FÁBIO ANDRADE
Segundo informações dos sites de notícias, Jenson Button encerrou na semana passada uma ação legal contra a equipe pela qual conquistou o título mundial de F-1 em 2009, a Brawn GP. A ação dizia respeito a uma cláusula contratual que garantia a entrega de um dos carros modelo BGP001 a Button em caso de conquista de título. Como a Mercedes inicialmente se negou a presentear o piloto com um dos chassis usados no ano passado, Button apelou para a Corte de Londres.
O impasse se resolveu na semana passada quando as partes entraram num acordo e Button pôde, finalmente, levar para casa um dos exemplares do modelo com o qual foi campeão.
É raro ver um piloto ganhar um carro de competição, mas acontece. Há 20 anos atrás, sem brigas na justiça, um outro piloto, recém chegado ao hall dos bicampeões também ganhou um presente. A reportagem é da Quatro Rodas de novembro de 1990:
Este carro é seu, bicampeão!
Por Sérgio Quintanilha
A magnífica atuação de Ayrton Senna ao volante do McLaren-Honda número 27 na temporada 1990 foi duplamente consagradora – colocou-o na companhia de Alberto Ascari, Graham Hill, Jim Clark e Emerson Fittipaldi como integrante do clube dos bicampeões de Fórmula-1 e dobrou até seu patrão, Ron Dennis. Quem venceu foi o homem, não a máquina. E o piloto também ganhou o carro...
Mas Ayrton precisou convencer o exigente Ron Dennis de que merecia o presente. Quando ainda negociava a renovação de seu contrato, o bicampeão revelou seu desejo ao patrão.
- Acho que a equipe poderia me dar o meu carro de corrida deste ano... – arriscou Ayrton.
- É muito difícil – cortou Ron Dennis – A McLaren nunca deu, nem vendeu, um carro até hoje.
As corridas de Spa-Francorchamps e Monza, porém, mudaram a cabeça do boss da McLaren. Senna pilotou maravilhosamente nessas duas provas e acabou ganhando 18 pontos que teoricamente deveriam ser de Alain Prost. Mesmo com um carro superior, o francês se viu impotente diante do brasileiro naqueles dois Grandes Prêmios. Dennis não resistiu:
- Faço questão de reconhecer que as vitórias nessas duas provas foram suas e não da equipe – disse ele a Senna – O carro é seu.
“Foi um dos momentos mais espontâneos de Ron”, recordava Senna. “Sua atitude realmente me deixou bastante emocionado”.
(...)
O grande mérito de Ayrton no seu bicampeonato foi ter conseguido aliar suas virtudes anteriores – como o arrojo e a velocidade – a um grande amadurecimento na estratégia de corrida. Aos 30 anos, Ayrton possuía uma condição física e emocional afinadíssima, era idolatrado como maior ídolo popular no Brasil e já podia exibir em sua casa uma joia como o McLaren número 27 que o conduziu ao bicampeonato mundial. Ele mereceu.
3 comentários:
Após processo, Button ganha carro da Brawn. Presente pelo título era clausula do contrato do piloto com ex-equipe.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com
Entendo que estava no acordo que o carro seria de Button, mas comparando ao lance de Senna eu não daria não...
Senna ganhou, no braço e na raça duas corridas que o normal, pelo carro que tinha, seria perder para Alain Prost. São vitórias de Senna e não da Mclaren.
E Button ganhou as corridas que o carro permitiu, sendo as vitórias do carro e não dele.
Ah.... como eu queria ter um carrinho desses... poderia ser até um Hispânia - hehhhe
Ia ficar bonito demais na minha casa!
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