segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Vencer sem estilo



FELIPE MACIEL




Para você que está iniciando no kart e pretende colecionar vitórias, aí está uma boa aula de como comemorar seus triunfos de forma sadia, segura e vibrante após cruzar a linha de chegada à frente de seu adversário. Não se esqueça de inclui-lo em sua celebração.

Enquete F-1: Ordens de equipe



FELIPE MACIEL



A última enquete do ano indagou: Qual a postura da FIA você gostaria que fosse adotada em relação às ordens de equipe na Fórmula 1?

No total de 144 cliques, tivemos a seguinte relação de votos:

Libera! Sempre existiram e sempre existirão - 43,06%

Proíbe, mas libera no final da temporada - 36,11%

Proíbe! Para todas as circunstâncias imagináveis - 20,83%


Confesso estar surpreso com o resultado apontado pela maioria, principalmente por conta de tanta reclamação direcionada à equipe Ferrari neste ano.

Embora eu concorde com a liberação do jogo de equipe, imaginava que os espectadores ainda pensassem em sustentar o veto às ordens de pitwall. Como não necessariamente é o caso, talvez a federação seja compreendida no geral caso anule a regra para o ano que vem, mesmo após um ano marcado pela volta da velha polêmica.




A regra - pra inglês vê - que visa controlar o incontrolável nunca impediu qualquer manipulação em todos os anos de sua existência. De fato, a FIA e os fãs da F-1 não são ninguém para dizer como cada escuderia deve se portar. Para isso existem chefes, diretores, gerentes...

Muitas críticas recaíram sobre a RBR por não inverter Webber e Vettel no GP do Brasil de 2010, atitude que no fim foi fundamental para a conquista do título do piloto alemão. Do contrário, o time entregaria a Fernando Alonso o título mundial.

Por essas e outras é absurdo subestimar e subjugar as cabeças que controlam as equipes; aqueles caras sabem o que fazem. Cada que está de fora pode acreditar ingenuamente possuir discernimento para escolher o momento certo de executar ou evitar o jogo de equipe, mas se isso fosse verdadeiro, em vez de estarem assistindo às corridas estariam sentados no banco do diretor esportivo de algum time da F-1.

Goste ou não, de novo, aqueles caras sabem o que fazem. Eles conhecem o ambiente interno, a filosofia, a política de trabalho de sua escuderia, e estão cientes sobre até onde vão seus valores. Como provável esporte mais complexo do mundo, a F-1 não é somente um confronto entre pilotos, ou entre máquinas. Dentre tantas variáveis, há também o acirramento entre diferentes métodos de comando. Se em 2007 venceu o time mais integrado e menos conflituoso, em 2010 foi o inverso, ganhando quem não controla o jogo e opta por correr mais riscos.



A Ferrari, por exemplo, permite a igualdade por meia temporada, deixando para a segunda metade do ano a decisão de quem fica com os privilégios. A Red Bull prefere liberar o duelo ao longo do campeonato, assim como a McLaren. Se a Renault brigasse pelo título, provavelmente encheria Robert Kubica de paparicos e gostaria, no mínimo, que o segundo piloto não atrapalhasse desde o princípio.

Em meio a essa diversidade de métodos, não existe o jeito certo nem o jeito errado. Para o dirigente, o certo é agir conforme a cultura da equipe; o errado seria traí-la. E isso estará sempre à frente de qualquer regrinha que a FIA redigiu para levar alguns a acreditarem que equipes perderão o direito de fazer seus pilotos a agirem como se fossem da mesma equipe.

Não há nada de errado em liberar (o que nunca deixou de ser livre). Proibir é que é estressante. E como é...

domingo, 28 de novembro de 2010

O GP conturbado



ANDERSON NASCIMENTO



Depois de uma temporada tão agitada e movimentada na Fórmula 1, achei ideal relembrar uma corrida que refletiu muito toda a disputa e competitividade que a temporada reservou.
Quem não se lembra do GP da Turquia? Trágico para a Red Bull e bonito e esportivo para a Mclaren. Vale a pena acompanhar os melhores momentos da corrida abaixo, que teve como vencedor Lewis Hamilton.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O pós-lamento



ANDERSON NASCIMENTO



E sobrou. Estava muito estranho a Ferrari não tomar providência alguma contra o erro que foi cometido no GP de Abu Dhabi que tirou o título das mãos de Fernando Alonso. Erro de estratégia, para lembrar.



O asturiano era o quarto colocado na corrida que decidia o título da temporada na Fórmula 1. Porém, a estratégia traçada pelo australiano Chris Dyer, engenheiro-chefe da equipe e responsável pela maquinação estratégica do time para as corridas, foi consideravelmente precipitada. Fernando voltou lá trás e ficou 'preso' atrás do competente e jovem Vitaly Petrov.

Assim, Dyer deve perder seu emprego, mesmo que Luca di Montezemolo afirme que só o que mudará para a próxima temporada seja o carro. "O que muda na Ferrari para 2011? O carro", declarou mostrando seu dom para despistar assuntos polêmicos.

Agora, diante de tudo que vimos na corrida de duas semanas atrás que decidiu o campeonato a favor do alemão Sebastian Vettel, será que é correto culpar somente um empregado da equipe pelo erro que custou o tri do espanhol? Alonso também não teve culpa? Mas haverá quem diga que ele tem créditos para errar com o time, já que foi avassalador em vitórias ou bons desempenhos do GP da Alemanha em diante. E o engenheiro-chefe não foi? Ou Fernandinho venceu tudo sozinho? Se venceu, porque não ultrapassou Petrov e foi em busca da taça que o esperava?

Resposta a esse mundaréo de perguntas eu tenho: Ferrari e sua maldita politicagem.

#2011Facts



FÁBIO ANDRADE


Rapidinho, só porque esse blogueiro se sente culpado por deixar o blog tão abandonado por tantos dias.


No resultado oficial da temporada que acabou estão os nomes de cinco campeões do mundo: Sebastian Vettel, Jenson Button, Lewis Hamilton, Fernando Alonso e Michael Schumacher. Todos eles muito certamente estarão no grid em 2011. Cinco pilotos com pelo menos um título. Aí fui procurar descobrir quando foi a última vez que isso aconteceu.


Depois de algumas horas checando estatísticas, cheguei ao ano de 1970. Segundo os dados que eu conferi, naquele ano correram juntos Jack Brabham, Graham Hill, John Surtees, Denny Hulme e Jackie Stewart. Todos já com ao menos um título na bagagem em 1970.


Se não estou errado, foi a única vez que aconteceu. Ou não? Se eu estiver errado, corrijam-me nos comentários.


De toda forma, cinco campeões na pista é sim algo muito bom e raro, sobretudo depois de praticamente meia década com apenas um campeão na pista. Aproveitemos então.


OBS.: eu não sei se alguém se importa, mas sinto que é preciso dar uma satisfação: o blog tem estado sem atualizações no ritmo de sempre, isso é fato. O final de semestre letivo e as obrigações profissionais dos editores têm complicado o andamento do Blog F-1. A gente pede desculpas e informa que o ritmo volta ao normal assim que for possível.

sábado, 20 de novembro de 2010

Massa e Alonso são líderes com os novos pneus



ANDERSON NASCIMENTO



Terminaram os dois dias de testes com os novos compostos que serão utilizados a partir da próxima temporada da Fórmula 1. A troca de Bridgestone para Pirelli agradou a maioria, mas caiu no desgosto de alguns, mas nada que o tempo não resolva.



No primeiro dia, Felipe Massa foi quem fez a volta mais rápida com os novos calçados, melhorando até mesmo o tempo que conseguira no treino classificatório na semana passada. Somados os dois dias, o brasileiro também foi o líder com a marca de 1min40s170. Sinal de ótima adaptação? Talvez sim, talvez não.

A verdade é que estes testes são importantes muito mais para coletar dados para basear algumas das adaptações para o projeto do carro das equipes em 2011. Esses dois dias são muito mais visando este aspecto do que realmente a adaptação dos pilotos aos novos pneus.

Hoje, quem ficou com a melhor marca foi o vice-campeão de 2010, Fernando Alonso. 1:40.529 foi o seu tempo, conseguindo bater a performance do alemão Michael Schumacher, que no fundo, no fundo foi o que ficou mais otimista para 2011. Talvez essa seja a 'ajudinha' que Schumacher tanto precisa para voltar aos tempos de glória. Mas, como já dito, é muito cedo para avaliar alguma evolução em caráter concreto.

É necessário aguardar a pré-temporada de 2011 para saber enfim como os pilotos, os carros e as equipes se ajustarão a nova e importante mudança da categoria.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Jean Todt arrependido? Conta outra...



FELIPE MACIEL



Depois da derrota ferrarista no Mundial de 2010, onde o jogo de equipe aplicado por Stefano Domenicali fez uma diferença tão nula quanto aquele ordenado por Jean Todt em 2002 - apesar de resultados opostos no campeonato -, o atual presidente da FIA resolveu lamentar sua atitude no memorável domingo em A1-Ring.
Arrependo-me porque, olhando para trás, vejo que poderia ter sido evitado, pois Schumacher acabou ganhando o campeonato. Mas me arrependeria ainda mais se tivesse perdido o título por dois pontos.

Jean Todt



Ora, isso pode ter qualquer nome, menos arrependimento. Trata-se de uma mera constatação de que a Ferrari arrumou uma confusão desnecessária a troco de nada. Mas se fosse a troco do título, ele faria. Portanto ele não se arrependeu de marmelada alguma. Se para Todt os fins continuam justificando os meios, este foi o arrependimento mais mal arrependido que eu já vi.



Com relação às conversas de rádio com Barrichello, Todt não fez cerimônia para inserir sua versão. Enquanto Rubens já insinuou uma fábula surpreendente que seria contada num livro que jamais será escrito, o antigo chefão da Ferrari revelou que o piloto brasileiro tinha consciência de todo o plano antes mesmo da largada, mas esperou até a última curva para executar a inversão:
Não precisei dizer nada para convencê-lo. Já tínhamos combinado antes: "Se você estiver na frente após o pit stop, tem que deixar Schumacher passar sem criar confusão". Esse era o acordo. Na verdade, um piloto é pago para aceitar certas decisões. Chamei-o umas 50 vezes, bem claro. Ele abriu na última curva, o público vaiou, Schumacher ficou com o primeiro lugar e a Ferrari foi multada em US$ 500 mil por violar o protocolo

Jean Todt

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Yas Marina



FELIPE MACIEL



Está no ar a super edição número 100 da Rádio OnBoard!

Os comentários relativos ao histórico GP de Abu Dhabi que decidiu o título a favor de Sabastian Vettel ficaram por conta de Fábio Campos e Ron Groo, que fizeram ao meu lado o 100° programa de nossa rádio.

Como não poderia faltar, além de todas as discussões desta corrida tensa e decisiva, também tratamos de inserir a marca do quadro "Jogo Rápido", que vive complicando a vida dos apresentadores mas é sempre divertido de jogar.


Clique para ouvirClique para baixar



A temporada acabou mas a Rádio OnBoard continua. Dentro de poucas semanas, quando você menos esperar, tem edição nova no ar porque sempre haverá motivos para gravar e falar de Fórmula 1. Então até próxima.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

E dirão que...



ANDERSON NASCIMENTO



Certamente foi esse o campeonato mais eletrizante e bonito que já acompanhei nessa categoria fantástica do automobilismo chamada Fórmula 1. Disputada, competitiva, intrigante e recheada de emoções, essa temporada dificilmente deixará cedo a memória dos amantes da velocidade.



E lá na frente, quando anos ou até mesmo décadas resolverem aparecer, dirão que um jovem piloto, o mais jovem até então a vencer um campeonato de Fórmula 1, lutou contra a imponência dos rivais e ajudou a uma grande equipe a demonstrar um exemplo de esportividade.

E dirão que Sebastian Vettel tornou-se o segundo piloto da Alemanha a vencer a Fórmula 1 e a chegar mais próximo do soberano Michael Schumacher. Ainda se lembrarão que o rapaz de 23 anos costumava comemorar com um chapéu (ou sei lá o que é aquilo) diferente e divertido. Costumava abrir aquele sorriso de moleque que aprontou de maneira surpreendente depois de ser mais rápido do que todos.

E dirão que ele foi dono de 10 pole positions de 19 possíveis. E irão dizer também que era ele o 'queridinho' da equipe Red Bull e que mostrou e ajudou a sua escuderia a provar que ela estava certa em deixar que seus dois pilotos lutassem dentro das pistas.

E dirão que rendeu belas críticas e conversas enérgicas nos paddocks por conta de erros infantis como aquele da Turquia que envolveu seu próprio companheiro Mark Webber e aquele que acertou Jenson Button bem em cheio.

E dirão que a juventude venceu a experiência, que o arrojo prevaleceu sobre a cautela, e dirão que Sebastian Vettel foi um perfeito investimento para a Red Bull, e dirão que foi ele o único a merecer o título de 2010.

Parabéns, moleque! Parabéns, Vettel!

domingo, 14 de novembro de 2010

SEBASTIAN VETTEL CAMPEÃO!



FELIPE MACIEL


A Fórmula 1 tem um novo campeão mais jovem de sua história! Sebastian Vettel conseguiu a façanha de liderar pela primeira vez na carreira a classificação da F-1 exatamente na última corrida de 2010.

Um dos fatores que torna ainda mais bonita a vitória desde talento brilhante é o fato de ter vencido o GP que lhe deu o campeonato mundial. Exceto o jeitinho Ferrari em Interlagos-2007, tal coincidência não acontece há 8 anos, quando Schumacher levou o penta subindo ao topo do pódio de Magny-Cours. De 2003 para cá, as provas que definiram cada temporada viram o campeão terminar a corrida sempre numa posição intermediária, até que Sebastian Vettel fez bonito na etapa diurna-noturna de Abu Dhabi, completando o percurso soberano na ponta, cruzando a linha de chegada em primeiro para derramar as lágrimas do ápice de sua incrível trajetória na Fórmula 1.


Em 2010, ninguém venceu mais do que ele. Ninguém sequer sonhou em fazer tantas poles quanto ele. E ninguém foi capaz de batê-lo num dos campeonatos mais disputados que esta categoria já vivenciou.

Chegando no GP decisivo em 3° na tabela, Sebastian fez de maneira irretocável o seu dever e ficou na expectativa do que fariam os demais. A entrada do safety car no início da prova levou os ventos do deserto a soprarem a seu favor. Poderiam se passar mil e uma noites que o bicampeão Fernando Alonso seria incapaz de ultrapassar os carros de sua velha conhecida equipe Renault, enquanto Mark Webber, ainda mais atrás, preferiu assistir à corrida como qualquer torcedor de arquibancada, se mostrando inofensivo por mais erros que o espanhol viesse a cometer.

Por mais que sofresse quebras absurdas, por mais que houvessem vitórias inexplicavelmente perdidas, por maior que fosse o número de obstáculos enfrentados num ano de azar, Sebastian Vettel reverteu a situação na última oportunidade existente e dividiu com Jenson Button e Lewis Hamilton o pódio dos campeões.

Sebastian Vettel

Se 2007 foi o ano em que o trabalho em equipe venceu a rivalidade interna e a mais alta desonestidade esportiva, 2010 será lembrado como a temporada em que a disputa limpa e aberta superou as ordens de equipe.

Um dia, o maior vencedor deste esporte olhou para Sebastian Vettel e o elegeu como o substituto a dar sequência às vitórias de uma pátria que há até certo tempo nunca havia sido campeã na Fórmula 1. Hoje, o menino Vettel torna-se o segundo alemão da história a poder ostentar na sala de casa um troféu de campeonato mundial.

A pergunta que fica é: após o primeiro título deste garoto dotado de um talento imensurável, o quanto ele irá evoluir, o quanto ele irá crescer, e sobretudo, quantas novas conquistas como essa ele será capaz de alcançar?

Sebastian Vettel é o novo campeão mundial! E sua carreira está apenas começando.

Alonso falha, Webber nem tenta, Vettel vence e é campeão em Abu Dhabi



FÁBIO ANDRADE


Quando um azarão vence em algum esporte sempre é tempo de perceber que a probabilidade é uma ciência que pode induzir aos mais perigosos resultados, afinal, ao mesmo tempo em que indica o caminho aparentemente mais seguro a teoria da probabilidade pode estar dizendo absolutamente nada. Dessa forma, os que ontem imaginavam uma corrida chata acertaram a previsão. O GP de Abu Dhabi foi um porre, apesar de ter sido uma prova tensa em função da decisão do título. Os que apostavam numa corrida conservadora de Fernando Alonso também acertaram, em termos. O espanhol pisou em ovos na largada e não se opôs à passagem de Jenson Button na primeira curva, mas depois teve de partir para cima de Vitaly Petrov. E foi aí que a maior probabilidade de Alonso ser campeão caiu. O tricampeonato do espanhol parou na Renault do russo Petrov. E nem ao menos Mark Webber, o grande perseguidor do ferrarista na tabela, foi o vencedor da corrida e campeão do mundo. Webber falhou num dos finais de semana mais apagados do ano e corre o risco de voltar a sofrer com a pecha de pilotinho mais ou menos, apesar do grande ano que teve. Sebastian Vettel não fraquejou. Fez o que se esperava dele, contou com o Safety Car na primeira volta e agora comemora o título mundial que lhe era reservado desde que a Red Bull começou a prepará-lo.



 

Vettel venceu. Vettel é o mais novo campeão da história da Fórmula-1. Talvez mais do que o título de Vettel, um garoto admirado no mundo automobilístico pela sua incrível velocidade, a maior comemoração seja a derrota de Alonso, que não satisfeito com o papelão de Hockenheim, tratou de rodar a espanhola ao final da corrida e aumentar ainda mais a indisposição de grande parte do público à sua figura.



A primeira volta, o susto e um alemão decidindo o título

O circuito de Yas Marina é nababesco, como só a grana dos petrodólares pode conceber. Belíssimo no entorno, impossibilita quase que totalmente as ultrapassagens. Talvez por isso Alonso não tenha feito muita questão de impedir que Button o ultrapassasse na largada. O espanhol talvez imaginasse que sua preocupação maior deveria ser com Webber e que seria muito difícil para o australiano conseguir deixá-lo para trás. Alonso de fato partiu para uma corrida conservadora, não pretendendo correr riscos, mas não contava que um incidente com um antigo rival arruinasse seu ritmo de corrida.


Ainda na primeira volta Michael Schumacher se envolveu num toque com o companheiro de Mercedes Nico Rosberg. Rodou, ficou de frente para os carros que passavam e foi atingido perigosamente por Vitantônio Liuzzi. O susto foi grande, o bico do carro de Liuzzi passou a centímetros da cabeça do heptacampeão, mas ninguém se feriu. O Safety Car foi acionado e permaneceu na pista até a sexta volta.




[caption id="" align="aligncenter" width="499" caption="Liuzzi bate e atropela a Mercedes de Schumacher"]Liuzzi bate e atropela a Mercedes de Schumacher[/caption]

E foi nessa de Safety Car que Schumacher ajudou o compatriota Vettel. Na esteira do carro de segurança, vários pilotos da turma do meio aproveitaram para ir aos boxes de uma vez e trocar seus pneus para não mais parar para trocas. Quando, por volta do 15º giro, Alonso e Webber tiveram que parar, estava selado o destino do campeonato: os dois acabaram restritos ao desempenho de Vitaly Petrov, que jamais teve tanta visibilidade em uma corrida quanto nessa útlima prova da temporada 2010.


Alonso passou o resto da corrida brigando para superar Petrov, sem sucesso. A pista de Yas Marina não oferece pontos de ultrapassagem e exigia do bicampeão um lance de genialidade para validar seu desejado terceiro título. Só que esse lance não veio. Depois de quase 40 voltas colado na caixa de câmbio da Renault de Petrov, Alonso capitulou de forma patética ao completar as 55 voltas do GP de Abu Dhabi. Encostou ao lado da Renault gesticulando como se reclamasse, como se o russo tivesse alguma obrigação de deixá-lo passar para ser campeão. Aconteceu que Petrov não veste vermelho e não se chama Felipe Massa, logo, sem as marmeladas ferraristas, restou a Alonso o vice-campeonato. Se sua jornada em 2010 já estava manchada pelos acontecimentos do GP da Alemanha e se justamente por isso o espanhol e a Ferrari contavam com alta rejeição por parte do público, Alonso tratou de deixar sua derrota ainda mais ridícula. Não soube ganhar, também não soube perder e elevou o nível de sua já conhecida empáfia ao que se espera que seja o auge.




[caption id="" align="aligncenter" width="500" caption="Vice, Alonso pecou ao reclamar com Petrov"]Vice, Alonso pecou ao reclamar com Petrov[/caption]

(Um parêntese, necessário para que os alonsistas não peçam minha cabeça na caixa de comentários: Alonso é ótimo piloto, excelente, laureado com dois justos títulos. Talvez tenha sido o melhor piloto do ano pela reação incrível mesmo sem o melhor carro. O problema é que as atitudes do espanhol não são tão empolgantes como sua pilotagem. E é aí que ele perde a chance de se tornar um ídolo de verdade além das fronteiras da Espanha e do fanatismo ferrarista).



Apagado, Webber não fica nem com o vice

[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Terceiro no mundial, Webber esteve em dia apagado em Abu Dhabi"]Terceiro no mundial, Webber esteve em dia apagado em Abu Dhabi[/caption]

O campeonato teve diversos líderes durante o ano. Entretanto, no meio da temporada, foi Webber, junto com Hamilton, quem deu a impressão de que decidiria o título a ser favor com alguma tranqüilidade. Só que aquele piloto impecável de Silverstone e Mônaco desapareceu na parte final do mundial. Aos 34 anos, sem jamais ter sido protagonista na Fórmula-1, o australiano deu amostras  de que sentiu a pressão. Os dois momentos que deixaram claros esses indícios se deram na corrida em Yeongam, quando cometeu um erro primário que o tirou da prova e ontem na classificação de Abu Dhabi, quando não passou do quinto lugar. Na última corrida do ano, voltou a demonstrar algum nervosismo quando tocou de leve o guard-rail no último trecho da pista e não se aproximou de Alonso em nenhum momento. Depois de rachar o time, reclamar da equipe e de conseguir a simpatia da maioria dos torcedores que o consideraram injustiçado dentro da Red Bull, Webber falhou na tarefa mais importante que era acompanhar o desempenho de Vettel. Por nunca ter sido um grande piloto, é provável que comece o ano contestado na Red Bull em 2011. O australiano provavelmente perdeu a chance de dar o último grande show.



O nome é Vettel, não Hamilton

Em determinado ponto de 2010 Sebastian Vettel teve seu nome ligado ao de Lewis Hamilton. A semelhança entre os dois jovens pilotos cheios de talento que desperdiçaram diversas chances durante o ano era, de fato, grande. Com o agravante de que Hamilton só errou nas duas últimas provas de 2007, enquanto Vettel distribuiu seus erros por todo o ano de 2010. É bem verdade também que o equipamento do alemãozinho o deixou a pé algumas vezes sem que Vettel tivesse culpa. Mas o título acabou entregue ao piloto que se não é o mais regular do ano, sem dúvidas é o mais rápido. Vettel cravou nada menos do que 10 das 19 poles possíveis em 2010. Um aproveitamento de mais de 52% em classificações.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="O garoto comemora: Vettel, o mais jovem campeão da história da F-1"]O garoto comemora: Vettel, o mais jovem campeão da história da F-1[/caption]

Vettel ganhou cinco corridas em 2010, mesmo número de vitórias de Alonso, contra quatro de Webber, três de Hamilton e duas de Button. No fim das contas, o resultado do mundial não foi nada injusto. O melhor carro foi campeão entre os construtores e carregou a bordo o campeão de pilotos. Aos 23 anos, quatro meses e 11 dias, Sebastian Vettel é o mais jovem campeão da história da Fórmula-1.



Grande Prêmio de Abu Dhabi, resultado após 55 voltas:

sábado, 13 de novembro de 2010

McLaren embaralha briga pelo título; Vettel é pole em Abu Dhabi



FÁBIO ANDRADE


O treino classificatório para o GP de Abu Dhabi foi o começo da decisão. Apesar disso, não teve cara de decisão. Talvez porque hoje ainda é sábado, talvez porque o nome de Sebastian Vettel fosse uma aposta certeira para a pole ou talvez porque Mark Webber não tenha se colocado onde se esperava. De toda forma, não teve aquele climão de decisão. Talvez porque nenhum dos três que realmente podem conquistar o título (Hamilton precisaria que seus rivais desafiassem Murphy para um duelo) conte realmente com a torcida desse blogueiro.


Independente da cara ou não de decisão, o GP de Abu Dhabi é o último do ano e é onde, enfim, o vencedor dessa temporada irá se consagrar. Vettel fez o que lhe cabia e conquistou a pole, pela décima vez em 2010. A McLaren foi a surpresa, se metendo no meio da briga entre Red Bull e Ferrari. Lewis Hamilton fez o segundo melhor tempo e Jenson Button o quarto. Fernando Alonso ficou com o terceiro lugar e Mark Webber foi o mais fraco entre os que concorrem ao título. O australiano cravou apenas o quinto melhor tempo do sábado em Abu Dhabi.



Alonso se dá bem no final; Webber larga em posição incômoda

As duas primeiras etapas da classificação tiveram o ritmo burocrático de sempre. As três equipes novatas brigando por migalhas no Q1 e as equipes médias se enfrentando bravamente no Q2. Alonso foi o mais veloz da primeira parte da classificação e Vettel o mais rápido na segunda etapa. Mas as atenções do público estiveram todas voltadas para o Q3, quando as posições dos pilotos que brigam pelo título seriam decididas.


A primeira rodada de voltas rápida deixou a impressão de que Alonso teria trabalho para se colocar entre as Red Bulls, sobretudo porque a McLaren apareceu muito forte. Com metade do Q3 transcorrido, Vettel e Webber tinham as duas primeiras posições, Hamilton e Button dominavam a segunda fila e Alonso e Massa apareciam apenas em quinto e sexto lugares, respectivamente.




[caption id="" align="aligncenter" width="500" caption="A McLaren surpreendeu e se meteu na briga entre Red Bull e Ferrari"]A McLaren surpreendeu e se meteu na briga entre Red Bull e Ferrari[/caption]

Quando todos partiram para a última tentativa, Vettel conseguiu baixar ainda mais seu tempo de volta, e a velocidade do alemãozinho parecia insuperável. Hamilton, no entanto, chegou bem perto de incomodar Vettel, ficando apenas 31 milésimos de segundo mais lento do que o pole. Alonso, que tinha o quinto tempo até então, conquistou um terceiro lugar que o põe em boa posição para defender sua margem de pontos no campeonato amanhã. Esse terceiro lugar do espanhol foi especialmente bom porque as McLarens se intrometeram no meio dessa briga. Com Button em quarto, Webber ficou numa quinta posição que é ruim para quem precisa chegar a frente de Alonso para tentar o título.


Com essa configuração de grid Alonso e Vettel foram, obviamente, beneficiados. Os dois carros da McLaren já começaram a embaralhar as coisas e podem, involuntariamente, decidir o título amanhã. O grid estabelecido dessa forma favorece particularmente a Alonso, que poderá regular a presença de Webber, maior ameaça a seu tricampeonato, pelo retrovisor. Vettel não depende apenas de si e além de vencer o GP de Abu Dhabi precisa torcer para que Alonso não faça nada melhor do que um sexto lugar.




[caption id="" align="aligncenter" width="496" caption="Vettel larga na pole, mas não depende só de si para ser campeão"]Vettel larga na pole, mas não depende só de si para ser campeão[/caption]

E instabilidade climática é algo que não deve atrapalhar os pilotos amanhã. A previsão do tempo indica 0% de possibilidades de chuva e temperatura em torno dos 30ºC entre o final da tarde e o início da noite no deserto.
Grid de largada para o Grande Prêmio de Abu Dhabi:

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O filme de um mito



ANDERSON NASCIMENTO



Um filme emocionante e espetacular! Confesso que ainda não o assisti, afinal o documentário sobre a vida do maior piloto do automobilismo brasileiro estreia hoje em solo nacional, mas pelo que já ouvi e li sobre ele não há como não se emocionar.



O filme Senna possui imagens inéditas, fatos descobertos e depoimentos, tanto do próprio Ayrton como de outros que passaram por sua vida, que remontam a tragetória do tricampeão mundial.

No quesito imagem, o documentário dirigido pelo inglês Asif Kapadia apresenta cenas extraídas de câmeras on board que dão um realismo e uma emoção inexplicáveis a quem assisti. Além disso, imagens do próprio acervo pessoal da família Senna são dispostas e fazem parte dos bastidores contados em detalhes no filme.

Torcedores e fãs do brasileiro também engrossam o enredo. Vários brasileiros desabafam e expressam suas dores, seus sentimentos e suas emoções ao ver Ayrton morto dentro do carro da Williams em 1994. "Nós precisamos de saúde, comida e um pouco de alegria, e agora a alegria se foi", comenta no filme uma das admiradoras de Senna.

Reconhecido mundialmente não só pelo seu talento dentro das pistas, mas também pelo seu carácter como pessoa e ser humano, Ayrton deixou marcas eternas e importantes na mente e no coração de milhões de pessoas ligadas ou não ao automobilismo. Até hoje fomenta no coração de crianças e adolescentes o desejo da vitória e do sucesso, que o fazia ser tão fascinante. O documentário demonstra de maneira tocante muito da vida pessoal e como um dos pilotos mais incríveis pensava sobre fatos e acontecimentos que normalmente não estavam na pauta de um piloto.

Portanto, assistir Senna vai mais além do que apreciar um bom filme, mas nos transporta a reviver a fantástica história de um gênio chamado Ayrton Senna.

Rádio OnBoard - Edição de Interlagos



FELIPE MACIEL



No ar a edição número 99 da Rádio OnBoard!

Na companhia de Fábio Campos e Ron Groo, abordamos os casos mais marcantes do GP do Brasil, traçamos as expectativas para a disputa final pelo título da temporada e também voltamos a fazer o clássico "Jogo Rápido".


Clique para ouvirClique para baixar



Voltamos na próxima semana, com o título já definido no Grande Prêmio de Abu Dhabi. Mas antes, o programa ao vivo no link de costume, iniciando às 20h do último sábado de Pre Race do ano. Até o próximo encontro.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

A derrota na pista como vitória da empresa



FÁBIO ANDRADE


Ainda ontem Dietrich Mateschitz, dono da Red Bull, causou furor ao declarar que prefere ser vice a ganhar o mundial com troca de posições. É bonito ver alguém do comando de uma empresa falando assim. Chega a soar como algo estranho numa categoria já habituada ao jogo de equipe, mas não deixa de ser admirável. Se o discurso do proprietário da Red Bull se confirmar e se a equipe deixar Vettel e Webber livres para voar em Abu Dhabi no próximo domingo, algo inédito estará acontecendo na Fórmula-1. Se Vettel vencer a corrida com Webber em segundo e Alonso em terceiro, o título caminhará para os braços do espanhol. Se mesmo num cenário desses a equipe não interferir, um dos cânones máximos da história da F-1, o jogo de equipe, finalmente cairá.




Uma hipótese como a do parágrafo acima colocaria instantaneamente a Red Bull num enorme paradoxo. A derrota de Webber seria classificada como honesta, como limpa, talvez como justa, certamente como uma derrota com muito mais valor do que o hipotético tricampeonato de Alonso, por razões que o GP da Alemanha explica bem. Por outro lado seria, ao mesmo tempo, uma derrota tola, fruto da censura, para alguns inexplicável, em usar uma tática consagrada, ainda que controversa, para ganhar títulos na categoria máxima do automobilismo.


É possível que uma derrota seja mais digna que uma vitória? Pessoalmente acredito que sim, mas isso nada tem a ver com a situação dos pilotos da Red Bull no campeonato e sim com convicções que eu cultivo enquanto ser humano. Uma hipotética derrota da Red Bull no mundial de pilotos em função do não-uso do jogo de equipe pode ser simplesmente uma vitória simbólica de Vettel, que esfregará na cara de Webber a sempre suspeita preferência do time pelo jovem alemão. Mas é por demais fora da realidade imaginar que uma equipe de Fórmula-1 deixe escapar um título simplesmente por um vínculo emocional mais forte com este ou com aquele piloto.



Se a Red Bull deixar o título escapar por relutar em usar o jogo de equipe, esta será uma vitória do esporte, certamente, mais também uma vitória do departamento de marketing da fábrica de bebidas Red Bull. Não consigo imaginar alguém que deixará de comprar uma Ferrari porque Felipe Massa deu passagem a Fernando Alonso no GP da Alemanha de 2010. Uma Ferrari é um bem de consumo durável, um símbolo de status, normalmente um produto palpável apenas para meia-dúzia de endinheirados que estão muitíssimo dispostos a ostentar seus dólares.


Também não consigo pensar em alguém que deixaria de beber Red Bull se Vettel desse passagem a Webber em Abu Dhabi, mas, teoricamente, uma fábrica de bebidas energéticas depende muito mais de seu marketing para sobreviver do que uma empresa-símbolo do capitalismo como a Ferrari. Sobretudo uma marca como a Red Bull, uma marca que deseja se comunicar com o enorme público jovem através de eventos pop e esportes radicais. Seria um prejuízo enorme para a imagem da empresa se seu nome fosse vinculado a um título decidido por uma decisão unilateral e autoritária como o clássico jogo de equipe. Sob essa ótica, a possível derrota da Red Bull no campeonato de pilotos e a disputa esportivamente admirável entre Vettel e Webber mesmo num momento de decisão transformam-se menos numa vitória do esporte e mais no triunfo da fábrica de bebidas Red Bull sobre a equipe de corridas Red Bull.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

A esportividade e a tamanha disputa na Red Bull



ANDERSON NASCIMENTO



Será mesmo que a Red Bull abrirá mão do seu primeiro título mundial de pilotos em troca do status e da lembrança de ser uma equipe profissional e que preza o esporte acima de tudo? Ou será que no momento que realmente resolver decidir por Sebastian Vettel ou Mark Webber, deixará essa conversa de lado, que ganhou ainda mais força depois da marmelada da Ferrari no GP da Alemanha, e entregará a vitória a algum de seus comandados? Faltam apenas alguns dias para que conheçamos as respostas.



Primeiramente, é digno de nota ressaltar que não seria bom para uma jovem equipe, que tem como dona uma empresa séria e respeitada nos meios esportivos que investe, ficar manchada pela falta de esportividade dentro da principal e mais importante categoria automobilística do planeta. Não seria nada bom para sua curta história automobilística!

Se diz que Webber declarou em entrevista após a corrida realizada em território brasileiro que preferiria ver Fernando Alonso campeão do que seu companheiro e grande rival levantando o troféu em seu lugar. Se isso realmente for verdade o ambiente dentro da equipe das latinhas ultrapassa o "nível do péssimo".

Já Vettel deu a entender que poderá ceder lugar ao seu companheiro de equipe em Abu Dhabi para que ele possa se tornar o campeão, sendo essa a única oportunidade de auxílio que Webber tem nas mãos, já que, nessa disputa interna, a Red Bull joga totalmente a favor do jovem alemão, enquanto que o experiente australiano luta sozinho pela taça. Apesar disso, Christian Horner declarou algo não tão parecido com essa realidade:
Nós apoiaremos os dois pilotos igualmente, e os dois pilotam para o time. No final do dia tenho certeza que eles farão o que for certo para o time. Não tenho dúvida sobre isso. Então, não haverá ordens de equipe, e eu não acho que exista alguma decisão difícil para ser tomada.

Disputa que chega a ser assustadora entre Vettel e Webber, mas que ainda reservará muitas emoções para Abu Dhabi. Quanto a grande esportividade dos taurinos, prefiro acreditar mesmo que levarão isso até o final. Mas não há dúvida alguma de que o Príncipe das Astúrias ri bastante em algum lugar com tudo isso.

domingo, 7 de novembro de 2010

Em prova morna, Vettel lidera dobradinha da Red Bull no Brasil



FÁBIO ANDRADE


O título do mundial de construtores conquistado na tarde desse domingo pela Red Bull em Interlagos dá ao time alguma tranquilidade para disputar o outro mundial ainda em aberto, o de pilotos, que terá seu desfecho no domingo que vem, no GP de Abu Dhabi. Já no GP do Brasil, o que se viu foi a equipe austríaca vencer com tranqüilidade em São Paulo, com Sebastian Vettel liderando a dobradinha da Red Bull, complementada por Mark Webber. Vettel chega assim à quarta vitória no ano, se mantendo vivo na disputa pelo título. Não houve ordem de equipe para que o alemãozinho favorecesse Webber e dessa forma Fernando Alonso continua na ponta do mundial de pilotos depois do terceiro lugar conquistado pelo espanhol  na corrida brasileira.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="A dobradinha em Interlagos garantiu o título de construtores para a equipe Red Bull"]A dobradinha em Interlagos garantiu o título de construtores para a equipe Red Bull[/caption]

Quatro pilotos vão chegar em Abu Dhabi com chances de levar o mundial. Jenson Button se despediu da briga pelo título no Brasil e seu companheiro de equipe ainda preserva alguma possibilidade de faturar a taça, mas ela é extremamente remota. Lewis Hamilton chega ao oriente médio com 24 pontos de desvantagem em relação ao líder Alonso. Precisa de um grande milagre para terminar o ano com o bicampeonato.


Mas Abu Dhabi ainda é na semana que vem. Nesse domingo a corrida foi no Brasil, no belo Interlagos, na pista que proporciona show e muitas ultrapassagens. Havia grande expectativa em torno da prova na pista paulista. Mas depois das 71 voltas ficou no ar a sensação de que algo saiu abaixo do esperado.



Alguém faltou ao grande encontro

[caption id="" align="aligncenter" width="499" caption="Vettel pulou tomou o primeiro lugar de Hulkenberg antes mesmo da primeira curva"]Vettel pulou tomou o primeiro lugar de Hulkenberg antes mesmo da primeira curva[/caption]

Não dá pra falar do começo da corrida em Interlagos sem citar Nico Hulkenberg. A lógica dizia que o jovem alemão, largando da pole, não resistiria por muito tempo às investidas dos carros mais fortes. Dito e feito, a liderança de Hulkenberg não resistiu à primeira curva. Antes mesmo do S do Senna o alemãozinho da Williams já havia sucumbido ao alemãozinho da Red Bull, Sebastian Vettel. Hulkenberg deu algum trabalho a Mark Webber, que concretizou a ultrapassagem poucas voltas depois. O próximo a encarar o pole seria Lewis Hamilton, mas o britânico estava mais preocupado com a aproximação de Alonso. Uma bela briga entre os campeões chegou a se delinear, mas Hamilton escorregou na saída da Curva do Lago ainda na segunda volta, fugindo de uma disputa que prometia ser boa. Na mesma Curva do Lago onde em, 2007, Hamilton começou a ver seu campeonato desmoronar a não-briga mais palpitante do GP do Brasil de 2010 aconteceu.


Alonso passou então a atacar Hulkenberg, que deu bastante trabalho, segurando o espanhol na caixa de câmbio de sua Williams até a volta de número 7, quando foi, finalmente superado. Só que nessa altura, Vettel e Webber já haviam se destacado do restante do pelotão, e faziam uma corrida só deles.




[caption id="" align="aligncenter" width="499" caption="Webber em 2º, Hulkenberg em 3º e Hamilton se defendendo de Alonso na freada do S do Senna"]Webber em 2º, Hulkenberg em 3º e Hamilton se defendendo de Alonso na freada do S do Senna[/caption]

Quando conseguiu ultrapassar o piloto da Williams, Alonso já levava 12 segundos de prejuízo em relação aos Red Bulls. Em quarto lugar, Hulkenberg continuou a conduzir bem, impedindo Lewis Hamilton de ultrapassá-lo até que a equipe Williams finalmente o chamou para trocar os pneus. Depois disso Hulk sumiu das câmeras, mas teve suas 10 voltas de fama na Fórmula-1.


Pouco depois começaram as paradas para troca de pneus. O destaque foi Button, um dos primeiros a parar, que conseguiu sair da nona para a quinta posição. A nota triste foi o trabalho de box infeliz da Ferrari, que não fixou bem a roda dianteira direita no carro de Felipe Massa, obrigando-o a voltar aos boxes na volta seguinte para terminar o serviço.


Alonso e os dois Red Bulls foram aos boxes entre as voltas 24 a 26. O espanhol foi o primeiro a parar, seguido de Vettel na outra volta e Webber na seguinte. As paradas encerraram a primeira parte da corrida, sem incidentes sérios e até então sem Safety Car.


A corrida mergulhou então em sua fase mais morna. Passada a tensão da largada e das paradas nos boxes, Vettel liderava com cerca de 3 segundos de vantagem para Webber, que tinha quase 10 segundos de margem sobre Alonso. As voltas atrás de Hulkenberg custaram a Alonso a chance de estar mais próximo das Red Bulls. A expectativa por diversas brigas por posição alimentadas assim que o grid se definiu no sábado foi se tornando um enjoado conformismo com uma corrida sem disputa entre os líderes do mundial.




[caption id="" align="aligncenter" width="499" caption="Distante dos líderes da corrida, Alonso ficou com o 3º lugar"]Distante dos líderes da corrida, Alonso ficou com o 3º lugar[/caption]

Alguém faltou ao grande encontro. Era em Interlagos que os líderes deveriam discutir o mundial 2010. Na próxima corrida em Abu Dhabi ninguém espera que chovam ultrapassagens. Se havia algum lugar para que os concorrentes ao título resolvessem suas diferenças na pista, esse lugar era São Paulo. Afinal, o histórico recente garante a pista brasileira como uma das que mais proporcionam ultrapassagens e elas aconteceram em bom número no meio da fila. Só foram raras entre os que brigam pelo campeonato.


Alguém faltou ao grande encontro. Hamilton e Alonso poderiam ao menos ter ensaiado um confronto no começo da corrida, mas o britânico abriu mão da briga ao escapar no Lago. Depois, da volta 40 até o acidente com Vitantônio Liuzzi, Webber também ameaçou começar a disputar a liderança da prova com Vettel. Só que sempre que o australiano se aproximava do companheiro alemão, um retardatário surgia e o fazia perder tempo. No 52º giro Liuzzi bateu na Curva do Sol e obrigou o Safety Car a entrar em cena. Depois disso Webber não conseguiu mais se aproximar de Vettel. Nas voltas finais o grande encontro ameaçou se dar entre Alonso e Webber, mas faltou tempo para que o espanhol se aproximasse. E tudo terminou como estava.




[caption id="" align="aligncenter" width="396" caption="A grande briga que não houve em Interlagos: Sebastian Vettel e Mark Webber"]A grande briga que não houve em Interlagos: Sebastian Vettel e Mark Webber[/caption]

Na revista Veja do dia 19 de setembro de 2001 o ensaísta Roberto Pompeu de Toledo entitulou assim seu artigo na última página do semanário: “alguém faltou ao grande encontro”. Toledo se referia aos atentados que abalaram Nova Iorque e Washington uma semana antes, e sobre como eles despertavam uma guerra da “invencível América” contra os rotos afegãos:




(...) trata-se de guerra contra quem? Eis o problema. É uma guerra em que falta o outro lado. Se o leitor tem em mente os palestinos, que raio de adversários são esses – pouco mais que um bando de favelados, armados mais freqüentemente de paus e pedras que de outra coisa? Se tem em mente o Afeganistão, que raio de adversário é esse, cujas lutas tribais o situam a um degrau da Idade da Pedra? Não. Não dá para imaginar a Terceira tendo como oponentes, de um lado, a super e invencível América, e do outro os esfarrapados palestinos, ou os obscuros afegãos. Eis outro paradoxo, o maior, dos eventos da semana passada. Ao desencadear a Terceira Guerra Mundial, o outro lado faltou. Foi como um encontro marcado em que um dos lados, na hora H, não dá as caras. Ou como a noiva que deixa o noivo só no altar. (...)



E assim foi o GP do Brasil. Alguém faltou ao grande encontro não porque as Red Bulls são a América invencível e os rivais são pobres coitados montados em carroças ou em carrinhos de rolimã. Alguém faltou porque na corrida que tinha tudo para, finalmente, marcar com grandes brigas e grandes imagens a discussão do campeonato mais esperado e mais equilibrado dos últimos anos, ninguém brigou. Vettel, Webber, Alonso e Hamilton não se enfrentaram. Cada um ficou na sua. E o público ficou do lado de cá, aguardando sem muitas esperanças que em Abu Dhabi se produza, enfim, alguma imagem marcante que sirva como símbolo e memória da Temporada 2010 no futuro.


O campeonato de pilotos vai para o GP de Abu Dhabi, o último do ano, assim: Alonso líder com 246 pontos. Webber atrás com 238. Vettel tem 231 e Hamilton, praticamente fora da briga, tem 222.



Grande Prêmio do Brasil, resultado após 71 voltas:

sábado, 6 de novembro de 2010

Hulkenberg faz história, desbanca favoritos e é pole no Brasil



FÁBIO ANDRADE


Justamente no GP do Brasil, quando sua vó ou sua irmã, que quase nunca assistem Fórmula-1, estão na sala, você tem que dar explicações sobre quem é esse ilustre desconhecido que tem o número um ao lado de seu nome no crédito da televisão. Isso quando já não basta ter que dizer quem é o tal Mark Webber e o outro tal Sebastian Vettel e ter que ouvir à odiosa pergunta sobre o por que de Schumacher não estar mais ganhando nada. É justamente quando a televisão dá mais notoriedade a um produto que normalmente passa batido na programação que a maior zebra do ano acontece. E aí o jornalismo da Globo, que normalmente já não consegue explicar bem o que é uma corrida de automóvel, tem um trabalhinho a mais para a próxima edição do Jornal Nacional.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Nico Hulkenberg, o pole do GP do Brasil"]Nico Hulkenberg, o pole do GP do Brasil[/caption]

Nico Hulkenberg teve grande senso de oportunidade na tarde desse sábado em Interlagos. Larga na primeira posição no GP do Brasil, desbancando os favoritos que brigam pelo título. Ao seu lado na primeira fila está o também jovem Sebastian Vettel. Uma primeira fila inteiramente alemã e que tem 46 anos de idade se somadas as idades dos integrantes que têm 23 anos cada um. O ídolo de ambos nesse esporte em que competem, Michael Schumacher, tem 41 anos de idade.


A pole conquistada por Nico Hulkenberg é a primeira da equipe Williams desde o GP da Europa de 2005, quando o também alemão Nick Heidfeld cravou o melhor tempo no treino classificatório em Nurburgring.



A pole da despedida

Um resultado como esse só poderia vir mesmo em Interlagos. É, afinal, uma pista que tem suas limitações, poucas curvas de alta velocidade, mas configura-se como um dos traçados com mais personalidade do calendário mesmo assim. Disputado no sentido anti-horário (só Turquia, Cingapura e Coreia do Sul também o são) e com uma grande variação de relevo, a pista possui curvas em subida, em descida, miolo travado e um longo período de aceleração com duas guinadas para a direita. Foge do mais do mesmo visto nos tilkódromos e conta com o bônus da instabilidade climática para tornar a coisa ainda mais fora do comum. Só mesmo num lugar assim, na América do Sul ignorada pela maioria dos grandes eventos, para que um cidadão também não muito conhecido e a beira do desemprego pudesse dar seu cartão de visitas com 18 corridas de atraso.


Nico Hulkenberg é um estreante em 2010, mais um dos muitos jovens pilotos que chegaram na F-1 como grandes promessas. Na visão desse blogueiro, não é um piloto ruim, ao contrário, conseguiu acompanhar o veterano e experiente companheiro Rubens Barrichello em algumas ocasiões na classificação, eventualmente conseguindo até posição melhor do que a do brasileiro, seu parâmetro imediato de comparação. Apesar dos bons resultados em seu ano de estreia (seu melhor resultado é o sexto lugar obtido na Hungria) está sem emprego para a próxima temporada. A equipe pela qual disputa o mundial, a Williams, perderá os dois principais patrocinadores e precisou vender a vaga da Hulkenberg para o venezuelano Pastor Maldonado, que levará consigo vultoso patrocínio petrolífero de seu país.




[caption id="" align="aligncenter" width="500" caption="Depois de 5 anos a Williams volta à posição de honra"]Depois de 5 anos a Williams volta à posição de honra[/caption]

Justamente quando está perto da despedida, Hulk deu à Williams o retorno ao lugar de onde uma das equipes mais tradicionais do esporte a motor jamais deveria ter saído. Esporte quase nunca tem a ver com justiça, mas não custa perceber o quanto as coisas se sucedem de uma forma cruel de vez em quando.



Onde estão os favoritos?

Crueldade foi o que Hulkenberg fez com a concorrência. Mesmo com o piso molhado, todos apostavam que os seis pilotos das três equipes grandes estivessem nas primeiras posições. Afinal a chuva não era torrencial, pelo contrário, foi diminuindo até acabar totalmente e, já no fim do treino, possibilitou o uso de pneus slick, de pista seca. Apesar disso, o asfalto de Interlagos era um traiçoeiro tapete que só permitia a pilotagem no “trilho” seco, com o agravante de ainda estar muito molhado na curva da Junção.


Robert Kubica e Mark Webber logo experimentaram o quão complicada estava a freada da Junção, escapando e passeando na área de escape. No restante da pista, porém, a pilotagem com pneus slick já era razoavelmente segura, e os tempos começaram a baixar, apesar do piso úmido. Óbvio, a pole position de Hulkenberg foi, em parte, condicional. O alemãozinho (perdeu, Vettel) não teria carro para brigar pela ponta em pista totalmente seca. Mas, por outro lado, Hulk faturou a ponta com os grandes pilotos e as grandes equipes na pista. Felipe Massa, duas vezes vencedor e especialista em Interlagos estava lá. Rubens Barrichello, que goza de ótima reputação no molhado, também. Sebastian Vettel, outro pato, estava na disputa. Até mesmo dom Fernando Alonso, o fodão, brigava pela ponta. Todos ficaram atrás do desconhecido Hulkenberg.


E ficaram atrás por muito. Hulkenberg conquistou a pole com vantagem digna de piloto Red Bull. Um segundo sobre o rival mais próximo, Vettel. Tal como o próprio Vettel fez em 13 de setembro de 2008, quando marcou a pole position sob chuva em Monza no GP da Itália com um carro modesto, Hulkenberg fez o mundo parar e perceber nesse 6 de novembro que mesmo quando há um título em disputa, grandes campeões, grandes favoritos, há espaço para a surpresa, para o imponderável. Há espaço para que um moleque de 20 e poucos anos surpreenda e dê uma oxigenada no ambiente meio quadradão da F-1. Hulkenberg pode não ganhar nada amanhã, e provavelmente não ganhará a corrida, que deve ter pista seca e sol, mas trouxe de volta alguma poesia quando só se falava em jogo de equipe na Ferrari e briga dentro da Red Bull.



Os dois alemãozinhos: Sebastian Vettel e Nico Hulkenberg
Os dois alemãozinhos: Sebastian Vettel e Nico Hulkenberg

Red Bull favorita

Vettel largará em segundo e é o grande beneficiado com o resultado do treino. É uma espécie de primeiro colocado sub judice, se é que tal condição é possível. Terá a companhia de Webber que parte em terceiro e verá Lewis Hamilton pelo retrovisor no quarto lugar. Alonso, único com condições de sagrar-se campeão no Brasil amanhã, partirá em quinto, muito abaixo do que a torcida espanhola esperava. Jenson Button, já em situação delicada na tabela, deu o adeus definitivo à briga pelo título. A não ser que algo muito fora do comum aconteça em Interlagos. Com um treino classificatório tão fora do comum, no entanto, é bom não duvidar.



Grid de largada para o Grande Prêmio do Brasil:

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Bruno acerta com Lotus e Rubinho permanece na Williams



ANDERSON NASCIMENTO



Mesmo que Bruno Senna não consiga um bom resultado no GP do Brasil, ele já tem muito o que comemorar neste fim de semana. O piloto brasileiro conseguiu acertar com a Lotus de Tony Fernandes e no ano que vem estará muito acima do nível que é obrigado a estar agora à bordo da inguiável Hispania.



Foram dias e dias de especulações da imprensa e conversas entre empresários do piloto e dirigentes da equipe malaia para que tudo fosse acertado. A Embratel, que desde a F3 Inglesa apoia o sobrinho do tricampeão mundial, resolveu desembolsar mais dinheiro para que Senna conseguisse permanecer na Fórmula 1 em um lugar mais competitivo. Com certeza, o sobrenome Senna pesou muito para que o jovem piloto pudesse correr ao lado de Heikki Kovalainen. Jarno Trulli, perdedor da vaga, deve estar a caminho dos Estados Unidos, com destino à Nascar.

Já Rubens Barrichello está confirmado por pelo menos mais um ano na Williams. Isso mesmo, por pelo menos mais um ano, visto que o contrato prevê uma possível permanência do brasileiro na temporada 2012 dependendo do desempenho do time de Frank Williams e do próprio piloto veterano.

Não há dúvida que todo o trabalho realizado pelo "bando de guerreiros", como Rubinho mesmo definiu, ao lado do brasileiro favoreceu muito para essa renovação. Desse modo, os boatos para que Nico Hulkenberg "desça" para a Hispania no ano que vem começam a ganhar mais força e do venezuelano Pastor Maldonado ser o companheiro de Barrichello na próxima temporada.

Interlagos, Treino 2



FÁBIO ANDRADE


A segunda sessão de treinos livres para o Grande Prêmio do Brasil contou desde o começo com a presença dos pilotos que disputam o título. Durante quase todos os 90 minutos de atividades da tarde em Interlagos algum dos cinco pilotos que brigam pelo mundial estava na pista preparando o carro para os dias decisivos da etapa brasileira. Apesar do movimento, o treino não teve grande incidentes. A bandeira amarela precisou ser acionada apenas uma vez, quando Felipe Massa  parou a F-10 na reta oposta, com um problema de embreagem.




O restante do treino foi marcado por algumas escapadas dos pilotos, sobretudo na freada da Cruva do Lago, onde vários carros passearam pela área de escape. Jaime Alguersuari disputou a freada do S do Senna com Michael Schumacher como se estivessem em uma corrida. A cena teve direito até a um toque entre ambos. O jovem espanhol ainda rodou no Mergulho, pouco depois, mas conseguiu retirar o carro da posição pergiosa e o treino não precisou ser interrompido.



Red Bull lidera novamente

Tal como na manhã, a Red Bull dominou outra vez a tabela de tempos de Interlagos com uma dobradinha. De novo Sebastian Vettel foi o mais rápido, baixando o melhor tempo do dia para 1min11s968. Mark Webber cravou o segundo tempo, ficando a 104 milésimos do companheiro. Fernando Alonso dessa vez pôde concluir todo o treino livre e ficou com o terceiro tempo. Curiosamente, o espanhol marcou, na sessão vespertina, o mesmo tempo que Vettel cravara pela manhã: 1min12.328.



Treinos Livres para o Grande Prêmio do Brasil, sessão 2:

Interlagos, Treino 1



FÁBIO ANDRADE


Bem, cheguei em casa agora, perdi a sessão 1 dos treinos livres para o GP do Brasil. Pretendo assistir à segunda e prometo disponibilizar um link aqui, caso encontre um.


Ta aí a listinha dos tempos. Menino Vettel vem quente como sempre, mas isso quase nunca quer dizer alguma coisa. Red Bull confirma a impressão de que tem O carro para Interlagos. McLaren fez segunda fila, o que é muito para o momento do time. Ferrari decepcionou ficando lá embaixo. As notícias são de que Alonso chegou a parar o carro na reta oposta, com problemas.


Mas hoje é sexta, e tudo isso não diz muita coisa.



Treinos Livres para o Grande Prêmio do Brasil, sessão 1:

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

GP do Brasil: o que você não vê na tv



FÁBIO ANDRADE




O vídeo acima é o resumo de uma corrida bem documentada, sobretudo para nós brasileiros, que temos rico material sobre as grandes vitórias de Ayrton Senna. Para os desavisados, trata-se do lendário GP do Brasil de 1991, quando Senna viveu o drama de passar as últimas voltas com apenas a 6ª marcha da McLaren funcionando, rezando para que a Williams de Riccardo Patrese não conseguisse se aproximar até a bandeirada.


Apesar de essa ser uma memória já bastante conhecida, o vídeo vale a pena sobretudo pela diferença entre a transmissão de Fórmula-1 que se fazia há 20 e a que se faz hoje. No vídeo postado acima, em algumas tomadas, fica evidente, por exemplo, que o Laranjinha é uma curva feita em um senhor aclive. Essa sensação é bastante suavizada ou praticamente deixa de existir na transmissão televisiva atual. Isso dá uma ideia de como a tv altera a forma de percepção de uma corrida.


Para os que, como eu, ainda não puderam assistir a um gp de F-1 in loco, essa observação deve soar como mais um estímulo. A tv fornece os tempos de volta, as posições de cada um na pista e o rádio da comunicação entre equipes e pilotos, mas não permite um olhar subjetivo sobre o que se desenrola na pista. Dizem até que corridas de automóvel têm cheiro.


Ainda sobre o vídeo, no mesmo Laranjinha a câmera onboard revela a direção nervosa do McLaren de Senna, mas essa já não é uma esfera sob interferência da direção de imagens e sim dos próprios carros da época. Senna corrige a trajetória na saída da curva. Eram carros sem a aderência aerodinâmica extrema de hoje em dia, e era uma pilotagem inegavelmente mais bonita de assistir.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Kobayashi, One Year



FÁBIO ANDRADE




Já faz um ano que Kamui Kobayashi surpreendeu os fãs da Fórmula-1 com sua aparição em Interlagos. E os traços da agressividade nipônica vistos na pista brasileira, uma das que mais proporcionam brigas por posição, se confirmaram em 2010 no GP do Japão, em Suzuka, onde as ultrapassagens não costumam ser muito abundantes. Com seu estilo atirado, que propõe ao adversários em pista as opções "ultrapassagem" ou "batida",  Kobayashi conquistou em menos de um ano a simpatia de boa parte dos entusiastas da Fórmula-1.


E se a Toyota resistisse na categoria em 2010, seríamos privados desse arrojo para o retorno de Timo Glock ou a permanência de Jarno Trulli na equipe japonesa? A saída da montadora da F-1 foi lamentada mas garantiu a presença do kamikaze Kobayashi no grid desse ano. Há males, que definitivamente, vêm para o bem. Koba é hoje um dos pilotos mais interessantes de ser prestar atenção nas corridas.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O que esperar do GP do Brasil?



ANDERSON NASCIMENTO



Chegamos a mais um ano de um Grande Prêmio que surgiu a décadas atrás e que ajudou a Fórmula 1 a ter uma história mais empolgante e vibrante. Já vimos por aqui vitórias memoráveis de gigantes do automobilismo e, recentemente, presenciamos títulos de jovens pilotos, até considerados inexperientes para se consagrarem campeões.



Mas, o que esperamos neste ano não nos deve empolgar como em anos anteriores ou mesmo naqueles que nos deixam com muitas saudades. Aguardamos sim uma batalha ferrenha entre os postulantes ao título, que pretendem vencer a todo custo. Porém, pecamos como sempre quando o assunto é organização. Não há como nos compararmos aos orientais, incluindo aos coreanos, quando o que se olha vai além das pistas.

A Fórmula 1, como a imensa maioria sabe, envolve muito mais do que grandes máquinas e geniais pilotos pisando fundo em um circuito moderno e bem construído. A F-1 se confunde com os negócios, com o dinheiro que ela mesmo respira. E mesmo em um país pouco habituado a ordem e a disciplina como o nosso, a organização e a seriedade fazem uma diferença enorme nestes assuntos.

Esportivamente, não há dúvida que a etapa brasileira seja uma das melhores do atual calendário da FIA para a F-1. Povo apaixonado por automobilismo e que deposita em seus compatriotas dentro dos cockpits uma esperança de vitória muitas vezes inimaginável.

No entanto, longe de querer ser crítico demais, percebi que mais se vale um GP como o disputado na Coréia do Sul do que como o que será disputado em solo brasileiro. Os coreanos, que a imprensa mundial tratou de classifica-los como incompetentes, fizeram questão de nos pedir desculpas pelo atraso das obras e por sediarem uma etapa de Fórmula 1 naquelas circunstâncias. Com isso, elevaram a F-1 a um patamar que ela nem mesmo merecia, pois como o excelente jornalista Luis Fernando Ramos nos lembrou, é a Fórmula 1 que gira em torno do mundo e não o mundo em torno da Fórmula 1.

Nós, ao contrário dos coreanos, vibramos com tanto ufanismo e às vezes de maneira tão tola que nos esquecemos dos tantos problemas que precisamos resolver para termos enfim uma etapa da maior alta qualidade. Bernie Ecclestone já notou isso e não vê mais no Brasil um lugar rentável para sua categoria.

Isto não é pessimismo, nem uma crítica injusta a essa pátria, mas um retrato verídico do que normalmente esperamos em um GP do Brasil.

Lucas di Grassi e Bombril juntos no GP do Brasil



FELIPE MACIEL


Em seu primeiro GP do Brasil na F-1, Lucas di Grassi terá um fim de semana de Bombrilboy, promovendo a ação publicitária da marca brasileira. Além de ser estampada na cobertura do motor do VR-01 e nos uniformes e capacetes dos pilotos da Virgin, a empresa também realiza um concurso pela internet oferecendo 1 kit Virgin Racing + 1 kit de produtos Bombril ao vencedor.

O investimento no esporte e, especialmente, num talento brasileiro tão necessitado de apoio financeiro é sem dúvida alguma uma iniciativa muito bem vinda. Pena que seja somente por esta corrida, sendo que o Lucas anda precisando mesmo é de um reforço definitivo para manter uma vaga que está praticamente nas mãos do Jérôme d'Ambrosio para o ano que vem.



É bem verdade que a temporada de estreia do Lucas foi um tanto morna. Por outro lado, não havia muitas opções para ele, que chegou numa equipe pequena, incipiente e fraca, tendo de guiar um carro desatualizado em relação ao seu companheiro de equipe com 2 anos de experiência.

Para a equipe Virgin, a impressão deixada é de um piloto equilibrado e técnico, que manteria a vaga se não fossem as necessidades de sobrevivência. Ajudaria muito se o pão duro do Richard Branson investisse de verdade na equipe, em vez de inserir o nome da Virgin praticamente a troco de nada.

E se o di Grassi não fica onde está, para onde vai? Sua carreira deu uma esgasgada na época da GP2, mas agora que conseguiu chegar à F-1 terá de voltar a se submeter ao cargo de test driver? Os mais otimistas especulam a retomada de suas relações com a Renault, no entanto não há como negar que, segundo o cenário atual, o brasileiro que mais corre risco de ficar de fora do Mundial 2011 é o Lucas di Grassi.