FELIPE MACIEL
A revista Auto Motor und Sport publicou uma informação absolutamente inesperada dentre as mudanças aguardadas pela F-1 para 2011. A troca da fornecedora exclusiva de pneus está motivando um fato inédito: todos os carros do grid apresentarão a mesma proporção de distribuição de peso - no caso, serão 46% na frente contra 54% na traseira.
A cada dia que passa a categoria se mostra mais afrescalhada. Desde quando os times combinam detalhes técnicos do carro por medo de alguém errar a mão?
Se a distribuição de peso continuar livre, então alguém acertará na direção, enquanto outros estarão totalmente errados. Isto é o que queremos impedir.
Ross Brawn
Ora, por que razão alguém paga os engenheiros? Não é para que eles se virem com os recursos disponíveis e as limitações existentes para obter o melhor resultado possível? Na minha terra isto se chama concorrência. A continuar nesse ritmo, não deve faltar muito para chegar o dia em que a Fota contratará um grupo de engenheiros para trabalhar num chassis unificado.
Odeio essa palavra, mas pouco a pouco a Fórmula 1 vai tomando gosto por um nível de padronização que começa a incomodar. A propósito, a FIA ainda inventa regras ou só serve para assinar as ideias que surgem da Fota?
5 comentários:
Discordo da opinião apresentada no post. Acredito que o equilíbrio entre os carros estimule uma disputa ainda maior, por assim as equipes buscarão ainda mais os limites e os pilotos geniais se sobressairão sobre os ruins. Hoje, vejo Lucas di Grassi atrás de Petrov, mesmo sendo um piloto muito mais técnico, ousado e competente. Vejo Kobayashi atrás de Petrov devido a distancia entre os carros. Abraços Felipe!!
Engraçado o Ross Brawn dar uma declaração dessas justamente no ano em que seu carro tem problemas de equilíbrio (Vide Schumi reclamando do carro saindo de frente). Ano passado Brawn não falou nada parecido.
Não sei, na minha opinião a corrida começa no desenvolvimento do carro e não somente na pista.
Não gosto dessa padronização.
Abraço a todos!
No início dos anos 90, um jornalista veterano, acho que o falecido Franco Lini, disse: "Tem gente que reclama que o desempenho dos carros está díspare demais. Ora, se eu quisesse ver carros iguais, iria ao pátio de uma concessionária!". Concordo com esse cara. E também concordo com o post: a padronização se infiltra na Fórmula 1, seja nos carros, seja nos autódromos...
Esse papo de "padronização", "equilíbrio de forças" e afins, creio que se encaixa bem no perfil de uma categoria-escola - talvez até a F3. Na Fórmula 1 seria o fim da sua história, seria o "chute no ventre da própria mãe", assim como Nero o fez...
Quem quiser uma categoria com "tudo" igualzinho, troque de "canal" e assista a IRL ou a NASCAR... até os circuitos são bem iguais entre si: ovais! Lá todo mundo vira o volante só pra um lado, quase não se usa o freio e o câmbio, o acelerador está quase sempre no fundo, há zilhões de ultrapassagens, a pontuação é fartíssima... tudo isso faz dessa(s) categoria(s) (pelo menos para mim) uma imensa chatice. Sei que há quem goste e respeito essas pessoas...
Eu quero ver é exatamente o desequilíbrio de forças, um time achando soluções antes de outros, competição em busca do equilíbrio (inatingível)... disputas nas pranchetas, nas garagens e sobretudo nas pistas... carros que se saiam melhor num circuito que em outro... pistas (DE VERDADE) desafiadoras, com curvas de alta, de baixa, com menos chicanes, menos circuitos de rua, menos 'tilkódromos'... Afinal, foi dessa forma que a F1 surgiu, cresceu e arrebanhou fãs nas décadas de 50, 60, 70, 80 e até os anos 90!
Por isso tudo eu também gostaria que além da Pirelli, outra fornecedora de pneus estivesse presente no ano que vem...
um abraço...
É... Também me incomoda a padronização da categoria.
Daqui a pouco serão os chassi.
E ai, se eu quisesse ver vinte e dois carros iguais eu iria a uma concessionária e não a um autódromo.
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