FÁBIO ANDRADE
Tensão e monotonia, duas sensações aparentemente díspares, conviveram harmoniosamente nesse domingo durante o GP da Europa de Fórmula-1 em Valência. Se as imagens impressionantes do acidente entre Heikki Kovalainen e Mark Webber deixaram tensa a audiência da corrida por todo o mundo, as voltas seguintes e todo o restante da prova foram de uma falta de ação de dar sono.
Enquanto Sebastian Vettel seguiu impassível, como um torpedo teleguiado rumo à vitória, a fila indiana que se formou atrás dele apresentou poucas mudanças durante o GP da Europa. E o Safety Car consequente da pancada entre Webber e Kovalainen gerou um problema incômodo, que a F-1 precisa resolver.
O Canguru Voador
Um acidente sério entre um carro de ponta e um do fundo do grid até demorou para acontecer. Não sou daqueles radicalmente contra as equipes novatas. Penso que, na verdade, esses times toparam entrar na F-1 acreditando num limite orçamentário que jamais se tornou real e que ao invés de culpadas, essas equipes são vítimas das presepadas de Max Mosley enquanto esse ainda era presidente da FIA. Ponto.
Se esses seis carros, visivelmente mais lentos do que o restante do grid, foram aceitos, eles devem defender posições como qualquer outro. Na visão desse escriba, não se deve exigir que um competidor abra mão do seu direito de competir simplesmente porque seu equipamento possui deficiências, mesmo que elas sejam muito pronunciadas, como no caso das novatas na F-1. A FIA possui seus métodos e suas instâncias para impedir que duas categorias existam dentro de uma e poderia muito bem refletir melhor sobre a necessidade de tamanha diferença de rendimento entre os carros. Outro ponto.
Vou abrir mão da discussão sobre culpados e inocentes diretos num acidente como esse. Se Webber ou Kovalainen erraram, se um mudou de linha, se o outro retardou muito a freada, se o F-Duct é um ingrediente a mais nessa sopa, tudo isso ainda está sem resposta. Na verdade, parece não ter sido nada além de um acidente de corrida. Entenda-se “acidente de corrida” para o tipo particular de corrida que mistura F-1 e GP2 no atual momento da categoria.
As imagens:
Resultado de mentira
Um acidente assustador como esse só poderia resultar em Safety Car. E ele entrou na pista, causando o habitual congestionamento nos boxes e gerando um filho bastardo que a FIA não quer assumir.
Existe na F-1 atual uma tentativa de manter controle absoluto sobre o que acontece na pista. A expressão Race Control foi adotada pela própria transmissão televisiva da FOM para designar os decretos saídos da sala de Charlie Whiting, mas ganhou outros contornos ao ser cunhada por Daniel Médici na blogosfera brasileira. E o próprio Médici, em um post relativamente antigo, explica o que tento dizer nesse post: “a cultura do Race Control não está presente apenas nas eventuais decisões dos comissários. Também está presente na forma como os circuitos “Tilke” são desenhados [e] na forma como o regulamento [técnico] é elaborado”.
Aí ficou fácil. O Race Control, em sua obsessão, gerou no GP da Europa uma situação um tanto quanto desagradável. As confusas regras que se aplicam sob a intervenção do Safety Car geraram o tal filinho bastardo que a FIA reluta em abortar. Vimos uma corrida terminar com o resultado em suspenso, porque nada menos do que nove pilotos serão investigados depois da prova. Se Hamilton, que foi punido ainda durante a prova, entrar na conta, serão 10 os pilotos penalizados – ou quase metade dos 21 que oficialmente terminaram a prova. Ao instituir o gerador de caracteres informando que nove carros seriam investigados após a corrida, a Fórmula-1 incentivou seus espectadores e desligar a televisão, afinal, o resultado poderá ser radicalmente mudado a qualquer momento depois do fim da corrida.
Delação não-premiada
Pouco existe para falar sobre o GP da Europa em si. Vettel, finalmente, fez o que se espera dele. Kamui Kobayashi, talvez, merecesse o pódio que lhe foi subtraído pelo regulamento. Mas ainda restou tempo para que o japonês, num brilhareco que lembrou sua performance em Interlagos no ano passado, ultrapassasse um campeão, dessa vez Fernando Alonso, o delator que estourou a sucessão de investigações. Alguém, pelo menos, se vingou da trama sem sal montada em Valência, essa tentativa mal sucedida de recriar o ambiente de Mônaco.
8 comentários:
As regras são para serem aplicadas com rigor tanto para ums como para outros independentemente das euipas que sejam, sob pena da f 1 se tornar um desporto sem crédito algum. Está evidente que os meninos protegidos são o hamiltom seguido do vetel,Como fizeram borrada ao n~«ao penalizarem como devia ser o hamiltom ,agora como bode expiatório querem arranjar maneira de penalizarem outros para que Alonso não fique tão penalizado.Enfim.Uns são os protegidos para que possam estar no topo. Falta a verdade desportiva e assim não vamos a lado nenhum.
A vibração do pit-wall da Sauber na ultrapassagem sobre Alonso foi um misto de vibração com vingança.
As diversas quebras de motores em seus carros deixou a Sauber revoltada com a Ferrari.
Uma pregunta tecnica: o fato dos circuitos novos terem areas de escape asfaltadas nao pode contribuir com a falta de seguranca em caso de batidas?
explico: numa batida q nem a de hoje, se houvesse brita antes da barraira dos pneus nao seria melhor? (mesmo q ele nao tenha ficado ferido) pois a desaceleracao seria gradual e nao quase instantanea como foi nesse caso (para evitar danos principalmente ao cerebro).
gostaria de ouvir sua opiniao.
Olha, Jaspion, eu honestamente não sei te dizer o que é melhor. No caso de Valência é uma pista de rua, então fica bem difícil encher de brita. No caso de um circuito fixo dizem que a área de escape é mais segura pois permite ao piloto frear, ao passo que a caixa de brita, dependendo da situação, favorece a capotagem. Mas é lógico que a área asfaltada só funciona se o carro estiver íntegro.
Eu sou contra as áreas de escape totalmente asfaltadas por um outro motivo: elas permitem a escapada do piloto sem nenhum ônus, se transformam numa extensão da pista e permitem polêmicas como a de Spa-2008. Creio que uma faixa de terra ou brita ao redor do traçado seja necessária para se crie um limite real entre pista e área de escape.
To idignado por acordar cedo e ver esse lixo de corrida. Parecia testes de inverno... corrida de autorama... mais uma corrida em que sempre o assunto fica por conta de uma polêmica extra-pista. Risquem essa merda do mapa!
Mas é que fui num GP de Valência assistir uma procissão
Que tremenda decepção
Eu bati que o Alonso era rico e legal mas
Ele era do time da intregação
O bicho esticado em nono
Era dedo nervoso e eu não sabia
Enquanto a malandragem fazia a cabeça
O indicador do safado tremia
Era caguete sim .. Era caguete sim ..
Eu só sei que a FIA pintou na procissão e o dedão do safado apontava pro Lewis
Caguete é mesmo um tremendo canalha
Nem vencido não dá sossego
Chegou no inferno entregou o Diabo
E lá no céu caguetou São Pedro
Ainda disse que não adianta
Por que a onda dele era mesmo entregar
Quando o caguete é um bom caguete
Ele cagueta em qualquer lugar
Era caguete sim .. Era caguete sim ..
Eu só sei que a FIA pintou na procissão e o dedão do safado apontava pro Lewis.
No caso dos erros dos pilotos e realmente mais legal qnd o piloto erra e paga por isso, como Nelsao falou uma vez o q o povao quer e ver batida, rodadas, carro pegando fogo etc..
Alguem ja tentou investigar o fundo do carro da red bull pra ver se tem algum toque do Newey la?
O Grande Prêmio da Europa registrou um dos mais espetaculares acidentes da história da F-1: Webber sobe em Kovalainen, voa, fica de cabeça para baixo e para na proteção de pneus.
O Mundial teve Vettel subindo de quinto a terceiro colocado. As duas primeiras posições seguem respectivamente com Hamilton e Button, enquanto Alonso passa a ser só o quinto.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com
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