FELIPE MACIEL
De uns anos para cá ficou realmente difícil nivelar com precisão o carro da Renault no grid da Fórmula 1. A combinação não é nada justa: um piloto com naipe de campeão ao lado de um inexperiente, muitas vezes preterido pela equipe.
Nos deparamos com longa discrepância entre os resultados de Alonso em relação a Nelsinho ou a Grosjean, e hoje notamos algo semelhante entre Robert Kubica e Vitaly Petrov.
Nas temporadas anteriores, era trivial observar o disparate entre pilotos Renault posicionados em lados opostos do grid - um fica no Q1, outro sobe ao Q3. Em 2010, embora o mesmo já tenha ocorrido no qualifying, felizmente o acontecimento deixou de ser comum. Agora o contraste se limita a Q2 x Q3.
Quem acompanhava a GP2 depositava muito mais fichas no Piquet e no Romain do que no russo, mas Petrov já alinhou numa satisfatória 11ª colocação logo em sua 3ª corrida. Ok, ele pode ter lá seu talento, mas também fica claro que o R30 é o melhor carro feito pela Renault desde seu último campeonato mundial, conquistado em 2006.
Robert Kubica está dando um verdadeiro show. O polonês está classificando-se entre os postos top com muito mais facilidade que Fernando Alonso em 2008 e em 2009, quando o espanhol tirava proveito do tanque vazio para galgar posições durante a super pole - opção que o polonês não possui e ainda dispensa na temporada corrente.
Descobrir o quanto o carro da Renault é bom continuará sendo um desafio até o dia em que a equipe parar de contratar dois pilotos de níveis completamente distintos. Pela baixa expectativa atribuída ao time francês desde a pré-temporada, naturalmente passamos a supervalorizar o braço do polonês Robert Kubica, que de fato vive uma grande fase. Mas ele não faz milagre de transformar um monoposto de meio de grid a candidato frequente ao pódio.
Após uma sequência de bólidos mal nascidos - com direito a uso de esquema controverso para abocanhar a vitória em certa corrida noturna -, a Renault finalmente começa a se restabelecer tecnicamente na Fórmula 1. O R30 é dos bons e a parceira com um Kubica motivado pela casa nova já permite ao time sonhar com uma nova vitória, coisa que em 2009 passou longe de ocorrer. Sem falar na abstinência do polonês, que não vê a hora de pisar no lugar mais ilustre do pódio pela segunda vez na carreira.
5 comentários:
O R30, aliás, foi uma grata surpresa. Quando o carro foi apresentado quase todos já o condenavam ao fracasso, inclusive jornalistas famosos.
Eu realmente não penso que o carro seja "o máximo" como aparenta ser. Está realmente mais "no braço" de Kubica do que qualquer outra coisa. Claro que é melhor do que Williams e Force India, mas o talento do polonês contribui bastante para o sucesso do novo projeto da Renault.
Por isso, eu penso que a questão - mais do que "até onde vai o braço de Kubica" - seja "até onde vai a evolução do R30". Considero pouco provável que ele chegue ao nível da Mercedes em 2010, mas se apresentar algumas melhoras pode beliscar uma vitória ao longo do ano, o que seria um prêmio justo às atuações de Kubica.
Felipe,
É bem verdade que o carro é uma surpresa,ninguém imaginava que estivesse entre os cinco com tanta facilidade,pelo contrário!
Por outro lado é licito apontar que Robert Kubica vem andando mais que o equipamento permite.
Acredito que o polones na Ferrari ou McLaren na fase em que se encontra estaria babando atrás dos azuis!
abraço
Resposta simples: O braço do polonês vai até onde o carro da Renault deixa.
Basta lembrar que quando o carro da BMW era uma porcaria, o braço dele era bem curtinho.
E ninguem tb ia imaginar q, de equipe quase saída da F1 como a Honda e a Toyota, o carro poderia figurar como 4ª força em 2010. Até mesmo qdo o Kubica não sabia se ia correr esse ano ele nunca deveria imaginar o qto o carro poderia ser "menos pior" do que ele esperava. Go Kubica Go!
A verdade é que com a saida de varios integrantes da parte tecnica da Renault fez muito bem a equipe.
O projeto deste ano é deveras melhor que os seus antecessores projetados pelo Bob Bell.
Acho dificil que Kubica estivesse obtendo os mesmos resultados de agora, se o staff tecnico não houvesse sido mudado.
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