FÁBIO ANDRADE
Não foi Bernie Ecclestone, tampouco a FIA ou a FOM que vieram à público em coletiva ou em comunicado esclarecer que não há condições de o GP do Bahrein ser disputado no próximo dia 13 de março. Ninguém diretamente ligado à estrutura da Fórmula-1 sugeriu esse movimento. A suspensão da prova barenita veio via comunicado da própria organização local da prova, em nota divulgada aos meios de comunicação. Uma decisão de bom senso.
O bom senso demonstrado aqui, entretanto, não veio da parte dessa categoria dita mundial que é a F-1, porque a impressão que se colheu desde que a crise se intensificou no Bahrein era a de que a corrida ia acontecer, sob qualquer circunstância. Foi o que ficou sinalizado com a insistência de Bernie Ecclestone e suas declarações polêmicas e com os comunicados burocráticos das equipes, que foram ruminando os eventos em Manama. A Fórmula-1 não vai ao Bahrein nesse início de campeonato porque o Bahrein acendeu a luz vermelha e disse um “stop” com sotaque árabe.
O GP do Bahrein foi, finalmente, cancelado e a F-1 se safou de prestar um imenso desserviço indo correr alegremente num país em delicada situação política e social. A temporada volta a começar no GP da Austrália, nas ruas de Melbourne - cidade que também dá cada vez mais e maiores sinais de que não abrigar um gp por muito tempo, mas por motivos econômicos - no dia 27 de março.
Os testes coletivos de pré-temporada que estavam marcados para acontecer entre os dias 3 a 6 de março no Bahrein foram transferidos para o circuito espanhol da Catalunha e vão ocorrer de 8 a 11 do próximo mês. Como o início da temporada só se dará 15 dias depois do que era inicialmente planejado é possível que testes extras sejam marcados durante o mês de março.
Parte da imprensa se apega ainda à possibilidade de o GP do Bahrein não ter sido cancelado, mas apenas adiado. Segundo alguns sites, a corrida barenita pode ser encaixada no final da temporada, entre os gp’s de Abu Dhabi e do Brasil. Nesse caso a prova brasileira seria transferida do dia 27 de novembro para o dia 4 de dezembro.
7 comentários:
Fábio,
Não sei se bom senso seria a palavra certa,mas de qualquer modo os organizadores sabiam que não teria a menor chance do evento acontecer, se por acaso tentassem realiza-lo as consequencias poderiam ser trágicas.
Esperar que Bernie tomasse a frente, é como esperar que num pé de limão nascessem jacas, impossivel. Esse só pensa na grana, na grana e na grana!
abs
Bernie só não cancelou a rpova pq ele cancelando, ele teria que devolver o dinheiro que ele recebeu. Também foi assim na Coréia do Sul, mas ao contrário dos coreanos, os Barenitas preferiam cancelar a prova. E o risco dela ocorrer depois de Abu Dhabi é grande, mas espero que isso não aconteça...
O bom senso veio do medo de que prejuízos maiores se abatessem sobre seus bolsos. Imagina um atentado durante a corrida?
Gostei disso, Marcelonso: é como esperar que em pé de limão nasça jaca. E o próprio Bernie já havia dito que a decisão teria que vir do Bahrein. Ele lavou as mãos, mas mesmo já conhecendo o velhote acho que era uma obrigação da F-1 ter uma posição mais sensível e ativa. Se for para tornar a coisa mais inteligíveis para ele, isso poderia até render um ganho de imagem para a categoria.
Pois é, Marcos. Como o Ico apontou no último post lá do blog dele, o modelo de gestão do Ecclestone está dando sinais de esgotamento, e o pior, com cada vez mais frequência esse modelo está pondo a F1 em situações-limite, como foi na Coreia e agora no Bahrein. Complicado.
Hehe. Pelo bem ou pelo mal, o bom senso, veio, né, Groo. Menos mal ;)
Pode ter um lado bom nesse atentado Ron... dependendo de quem iam explodir! >:D
Acho uma "boa"... o povo de muitos países tem de conviver com ditadores, oligarquias e pseudo-presidentes que são na verdade ditadores disfarçados sob a manta da democracia. O povo tem que ir pras ruas mesmo e reinvidicar o poder para sí. O trabalhador rala o dia todo pra ver seu pouco dinheiro ser sugado na forma de impostos pros bolsos gordos desses canalhas que ficam sediando corridas de carros num país sem tradição nenhuma. Enquanto esses petrodólares aí compram esse tipo de diversão pra uma dezena, milhões tão se ferrando nas mãos desses safados. Espero que essa consciência tome cada vez mais nosso mundo, pra que esse povo lerdo... que é roubado na cara dura e se contenta com a milenar política do pão e circo ainda um dia acorde pra uma consciência coletiva. E tirando a política de lado, esse pistinha aí de kart não vale nada... que comece em Melbourne mesmo que a pista é infinitamente melhor! E tomara que chova!
É uma pena não termos ainda uma F1 madura o suficiente para priorizar questões de fundo social e político ao invés de só grana. Quando a teremos?
Abraço para todos!
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