quarta-feira, 31 de março de 2010

Chuva no GP da Malásia: bom ou ruim?



FELIPE MACIEL



A chuva não é um personagem muito comum nos GPs da Malásia. Mas no ano passado Bernie Ecclestone resolveu correr o risco de dar a largada mais tardiamente, numa displicente provocação a São Pedro, que sempre ataca no final da tarde nessa época do ano.

Nós tivemos em 2009 uma meia corrida em pista seca que foi de tirar o fôlego. Sim, no seco a Fórmula 1 fez um show, que ironicamente teve de ser interrompido pela chuva.

A perda de luz natural causou o encerramento do GP, mas o fator gerador da paralisação da corrida na verdade foi a própria chuva. Uma tempestade desceu com toda força, tornando as condições inguiáveis para qualquer piloto.




Ou seja, chuva na Malásia tem potencial de sobra para congelar a prova, ao invés de colaborar com o espetáculo. Se vai haver relargada depois ou não, é outra história.

E nessa história entra a pequena minimização do risco tomado pelos dirigentes, que determinaram o começo da prova 1h antes em relação à última temporada, quando a etapa iniciada às 15h locais foi interrompida na 31ª das 56 voltas.

Em 2010, as luzes vermelhas se apagam às 16h em Sepang. E a meteorologia já espera água. Resta-nos torcer para que não seja outro dilúvio. A F-1 se submete ao risco de repetir o vexame graças à atuação financeira da FOM, que visa um lucro forçado abrindo mão do horário ideal e pondo em jogo o andamento da prova.



A pista de Kuala Lumpur não é tida como um local especial para ultrapassagens, mas tem a brilhante capacidade de alternar corridas monótonas com grandes lances, como esse ocorrido em 2008, numa disputa de 3.

O velho circuito do Tilke apresenta largura até exagerada para colaborar com as disputas. Retas principal e oposta bem longas, trajetória de curvas suavemente arredondadas, desenhadas numa época em que não lhe exigiam tantos cotovelos. Eu diria que o irmão mais novo de Sepang é Xangai; são traçados que possuem certas semelhanças mas você nunca sabe se deve esperar um belo GP ou uma madrugada sonolenta.

Algo me faz estar otimista para a 12ª edição do Grande Prêmio da Malásia. Não sei se motivado pela corrida da Austrália ou por esta previsão de chuva - afinal, um possível banho bem dosado na pista não nos deixaria motivos para reclamar...

terça-feira, 30 de março de 2010

Um espectro ao redor de Schumacher



FÁBIO ANDRADE





Dois mil e nove, final de agosto, início de setembro. Eu, completamente offline por causa de uma pane em meu computador pessoal, fico sabendo do retorno de Michael Schumacher pelo sotaque inegavelmente nordestino de Ticiane Villas Boas, no Jornal da Band. Exulto, é claro, porque a volta de piloto sobre o qual recaem ódios e paixões prometia sacudir um pouco o marasmo da temporada em que Jenson Button podia se dar ao luxo de controlar a tabela de classificação de longe.

A imprensa do mundo acompanha o movimento e também explode em manchetes celebrando o retorno do alemão depois de apenas 3 anos de aposentadoria. Schumi substituiria Felipe Massa na Ferrari, nocauteado pelo acidente durante a classificação para o GP da Hungria. Só que a pretensa volta do maior quebrador de recordes da F-1 se desfaz melancolicamente diante das limitações físicas contraídas após uma queda numa corrida de motocicletas na Alemanha. Luca Badoer e Giancarlo Fisichella acabam ocupando o cockpit vago na equipe italiana e são violentamente fritados por um carro difícil de guiar.

Dezembro de 2009. A Mercedes anuncia a contratação de Schumacher como piloto titular. Dessa vez sem adiamentos, o anúncio é formal e oficial e o alemão aparenta estar recuperado das dores no pescoço que o impediram de correr três meses antes pela Ferrari. Repete-se o mesmo rosário de festejos pelo retorno do mito.

E agora, em março de 2010, depois de duas corridas em que o desempenho de Schumacher ficou bem abaixo da crítica, o movimento é o contrário. Chovem críticas sobre a cabeça do alemão e diante dos resultados fracos, ninguém oferece ao heptacampeão um guarda-chuva. É o preço do risco que Schumacher correu ao voltar.

Quando desligou o motor de sua Ferrari no GP do Brasil de 2006, Schumacher era uma lenda viva. Saía de cena como mito, mesmo perdendo os dois últimos mundiais para o jovem Fernando Alonso. Mas vitórias e derrotas são parte do esporte, mesmo que durante parte da carreira do alemão, a derrota tenha praticamente sido riscada de seu vocabulário. Os dois campeonatos perdidos para o jovem e talentoso espanhol não arranharam os 7 títulos de Schumi. Numericamente incontestável, ainda que sua carreira abra espaço para toda a sorte de questionamentos.

Essa era a herança imutável que Schumacher oferecia para a F-1 até então. Ele seria para sempre um mito porque mesmo não sendo campeão em seu ano de despedida, parou no auge, disputando o título até o fim, com uma impressionante velocidade, mesmo aos 37 anos. Retornar três anos depois da aposentadoria era arriscar essa imagem de mito, numa aventura que tem dois destinos viáveis: em caso de vitória e disputa de título, eleva-se ainda mais como lenda, não só da velocidade como também da longevidade. Mas se passar 2010 em branco e com maus resultados, arranha a própria aura de maior de todos os tempos. Até agora a segunda alternativa é a mais próxima da realidade de Schumi.

Depois de duas corridas realizadas talvez seja cedo para julgar e talvez a imprensa internacional, sobretudo a italiana, esteja se precipitando, mas é fato que o desempenho do alemão em nada faz lembrar o dos ricos anos da Ferrari. Sexto lugar no Bahrein, décimo na Austrália, atrás do jovem companheiro de equipe Nico Rosberg nas duas ocasiões. Na Austrália ainda com o agravante de passar dezenas de voltas negociando uma ultrapassagem com o inofensivo Jaime Alguersuari, da pequena Toro Rosso.

O que acontece é que 2010 não é 2002, a Mercedes não é a Ferrari daqueles tempos, seu companheiro de equipe consegue ser rápido com frequencia e a geração que aí está seguramente é mais capaz do que a de oito anos atrás. Ao assinar com a Mercedes, Schumacher, na verdade, estava hipotecando seu próprio legado. Cabe somente a ele lidar com as críticas, porque esse foi um risco evidente assumido pelo alemão ao anunciar seu retorno.  Terminar de pagar a dívida contraída e recuperar a posse de seu próprio sucesso como superstar da F-1 será o objetivo maior do heptacampeão em 2010.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Dupla de equipe: GP da Austrália



FELIPE MACIEL



Strike do Kobayashi


Confesso que até agora não entendi bem o acidente do Koba. De todo modo foi plasticamente impressionante, apesar de inofensivo para os padrões de segurança da F-1 de hoje. Sobre o Kobayashi é interessante notar que em nenhum momento ele chegou perto das exibições realizadas no Brasil e em Abu Dhabi.

Fábio Andrade



Não ficou claro a causa do acidente, tudo o que vi foi a asa dianteira se desmanchar da mesma forma que aconteceu no 1° treino livre. Se tiver sido uma recorrente falha boba como essa, então a Sauber tem um problema que é acima de tudo relativo à segurança!

Quanto à batida em si, sinceramente não lembro qual foi a última vez que usei a palavra "strike" com tanta convicção... Uma STR e uma Williams no meio da curva atingidos em cheio por um carro fora de controle em altíssima velocidade. Que pancão foi aquele?!

Felipe Maciel



Ferrari


Muito se fala que a Red Bull é a equipe mais forte do ano, e isso realmente é fato, ao menos nas classificações, mas o RB6 precisa terminar corridas. Em se tratando de eficiência nas corridas como um todo, a Ferrari é a equipe mais bem sucedida do ano, apesar de não ter tido um desempenho brilhante até aqui.

Fábio Andrade



O coleguismo da Ferrari é de se tirar o chapéu. Não que isso contribua com o julgamento emocional das corridas, mas fundamenta perfeitamente a filosofia moderna da escuderia e a eficácia do jogo de equipe. Se não podemos dizer que Felipe e Fernando usaram do "unidos venceremos", então diremos que criaram o "unidos terminaremos". Ambos ficaram juntos na pista, sem esboçar confronto interno, se respeitando e trabalhando em equipe por um resultado sólido.

Massa enfrentou problemas com os compostos Bridgestone durante todo o fim de semana mas fez a façanha de subir ao pódio. Sem contar que para os pneus melhorarem a temperatura, precisavam estar gastos. Sofrendo todo tipo de ataque durante o GP, brigou o quanto pôde e saiu num lucrativo 3° lugar. Já Alonso se atrapalhou na largada e fez uma prova de recuperação inacreditável. Não fosse a rodada na curva 1, tinha tudo para sonhar com a segunda vitória consecutiva.

Felipe Maciel



Hispania


É louvável que o Chandhok tenha chegado ao final numa equipe que passa por tantos problemas, mas além disso há pouco a acresentar. Terminar 5 voltas atrás não é propriamente algo que mereça comentários mais elogiosos.

Fábio Andrade



Parece piada mas o único carro de equipe nova que completou o GP foi o da HRT... A Hispania fez o que nem a Virgin conseguiu até hoje: Terminar a corrida. Quem diria? Karun Chandhok fez o milagre de levar aquela carroça até o fim. Ganhou o dia, afinal era o máximo com o que poderia sonhar. Chegar em 14° será a maior glória de um piloto da Hispania pelos próximos 17 GPs...

Felipe Maciel



Jenson Button


Confesso que nunca vi Button como um piloto acima da média, mas a temporada dele na Brawn me cativou, talvez pela figura simples que ele aparenta ser, talvez pela simpatia imediata que a gente tende a ter por quem surge como novidade. Mas o negócio é que fiquei autenticamente contente pela vitória dele. Quebrou as apostas da maioria, já que quase todo mundo esperava que a Red Bull ou a Ferrari discutissem a vitória. Foi o triunfo de quem arriscou, numa leitura muitíssimo correta da corrida. E também de quem teve a legítima sorte de campeão pelo abandono do Vettel.

A vitória do Button deu uma injeção de novos ares num campeonato que já vinha muito polarizado entre Red Bull e Ferrari, apesar de ainda estar no começo.

Fábio Andrade



Quando todos acharam que o Button tinha feito a maior bobagem, ele estava na verdade começando a construir sua vitória. A mudança de pneus foi a tática acertada e a saída do Vettel abriu caminho para a vitória do campeão logo em sua segunda corrida de McLaren! Nem vou lembrar que ele levou um passão do Hamilton no começo da corrida...

Felipe Maciel



Hamilton x Webber


Os dois, junto com o Kubica, o Massa e o Alonso (e o Rosberg, em menor escala) foram o centro das atenções da corrida, o pólo de acontecimentos do GP da Austrália. Pelas circunstâncias da corrida eles, Hamilton e Webber, aparentaram ter os carros mais equilibrados do meio do bloco. Foram agressivos durante toda a prova, fizeram uma bela corrida, trouxeram de volta o sabor de uma competição realmente disputada na pista, com todos os prós e os contra inerentes a isso. A colisão entre os dois na disputa de posição com Alonso faz parte.

A transmissão global da F-1 é muito judiada por todo mundo, mas hoje, pelo menos hoje, eu me permito concordar com o Galvão: o GP da Austrália foi uma corrida de grandes pilotos, que erram e que acertam em igual proporção. Porque apesar da fantasia de super homem que o esporte a motor mitifica, o automobilismo ainda é disputado por seres humanos. Hamilton e Webber podem não ter conquistado resultados expressivos, mas deram cores mais vivas à corrida.

Fábio Andrade



Esses dois tiraram o GP da Austrália pra se engalfinhar. Lewis foi o showman do GP, mas Webber não deixou por menos depois que o inglês mandou ele se aposentar em praça pública.

No comecinho, quando ambos haviam acabado de passar o Massa, eles se tocaram e o Felipe retomou a posição. Mais no final, quando partiam para cima de Alonso, se acharam no meio da curva e foram parar na brita. Mais parecia briga de kartista. Grandes duelos, sem dúvida!

Felipe Maciel



Tradução sem Burti


Ficou infinitamente mais difícil decifrar as conversas de rádio sem o Burti, apesar de eu até gostar disso. Acho que a “F-1 Big Brother” é um pouco sem sentido, apesar de nos revelar algumas passagens curiosas.

Acho que mais difícil foi aturar a esclerose do Galvão, que tava com tudo ontem, e a transmissão da FOM, que se perdeu em diversos momentos da corrida.

Fábio Andrade



Vou ter que sugerir à Globo que da próxima vez que o Burti não puder participar, ao menos convoquem o fulaninho que faz a tradução simultânea depois do pódio no Sportv.

Ou então que o narrador instale um aplicativo moderno no celular que resolva o problema com o inglês instantaneamente. Melhor que brincar de trocar SMS durante a transmissão.

Agora ficou claro: antes de comentarista, Burti é acima de tudo um indispensável tradutor de conversas de rádio.

Felipe Maciel

domingo, 28 de março de 2010

Desempenho arrasador, resultado desanimador



FELIPE MACIEL


O trabalho de Adrian Newey foi a inspiração dos próprios concorrentes para criar seus modelos. Por isso mesmo, ninguém conhecia tão bem o caminho quanto ele para gerar um carro vencedor na temporada corrente.

Faça chuva ou faça sol, no deserto ou na cidade, o RB6 se garante na pole position e dispara na frente quando as luzes vermelhas se apagam. Mas de novo o mago da engenharia foi traído pelo contraste "performance x confiabilidade" que o acompanhou nos últimos anos e lhe privou de conquistar títulos nesta década.

Dois incidentes muitos estranhos nas duas primeiras corridas tiraram a vitória certa de Sebastian Vettel. No Bahrein, o alemão tira o pé para levar até o final, o que a princípio foi considerado problema no escapamento e posteriormente reconhecido como problema na vela do motor. Mas os rivais não engoliram essa versão, uma vez que nas voltas finais o piloto conseguiu cravar o melhor 2° setor da corrida e ainda defender a posição de Nico Rosberg. Nesse caso não seria prejuízo causado por falha mecânica e sim correção da quantidade insuficiente de combustível despejada no tanque antes da largada, supostamente 10kg abaixo do normal.



Já na Austrália uma falha súbita de freio teria surpreendido Vettel na entrada da curva 13 e o mandado direto para a caixa de brita. Um fato lamentável e vergonhoso para quem tinha tanto a "mostrar a eles!" nesse GP que marcaria a justa recuperação do atual vice-campeão. Diante disso e de outras lambanças a Red Bull que em teoria é a maior força deste início de campeonato mal consegue se manter no G4 em termos estatísticos:

Ferrari - 70 pontos
McLaren - 54
Mercedes - 29
Renault - 18
Red Bull - 18



Se a Ferrari já escapa por 52 pontos neste princípio de temporada (quando a Red Bull tem o melhor carro) a situação só tende a piorar assim que as outras forem se aproximando, com mudanças que incluem a cópia do interessante sistema que age no RB6 mantendo a altura da suspensão entre treino e corrida mesmo após o abastecimento, configurando uma enorme vantagem no qualifying e no começo das provas, quando o time energético usufrui de melhor downforce devido ao assoalho mais próximo ao solo que o das rivais.

Vettel deveria possuir 100% de aproveitamento e merecidos 50 pontos no bolso, com sua tocada segura e irretocável nessas duas provas, mas neste momento ele se encontra apenas em 7° no campeonato com 12 pontos, atrás de Robert Kubica. Tudo o que o alemão quer é poder correr sem problemas no carro. O resto ele faz acontecer.

Mencionado por muitos - inclusive por mim - como aposta para o título, precisará fazer corridas e corridas de recuperação, sendo que a fase européia bate à porta, para todos os rivais começarem a ganhar confiança no campeonato. Desperdiçar vitórias quando se tem o melhor carro é perda de oportunidade! Qualquer um sabe o peso que isso representa; num esporte competitivo como F-1 nem se fala...

Button surpreende e vence na Austrália



FÁBIO ANDRADE



Nem mesmo Jenson Button, o vencedor da corrida, poderia imaginar a vitória conquistada no GP da Austrália. A prova foi tão cheia de alternativas que é até difícil escolher por onde começar.



Pelo começo, então, façamos um acordo: o campeonato começou pra valer hoje, na Austrália, que é onde ele sempre começa.

Não entendo porque começar a temporada fora de Melbourne. O início de ano no Albert Park, com suas áreas verdes, seus cursos d’água, seu ambiente mais interessado e sua pista traiçoeira me parecem infinitamente mais apropriados do que o cenário desértico do Bahrein. O tilkódromo árido do oriente médio é desértico em todas as suas concepções. É um deserto tradicional, de areia, óbvio, mas também é um deserto no que diz respeito ao público e à própria competição motorizada, que fica enjoada de si mesma num lugar tão calculadamente planejado. O Bahrein não parece um bom cartão de visitas. É frio por ser metódico. A Austrália sim é convidativa, causa boa impressão a qualquer convidado, talvez porque seja uma pista de rua veloz, onde o imponderável está ali, numa mera escapada de pista.

Jenson Button que o diga. Quem poderia imaginar que aquele McLaren que foi aos boxes prematuramente e saiu do pit lane com zero de aderência venceria a corrida? Foi a vitória do risco, de quem se atreveu a fazer uma parada só e ir em frente, numa corrida que calou com lições simples os que alegavam falta de pulsação na F-1. Bastou retirar a exagerada capacidade de frenagem dos carros no início da prova, com o piso escorregadio, e as ultrapassagens aconteceram. Bastou conceder liberdade para que pilotos e equipes escolhessem parar mais uma vez ou ir até o final e a corrida prendeu a atenção do público até o fim.
A chuva, uma aliada

Quase a totalidade das corridas consideradas “emocionantes” pela maioria do público tiveram o auxílio da chuva para atingir tal feito nos últimos tempos. Talvez sem a chuva a largada não tivesse sido tão inusitada, com Felipe Massa, piloto com (injustificada) fama de “bundão” sob piso úmido, disparando como um jato, da 5ª para a 2ª posição e com Button, Fernando Alonso e Michael Schumacher se enrolando logo na primeira curva. Nessa primeira curva ninguém apostaria um centavo na vitória de Button, nem na recuperação de Alonso, que caiu para último.



A movimentação e a rotatividade de favoritos à vitória foi imensa. A corrida esteve nas mãos da Red Bull, pareceu caminhar para uma dobradinha da McLaren e terminou com um piloto Renault e um piloto Ferrari no pódio.

Menções honrosas a Robert Kubica, que além do talento natural, parece ter especial afeição pelo circuito australiano. O polonês terminaria a corrida do ano passado em 3º, não tivesse se envolvido num acidente infantil com Sebastian Vettel a 3 voltas do final. Mas hoje tudo deu certo para o polaco, que se aproveitou bem das confusões e pulou da 9ª para a 2ª posição e não se intimidou com os avanços da Ferrari de Felipe Massa.

O brasileiro também foi um bravo. Rompeu, finalmente, com os maus desempenhos em Melbourne ao conseguir seu primeiro pódio na pista australiana. Não parece ter sido fácil, pois durante toda a corrida ficou a impressão de que Massa tinha em mãos um carro desequilibrado. Em determinado momento sua corrida pareceu prejudicada pela equipe, mas o saldo final é amplamente positivo: Massa é o único piloto a ir ao pódio nas duas corridas realizadas até aqui e segue Alonso de perto na classificação do mundial de pilotos.

Alonso foi o nome da corrida. Tocado no início do grande prêmio, pareceu ter seu final de semana arruinado ao cair para último. Mas o espanhol se livrou rapidamente dos carros mais fracos e logo retornou aos lugares pontuáveis. No fim da corrida resistiu bravamente às investidas de Hamilton, mesmo estando com os pneus mais desgastados. E ainda deu uma aula sobre como defender uma posição de maneira limpa: vendeu caro a ultrapassagem ao inglês ao fechar a porta, mas de forma limpa. Sobrou para Lewis e para Mark Webber.

E se Webber frustrou a torcida local, a Red Bull, outra vez, é a grande nota triste, outra vez. A dobradinha fulminante do treino classificatório pareceu ser o anúncio de uma vitória fácil, mas restou ao time comemorar os magros dois pontos conquistados por Webber. Vettel, outra vez vítima de problemas em seu carro, dessa vez nos freios, cai para um indigesto 7º lugar na classificação do mundial, o que é obviamente pouco para o time que é apontado como o melhor do início de temporada.



Mas o toque de melancolia mais marcante do dia é de outro alemão, esse consagrado como o maior piloto da F-1 pelas estatísticas. Relegado ao fim do pelotão pelo incidente da largada, Michael Schumacher sofreu para recuperar posições, passando diversas e diversas voltas negociando uma ultrapassagem com o modesto Toro Rosso de Jaime Alguersuari. É difícil lembrar de Schumacher em situação tão vexatória, mas talvez o mundial demore mais algum tempo para começar de verdade para o heptacampeão.
Grande Prêmio da Austrália, após 58 voltas:

sábado, 27 de março de 2010

Grid cheio na Fórmula 1: potencial de encrenca em alta



FELIPE MACIEL



Albert Park não é autódromo. Não tem áreas de escape. Não dá muitas opções espaciais para os competidores cooperarem uns com os outros. Nos treinos livres já ficava evidente a dificuldade de se fazer uma volta limpa, sem que ninguém atrapalhasse. Na primeira sessão de sexta, por exemplo, o Alonso foi um dos exemplos de pilotos que enfrentaram a pista cheia. Por mais que tirasse o pé e deixasse o da frente abrir, alguém inconveniente surgia para dificultar seu trabalho. Pois é, agora são 24 carros, sendo 6 deles verdadeiras murrinhas...

No início do treino de classificação, muitos carros começaram tirando de lado e abrindo passagem na medida do possível, tentando reduzir o efeito do prejuízo aos adversários. Mas à medida em que a sessão progride, a preocupação e a necessidade de fazer tempos cada vez melhores foi minando o grau de colaboração entre os pilotos.

Com isso, ninguém menos que Michael Schumacher deixou o carro desapontado com os obstáculos móveis encontrados durante o treino. Os pivôs, segundo ele, foram Fernando Alonso e Lewis Hamilton. O alemão foi questionar o espanhol pessoalmente, antes que o rival descesse de seu cockpit.



Basicamente em minha última tentativa eu fui freado por ele (Alonso). Eu lhe perguntei se sua equipe havia lhe informado (que eu estava em volta rápida).

De certo modo, é difícil porque ele estava na volta de instalação, preocupado com outras coisas além de olhar no retrovisor. Nós tivemos uma conversa sobre isso ontem no briefing dos pilotos, que deveriam tomar cuidado com isso, e atualmente ele [Alonso] é uma das pessoas que mais fala sobre essa questão.

Tive uma conversa com Whiting sobre isso porque eu queria saber quais são as orientações aqui e se as regras mudaram um pouco do que costumavam ser. Eu preciso saber o que devo achar tudo bem e o que não devo achar.

Eu tive um problema similar com Lewis (no Q2), quando ele estava preparando sua volta e me bloqueou. Aquilo não foi uma atitude muito legal.

Michael Schumacher




Sei que os anti-Schumacher não perderão a deixa para relembrar o episódio da curva La Rascasse, mas pensando positivamente sobre a situação em Melbourne, é interessante ver a recuperação a passos largos de Michael, que tomou apenas 0,043s do Rosberg se dizendo prejudicado na última volta lançada.

Quanto ao problema de tráfego na pista, será algo recorrente em várias etapas deste comprido campeonato de 19 provas. Mas a FIA já foi mais rigorosa em anos anteriores. O que vale na maioria das vezes é julgar se alguém agiu de má fé. E isso o próprio Schumacher descartou no caso do Alonso. E também não fez um estardalhaço deselegante como naquele episódio do Fisichella soltando os bichos para cima de Jacques Villeneuve. Non è giusto!

Vettel confirma favoritismo da Red Bull em Melbourne



FÁBIO ANDRADE



Confirmando expectativas a Red Bull foi soberana nos treinos classificatórios para o GP da Austrália. Não foi, porém, o homem da casa, Mark Webber, quem marcou a pole position. Sebastian Vettel estragou a festa do ídolo local e cravou a melhor volta do fim de semana em Melbourne, sendo o único a andar abaixo da marca do 1m24s e quebrando o recorde da pista australiana, que já durava 6 anos.



O treino desse sábado foi marcado pelo domínio absoluto da Red Bull. Vettel foi o mais rápido em todas as etapas da classificação, dando ao time austríaco a condição de franco favorito para a corrida de amanhã.

No pelotão de trás a disparidade para com os líderes não foi tão gritante, apesar de ainda ser grande. Se no Bahrein os carros da HRT ficaram a 10 segundos da pole, na Austrália a diferença foi de meros 6,6 segundos.

Como de costume, o Q1 nocauteou os dois HRT, os dois Virgin e os dois Lotus e mais o azarado da vez, que no caso foi o russo Vitaly Petrov da Renault.
Com medo da multa...

No Q2 a grande surpresa foi Lewis Hamilton, que não conseguiu avançar para a fase final da classificação e largará em 11º amanhã. Depois dos incidentes com a polícia australiana por excesso de velocidade já há quem diga que o campeão de 2008 ficou receoso e tirou o pé para não levar outra multa...



O Q3 de Melbourne contou praticamente com os mesmos participantes do de Melbourne, a exceção por conta de Lewis Hamilton, substituído na Austrália por Rubens Barrichello, a grande surpresa do Top 10 australiano.

A briga pela posição de honra se resumiu, no final das contas, aos dois pilotos da Red Bull. Mark Webber chegou a flertar com a pole, mas Sebastian Vettel, cada vez mais consagrado como poleman, foi buscar 116 milagrosos milésimos para fazer a volta mais rápida.

Entre as brigas internas, chamou atenção a grande diferença de rendimento entre Fernando Alonso e Felipe Massa na Ferrari, que se repetiu durante todo o treino. Em entrevista ao repórter Carlos Gil, da Tv Globo, o piloto brasileiro justificou a performance ruim alegando dificuldades no aquecimento dos pneus e consequente falta de aderência.
Grid de largada para o Grande Prêmio da Austrália:

sexta-feira, 26 de março de 2010

As controvérsias de Lewis Hamilton



FELIPE MACIEL



"É ótimo voltar para Melbourne. Eu amo este lugar!". Com algumas variações de termos, essa frase já deve ter sido pronunciada por diversos pilotos da F-1, afinal o lugar é muito convidativo. Mas o autor do comentário em questão chama-se Lewis Hamilton.

Esse sujeito está se especializando em começar e terminar a temporada de um modo discutível. Sua relação com Interlagos, por exemplo, parece ser o caso de pista que não casa com piloto, ou vice-versa. Foi um vexame em 2007, um quase deja vu em 2008, mas em 2009 até que conseguiu se redimir com um podiozinho, depois de se classificar em 18°, atrás do Kovalainen. Mas tirou proveito de uma corrida conturbada, com problemas dos adversários, batida e entradas do safety car.

No entanto, o contexto nos leva a comentar o que sai errado para ele no início do ano, em Merlbourne. Em 2009, o problema da mentira ganhou proporções desproporcionais, chegando a fazer Lewis repensar por um momento sua continuidade na F-1.



Passado um ano, Hamilton começa a mostrar que sua relação com a Austrália, se não será azeda como na pista de Interlagos, será conturbada moralmente fora do circuito.

Desta vez o inglês se engraçou num carro de rua da Mercedes nas proximidades de Albert Park, realizando zerinhos e derrapagens até ser pego pela polícia. O carro teve de ser apreendido por 48h.
Nesta noite, eu estava dirigindo de uma maneira mais do que exuberante e, por consequência, fui parado pela polícia. O que fiz foi estúpido, e peço desculpas por isso

Lewis Hamilton



Não se trata exatamente de má influência para os fãs. Penso que se algum fã se inspira numa estupidez de algum ídolo, deveria ser problema do fã, não do ídolo. A questão é que um sujeito de vida pública tem a ousadia de cometer um deslize atrás do outro, tendo de se colocar numa posição desconfortável de pedir desculpas a Deus e ao mundo. E quando digo "mundo" não é apenas força de expressão; este esporte é internacional, ora...

Já passou da hora do campeão despertar, não? Estamos falando de um piloto ícone na atualidade da competição automobilística mais famosa do mundo sob jurisdição da Federação Internacional do Automóvel, com sua intensa responsabilidade sobre o trânsito de todo o mundo. Além de guiar pela equipe cujo patrocinador realiza interessante campanha de comportamento ao volante. Tal desventura de Lewis soa no mínimo irônico.

Desde a estreia na F-1, o distinto talento de Hamilton tinha tudo para lhe garantir o apoio e a simpatia de grande parte da torcida, mas uma série de obstáculos acabaram provocando o surgimento de diversos opositores. Não que isso seja privilégio seu; todo grande astro em evidência tem natural capacidade de atrair tanto fãs quanto detratores. Mas pouco a pouco Lewis deu um forcinha para o crescimento de seus antipatizantes.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Pré-Austrália



FÁBIO ANDRADE



Duas pequenas observações em tópicos porque o tempo é curto:

- A Ferrari já vai para Melbourne com um cartucho queimado: já trocou os propulsores de seus dois carros no Bahrein, de sábado para domingo, e apesar de afirmar que vai reutilizar esses motores durante o ano, o sinal de alerta se acendeu em Maranello. Ainda mais porque mesmo de motor novo no domingo, Felipe Massa enfrentou problemas de superaquecimento na parte final do GP do Bahrein. O brasileiro tentou tranqüilizar afirmando hoje em Melbourne que o problema em seu carro “não foi sério”, mas já faz um certo tempo que o equipamento com a grife Ferrari não inspira a confiança de outrora. Para a corrida de Albert Park o time rubro vai usar o mesmo motor que terminou a corrida no Sakhir.

 - Muito se fala sobre o GP da Austrália e sobre as boas corridas que sempre acontecem por lá. E é mesmo verdade. Albert Park, com seu misto de pista de corrida e parque citadino promove uma realidade que se vê cada vez menos nos circuitos da F-1: a da proibição de erros. Se em Xangai ou Abu Dhabi  os erros raramente resultam em abandono para os pilotos devido às longas áreas de escape, em Melbourne os muros estão sempre próximos, prontos a acolher quem se desviar da pista.



Além disso, a corrida em Melbourne possui outra particularidade: das 14 provas disputadas em Albert Park desde 1996, em 10 o vencedor sagrou-se campeão do mundo no fim da temporada, incluindo os 4 últimos campeões: Fernando Alonso, Kimi Raikkonen, Lewis Hamilton e Jenson Button.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Fota mostra resultado da pesquisa com os fãs da F-1



FELIPE MACIEL



Alguns tópicos da pesquisa realizada pela Fota tiveram seu resultado divulgado no início desta semana. Lembrando que nós também participamos dessa interessante iniciativa das equipes em ouvir o público.

Para trilhar as melhorias desejadas na categoria, o mínimo que precisavam fazer era justamente conhecer a opinião daqueles que sustentam o circo, que são os espectadores. É bem verdade que perguntas pouco influentes integraram esta sondagem, como por exemplo aquelas que buscam conhecer o piloto a equipe mais popular. Mas também tivemos indagações úteis, como os GPs que os fãs preferem assistir:

Mônaco - 52%
Itália - 50.6%
Grã-Bretanha - 42.9%
Alemanha - 28.8%

Senti falta da Bélgica no top-4, mas sentia ainda mais falta a lista de circuitos que os torcedores definitivamente não gostam. Essa o Bernie não deixou divulgar, não é? Espero que Abu Dhabi, Valência e afins tenham se destacado na pesquisa, informando aos dirigentes que os novos traçados fogem do gosto do público, embora atraia o departamento financeiro da FOM.



Outra pesquisa importante trouxe a questão da pontuação para discussão. Nessa eu perdi... 44.9% aprovam o tenebroso sistema inaugurado nessa temporada. Mas pelo menos 61.9% dos participantes gostariam de ver uma diferença maior de pontos entre o primeiro e segundos lugares.

Pendendo agora para o lado tecnológico, 65.7% demonstram interesse preferencial na cobertura em alta definição. A interatividade de seguir um carro específico veio logo atrás com 53.7%, enquanto 52.4% ressaltaram o desejo de assistir F-1 via internet.



Quanto à pesquisa mais pom-pom, me limito a comentar minha surpresa ao ver Massa à frente do campeão Lewis Hamilton, mesmo que uma demão de tinta do carro do Glock. Eis os pilotos e as equipes mais bem cotadas.

Schumacher - 19.5%
Alonso - 9.7%
Raikkonen - 7.2%
Massa - 6.1%
Hamilton - 6.0%
Kubica - 4.3%

Ferrari - 30.1%
McLaren - 19.1%
Brawn - 10.01 %

terça-feira, 23 de março de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Austrália



FELIPE MACIEL


Está no ar a 72ª edição da Rádio OnBoard!

Edição cheia e bem discutida! A equipe formada por Fábio Campos, Ron Groo e eu usou o primeiro terço do programa para atualizar algumas notícias de destaque, como a regra dos difusores, as alterações no motor Renault e na aerodinâmica da equipe Ferrari.

Os últimos dois terços do programa foram bem movimentados, com altos debates sobre variados assuntos, como por exemplo as ultrapassagens na era sem reabastecimento e um dos interessantes aspectos que confrontam a Fórmula 1 do passado com a do presente! Uma troca de opiniões muita rica, quem conferir vai notar... e se preferir fazer parte das excelentes discussões, o espaço de comentários é todo seu.



Fizeram parte do andamento da edição o quadro de Temas Polêmicos e alguns áudios históricos em homenagem ao Ayrton Senna. Ouça!

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Prepare-se para se acertar com o fuso horário da Austrália, que deixará muita gente de pé até a hora da corrida. Por isso mesmo o Pré Race ao vivo irá ao ar a partir de 1h da manhã de domingo.

A Rádio OnBoard também te convida novamente a conhecer o distinto jogo F1 Champion, que reserva diversos prêmios aos participantes que jogarem ao longo da temporada 2010. O pessoal que apostou no GP do Bahrein já conferiu o resultado da classificação da competição. Ainda há tempo de entrar nessa disputa!

Eau Rouge Facts



FÁBIO ANDRADE



Não cabem dois na Eau Rouge? Juan Pablo Montoya e Felipe Massa discordam:

segunda-feira, 22 de março de 2010

Enquete F-1: Pilotos novatos



FELIPE MACIEL


Levamos a público a seguinte indagação: Quem será o melhor novato do ano?

129 leitores responderam e decidiram:

Kamui Kobayashi - 34,88%
Nico Hulkenberg - 28,68%
Bruno Senna - 17,83%
Lucas di Grassi - 9,30%
Vitaly Petrov - 7,75%
Karun Chandhok - 1,55%

Um resultado dentro do esperado, creio eu. O Kobayashi surpreendeu o mundo em 2 GPs e naturalmente recebe alta expectativa, como talentoso novato que é. Não começou a temporada fazendo e acontecendo como na Toyota, mas se a Sauber evoluir durante o ano, deve ficar difícil segurar o ímpeto do japonês voador, que cá entre nós deveria ser regra na F-1, não exceção.



Nico Hulkenberg é uma joia que a Williams se propôs a lapidar. Dotado de um currículo impecável na trajetória pré-Fórmula 1, o alemão é uma das grandes promessas do automobilismo, e ainda terá o auxílio da longa experiência de Rubens Barrichello na meia-garagem ao lado.

No duelo entre Bruno Senna e Lucas di Grassi, não sei se por efeito do nome ou não, Bruno levou a melhor. Pessoalmente, eu também espero mais do Senna que do di Grassi, independentemente do nome, claro. Sei que de uns tempos para cá virou moda sobretudo nos blogs dizer que o Lucas seria a maior promessa brasileira do momento, mas ainda não me convenci disso. As opiniões de alguns que vivem em contato com o circo destoam um pouco dessa visão; di Grassi é bom piloto sim, racional e consistente, porém não necessariamente esse geniozinho que tentam criar.

Por mais nivelados que sejam esses dois talentos, aposto mais na capacidade de aprendizado do Bruno (artifício que rendeu a Massa o crescimento alcançado hoje), que por sinal andou melhor que Lucas nos testes da Honda e seria contratado - com sobrenome ou sem sobrenome - caso o management buyout não desse ao Ross Brawn o poder de manter Rubinho na equipe.



Petrov e Chandhok entraram na enquete meramente por serem novatos, sabemos que pagaram uma fortuna às suas equipes; deem-se por satisfeitos por levarem votos. Para um russo o Vitaly é quase um mito das pistas, já o Karun não chega a tanto, embora possivelmente seja melhor que o Karthikeyan.

Fechamos uma enquete e abrimos uma nova. Na lateral direita, você julga, clica e espera o resultado de uma sondagem um pouco mais técnica. Em poucas semanas traremos a definição.

domingo, 21 de março de 2010

Senna, 50 anos



FELIPE MACIEL



Ayrton é diferenciado nos mais variados aspectos que podemos considerar. A equipe Williams é a única na história que se prontificou a realizar homenagem eterna ao tricampeão que morreu em seu cockpit. Não importa quantos anos se passarem, fãs e não fãs da Fórmula 1 irão lembrar de sua figura, e os novos inevitavelmente tomarão conhecimento de seus feitos neste esporte.

No aniversário de exatas 5 décadas de nascimento, o Instituto Ayrton Senna promove a iniciativa de construir o maior cartão de aniversário do mundo, no endereço senna50.com.br. A contagem já chegou à casa de dezenas de milhares de mensagens.



A estrela do Ayrton era forte, tudo conspirava a seu favor na construção da imagem íntegra e inabalável que de fato se criou. Vindo de um país cuja economia cruzava a chamada "década perdida", onde o instável sistema político clamava por radical mudança após anos de tortura sob poderio militar, uma nação que enfrentava longo jejum de títulos em Copas do Mundo... O único Brasil que dava certo era aquele que tremulava nas mãos de Senna, sob o som do Tema da Vitória, celebrando seus triunfos.

Mas não foi só entre os brasileiros que Ayrton se destacou. O mundo reconheceu seu extremo talento, sua dedicação e disciplina física, seu carisma, sua inteligência... e até mesmo o mão forte que ousava limitar suas conquistas para promover vitórias francesas.



O episódio de Suzuka-89 foi um passo importante na criação daquela figura heróica. Consistiu na denúncia de uma politicagem barata que ofendia o esporte descaradamente, que ainda culminou na humilhação pública do piloto injustiçado, se vendo obrigado a pedir desculpas a quem lhe prejudicou para seguir correndo na F-1.

No ano seguinte, a empatia de todos concordou que Senna tinha o direito de revidar na mesma moeda para vencer de forma suja, como se tal ação limpasse a sujeira da batalha perdida na temporada anterior.



Ayrton sempre caminhou em passos rápidos, precisos, corretos e seguros. Ele não dava uma escorregada, não falava o que não precisava ser dito, não dava patada em jornalista por mais estúpida que fosse a pergunta, não se envolvia em polêmicas extra-pista, transmitia a imagem de um sujeito-exemplo, o modelo a ser seguido, o homem gentil e vencedor.

Ninguém via o Senna esquentado e violento, - que até o Schumacher já teve que encarar. A visão das pessoas era muito bem trabalhada na TV. Perguntas perigosas levavam Ayrton a parar por 30s diante do microfone e pensar em cada letra da resposta antes de dizê-la. O piloto tem uma coletânea de frases sobre garra, fé, acreditar em si, acreditar em Deus, realizar sonhos. Ele era autoridade para falar sobre assunto, afinal ele realizou os seus.

O talento é inegável. A sexta marcha em Interlagos, a volta de todas as voltas em Donington, o desempenho na chuva, o rei de Mônaco, o piloto nos braços do povo, e tantas outras passagens fizeram a sua pilotagem chegar ao auge das discussões infindáveis sobre o maior e o melhor de todos os tempos.



No que depender do julgamento passional, Ayrton o é. Em Ímola, sua morte o imortalizou como um herói romântico do esporte a motor. Aos olhos arregalados, o mundo se despediu de uma figura sem igual, com todos os predicados que este país exige impiedosamente de todo brasileiro que se aventura na F-1.

Chegamos aos 50 anos de Senna, pois. Difícil dizer algo de novo, algo que não tenha sido dito. Mas não cansamos de repetir a cada marca medida em anos de aniversário de vida e morte de Ayrton Senna.

Porque, como dizia o poeta alemão: "triste do país que precisa de heróis". O Brasil precisa e teve o seu.

sábado, 20 de março de 2010

Novos difusores no GP da Austrália



FELIPE MACIEL



As desconfianças existiam desde a pré-temporada, mas como sempre a FIA deixou para julgar após a primeira corrida, dando aos espertinhos o direito de competir fora das regras ao menos por 1 GP.

"Fora das regras", vírgula... O regulamento sequer especifica o tamanho do orifício traseiro que permite o acesso do motor de arranque.

As regras da FIA apenas dizem que espaço deve ser suficiente para a entrada do dispositivo. Aproveitando-se da indefinição númerica, determinados times abusaram da abertura (indicada na imagem obtida do blog Guard Rail) e criaram um canal extra para gerar mais fluxo de ar através do difusor.



Estamos falando com certeza de McLaren e Mercedes, sendo que Force India e Renault também são apontadas pela imprensa como farinha do mesmo saco. Portanto, essas 4 equipes chegarão a Melbourne com o rabinho mais estreito.

A entidade se viu na obrigação de alegar que a postura de tais times infringiu o espírito da regras. Trata-se de uma descarada mudança de critério, porque no ano passado a essência do regulamento zelava pela redução da pressão aerodinâmica nos bólidos, mas a FIA não enxergou problemas para aprovar o difusor radical da Brawn GP.

Mas nós já estamos acostumados, não é verdade? Afinal, a Fórmula 1 é um esporte em que regras são redigidas claramente e aplicadas sempre, a todo rigor, sem interesses secundários nem julgamentos parciais referentes a situações específicas.

"Ou não", completaria o sábio Cléber Machado.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Sauber aquém no Bahrein



FELIPE MACIEL



Se fosse para apontar a equipe que decepcionou na abertura do campeonato, na certa eu indicaria a BMW Sauber.

Ela que parecia estar entre a primeira ou a segunda força do sub-G4 - também conhecido como "grupo do resto" -, se revelou o grande fiasco da pré-temporada, período em que o time mostrava confiança cravando bons tempos sem sofrer fragilidades.

No GP do Bahrein, tudo ocorreu às avessas. Pedro de la Rosa e Kamui Kobayashi se classificaram em 14° e 16°, respectivamente, enquanto na corrida o japonês abandonou com problemas hidráulicos no 11° giro, dezessete voltas antes de o espanhol seguir o mesmo caminho.



Os pilotos comentam que esperam melhor desempenho na Austrália, mas não citam nenhum dado técnico que possa refletir o suposto otimismo. O único sinal de mudança sinalizado até agora diz respeito somente ao nome da equipe, que novamente ganhou espaço nos portais de notícias, sendo que desta vez a própria equipe admitiu a intenção de se livrar do 'BMW', mas sem mencionar um prazo certo para a tentativa. Convenhamos, a Sauber está fazendo doce demais com essa história que já deveria ter se resolvido faz tempo.

Quanto ao desempenho em si, pensando friamente e ignorando a encenação de pré-temporada, é compreensível que um time sem patrocínios que já deixava a desejar no último ano (quando havia uma forte montadora por trás) não demonstre alto potencial logo de cara. Pena, porque o retorno da Sauber independente é algo a se comemorar.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Motor Ferrari é o elo fraco do F10



FELIPE MACIEL



A Ferrari e a Shell trabalharam arduamente nessa transição de campeonato para ampliar a eficiência do consumo, até mesmo testes com o F2008 foram realizados, nem que tivessem de usar o Valentino Rossi como desculpa para treinar. Circula por aí que a petrolífera está usando um componente especial no combustível fornecido à escuderia italiana, derivado de palha de cereal não comestível, que faz um milagre de emitir 90% menos de CO2 - será?

Bem, em termos competitivos isso não importa muito. Se é verdade, utilizam porque acreditam que a tal fórmula proporciona o ganho de rendimento necessário nas corridas. Mas pelo visto ainda não ganharam o suficiente. O diretor da Williams, Sam Michael, comentou que o motor ainda é o grande beberrão do grid. Segundo ele, Massa e Alonso precisaram largar com 10kg a mais que os rivais da Red Bull no Bahrein.

Claro que podemos entender essa situação sob outro ângulo. Essa dezena de quilos extras poderiam ser motivados por uma espécie de margem de segurança calculada pelos preocupados engenheiros, que deram a ordem para a troca dos propulsores entre treino e corrida.



Mesmo com motor zerado, Felipe Massa passou metade da prova economizando gasolina para lidar com o problema de superaquecimento. O incômodo está para resolvido até o próximo GP, quando a equipe já deverá ter reformulado sua aerodinâmica para enfim controlar a temperatura do motor, e ainda inserir o novo difusor duplo, desenvolvido por Giuseppe Azzolini, contratado desde o adeus da equipe Toyota no ano passado.

Consta que o extrator em questão não pôde se adequar ao chassi atual, exigindo a construção da versão B que estreará logo na 2ª prova da temporada. O propulsor talvez seja confirmado como o menos econômico da F-1, mas nada é tão importante quanto sua durabilidade, que realmente precisa ser sanada até o GP seguinte, antes que o time comece a se comprometer com um regulamento punitivo que prevê uma quantidade máxima de motores a serem usados em todo o campeonato.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Sakhir



FELIPE MACIEL



No ar, a edição número 71 da Rádio OnBoard!

Cedi o bastão a Fábio Campos, que esteve no comando deste programa que também contou com a presença do grande Ron Groo. A edição foi cheia, abordando assuntos tanto da Fórmula 1 quanto da IndyCar!


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A Rádio OnBoard aproveita para renovar o convite aos ouvintes para conhecerem e entrarem no distinto F1 Champion, que já apresentou o resultado do jogo no GP do Bahrein, a primeira etapa desta competição que dará altos prêmios aos melhores participantes, o principal deles será um dos mais cobiçados netbooks do marcado, o Acer Aspire One.

Voltamos na próxima semana com novas discussões e mais expectativas para a próxima parada do campeonato, em Melbourne.

Comportamento de Manada



FÁBIO ANDRADE



Na F-1 2010 “ficou impossível ultrapassar”, segundo Fernando Alonso.  Para Martin Withmarsh, chefe da equipe McLaren “ficou muito ruim”. E logo depois de sua primeira corrida em 2010 a Fórmula-1 já mudou de ideia sobre si mesma.

Não é mau negócio lembrar que a temporada desse ano foi esperada como uma das mais espetaculares dos últimos anos por um rosário de motivos que o leitor já deve conhecer e que não cabe enumerar aqui mais uma vez. E a expectativa era justificável porque 2010 tem mesmo ingredientes para se converter numa grande temporada. Mas bastou uma corrida, a primeira e única corrida até aqui, destoar da expectativa de grande show, para que o mundo da Fórmula-1 apresentasse o velho comportamento de manada.



Desde o último domingo que vozes de pilotos e dirigentes ecoam pelos jornais, todos recriminando o que se viu no GP do Bahrein pela (relativa? Suposta?) monotonia da prova. De Schumacher a Coulthard, de Patrick Head a Bernie Ecclestone, quase todo mundo tinha o que dizer e quase sempre havia um microfone por perto pra captar. O discurso ora era mais radical, ora era mais moderado, mas o pano de fundo se manteve: é preciso mudar a F-1 para torná-la mais palpitante. Não se sabe o que é preciso mudar, só se sabe que mudar é preciso.

Falou-se muito na questão dos pneus e das paradas dos boxes. A fabricante Bridgestone produziu compostos resistentes o suficiente para que a maioria dos pilotos optasse por realizar apenas uma parada no Bahrein, mesmo sob calor intenso. Para alguns isso tornou a corrida mais modorrenta e, portanto, pipocaram sugestões para obrigar os pilotos a executar, no mínimo, duas paradas obrigatórias para troca de pneus. E isso, é bom lembrar, é uma tentativa de aumentar as ultrapassagens na pista: obrigando os pilotos a entrarem mais vezes no pit lane.

É de absurdas contradições como essa que se nota que a F-1 possui mais do que problemas esportivos ou da esfera da engenharia/física que impedem as ultrapassagens. A F-1 enfrenta uma crise que, mesmo contando com equipes famosas e um elenco estelar de pilotos, não cessa porque o problema maior não é resolvido: as entidades responsáveis por cuidar da categoria e os próprios integrantes dela se perdem, se afobam, se atropelam ao menor sinal de que alguma medida não vai dar certo, de que alguma coisa não sairá como o esperado. Todos se deixam envolver pelo tal comportamento de manada sem ao menos esperar por duas ou três corridas para tirar conclusões mais definitivas.

Se a categoria precisa mesmo de mudanças alguns pontos são cruciais na hora de planejá-las. O ponto mais essencial talvez seja a adoção de um compromisso de longo prazo quanto ao regulamento. As mudanças sucessivas e radicais nas regras da F-1 dificultam o estudo de medidas para aperfeiçoamento da competição. Outro ponto é o delicado compromisso entre segurança e capacidade de frenagem. Por mais que a aerodinâmica tenha sido reduzida com a nova configuração dos carros em vigor desde 2009 é difícil pensar em ultrapassagens com freios que conseguem reduzir a velocidade dos bólidos de 300 para 50 km/h em 100 metros. Outras questões adjacentes como a dos difusores também precisam ser trabalhadas, mas com seriedade e calma. Sem os atropelamentos de uma manada ameaçada em fuga para algum lugar seguro.

terça-feira, 16 de março de 2010

Massa fechou Hamilton na largada



FELIPE MACIEL



De tanto dizer que a equipe está tão acima dos interesses dos pilotos, Felipe Massa começou a temporada com o pé esquerdo em relação ao seu companheiro Fernando Alonso.

Não sei se muitos notaram, mas a primeira imagem que vi quando as luzes vermelhas se apagaram foi do brasileiro defendendo claramente sua posição da McLaren que vinha atrás, oferecendo ao Alonso a opção de alinhar lateralmente na parte de fora da curva 1.

O resto é história: Massa chegou muito por dentro e foi superado pelo espanhol, que contornou uma melhor trajetória e executou a ultrapassagem.



Hamilton, claro, não deixaria de reclamar da manobra defensiva de Felipe, lamentando ter perdido ali sua chance de vitória. Uma frase otimista de quem não teve carro para andar no ritmo das Ferraris. Além do mais, Lewis também tem seu histórico de zig-zags nas largadas...
Não sabia nem quem havia me fechado na hora. Ele [Massa] estava me espremendo; ele me olhou no espelho... Foi muito agressivo. Não tinha ideia o quanto estava à frente, e provavelmente não me arriscaria bater rodas naquela velocidade.

Se tivesse efetuado a ultrapassagem pelo lado de fora, seria capaz de disputar com Fernando. Honestamente, sinto que poderia disputar, mas "se" não ganha corridas.

Lewis Hamilton

segunda-feira, 15 de março de 2010

F-1 e F-Indy abrem o campeonato 2010



FELIPE MACIEL



A Fórmula 1 chegou ao Bahrein para inaugurar a temporada 2010. A organização abriu passagem para o uso do traçado escondido, até então. Antes mesmo da corrida, os próprios pilotos já comentavam que não haviam gostado da reformulação do percurso.

Terminamos o fim de semana em Sakhir sem entender qual o propósito da mudança. A nova área não permite nem sonhar com manobra de ultrapassagem, revelando-se uma zona travada e estreita, onde o máximo que podemos esperar é ver pilotos inexperientes cometerem algum erro, como foi o caso de Hulkenberg e Chandhok.

O desfecho do GP levou ao pódio pilotos de Ferrari e McLaren, remetendo ao apreciável desempenho clássico das equipes rivais, que renascem em 2010 após uma dura temporada no último ano. Claro que o resultado final ofuscou o verdadeiro potencial da Red Bull, que corre no mesmo nível da Ferrari, ao contrário da McLaren, que por sua vez ainda enfrenta desconfianças por conta das questões envolvendo o difusor. Mas nenhuma equipe na F-1 tem tanta tradição em se recuperar em pleno desenrolar do campeonato como o grupo de Woking.



Em meio às merecida critícas direcionadas aos responsáveis pela pista que abriu a temporada 2010 da IndyCar, Tony Kanaan arrumou tempo para destacar a determinação de um país como o Brasil, que contraiu a responsabilidade de promover um mega evento internacional em tempo recorde.



Numa questão de 3, 4 meses, as autoridades brasileiras assumiram o risco de sediar a prova de inauguração do campeonato da Indy e obtiveram um inegável sucesso na empreitada. Embora tudo indicava que a realização da corrida estaria fora de questão, a ideia foi abraçada, o desafio lançado, e as dificuldades superadas.

Dentre essas dificuldades, inclui-se a transferência de local, já que em princípio o Rio deveria receber o grid. Mas enquanto se corria contra o tempo, pularam do barco e jogaram o pepino para São Paulo, que não decepcionou.

O desespero durou até a virada de sábado para domingo, mas na hora H tudo estava perfeitamente pronto para o espetáculo. A corrida de fato foi muito boa. Apesar da interrupção causada pelas águas de março, tivemos pegas até as voltas finais, inclusive em relação à briga pela vitória e ao duelo de brasileiros para ficar com o 3° lugar, culminando na ultrapassagem de Vitor Meira sobre Raphael Matos.



Com contrato para receber novamente a IndyCar nos próximos anos, o categoria norte-americana tem tudo para começar a ganhar popularidade por aqui. Só ficarei na torcida para que não voltem a repetir marketing fake que inventaram durante a cerimônica do pódio.

O vencedor da prova, Will Power, ficou um tanto constrangido quando foi forçado a beber o desconhecido leite brasileiro direto na caixa... A indelicada paródia com Indy 500 é uma forçação de barra dispensável. Seria excelente se a pretensiosa cena não voltasse a acontecer futuramente.

Dupla de equipe: GP do Bahrein



FELIPE MACIEL



Agora, sim, definimos o nome do nosso quadro. Aquele era mesmo provisório, o título da seção será um pouquinho diferente: "Dupla de equipe".

Neste espaço, a dupla de editores do presente blog irá manifestar suas respectivas opiniões a respeito de determinados fatores dos GPs e de outros eventuais tópicos que merecerem o acionamento do quadro quando julgarmos necessário.

A ordem aqui é de opiniões e análises breves. E os leitores poderão compartilhar seus posicionamentos na área de comentários, como manda o bom costume.

Sebastian Vettel


O moleque surpreendeu no sábado, acho que nem ele esperava a pole. Na corrida, soberano, não deu espaço para investidas de Alonso até que o carro começou a apresentar problemas. Mas se tivesse que dar uma nota exclusivamente para o desempenho do Vettel hoje seria 10, sem dúvidas. Cada vez gosto mais das qualidades dele como piloto, sobretudo tendo em vista que a Ferrari é considerada mais forte em condição de corrida.

Fábio Andrade



Primeiro disseram que a vitória escapou por causa do escapamento... Depois disseram que não, na verdade foi um problema elétrico causado por uma falha na vela de ignição.  Fato é que pobre Vettel fez de tudo e mais um pouco, mas definitivamente o alemão não leva sorte no início do campeonato. Quem é que não lembra do enrosco com o Kubica no ano passado? Esta é a primeira vez que consegue pontuar na primeira corrida do ano, pena que o carro da Red Bull tenha seus pontos fracos. Merecia a vitória. Mas o 4° lugar ficou até de bom tamanho diante do problema enfrentado.

Felipe Maciel



Ultrapassagens


Ficaram restritas ao pelotão intermediário e só aconteceram entre os ponteiros devido ao problema do Vettel. Mas, no entanto, não enxerguei o GP do Bahrein como uma corrida ruim. Foi, digamos, uma corrida normal. Enfim, sou um pouco crítico da necessidade de “emoção” desenfreada, de ultrapassagens no atacado, de corpo-a-corpo entre os pilotos na disputa por posições. Acho que essa necessidade que alguns sentem é fruto do mito de que nos anos 70 ou 80 as corridas tinham uma rotatividade de líderes ampla, o que nem sempre é verdade.

Fábio Andrade



Comparado ao que vimos no ano passado, a corrida do Bahrein foi bem melhor. Deu para sentir que, nos instantes finais, a prova não deve ser marcada pela mesma sensação estável de fim de festa como no passado. Os pneus fizeram diferença e espalharam algumas ameaças de ultrapassagens até a linha de chagada. Isso é bom.

Curioso foi notar o desempenho das Ferraris após o pit stop. Ora Massa tirava bastante tempo do Alonso, ora Alonso ampliava bem a vantagem. Oscilações interessantes, principalmente se considerarmos que possuem o mesmo carro. Por enquanto, ficarei otimista com as possibilidades de ultrapassagens neste novo regulamento.

Felipe Maciel



Equipes novatas


Não sei se por obstinação do nome, mas a Lotus carregou o fardo sozinha até o final. Não tem muito o que dizer. Se Virgin e HRT fossem até o final levariam uma cacetada de voltas. Não foram, e acho que os abandonos entre as pequenas vai ser crônico até o começo da temporada européia.

Fábio Andrade



Dois momentos do GP mostraram bem a diferença entre Virgin e Lotus. Glock ultrapassou Kovalainen e foi embora, como quem diz:  "meu carro é mais rápido que o seu!". Depois o alemão ficou lento e viu Kovalainen devolver a ultrapassagem, como quem diz: "pelo menos meu carro termina a corrida!". Quando a Hispania, nada a declarar.

Felipe Maciel



Fernando Alonso


Competente ao ultrapassar o Felipe na largada. A manobra foi inteligente, ele ficou com o lado de fora na primeira curva mas teve preferência na outra tangência. Daí pra frente ficou estudando o Vettel, mas não chegou a ameaçá-lo até a volta 34. Daí em diante contou com a sorte e cravou o nome na história da Ferrari ao vencer seu 1º gp pela equipe.

Vencer a 1ª do ano é importante, dá a ele vantagem psicológica e obriga o Felipe a andar forte em Albert Park, onde até hoje o brasileiro não teve um grande resultado. Mas Massa já se viu em situação semelhante em outros anos e conseguiu reagir. Espero por um bom duelo entre os dois na Austrália.

Fábio Andrade



Kimi Raikkonen chegou na Ferrari vencendo a primeira e conquistando o título ao fim do ano; Alonso já quer fazer igual. Todo vencedor do GP do Bahrein ganhou o campeonato do mesmo ano – com exceção de (adivinha quem?) Felipe Massa. E quando a vitória do Vettel estava encaminhada, o Alonso com sua irritante sorte de campeão virou o jogo.

Fez muito boa largada, estreou em alto nível, fez as pazes com a vitória, cravou a volta mais rápida... enfim, voltou a ser o bicampeão pilotando carro de ponta. Ta cheio de confiança pro tri.

Felipe Maciel



Pit stops


Acho que ficou um pouco claro que as equipes ainda estão “pegando a mão” das paradas. Teve gente prometendo trocar pneus em 2 segundos mas a maioria fez em 4 segundos ou mais. O difícil de hoje, particularmente, foi que o cronômetro falhou nas paradas de alguns pilotos, mas esse é um problema da FOM e não dos mecânicos ou das equipes.

Fábio Andrade



Tanto blefe de equipe pra no final das contas o melhor pit stop sair em 4s. Diziam que uma boa parada de boxes ficaria entre 3 e 4 segundos. Se seguíssemos essa linha, então todos os pits foram ruins. Eis a diferença entre a especulação e a realidade. Bom trabalho da Red Bull, que fez a parada mais rápida. Mas de fato podemos esperar pit stops na casa de 3s na sequência do campeonato.

Felipe Maciel



Gráficos da LG


De início eu não fui muito com a cara deles, até postei no twitter. Mas a antipatia foi passageira. Gostei do novo “design” da coisa, mas acho que eles podiam ter inovado com alguma informação nova ao invés de só alterar o layout e a fonte. Mas ficou mais bonito e agradável do que o modelo que foi usado de 2004 até ano passado.

Fábio Andrade



Simpatizei com a mudança. A LG modernizou os gráficos, não inseriu nada de novo mas deixou a arrumação mais bonita, com nova distribuição de cores. Só não precisavam jogar a isca para o Galvão... Antes a corrida terminava quando a barra mudava de "1" para "0". Agora inverteram e fizeram a contagem de voltas em ordem progressiva. Quando mudou de "48 para "49", o narrador inventou de cantar vitória com uma volta de antecedência. Fique até com saudades do quadro "Vai que é tua"...

Felipe Maciel

domingo, 14 de março de 2010

Alonso vence no Bahrein; F-1 ainda busca respostas



FÁBIO ANDRADE



O campeonato 2010 começou e poucas vezes se esperou com tanta ansiedade o início de um mundial. O GP do Bahrein era aguardado para dar a pilotos, equipes e público as respostas sobre o que, enfim, aconteceria com a dinâmica das corridas sob um novo regulamento, sem reabastecimento. Os pilotos conservariam o equipamento até o final? As equipes fariam pit stops em milagrosos 2 segundos? As novatas atrapalhariam a segurança da corrida? Para quase todas as perguntas há respostas condicionais, porque ainda não foi no deserto do oriente médio que se encontraram todas as respostas.



Começamos pelo vencedor da prova, Fernando Alonso, o bicampeão. Como até foi dito na transmissão brasileira, o espanhol resolveu sua corrida na primeira curva, ao ultrapassar Felipe Massa. Daí em diante foi só esperar o tempo passar e o carro de Sebastian Vettel acusar problemas mecânicos, quando restavam 15 voltas para o final. Aproximação rápida, ultrapassagem fulminante, e liderança da prova para o espanhol. E Vettel, sem alternativas, cedeu às investidas de Massa e de Lewis Hamilton, mas resistiu heroicamente ao assédio de Nico Rosberg para terminar em 4º.

E uma das primeiras coisas que ficou respondida foi: a F-1 sem reabastecimento vai proporcionar mais ultrapassagens? Talvez. O GP do Bahrein ainda foi pouco para chegar a uma resposta conclusiva, até porque a corrida de hoje foi quase como um experimento, como a exploração de uma nova terra que acaba de ser descoberta. A F-1, apesar de seus túneis de vento, de sua telemetria, projeções, cálculos e softwares poderosos ainda precisa de um universo de corrida para ser ela mesma. Testes de pré-temporada ainda não conseguem simular um grande prêmio, e talvez seja essa a graça e a beleza que restam na categoria. Ela não consegue imitar a si mesma se não estiver na urgência de uma ultrapassagem ou de uma defesa de posição.

Portanto, nem mesmo uma corrida pôde responder se as ultrapassagens ou a “emoção” irão aumentar com as novas regras. É lícito dizer que pairam dúvidas sobre o potencial de aproximação de Alonso e Massa caso o carro de Vettel não apresentasse defeitos mecânicos. Antes dos problemas da Red Bul do alemão, o trio da frente pareceu se estudar, ainda que também restassem dúvidas sobre uma briga deliberada entre os companheiros de Ferrari, equipe que é notadamente a mais conservadora quanto ao posicionamento e disputa de posições entre seus pilotos. Antes de Vettel perder potência, é bom que se diga, Alonso não realizou tentativa de ultrapassagem, o que responde a outra dúvida deixada pelos testes de inverno.



A Ferrari tem a melhor condição de corrida? Não necessariamente. O ritmo da F-10 é sim forte e regular, mas não está imune a desempenhos semelhantes dos rivais, a Red Bull sendo a oponente aparentemente mais preparada. Vettel fez a pole e vinha com sobras nas corrida até ter problemas e, portanto, deixou claro que o pretenso favoritismo da equipe italiana não é um fato, apesar da dobradinha de hoje.

As equipes novas não foram ameaças ao desempenho dos líderes nem puseram em risco o andamento da corrida, porque simplesmente quase não completaram a prova. A HRT, a pior delas, capitulou antes da metade da prova, tal como a Virgin. Foi a Lotus quem redimiu as estreantes ao concluir o GP com os dois carros, ainda que o melhor deles tenha terminado a corrida 2 voltas atrás do líder, o que não é nenhum absurdo no final das contas. Foi uma espécie de choque de realidade para os que se preocupavam com a segurança de uma F-1 com carros que andavam 10 segundos mais lentos do que os líderes. Foi como se as pequenas, sobretodas a HRT, dissessem: “vocês se preocupam com nossa lentidão mas nós sequer completaremos corridas. Logo, não damos a vocês razões para se preocuparem”.



Os pit stops não vieram nos 2 segundos anunciados por algumas equipes. Pit Stops que, confirmando as previsões, foram apenas um para cada carro, em geral. O pneus duros resistiram aos quase 40ºC do asfalto do autódromo do Sakhir, apesar de Felipe Massa e Nico Rosberg darem indícios de desgaste excessivo no final da prova. Mas, de uma maneira geral, ninguém chegou ao fim das 49 voltas com os calçados na lona, esfalfados pelo uso sem moderação. Todos conservaram o equipamento, ao passo em que também não ousaram arriscar uma estratégia diferente.

E é provavelmente aí, na estratégia, que alguma equipe irá surpreender no decorrer do campeonato. Os times agora têm planilhas, balanços, tempos de volta, índices de desgaste e toda informação de uma corrida para estudar. As cabeças pensantes certamente irão calcular variáveis, tempo de box, e tudo o mais que pode influir e resultar em ganhos de tempo que interfiram no resultado final da corrida. É esse, talvez, o pulo do gato: quem entender melhor essa nova terra que a F-1 começou a desbravar e conseguir as respostas mais rapidamente vai ter a oportunidade de surpreender os rivais e ambicionar vitórias nas próximas corridas. Vitórias que, esperamos todos, não dependam da infelicidade de uma quebra do líder da corrida.

GP do Bahrein, resultado após 49 voltas:

sábado, 13 de março de 2010

Indy transfere treino de classificação



FELIPE MACIEL


Corrida no Brasil é outra coisa. Os carros parecem ter de dividir espaço com valão, prédios, caminhões e tudo que tem direito. Mas existe o distinto privilégio de passar pelo sambódromo... só não precisavam sambar daquele jeito.

O produto usado sobre o cimento para aplicar o efeito brilhante exigido pelo carnaval fez o papel de vilão nos treinos deste sábado. Os pilotos da Indy simplesmente não conseguiam pisar fundo na reta; precisavam brigar com o volante e o acelerador para levar o carro até o final do sambódromo, realizando uma espécie de drift em plena reta.

No final das contas, pilotos riram de si por se verem escapando em quinta marcha. Insólito para dizer o mínimo.



Sem contar os bumps castigando em cada volta. Com o agravante de que treino é treino, ou seja, os carros vão para a pista e cinco voltas depois estão de volta para passar por alguns ajustes. Na corrida o buraco é mais embaixo.

Tony Kanaan desceu a lenha em seu xará Cotman e avisou que iria atrás de soluções. A classe dos pilotos foi bem sucedida na manobra em prol da segurança, conseguindo adiar o treino classificatório para o dia seguinte. Qualifying e corrida serão disputados no domingo.

O piso do sambódromo está para ser alterado com devidas ranhuras para gerar mais grip. As oscilações no asfalto podem ser lixadas para que os pontos críticos sejam amenizados. A partir das 8h25 deste domingo, a classificação terá início. Fatalmente a definição do grid ocorrerá durante o GP do Bahrein.

Não poderia encerrar o post sem fazer menção honrosa à transmissão da Band (eu estou mesmo dizendo isso?!). Os repórteres da TV Bandeirante estão suando para cobrir em peso o evento da São Paulo Indy 300. Fora a tupiniquice, o trabalho é apreciável para os fãs do automobilismo. Registrem-se os raros elogios, pois.

Ele Veio Mesmo



FÁBIO ANDRADE


Sebastian Vettel veio e roubou a cena, tirando da Ferrari e de Schumacher o posto de destaques da primeira sessão classificatória do ano no Bahrein



“Quando ele vem, ele vem mesmo”. Com a frase-óbvio do dia, Galvão Bueno resumiu o que se passa na Fórmula-1 quando Sebastian Vettel encontra-se em dia inspirado. O jovem garoto alemão foi inalcançável, e nem mesmo favoritos como a Ferrari puderam ameaçá-lo. Vettel cravou a primeira pole position no ano na sessão classificatória do Bahrein e ofuscou o retorno de "um certo senhor alemão" aos treinos oficiais.



A volta voadora de Vettel deu-se na última tentativa e confirmou o bom desempenho da Red Bull na pré-temporada. Foi uma forma eficiente de lembrar que apesar dos resultados consistentes que deram o maior favoritismo à Ferrari durante o inverno europeu, jamais se pode descartar a competente equipe vice-campeã de 2009.

Vettel foi soberano e muito mais rápido do que o companheiro de equipe Mark Webber. O australiano, que larga apenas na 6ª posição, foi mais de um segundo mais lento do que o pole hoje no circuito barenita.
Sem surpresas no Q1

O começo do treino foi um jogo de cartas marcadas, já que a expectativa era de que dos pilotos descartados no Q1, 6 fossem das equipes novatas. E o script foi executado sem surpresas.

Enquanto Fernando Alonso, o mais rápido da primeira parte, marcou o tempo de 1:54.612, Karun Chandhok, da HRT, último colocado girou em 2:04.904. Foram os mesmos penosos 10 segundos de diferença de performance que começam a levantar a questão da utilidade de a FIA aceitar mais equipes mas não conceder condições para que as novatas tenham um rendimento aceitável.



Além dos carros de Lotus, Virgin e HRT, a Toro Rosso do espanhol Jaime Alguersuari foi descartada na primeira parte do treino classificatório.

O Q2 transcorreu sem surpresas, vitimando equipes médias. Restaram para o Q3 as equipes do G4 na companhia da Renault de Robert Kubica e da Force India de Adrian Sutil.

A última parte da sessão reservou uma boa opção de entretenimento com uma dose de nervosismo. Como não se via há muito tempo, a pole position voltou a ser com tanque vazio e com os pilotos a dar o máximo. Apesar de o grupo de equipes favoritas às vitórias ser composto por 4 times, a briga da pole se resumiu a apenas dois: Ferrari e Red Bull.

O resultado foi a pole de Vettel, mas não sem o combate de Felipe Massa, que andou mais forte do que Alonso pela primeira vez no fim de semana. O brasileiro larga em 2º, o que costuma não ser um grande negócio no Bahrein em razão da sujeira presente no “lado par” do grid. Alonso, em 3º, deve dividir a primeira curva com o brasileiro, no primeiro round de um duelo há muito tempo aguardado.



McLaren e Mercedes apresentaram um desempenho discreto na classificação, atuando quase como coadjuvantes. Lewis Hamilton, o 4º, e Jenson Button, o 8º, foram apenas regulares, a exemplo de Nico Rosberg e Michael Schumacher, respectivamente 5º e 7º colocados no grid de largada. Ao "senhor alemão", parafraseando a frase dita por Vettel em tom de brincadeira durante a semana, restou esboçar um sorriso amarelo no fim da sessão classificatória, dada a falta de ritmo de classificação do carro e a "ferrugem" ainda acumulada pelos três anos de aposentadoria.



A grande expectativa para amanhã é descobrir como vão se comportar as equipes novas e elas conseguirão completar as 49 voltas da corrida de amanhã. Além disso, estudaremos o comportamento de pilotos e equipes com a nova dinâmica de corrida, sem reabastecimentos, largando pesadíssimos e tendo de poupar equipamento para chegarem ao final do GP do Bahrein. O desafio será sair de uma mentalidade que pregava o rendimento máximo desde o começo da prova para se adaptar a uma outra, de ritmo mais cadenciado que cresce progressivamente durante a corrida. O controle do ímpeto será essencial para a nova geração que promete fazer de 2010 o ano mais disputado do histórico recente da Fórmula-1.

Grid de Largada para o Grande Prêmio do Bahrein:

Qualificação - GP do Bahrein

sexta-feira, 12 de março de 2010

Sexta-Feira no Deserto



FÁBIO ANDRADE



A Mercedes apareceu forte no primeiro dia de testes para o GP do Bahrein. A equipe, que é considerada a mais fraca do chamado G4, grupo de elite da F-1, pôs seus dois pilotos entre os melhores do dia no autódromo do Sakhir. Nico Rosberg, leão de sexta-feira desde o ano passado, foi o mais rápido, e Michael Schumacher o 3º.



No meio deles, outro carro de motor Mercedes: Lewis Hamilton, com a McLaren. Jenson Button fez o 4º tempo do dia, dando o domínio absoluto do dia de testes a carros motorizados pela Mercedes.

Red Bull e Ferrari, as outras duas equipes do G4, ficaram em posições intermediárias. Sebastian Vettel foi o 5º, Felipe Massa o 7º, Fernando Alonso o 10º e Mark Webber o 12º mais rápido do dia.

Na primeira sessão de testes houve pouco movimento. Adrian Sutil ficou com o melhor tempo, desbancando as favoritas. Na sessão da manhã, três dos pilotos novatos não completaram voltas rápidas, apenas as chamadas voltas de instalação: Bruno Senna, Lucas di Grassi e Karun Chandhok.

A segunda sessão foi mais movimentada e logo de cara Rosberg estabeleceu um tempo muito acima da média: 1:55.555. Quando Hamilton parecia se aproximar do tempo de volta do alemão, o piloto da Mercedes marcou 1:55.409, marca que não foi alcançada por nenhum rival. Aparentemente forte nas flying laps, a Mercedes logo apareceu com Schumacher cravando a 3ª melhor volta do dia.

No treino vespertino, todos os brasileiros saíram dos boxes. A nota curiosa ficou para Bruno Senna: sua HRT andou sem apresentar defeitos durante 17 voltas, mas assim que a sessão foi encerrada seu carro parou na área de escape do fim da reta principal, com um problemas na roda traseira direita. O brasileiro ficou a enormes 11 segundos de distância do melhor tempo do dia. O companheiro de Senna, o indiano Chandhok não teve oportunidade de treinar devido a problemas em seu carro.

Entre as novatas, o melhor tempo foi registrado por Heikki Kovalainen, da Lotus, com 2:00.873, a 5.464s do melhor tempo do dia.

Melhores tempos do dia no Bahrein:

 1. Nico Rosberg (Mercedes) – 1:55.409 – 42 voltas

2. Lewis Hamilton (McLaren) – 1:55.854 (+0,445s) – 41 voltas

3. Michael Schumacher (Mercedes) – 1:55.903 (+0,494s) – 38 voltas

4. Jenson Button (McLaren) – 1:56.076 (+0,667s) – 47 voltas

5. Sebastian Vettel (Red Bull) – 1:56.459 (+1,050s) – 36 voltas

6. Nico Hulkenberg (Williams) – 1:56.501 (+1,092s) – 42 voltas

7. Felipe Massa (Ferrari) – 1:56.555 (+1,146s) – 49 voltas

8. Adrian Sutil (Force India) – 1:56.583 (+1,174s) – 47 voltas

9. Vitaly Petrov (Renault) – 1:56.750 (+1,341s) – 39 voltas

10. Fernando Alonso (Ferrari) – 1:56.766 (+1,357s) – 43 voltas

11. Robert Kubica (Renault) – 1:57.041 (+1,632s) – 48 voltas

12. Mark Webber (Red Bull) – 1:57.255 (+1,846s) – 31 voltas

13. Pedro de la Rosa (Sauber) – 1:57.255 (+1,846s) – 37 voltas

14. Kamui Kobayashi (Sauber) – 1:57.352 (+1,943s) – 45 voltas

15. Rubens Barrichello (Williams) – 1:57.452 (+2,043s) – 38 voltas

16. Jaime Alguersuari – (Toro Rosso) – 1:57.722 (+2,313s) – 48 voltas

17. Vitantônio Liuzzi (Force India) – 1:57.833 (+2,424s) – 40 voltas

18. Sebastian Buemi (Toro Rosso) – 1:18.399 (+2,990s) – 21 voltas

19. Heikki Kovalainen (Lotus) – 2:00.873 (+5,464s) – 31 voltas

20. Jarno Trulli (Lotus) – 2:00.990 (+5,581s) – 35 voltas

21. Timo Glock (Virgin) – 2:02.037 (+6,628s) – 14 voltas

22. Lucas di Grassi (Virgin) – 2:02.188 (+6,779s) – 36 voltas

23. Bruno Senna (HRT) – 2:06.968 (+11,559s) – 19 voltas

24. Karun Chandhok (HRT) – sem tempo – 3 voltas

quinta-feira, 11 de março de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Bahrein



FELIPE MACIEL


Está no ar a edição número 70 da Rádio OnBoard!

Na companhia de Fábio Campos e Ron Groo, fizemos um programa altamente descontraído com boas tiradas entre os três membros da mesa. Também realizamos um gigantesco quadro Jogo Rápido, debatendo sobre cada dupla de equipe e indicando nossos favoritos a levarem a melhor nos duelo internos em 2010.


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A Rádio OnBoard espera voltar a realizar programa ao vivo no próximo sábado, após o treino de classificação. Durante o fim de semana, disponibilizaremos o link aqui no blog.