FÁBIO ANDRADE
Distante dos Estados Unidos desde 1991 e longe de Indianápolis desde a década de 60, a Fórmula-1 retornava aos olhos do público americano no principal templo da velocidade da América em 2000. O Grande Prêmio dos Estados Unidos era o antepenúltimo daquela temporada, polarizada, mais uma vez entre Ferrari e McLaren. Na equipe italiana Michael Schumacher tentava provar que havia feito um investimento seguro ao tentar ressucitar o cavalinho rampante. Em Woking, Mika Hakkinen lutava pelo tricampeonato consecutivo, feito somente atigindo (à época) pelo mítico argentino Juan Manuel Fangio.
De volta aos EUA, a F-1 chegava no domingo decisivo em Indianápolis em clima de novidade. O autódromo americano sofreu uma intervenção especial para receber a categoria num circuito misto. Mas parte do oval seria usada e era justamente isso o que chamava atenção. Carros de F-1 cruzando parte da pista de Indianápolis no sentido contrário ao usado nas 500 Milhas, naquele que era o trecho mais longo de aceleração plena do calendário da época.
O campeonato de pilotos chegava ao GP dos EUA pegando fogo. Hakkinen liderava com 80 pontos, seguido de muito perto por Schumacher, com 78. O alemão já havia vencido seis provas naquele ano, contra quatro de Hakkinen. No entanto, Schumi contava quatro abandonos, contra apenas dois do finlandês.
No sábado a chuva trouxe mais suspense para a classificação. Apesar do piso molhado, não deu zebra, pelo menos entre os ponteiros. Schumi ficou com a pole, David Coulthard com o segundo lugar e Hakkinen com terceiro. Barrichello fechava a segunda fila.
Na tarde de domingo o asfalto de Indianápolis ainda se encontrava úmido em diversos pontos e o autódromo recebia bom público no retorno da F-1 aos EUA. Os pilotos de ponta optaram por largar com os pneus intermediários. O começo da prova foi marcado pela infração cometida por Coulthard, que queimou a largada. O escocês pulou na ponta, mesmo tendo largado de forma irregular. Logo a manobra esteve sob investigação. Antes da punição, porém, houve tempo para Schumacher conseguir ultrapassar o último dos playboys da F-1.
Logo que foi ultrapassado por Schumi, Coulthard não hesitou em dar passagem também ao companheiro Hakkinen, e aqui não houve nenhum constrangimento em usar o jogo de equipe.
A corrida seguiu. A pista logo secou e começaram as paradas para troca de pneus. Hakkinen foi o primeiro a trocar os calçados. Em seguida, Couthard cumpriu o splash-and-go por ter queimado a largada e, na volta seguinte, colocou os pneus de pista seca. Schumacher, surpreendentemente, continuou na pista e se deu bem. Quando finalmente parou, voltou ainda líder e com ampla vantagem sobre Hakkinen.
Na volta 25, para desespero da McLaren, a sorte abandonou o piloto número um do time. O bicampeão nórdico abandonou a prova com o motor Mercedes em chamas. E Schumi seguia firme na ponta. Tão firme que não abandonou mais a ponta em nenhum momento da corrida e venceu. Barrichello, que parecia ter a corrida arruinada em certo ponto, recuperou-se e cruzou a linha de chegada em segundo. O abandono de Hakkinen deu a Schumacher uma vantagem de oito pontos e a possibilidade de o germânico ser tricampeão na corrida seguinte, em Suzuka.
Compacto do GP dos EUA de 2000, em duas partes:
3 comentários:
Bela lembrança, apenas senti falta de algo em relação ao Ralf se estabacando nos muros de Indianapolis...
Que motor usava essa Jordan do Frentzen? Como empurrava na reta!!
Particularmente eu gostava das corridas de F1 neste circuito misto de Indianápolis, uma pena a Michelin tem entrado na F1 com um composto prematuro e fetal , no qual literalmente se rasgavam com facilidade em curvas como a de Indianápolis, no setor de maior velocidade da F-Indy , pois todo pneu deforma lateralmente sobre forte pressão nas curvas e ainda mais em uma curva como aquela em !
Uma pena pois isto cuminou em um forte boicote a categoria por parte dos americanos , e houveram ate processos na justiça , a imagen da F1 ficou arruinada perante aos americanos , uma pena mesmo.
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