciar para a fase final da classificação junto com o (competente-quase-genial-que-sempre-consegue-ir-para-o-Q3) Robert Kubica e as equipes do G4 (termo em desuso simplesmente porque a RBR já está podendo ser chamada de “G1”).

A Superpole foi um desfile da supremacia da Red Bull. A equipe austríaca comprovou que em condições normais o rendimento do RB6 é um arraso em relação aos concorrentes. Muito da absurda facilidade com que Webber e Vettel conquistaram a primeira fila se deve à eficiência aerodinâmica do modelo projetado por Adrian Newey, já que a pista de Barcelona é conhecida por ser uma das mais exigentes nesse quesito.

Quanto ao restante dos pilotos, o objetivo é tentar minimizar os prejuízos. Lewis Hamilton e Jenson Button mostram uma McLaren em boas condições de brigar pelo pódio. Na Ferrari a forte diferença de rendimento começa a deixar as coisas complicadas para Felipe Massa, que vem sendo seguidamente batido por Fernando Alonso, tanto em classificações como em corridas. A Mercedes, que realizou algumas mudanças no W01 para tentar ajudar Michael Schumacher a melhorar o desempenho, viu o heptacampeão, pela primeira vez no ano, classificar-se melhor do que Nico Rosberg.
Grid de largada para o Grande Prêmio da Espanha: