FELIPE MACIEL
Sir Stirling Moss, o homem que duelou com Fangio e acompanhou todos os anos de existência da Fórmula 1 até aqui, deu seu parecer a respeito do regresso de Michael Schumacher.
Ok, você provavelmente já viu incontáveis especialistas avisando que o alemão precisa de mais tempo para se readaptar. E é exatamente por isso que a visão de Moss se destaca no meio de tantas opiniões parecidas: para o inglês, Michael não deveria ter voltado.
Em uma palavra: não. Não entendo. Schumacher é um sujeito muito inteligente, e tudo o que ele vai fazer é manchar suas conquistas. As pessoas dirão que ele passado é agora, o que provavelmente é verdade. Nunca vimos Michael com um 'número 2' que fosse comparável a ele. Ele teve Rubens Barrichello, que sem dúvidas é um ótimo piloto, mas não necessariamente um vencedor.
As pessoas dizem que ele é o melhor por conta de seus sete títulos mundiais, mas na verdade isso não significa nada. Na verdade, significa - é uma grande conquista - mas não significa que ele seja o melhor de todos os tempos.
Stirling Moss
Acabo concordando pelo menos em parte com o Moss: Schumacher não tinha nada que voltar. Mas já que voltou, agora se vira... Dê seu jeito de (re)aposentar num nível tão aceitável quanto da outra vez.
É bom que se diga, porém, que aos 41 anos, sendo os 3 últimos marcados pela aposentadoria da F-1, não é nada justo comparar seu desempenho com o de Rosberg e dizer que este é o primeiro companheiro competitivo que enfrentou na categoria. Se me concederem a permissão de usar o "se": Se o Barrichello tivesse sido contratado pela Mercedes, estaria andando nitidamente à frente de Michael do mesmo jeito que o Nico.
Não devemos tirar conclusões sobre este Schumacher, e sim aquele, cuja trajetória se iniciou em 1991, aos 22 anos, e se encerrou em 2006 com 7 títulos no bolso. O Michael de agora é só um tiozão querendo provar para os garotões que ainda pode ser competitivo como eles.
A diferença é que não estamos tratando daquele seu velho amigo bom de bola que não abria mão de uma boa pelada nos fins de semana, mas sim de um dos maiores pilotos de todos os tempos que resolveu voltar às pistas da categoria automobilística mais assistida do mundo. Em todo caso, julgue o talento do tiozão pelo que ele fez no tempo normal de carreira, não nos dispensáveis acréscimos.
10 comentários:
Achei lapidar essa última frase do Moss, perfeita para encerrar muitas das discussões que muitas vezes tenho que travar com os idiotas da objetividade.
Quanto a Schumacher, acho um pouco injusto a gente, de fora, dizer que ele voltou porque acha que é um vencedor eterno. Boa parte da sua decisão de voltar deve ter sido influenciada pelos 60 milhões de dólares que a Mercedes ofereceu, é claro. Mas o cara já é podre de rico, não está enfrenando divórcio (pelo menos não que eu saiba)... ou seja, não precisa da grana a qualquer custo - como a última turnê do Paul McCartney, que ele só fez pra custear a pensão que deve à ex-mulher.
Acho que a decisão do Schumacher se parece mais com as ações dos personagens dos filmes do Christophe Honoré (talvez o melhor cineasta francês em atividade, ou o que está em melhor forma), que se tomam por impulsos inexplicáveis, como se ouvissem uma ordem externa e irresistível. Vai ver Schumacher simplesmente não consegue viver como um ex-piloto.
O que eu digo sempre é que o Schumacher não deveria ter saido em 2006.
Ainda estava pilotando muito bem. O cara faturou 7 corridas naquele ano, o mesmo numero de vitorias do campeão Alonso.
Acho que saiu mas por imposição da esposa Corina.
Voltou este ano como forma de gratidão pela Mercedes te-lo apoiado em sua carreira.
Dizer que o alto salario não contou seria muita inocencia. Contou sim.
Mas o desafio de voltar num carro totalmente diferente daqueles que guiou em sua carreira na F1, pesou tambem.
Eu ainda prefiro esperar o tempo dizer se foi um erro ou não seu retorno.
Eu acredito que o Stirling Moss (aquele que caiu de três andares pq não enxergou que o elevador estava parado um andar a cima) não está no melhor das suas faculdades para falar do Schumacher.
Moss disse tudo.
Moss tem lá suas razões, mas Michael também... 60 milhões delas para ser exato.
E tem mais... Diversão garantida fazendo o que gosta. Se voltar a vencer tanto melhor.
Eu acredito que não foi por dinheiro, nem para aumentar seus records, talvez uma divida de gratidão com a fabrica Mercedes Benz, que com a saída do Button, já não tinha um grande piloto consagrado para contratar em 2010 e a falta que o próprio Michael sentia das corridas, tanto é verdade, que continuava a tentar suprir a falta da adrenalina com competições.
Penso que não vamos descobrir o que passou pela sua cabeça para tomar essa decisão, como tudo que ele fez até hoje, sempre teve uma coerencias, uma lógica, vamos esperar mais um pouco.
Não sou torcedor do Shumi, mais tenho torcido para que ele reverta essas apresentações fracas esse ano, pois os méritos de seus 7 títulos estão em jogo.
Também concordo em partes com o Moss.
Schumacher não deveria ter voltado. É manchar uma história que já estava escrita publicada. A segunda versão nunca consegue repetir o sucesso da primeira.
No mais, ele é um grande piloto e essa passagem servirá apenas para fortalecer argumentos de que o sucesso dele se deu graças ao carro superior da Ferrari no início da década.
Fosse hoje, ele teria, no máximo, a mesma quantia de títulos que Alain Prost.
>> "Schumacher não tinha nada que voltar. Mas já que voltou, agora se vira… Dê seu jeito de (re)aposentar num nível tão aceitável quanto da outra vez."
O problema é que pra ele se (re)aposentar num nível aceitável, vai precisar de pelo menos umas 3 temporadas. Até lá, a imagem dele vai estar pra lá de desgastada!
A visão de Schumacher se arrastando no encharcado Circuito Internacional de Xangai – foi como assistir Muhammad Ali ser nocauteado por Larry Holmes e Trevor Berbick em seus anos de crepúsculo.
Se isso ocorrer com a volta do Michael, não vai manchar suas conquistas, como não manchou a do melhor lutador de todos os tempos Muhammad Ali.
Acho que quem sabe mesmo se ele deveria ter voltado ou não, é o próprio Schumi. Ele é um atleta e conhece seus limites. Se ele vê que pode alcançar bons resultados ainda, com certeza vai correr atrás. Se ver que não consegue, mas ainda assim está se divertindo e se sentindo bem, ele vai continuar fazendo o que gosta, que é competir. Ele não precisa provar mais nada a ninguém.
É verdade que atualmente Schumacher não tem sido nem sombra daquele piloto que foi,mas ataca-lo com Moss fez não é sensato.
Aliás o que Moss fez?Quantos campeonatos tem?Só para ter um idéia nem o titulo de maior vice campeão ele tem,é vice de novo.
Schumacher pode ter cometido sim uma tremenda bobagem em querer voltar,mas querer desmerecer seus feitos é pura dor de cotovelo.
Penso que devemos aguardar até meados de setembro quando a fase européia tera fim,se até lá ele continuar apanhando será sem dúvida preocupante.
abraço
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