domingo, 10 de julho de 2011

O peso político de uma vitória



[caption id="" align="aligncenter" width="600" caption="Após um jejum que durava 10 corridas, a Ferrari volta a vencer com Alonso"][/caption]

Primeiro Ato – Projetista genial desenha carro infalível e dá o pulo do gato, descobrindo um modo de otimizar os gases que saem do escapamento de modo a gerar mais downforce nas curvas. A nova invenção é levada à FIA antes do início da temporada e recebe ok para ser usada livremente;

Segundo Ato – O carro é um foguete, tem amplo domínio sobre os rivais e, combinado com a pilotagem de um jovem e também genial piloto, rende ao time pole positons e vitórias com extrema facilidade. O campeonato já parece decidido antes mesmo de chegar à metade;

Terceiro Ato – Equipe tradicional tem dificuldades em alcançar o ritmo do time que vence uma corrida atrás da outra e lidera o mundial. Além dos problemas com o chamado escapamento soprado, esse time também se enrola com o aquecimento dos pneus, sobretudo os mais duros.

Quarto Ato – Depois do amplo domínio da equipe que lidera o campeonato e com a perspectiva de o mundial acabar cedo demais sendo cada vez mais real, a entidade que regula a competição alega que o escapamento soprado, que havia sido aprovado numa primeira inspeção, não está mais de acordo com o regulamento. O uso do dispositivo é limitado na nona etapa do campeonato. Etapa vencida pela equipe tradicional e que apresentava maiores problemas com o uso da novidade aerodinâmica.


[caption id="" align="aligncenter" width="600" caption="Dessa vez, mesmo pulando na frente logo na largada e abrindo uma certa vantagem, Vettel foi traído por um erro nos boxes e ficou sem a vitória"][/caption]


Desfecho - ?
Se o campeonato de 2011 fosse de fato uma peça teatral, o desfecho ainda levaria mais algumas corridas para ser conhecido. Mas os atos apresentados até aqui contam a história de uma equipe, a Red Bull, que inovou no aproveitamento lícito de recursos disponíveis no próprio carro, e otimizou isso até chegar ao ponto de humilhar as outras equipes com sua supremacia. Foi contada também a história de um piloto, já apontado como promissor, e o começo de sua metamorfose - de jovem promessa a campeão de respeito. E o que vai ser contado daqui em diante, se o banimento do escapamento soprado realmente vingar?

Histórias sobre o uso de força política são comuns. A própria F-1 já viu algumas dezenas delas, e assiste a mais uma agora. A opinião desse blogueiro, ao analisar o que se viu no conjunto do que foi apresentado desse fim de semana em Silverstone, é que a Red Bull ainda tem o melhor conjunto, mas que perdeu drasticamente a vantagem que tinha até a corrida anterior em Valência. Em nenhuma das oito provas anteriores em 2011 viu-se a F-150 Itália abrir distância do RB7 como nesse domingo em Silverstone. Alonso chegou ao final da prova mais de 15 segundos a frente de Vettel.

Alonso contou com o problema no pit stop de Vettel para vencer. Se o espanhol ultrapassaria ou não o alemão na pista, é impossível dizer. Mas a Ferrari apresentou em Silverstone um ritmo ainda não visto em 2011. Com a vitória dos italianos na Grã-Bretanha, a unanimidade entre as equipes - necessária para a liberação e o retorno ao uso livre dos escapamentos soprados – deve ficar mais distante.

A nova Silverstone dá as caras
Na corrida britânica de 2010, carros e pilotos correram por uma versão intermediária entre o “antigo” e o novo Silverstone. Nesse ano, com a reforma terminada, o ponto de largada mudou e Silverstone, já um dos mais tradicionais e técnicos traçados do mundo, melhorou ainda mais. A parte da arena junto ao novo ponto de largada e as já tradicionais curvas do antigo desenho que foram preservadas proporcionam uma pilotagem interessante para os pilotos e corridas também interessantes para o público. E no novo Silverstone, a F-1 viu um novo vencedor em 2011.

Resultado do GP da Inglaterra:

1º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 52 voltas em 1h28min41s196
2º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 16s5
3º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 16s9
4º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), a 28s9
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 29s0
6º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 1min00s6
7º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), a 1min05s5
8º. Nick Heidfeld (ALE/Lotus Renault), a 1min15s5
9º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1min17s9
10º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1min19s1
11º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1min19s7
12º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), a 1min20s6
13º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 1 volta
14º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), a 1 volta
15º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), a 1 volta
16º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
17º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), a 2 voltas
18º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), a 2 voltas
19º. Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth), a 3 voltas


Não terminaram:

Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), 39 voltas
Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), 25 voltas
Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 23 voltas
Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), 10 voltas
Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), 2 voltas

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