FÁBIO ANDRADE
Uma das notícias que mais repercutiu durante a semana passada foi a acusação de que a Ferrari faria, desde 2006, propaganda subliminar da marca de cigarros Marlboro em seus carros. A denúncia partiu de médicos ingleses, que alegam que o código de barras branco estampado no fundo vermelho da carenagem dos carros de Maranello e nos macacões dos pilotos não deixa de remeter aos maços da famosa marca de cigarros.
São dois os inusitados desse caso. O primeiro é que o código de barras é sim um artifício para “driblar” a legislação europeia anti-tabaco. A marca Marlboro está vinculada à Fórmula-1 há quase 40 anos, e nos últimos 10 ela esteve fortemente associada à melhor fase da história da Ferrari na competição. Logo, o público que acompanha a F-1 enxerga no código de barras uma marca que não está claramente estampada e isso já acontece há 4 anos. Muito tempo, portanto, para que só agora uma comissão médica se dê conta da propaganda “subliminar”.
Cabe também uma observação sobre a força da marca Marlboro. O logotipo e o nome dos cigarros não aparecem inscritos em nenhuma parte dos modelos da Ferrari. “Mas eles estão lá” – dirá o leitor. Sim, simbolicamente estão, e qualquer um que acompanhe a F-1, mesmo a meia distância, sabe disso.
Por outro lado, também faz algum sentido a justificativa da Ferrari sobre o incidente: “se fosse um caso de publicidade, a Philip Morris [empresa proprietária da marca Marlboro] deveria ter um copyright sobre o código de barras” – afirmou a escuderia italiana em um comunicado quase cínico. Ou seja, juridicamente não seria tão óbvio comprovar que as listras brancas na carenagem dos carros italianos são uma propaganda velada do tabaco.
É um daqueles casos curiosos, em que todo mundo sabe que a acusação faz sentido mas que um bom departamento jurídico dá conta de resolver a favor dos investigados.
O inusitado número dois do caso é que a acusação dos médicos ingleses conseguiu ressuscitar um assunto frio. Fazia tempo que não se falava tanto de cigarros e tabagistas na F-1. O que de mais relevante a denúncia médica conseguiu até agora, foi aumentar o número de citações aos cigarros Marlboro na imprensa do mundo. Só que jornais, sites e blogs operam sem a censura do código de barras.
6 comentários:
Coisa de gente desocupada, bando de débil mental que em vez de cuidar de algo importante faz uma declaração dessas.
Qualquer um sabe que aqueles códigos de barra significam o nome Marlboro.
Tá na tampa do motor e tá nos capacetes dos pilotos.
Vão arranjar uma lavagem de roupa!!
É verdade.
Todos sabem no que implica aquele código de barras nos carros cover da Ferrari, e também todos sabem que fumar faz mal.
Porém eu lhe pergunto: Fazia menos mal nos anos setenta e oitenta? E eles estavam lá e sustentaram a categoria.
Fumar faz mal, a quem fuma e a quem está por perto. Porém agora as pesquisas dizem que até o açucar faz mal. Vai se proibir o açucar também?
Se é permitida a venda livremente pelo mundo, por que é proibida a propaganda? Não fica meio esquisito isto? Então que se proíba a venda logo.
o texto não poderia ser melhor, o trecho final é o que eu sempre comento, os babacas dos médicos ou estão a favor da Marlboro ou são estúpidos, sinceramente, eu não lembrava mais que a Marlboro era patrocinadora da Ferrari, eu já estava associando Ferrari com Santander e antes me vinha a mente SHELL e FIAT.
Agora eles fizeram o favor de ressuscitar a Marlboro. Acho que queriam publicidade para eles próprios, acontece muito disso, em vez de ficar quieto, faz barulho e o tiro sai pela culatra tendo efeito contrário.
É verdade mesmo...
Mas eu tenho uma ideia: e se esses médicos fizessem um copyright sobre o código de barras de modo a proibir a Ferrari de o usar?
Sempre era algo curioso de ver que outro modo de publicidade arranjaria a equipa italiana para divulgar a Marlboro...
Curioso...
o nome oficial do time da Ferrari, inscrito no campeonato da FIA, não é "SCUDERIA FERRARI MARLBORO" (ou "Scuderia Marlboro Ferrari", nunca me lembro a ordem certa!)?
Será que deveria ser "SCUDERIA FERRARI ||||||||"?
No início do Século XX, o cigarro era recomendado por médicos para quem tinha problemas respiratórios; acreditavam (os médicos e a medicina de então) que o cigarro fosse benéfico para a cura de tais males...
O cigarro SEMPRE fez, faz e fará mal às pessoas, o nosso conhecimento de seus malefícios é que mudou ao longo do tempo...
Aliás, queimar combustível (gasolina, metanol, etanol, etc) produz gases de efeito estufa: por que então não proibir isso na F1 também? (santa hipocrisia!!)
um abraço...
(O Ministério da Saúde adverte blá, blá, blá....)
[...] This post was mentioned on Twitter by Links Interessantes. Links Interessantes said: HT @gabrielgeraldo: Propaganda involuntária http://bit.ly/cm8N8b [...]
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