sábado, 15 de outubro de 2011

Em Yeongam, menos é mais

Com o campeonato de pilotos já decidido, acompanhar a Fórmula-1 nas madrugadas virou uma missão para os fanáticos. Sobretudo quando o que se tem que acompanhar são os treinos classificatórios sob um formato que já saturou o público. A sensação de enfado em Yeongam é reforçada pela pistaem si. Sãovárias curvas, de estilos variados, e isso não é ruim. Mas talvez Hermann Tilke tenha desenhado curvas demais na pista da Coreia do Sul sem atentar para a velha máxima de que, as vezes, menos é mais.

Menos é mais. Se em 2011 houve algum piloto que precisou decorar esse mantra, esse piloto foi Lewis Hamilton. Menos ímpeto, as vezes, significa mais resultado. E Hamilton, envolvido em um caminhão de polêmicas, confusões, toques, batidas e punições, viveu seu calvário, ficando de fora da briga pelo título muito cedo e vendo Jenson Button brilhar. Se o campeão de 2008 aprendeu a lição, ninguém ainda sabe e eu mesmo, se tivesse que apostar, diria que ele não deve mudar muito seu modo de pilotagem. Nesses anos de Fórmula-1, Hamilton já deixou claro que é um típico win-or-wall. O inglês até pode tentar se domesticar, mas seu instinto, a meu ver, nunca vai estar totalmente domado.

[caption id="" align="aligncenter" width="600" caption="Longe das vitórias desde o GP da Alemanha, Hamilton tem outra chance na Coreia (Foto: Getty Images)"][/caption]

Uma boa chance de descobrir como Hamilton vem absorvendo as críticas pode ser dada nesse GP da Coreia do Sul. Afastado da pole position desde o GP do Canadá do ano passado, o piloto da McLaren voltou a conseguir o direito de largar da posição de honra e finalmente desbancou a Red Bull, que fez a pole em todas as outras 15 oportunidades em 2011. Com o campeonato de pilotos já decidido e com uma briga pouco palpitante pelo vice, as grandes perguntas para as 55 voltas do GP da Coreia envolvem Hamilton. Como ele vai proceder em caso de disputa de posição com o agora bicampeão Vettel? E com Button? Hamilton, grande devorador de pneus, sobreviverá calçando supermacios?

As respostas serão dadas na madrugada de sábado para domingo às 4 horas da manhã, pelo horário brasileiro de verão que começa à meia-noite. Baianos, e moradores do sul, sudeste e centro-oeste do Brasil terão uma hora a menos de sono. Mas menos é mais. Vai ser mais fácil virar a noite e ficar acordado para acompanhar a corrida até às 5:30 da manhã.
Grid de largada para o Grande Prêmio da Coreia do Sul:

1º. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), 1min35s820 ( 14 voltas )
2º. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), 1min36s042 ( 12 )
3º. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), 1min36s126 ( 14 )
4º. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), 1min36s468 ( 11 )
5º. Felipe Massa (BRA/Ferrari), 1min36s831 ( 16 )
6º. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1min36s980 ( 11 )
7º. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), 1min37s754 ( 12 )
8º. Vitaly Petrov (RUS/Lotus Renault), 1min38s124 ( 19 )
9º. Paul di Resta (ESC/Force India-Mercedes), sem tempo ( 16 )
10º. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), sem tempo ( 14 )

11º. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), 1min38s315 ( 11 )
12º. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), 1min38s354 ( 9 )
13º. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), 1min38s508 ( 11 )
14º. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 1min38s775 ( 13 )
15º. Bruno Senna (BRA/Lotus Renault), 1min38s791 ( 14 )
16º. Pastor Maldonado (VEN/Williams-Cosworth), 1min39s189 ( 8 )
17º. Sergio Pérez (MEX/Sauber-Ferrari), 1min39s443 ( 14 )

18º. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), 1min39s538 ( 4 )
19º. Heikki Kovalainen (FIN/Team Lotus-Renault), 1min40s522 ( 6 )
20º. Jarno Trulli (ITA/Team Lotus-Renault), 1min41s101 ( 6 )
21º. Timo Glock (ALE/Marussia Virgin-Cosworth), 1min42s091 ( 7 )
22º. Jérôme D'Ambrosio (BEL/Marussia Virgin-Cosworth), 1min43s483 ( 8 )
23º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Hispania-Cosworth), 1min43s758 ( 8 )
24º. Daniel Ricciardo (AUS/Hispania-Cosworth), sem tempo ( 2 )

3 comentários:

Daniel Médici disse...

Engraçado, para mim, o campeonato já estava decidido em meados de julho. É claro que Vettel poderia enfiar o nariz no muro ou algo do tipo, mas é uma possibilidade remota demais para se levar a sério hoje em dia. Acho que o campeonato não perde a graça depois de decidido, pelo contrário. Algumas das provas mais interessantes costumam ocorrer (estou pensando nos idos de Adelaide) quando todos já sabiam o campeão e certos pilotos tinham a última oportunidade de mostrar talento se quisessem manter seus traseiros no mesmo cockpit. Era uma situação extrema, que levava nossos protagonistas a sair da zona de conforto.

Fábio Andrade disse...

Tô ligado, Daniel. Mas falo de uma parte do público que tem o fetiche da decisão, que se desinteressa pelas corridas depois que o negócio foi resolvido matemática e oficialmente.

E acho que nessa F1 de hoje, em que tudo depende tanto do carro e com a maioria dos cockpits assegurados, é difícil ver acontecer nessas últimas corridas o que acontecia há 20 e poucos anos atrás.

Bruno Cesar disse...

É realmente acompanhar as corridas é só para os fanáticos, pois já sabemos quem vai ganhar no grid de largada.

Vi um post bem legal mais ou menos disso, gostaria de compartilhar
http://blog.brasilturista.com.br/gp-brasil-de-formula-1/