sábado, 31 de outubro de 2009

Estreia de Abu Dhabi tem Hamilton na pole

Parece que o pessoal resolveu marcar presença no GP de Abu Dhabi. De Badoer a Ron Dennis, temos grandes figuras por lá. Inclusive o Jean Todt, que dessa vez não foi por conta da eleição e sim porque já garantiu o trono desejado.
Inclusive bateu um papinho com o ex-patrão Montezemolo, que deve ter sido mais ou menos na base do "oi, como vai?", "melhor agora com você na presidência".
No Mickey Mouse de luxo, como chamei aqui, o máximo que se viu foi piloto errando freada forte e prolongando a trajetória da curva, num circuito tão moderno que permite o direito de errar. Onde o muro é próximo à pista é onde ninguém tende a cometer erros. Junte-se isso a uma penca de curvas travadas, e definitivamente não encontraremos nada de desafiador.
O único desafio talvez seja superar a McLaren de Lewis Hamilton, que pôs quase 0.7s sobre Vettel, 2º colocado do grid. Webber, 3º, separa o companheiro de seu oponente Rubens Barrichello (4º) na briguinha pelo vice-campeonato. Lembrando que Sebastian já possui 2 pontos de vantagem.
Jenson Button larga relaxado da 5ª posição. Jarno Trulli é 6º. Robert Kubica e Nick Heidfeld devem marcar pontos na despedida da BMW. Rosberg parte de 9º amanhã, à frente da boa posição de largada de Sebastien Buemi.
Kimi Raikkonen não passou de 11º, Fisichella não passou de último. A sensação do momento, Kamui Kobayashi, é o 12º mais bem colocado. Kovalainen não conseguiu tirar tudo do MP4 poderoso que tem nas mãos graças a uma quebra no Q2. Ao menos pode aproveitar o bólido veloz para arriscar algumas ultrapassagens vindo de 13º.
Fernando Alonso, de saída da Renault, não fez cerimônia ao afirmar que "sabemos que temos provavelmente o pior carro do grid". O espanhol ficou no Q1, em 16º, 3 posições adiante de Romain Grosjean.
Neste domingo, quando as luzes vermelhas se apagarem, Lewis Hamilton tem tudo para acionar o KERS, sustentar a liderança e conquistar sua terceira vitória no ano. "Provavelmente, esse é o melhor carro que tive nas mãos neste ano e parece que se adaptou muito bem à pista", diz.
A corrida não promete nada melhor do que belas paisagens e surpeendentes imagens arquitetônicas. Será um GP dividido em fases: tem a fase do céu claro, a fase do sol incomodando a vista, o céu parcialmente claro e parcialmente escuro, o céu mais escurecido e por fim a iluminação artificial cuidando de tudo.
Desde que ninguém bata na saída dos boxes e enlouqueça o Charles Whiting, não há nada de muito diferente a se esperar. Disputas na largada sim, depois disso o GP corre o risco de cair na mesmice. Mas tomara que, de algum jeito, as previsões estejam erradas. Senão seria um encerramento de campeonato condizente demais com esta temporada sem graça que tivemos em 2009.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Ferrari World Abu Dhabi

É bonito demais isso aqui...
Simplesmente o primeiro parque temático da Ferrari, o maior parque indoor do mundo. Uma estrutura e uma arquitetura de dar inveja, a marca do estilo italiano, uma série de atrações que inclui o contato com a própria história da Ferrari.
O objetivo da montanha-russa mais rápida do planeta é emular a sensação de estar num F-1 a mais de 200km/h sob atuação da famosa Força G.
Tudo isso e mais um pouco abrigado por um telhado inspirado no design clássico de uma carroceria de um Ferrari GT.
Como diria alguém que conheço: e aí, partiu?

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Resumão do dia

Não é oficial mas já é certo cravar: Bruno Senna estreia pela Campos em 2010! Dessa já sabíamos, faltava a confirmação do óbvio. Não falta mais.
O que de fato não era conhecido são os termos do contrato, que não incluirá nenhuma mala de dinheiro do patrocinador. A equipe dispensou a bolada a ser trazida pelo Petrov para contratar Bruno apenas pelo seu nome e seu talento.
Quem deve sobrar na história é Nelsinho Piquet, que estaria se recusando a ser piloto pagante. Pedro de la Rosa se encarregaria de levar a grana e assegurar a outra vaga.
O dia em Abu Dhabi teve o destaque da coletiva protagonizada por Trulli e Sutil. O italiano lamentou o acidente na 1ª volta de Interlagos, dizendo possuir provas e garantindo que "amanhã vamos discutir isso". O alemão retrucou: "Não tem nada para ser discutido".
A partir daí foi um show de argumentações e ironias de ambas as partes. Jarno sacou uma diversidade de fotos para comentar, mostrando todo o seu talento para a advocacia. Adrian citou o acidente de Barcelona, porém seu rival disse que não havia qualquer relação.
Os jornalistas, bem como os pilotos Kimi Raikkonen e Fernando Alonso, observavam a discussão. Até que o finlandês quebrou o silêncio: "Podemos ir embora?". E ambos caíram na gargalhada. Ainda assim, Trulli e Sutil prosseguiram com o debate.
Bom saber que o comportamento robótico dos pilotos foi rompido. Essa espontaneidade deveria ser mais recorrente...
Heikki Kovalainen está prestes a sair da McLaren, Kimi Raikkonen tem chances de entrar.
O finlandês sem título não escondeu a frustração, na véspera de seu provável último GP pela equipe, e soltou o desabafo: "É difícil aceitar que Lewis sempre recebesse primeiro as peças novas. Não quis causar confusão por isso, mas seria bom que algumas delas fossem para o meu carro, principalmente a partir da hora que perdemos a oportunidade de disputar o título".
"Cada vez que Hamilton e eu disputávamos a terceira fase do treino de classificação, sempre andava com mais gasolina. Se levarmos em conta os níveis de combustível, teria obtido a pole algumas vezes".
"Sempre tive a chance de reclamar em público, mas queria mostrar à equipe que tentava dar meu melhor em qualquer condição, e acho que eles também se deram conta disso", afirmou, sem deixar de reconhecer suas falhas: "O carro não me permitiu conseguir mais pontos no início da temporada e, no final do ano, quando o carro tinha um melhor rendimento, não fui capaz de conseguir melhores resultados".
Já Kimi falou tudo: ou vai para a McLaren, ou adeus Fórmula 1. Indicou a possibilidade de ir para o rali, passar um ano sabático, e mais opções que preferiu não detalhar. Se retornar à Woking, será excelente para a F-1, de preferência se a briga com o Hamilton for aberta. Qualquer outra escolha consistirá numa verdadeira perda para a categoria.
O que mais emperra o fechamento do contrato certamente é a cobrança de um altíssimo salário. Até porque a McLaren já gasta demais com Lewis. Uma interessante pesquisa foi feita sobre o valor pago a cada piloto da atual temporada. Os números não incluem patrocínios e outros ganhos, que podem triplicar a receita desse pessoal:
1. Kimi Raikkonen - US$ 45 milhões
2. Lewis Hamilton - US$ 18 milhões
3. Fernando Alonso - US$ 15 milhões
4. Nico Rosberg - US$ 8,5 milhões
5. Felipe Massa - US$ 8 milhões
6. Jarno Trulli - US$ 6,5 milhões
7. Sebastian Vettell - US$ 6 milhões
8. Mark Webber - US$ 5,5 milhões
9. Jenson Button - US$ 5 milhões
10. Robert Kubica - US$ 4,5 milhões
11. Heikki Kovaleinen - US$ 3,5 milhões
12. Nick Heidfeld - US$ 2,8 milhões
13. Timo Glock - US$ 2 milhões
14. Giancarlo Fisichella - US$ 1,5 milhões
15. Sebastien Buemi - US$ 1,5 milhões
16. Rubens Barrichello - US$ 1 milhão
17. Jaime Alguersuari - US$ 0,5 milhão
Pagantes
Vitantonio Liuzzi
Adrian Sutil
Romain Grossjean
Kazuki Nakajima

Rumo a Abu Dhabi

Martin Whitmarsh de olho nos pontos no GP de Abu Dhabi: "Eu espero que nós possamos nos estabelecer neste fim de semana como os vencedores da segunda metade da temporada. Estou firmemente convencido de que podemos vencer em Abu Dhabi, com Lewis e Heikki".
Campeão da segunda metade da temporada... Essa me fez lembrar da "pole moral" do Rubinho.
Bem, então vamos aos números do Whitmarsh para verificarmos suas chances de se sentir campeão de alguma coisa. A Red Bull soma 61 desde o GP da Alemanha, contra 58 da McLaren e 56 da Brawn GP. Olha que dá pra buscar a metade do troféu, hein...
Entre os pilotos, Lewis Hamilton lidera com 40, Kimi Raikkonen vem na cola com 38, seguido pelos 35 de Vettel e 31 de Rubens Barrichello. Mark Webber tem 26, um ponto a mais que um tal de Jenson Button.
Vitória virtual mesmo é a da Renault. Depois que os patrocinadores passaram a borracha em sua carenagem, só agora em Abu Dhabi o time francês voltará preencher uns espaços.
A santa é a empresa TW Steel, fabricante de relógios, que estampa seu nome nos sidepods, no bico, e na asa dianteira.
Ela ainda será parceira oficial de cronometragem da equipe, com contrato firmado para os próximos 3 anos. E chega desse papo que a Renault vai bater em retirada.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Rádio OnBoard - Edição Pré-Abu Dhabi

No ar, a edição número 62 da Rádio OnBoard!
O grande Fábio Campos retorna à mesa, e nossa equipe está completa, contando com Ron Groo, além de mim.
Falamos do novo tilkódromo, comentamos as últimas sobre Jacarepaguá, abordamos as impressões sobre a eleição de Jean Todt e, por fim, o quadro de Quadro de Polêmicas foi ar, trazendo altos debates e mais discordâncias entre os participantes.
Retornaremos semana que vem, com tudo o que rolou na última corrida da temporada 2009. Até a próxima.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

As novas do Hermann Tilke

Na última edição do Renault Road Show, Tilke e di Grassi tiveram um encontro amigável, onde o alemão elogiou o brasileiro pelo desenho da pista do Desafio das Estrelas, desenvolvido entre Lucas e Massa.
"Esta pista parece ser muito boa, especialmente por facilitar as ultrapassagens. Vocês usaram conceitos que nós também temos aplicado ao projetar pistas de corrida. É interessante que as curvas 3, 4 e 5 sejam bem parecidas com a primeira curva que fizemos em Xangai. Já as curvas 6, 7 e 8 são muito semelhantes à curva 8 de Istambul. Vocês fizeram um ótimo trabalho desenhando este traçado. É impressionante", disse o arquiteto.
Di Grassi, evidentemente, sentiu-se honrado. Mas aí cabe uma discussão. Foram os pilotos que usaram conceitos das pistas da F-1 para elaborar o traçado de kart, ou é o Tilke que usa conceitos de kart para criar circuitos na F-1?
Maldades à parte com o alemão, a verdade é sua mais nova obra está prestes a receber a categoria máxima pela primeira vez, neste final de semana, em Yas Marina.
E também está bem encaminhado o lançamento programado para o ano que vem. Após leves hesitações, a pista da Coreia do Sul garantiu definitivamente sua estreia em 2010, na posição de antepenúltimo GP do calendário.
As características são velhas conhecidas: reta, cotovelo, marina, retão, cotovelo, anti-horário, acelera, e freia que tem outro cotovelo.
Mas o autódromo contará com dois traçados, cada um com sua área de box (em rosa no mapa). Surpreendi-me com a longa curva da parte inferior do desenho antecedendo a entrada dos boxes. Há alguns anos, numa inocente brincadeira de criar circuito no papel, lembro de ter esboçado algo bem parecido. Vou enviar um email ao Tilke sugerindo que a chame de Curva Maciel. Mais bonito do que Curva 17...
Inclusive é positivo notar que o traçado não passará de 20 curvas, como Hermann fez em Cingapura, Abu Dhabi e Valência. Estava na hora de quabrar esse tabu.
Só pelo desenho, Coreia não parece tão repetitivo em relação a outros que ele fez. Não podemos dizer o mesmo sobre Yas Marina. Mas é lá que a temporada 2009 irá se encerrar. No ano que vem, a gente confere o GP da Coreia (a ser disputado no contorno externo do mapa), tendo Abu Dhabi como penúltimo da lista, e Interlagos voltando a fechar o Mundial.
Por enquanto, o arranjo do tio Bernie é esse aí:
14 de março - Bahrein
28 de março - Austrália
4 de abril - Malásia
18 de abril - China
9 de maio - Espanha
23 de maio - Mônaco
30 de maio - Turquia
13 de junho - Canadá
27 de junho - Europa
11 de julho - Grã-Bretanha
25 de julho - Alemanha
1o de agosto - Hungria
29 de agosto - Bélgica
12 de setembro - Itália
26 de setembro - Cingapura
3 de outubro - Japão
17 de outubro - Coreia do Sul
31 de outubro - Abu Dhabi
14 de novembro - Brasil

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

A temporada dos substitutos

A fórmula comparativa entre o grid inicial deste ano e o da temporada passada era basicamente:
Grid 2009 = Grid 2008 - Coulthard + Buemi
Até as mudanças internas das equipes chamaram mais atenção, como a conclusão da Era Dennis na McLaren e a demissão de Colin Kolles e Mike Gascoyne, na FI.
No desenrolar do campeonato, porém, tivemos um show de movimentações entre os pilotos.
Na Toro Rosso, saiu Bourdais e entrou Alguersuari. Que poderia ter de repassar o bólido novamente, mas por uma superlicença o Loeb não chegou no finzinho da festa.
Renault: Nelsinho se foi, Grosjean apareceu. Chegou-se a cogitar di Grassi no lugar do francês por uma corrida, mas a troca não ocorreu.
Na Ferrari, nem se fala. Fisichella substituiu Badoer, que substituiu Massa, que quase foi substituído por Schumacher.
Liuzzi pegou a vaga de Giancarlo na Force India. Kobayashi assumiu o cockpit de Timo Glock.
Fora os pilotos, tivemos Flavio Briatore e Pat Symonds levando cartão vermelho da F-1. O italiano viu seu cargo de chefão ser ocupado por Bob Bell e sua função de diretor-geral ser assumida por Jean-François Caubet.
Junto com 2009, a Era Mosley vai chegando ao fim. Seu substituto na cadeira top da maior federação automobilística mundial será ninguém menos que Jean Todt.
De volta aos pilotos, começamos com 20 competidores e terminamos com 25 na tabela do Mundial. Quase o mesmo número esperado para 2010, que é um total de 26 competidores.
Dos que abriram caminho para outros correrem, destacamos 2 demissões, 2 acidentes e 1 transferência de piloto entre equipes.
Da turma que deu as caras no meio do campeonato, registramos 3 estreias e 2 reestreias.
Chegamos ao fim dessa brincadeira observando que a temporada 2009 (ou sua segunda metade) foi marcada por acidentes estranhos que deixaram pilotos de molho, demissões de promessas das pistas, reaparição de pilotos veteranos e estreias de jovens promissores. O jogo de contratos foi intenso em 2009...

domingo, 25 de outubro de 2009

Show particular de Senna em Abu Dhabi

Bruno Senna não se cansa de acelerar em Abu Dhabi, e a cada volta o circuito fica mais bonito.
Mais um vídeo visto primeiramente no site Motorpasion. As imagens e o ronco de motor V10 são um show à parte.
A corrida começará às 17h locais, avançando para a noite. O traçado não bate Istambul, mas parece que estamos diante da maior obra arquitetônica de Hermann Tilke até então.

sábado, 24 de outubro de 2009

Pelé e o automobilismo

Em 2002, o rei do futebol esteve em Interlagos para dar a bandeirada final do GP. Os irmãos Schumacher cruzaram a linha, e Pelé nem aí; deixou para agitar a bandeira para o Coulthard, que passou 1 minuto depois.
Em 2006, entregou um troféu a Michael Schumacher como forma de homenagem. Talvez para servir de consolo, já que todos sabiam que aquela corrida definiria o campeonato a favor de Fernando Alonso.
Neste ano, apoiou a candidatura do Brasil às Olimpíadas, como não poderia deixar de ser. A conquista rende o enterro definitivo do templo de Jacarepaguá.
Logo em seguida, o Rei redigiu uma carta a Jean Todt, desejando-lhe o melhor na campanha presidencial. Independentemente de a torcida de Pelé ter estado no lado vitorioso novamente, o fato é que a CBA e a AAB deixaram claro seu apoio ao francês, que venceu a briga contra Vatanen contando com estes e mais inúmeros votos, que somados deram 70% do total.
Eis aquelas palavras de nosso "poeta quando calado" ao futuro presidente da FIA:
Caro Jean,
Eu ia escrever para você antes, mas eu acabei de retornar de Copenhague, onde nós conquistamos o direito de sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Espero que você seja igualmente bem-sucedido em sua candidatura à presidência da FIA. Eu gostaria de acrescentar meu nome na sua longa lista de apoiadores.
Eu conheço você e seu trabalho. Como um motorista, um antigo atleta e um ex-ministro dos Esportes do meu país, eu estou com você.
Espero ver você em um futuro não muito distante.Desejo o melhor.
Atenciosamente, Pelé

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Jean Todt assume a presidência da FIA

E se o Jean Todt fosse presidente da FIA já neste ano? Ele motivaria Nelsinho a fazer a denúncia ou tentaria abafar o caso? Afinal de contas, ele também já foi um Flavio Briatore, fazendo de tudo para vencer. Será que não rolaria uma certa empatia com o italiano?
Bem, o fato é que Jean Todt bateu Ari Vatanen por 135 votos a 49. Em 2010, o francês inicia uma nova fase profissional, onde terá de pôr a ética à frente da ambição; zelar pela segurança, não pelo bloqueio ao oponente na pista; investigar atos ilícitos, ao invés de cometê-los.
Jean Todt sempre foi competente para atuar como executivo. Mas se meteu na brincadeira do legislativo, buscando a presidência da FIA. E levou e melhor. Seu concorrente não formulou propostas consistentes, preferiu atacar o rival e lançar acusações sobre a conduta da entidade. A manjada estratégia, como sempre, não deu certo.
Queira ou não, Todt é o novo presidente da FIA. Então o negócio é torcer para que nossas restrições em relação a ele sejam enganosas. Embora tenha sido o candidato da situação, mudanças ocorrem quando um nome novo chega ao trono. É sentar e esperar que pelo menos nos próximos 4 anos ele mude para melhor...

Os 50 maiores da F-1

Já é difícil fazer uma lista dos 5 maiores da F-1, que dirá dos 50. Como se a categoria não fosse um esporte potencialmente polêmico o bastante, o diário britânico The Times não hesita em publicar seu julgamento. Observemos sua lista atualizada após o título de 2009 decidido. Sempre há algo para concordar e para discordar.
1. Jim Clark (Inglaterra): 2 títulos
2. Ayrton Senna (Brasil): 3 títulos
3. Michael Schumacher (Alemanha): 7 títulos
4. Alain Prost (França): 4 títulos
5. Jackie Stewart (Inglaterra): 3 títulos
6. Juan Manuel Fangio (Argentina): 5 títulos
7. Stirling Moss (Inglaterra)
8. Fernando Alonso (Espanha): 2 títulos
9. Nigel Mansell (Inglaterra): 1 título
10. Mika Hakkinen (Finlândia): 2 títulos
11. Alberto Ascari (Italia): 2 títulos
12. Graham Hill (Inglaterra): 2 títulos
13. Kimi Raikkonen (Finlândia): 1 título
14. Niki Lauda (Austria): 3 títulos
15. Nelson Piquet (Brasil): 3 títulos
16. Jenson Button (Inglaterra): 1 título
17. James Hunt (Inglaterra): 1 título
18. Jochen Rindt (Áustria): 1 título
19. Gilles Villeneuve (Canadá)
20. Jack Brabham (Australia): 3 títulos
21. Lewis Hamilton (Inglaterra): 1 título
22. Emerson Fittipaldi (Brasil): 2 títulos
23. Alan Jones (Australia): 1 títulos
24. Keke Rosberg (Finlandia): 1 título
25. Jacques Villeneuve (Canadá): 1 título
26. Mike Hawthorn (Inglaterra): 1 título
27. Mario Andretti (EUA): 1 título
28. Bruce McLaren (Nova Zelanda)
29. John Surtees (Inglaterra): 1 título
30. Juan Pablo Montoya (Colombia)
31. Damon Hill (Inglaterra): 1 título
32. Denny Hulme (Nova Zelanda): 1 título
33. David Coulthard (Inglaterra)
34. Didier Pironi (França)
35. Ronnie Peterson (Suécia)
36. Felipe Massa (Brasil)
37. Jody Scheckter (África do Sul): 1 título
38. Rubens Barrichello (Brasil)
39. Jackie Ickx (Bélgica)
40. Carlos Reutemann (Argentina)
41. Tony Brooks (Inglaterra)
42. Phil Hill (EUA): 1 título
43. Giuseppe Farina (Italia): 1 título
44. Jo Siffert (Suíça)
45. Lorenzo Bandini (Itália)
46. Gerhard Berger (Áustria)
47. Dan Gurney (EE.UU.)
48. Clay Regazzoni (Suíça)
49. Peter Collins (Inglaterra)
50. Michele Alboreto (Itália)
Todos os 60 campeonatos estão representados aí.
Jim Clark na ponta. Escolha original... ok. Senna em 2º, Prost em 4º, com Schumacher entre eles.
Fangio e Moss pertinhos um do outro, seguidos por Alonso. Mansell em 9º bem distante do Piquet, 15º. Até o Raikkonen ficou à frente do brasileiro, mas este acertadamente (em minha opinião, claro) atrás do finlandês maior, Mika Hakkinen. O tricampeão Niki Lauda posiciona-se imediatamente acima do Nelsão.
Jenson Button, 16º; Lewis Hamilton, 21º. Não entendi. A justificativa deles para a "promoção" do atual piloto da Brawn foi: "Notamos que Button tinha tudo que precisava para se tornar campeão, exceto o carro".
O grande Gilles em 19º, seu filho em 25º. Pertos demais, talvez. Fittipaldi em 22º. Massa 36º, duas posições à frente de Rubens Barrichello. Ambos batidos por Montoya, 30º e Damon Hill, 31º. David Coulthard pegou o 33º lugar. Berger arrumou a 46ª vaga no top-50.
O bicampeão Ascari, 11º, defendeu a honra dos italianos. Outros bambinos só apareceram no fundão. Já Ronnie Peterson apenas em 35º.
Não vou fazer muito rebuliço por conta de algumas estranhezas vistas aí, como muitos fizeram no site do The Times. Só por terem a cara e a coragem de estipular uma sequência de 50 já é de se respeitar. É um exercício cruel, porque no fim são os absurdos que inevitavelmente chamam mais atenção.
De qualquer forma, não dou mais que 1 temporada para os jornalistas ingleses passarem o Lewis à frente do Button novamente.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Interlagos

No ar, a edição número 61 da Rádio OnBoard!
Ron Groo e eu recebemos o convidado Márcio Kohara para falarmos dos acidentes, disputas e momentos de destaque do GP do Brasil, que deu um ponto final na briga rumo ao título definindo Jenson Button o novo campeão do mundo.
Também foi ao ar mais um quadro Jogo Rápido. E ainda contamos com os comentários de Fábio Campos, revelando detalhes do clima nas arquibancadas de Interlagos nesse final de semana.
Retornamos na véspera de GP de Abu Dhabi. Siga-nos no Twitter, e até a próxima semana.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Decisão de título em Suzuka é outra coisa

Pois é, Interlagos definitivamente tomou o lugar de Suzuka como palco de decisões de campeonato. Mas acordar de madrugada para vivenciar um discussão de Mundial no GP do Japão era algo sensacional.
As corridas decisivas no circuito japonês eram assim: ou os postulantes ao título se enroscavam pelo caminho, ou um deles vencia a corrida e levava o troféu da temporada.
Neste último caso, façamos ressalva ao ano de 1991 - com a vitória do Senna entregue ao Berger - e à temporada 2003 - quando Schumacher cruzou em 8º.
Pode não parecer relevante para alguns, mas eu gosto de ver um piloto se tornando campeão quando ele vence a corrida. Aqui no Brasil, nem Alonso nem Hamilton nem Button teve tal privilégio. O Kimi sim, mas não foi uma vitória natural, foi providencial.
Felipe quase conseguiu no ano passado, mas o Lewis virou o jogo na curva final. A última vez que tivemos uma vitória "plena" seguida de conquista de Mundial foi em 2002, na França. Faz um tempinho já...
Seja lá quem for o campeão em 2010, tomara que vença a corrida decisiva também, ao invés de ser apenas mais um cruzando a linha no meio do bolo. Sei que não faz muita diferença para o campeonato, mas pessoalmente acho mais empolgante quando o piloto vive este momento especial na posição que melhor representa o seu feito.
E não me incomodarei nem um pouco se voltar a acontecer em Suzuka. Como diz um amigo meu, parece que a atmosfera lá cheira a decisão de título mundial.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Grosjean por um fio

São fortes os rumores que dão conta da saída de Romain Grosjean da Renault. Lucas di Grassi tem teste programado com a equipe para dezembro, comenta-se que Bruno Senna também estaria agendando o seu. Não custa lembrar que, há um ano, o Bruno pareceu ter levado a melhor entre os dois a bordo da Honda.
Talvez nenhum deles conseguirá contrato com o time, mas a vaga poderá ser preenchida por outro. Quem sobraria nessa história é Romain Grosjean, mais um novato injustiçado.
São dois os motivos alegados para afastá-lo da equipe: sua associação com Flavio Briatore e o desempenho decepcionante nas corridas.
O primeiro ponto é um verdadeiro absurdo. A escuderia pensaria em se livrar de Romain por ter conquistado a titularidade graças ao Briatore. Desvincular-se de Grosjean seria livrar-se totalmente da imagem de Briatore? Se o raciocínio for este, é lamentável... o cidadão pagará o pato sem culpa alguma. O suíço alega correr com carteira francesa porque todo o apoio recebido no automobilismo veio da França. E os franceses agora pensam em defenestrá-lo por uma bobagem dessas. Que bela história, não?
Passemos ao segundo ponto, que na realidade deveria dizer mais respeito ao carro que ao piloto.
Não bastasse o Nelsinho, a Renault conseguiu a proeza de manchar o nome de mais uma promessa do automobilismo. Com um ano e meio, o Piquet mal podia tirar algo decente de um carro tão ruim. O que esperar então do franco-suíço estreando no meio desta temporada? Ora, tudo o que devemos esperar, por enquanto, é nada. É exatamente isso que ele está fazendo. Normal. Não significa que seja um mau piloto.
Julgar alguém a bordo dos últimos carros montados pela Renault chega a ser uma atividade maldosa. A Renault está querendo se especializar em detonar carreiras de jovens talentos. O Kovalainen, que é um sobrevivente, foi para a McLaren há dois anos mas pode fazer o caminho de volta no ano que vem. Melhor ter cuidado, Heikki... conseguiu resistir por pouco da primeira vez; talvez não sobreviva na segunda.

Entendendo a batida entre Trulli e Sutil

"Conversei diretamente com Alonso depois, quando ele já tinha visto a batida. Ele disse que Sutil é totalmente louco. O que ele fez é loucura. Estávamos a 250, 260 km/h em sexta marcha!"
No momento da corrida foi difícil entender a ira de Jarno com uma batida que pareceu algo corriqueiro. Mas entrando em suas palavras, é possível compreender melhor a explicação.
"Não estou com raiva por causa do resultado, e sim porque foi uma manobra bastante perigosa. Ele deveria ter me dado espaço suficiente, não ter me jogado sobre a zebra. Estávamos em sexta marcha e tivemos sorte de não termos nos machucado. Mas ele fez uma coisa realmente maldosa".
"Eu vinha com muito mais velocidade, e ele foi para dentro e depois para fora, nós ficamos lado a lado. Tem uma câmera on board mostrando minha roda direita ao lado da roda dele".
"Ele poderia alegar que estava na linha de corrida. Sim, mas neste caso eu ainda estou na linha de corrida. Então se você decidiu ficar na parte de dentro, que fique por dentro. Não puxe para fora porque eu estou lá. O problema foi que ele me colocou sobre a zebra - e uma vez que estava na zebra, perdi o controle do carro completamente".
A versão do Trulli faz sentido sim. Na verdade, se tivéssemos a câmera on board do italiano ficaria muito mais fácil de compreender o que ele diz.
Pelo vídeo, vemos que a presença de Raikkonen provocou a perda de velocidade de Adrian, que podemos notar pelo som do motor antes de entrar na curva 5: ele precisou reduziu uma marcha. Foi nesse momento que Jarno atacou. De fato, o alemão estendeu demais a trajetória e o mandou para a zebra.
Talvez Trulli exagere quando diz que foi a coisa mais absurda que já viu acontecer. Sinceramente não creio que tenha sido proposital, foi apenas um ato inconsequente do Sutil. Mas não custa lembrar que o piloto da FI, culpado ou não, se envolveu em acidentes em Cingapura, Japão e agora em Interlagos. Já tem seu hat trick, não precisa bater em Abu Dhabi, ok?
Ah, e antes que levantem a lebre, é bem verdade que Jarno seja um piloto osso duro de roer, mas isso não significa que ele jogue sujo. O italiano sabe quando uma posição está perdida. Não se trata de "provar do próprio veneno" como sugere o trio global.
Por fim, a frescura da entidade: uma multinha de 10 mil dólares foi cobrada pela FIA ao piloto da Toyota por ferir o famoso artigo 151c (conduta fraudulenta ou ato prejudicial aos interesses de qualquer competidor ou aos interesses do esporte a motor em geral). Sim, o mesmo artigo do Nelsinho, da McLaren e do que for. Esse item serve para sancionar de tudo.
Ora, punir o Trulli por apontar o dedo para Sutil e fazer uma ceninha? Francamente, dona FIA... O rigor atual aplicado ao velho Nelson Piquet seria como? Pegaria um suspensão em meia dúzia de corridas e ainda teria de pedir perdão ao Salazar ajoelhado no milho?
Qualquer batida hoje já é motivo de penalisação. Agora nem é mais necessário bater: basta falar grosso com o adversário. Para evitar uma punição, um piloto, no auge de sua raiva, é obrigado a sair do carro fazendo cara de paisagem, como se nada tivesse acontecido. Do contrário, irá infringir a regra que diz que é proibido ser humano embaixo de um capacete.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Interlagos dá título a inglês mais uma vez

Corrida quente em Interlagos. A chuva não caiu, mas duelos na pista não faltaram.
A prova começou bem conturbada, com um toque entre Fisichella e Kovalainen no S do Senna. Raikkonen foi fechado por Webber na reta oposta, perdendo o bico no toque.
O finlandês fez a curva 4 por fora, enquanto Sutil teve de vir mais por dentro para superá-lo, abrindo espaço para Trulli tentar a ultrapassagem. Logo em seguida, o italiano perde o controle em cima da zebra e cruza a pista atingindo o muro fortemente, não sem antes bater no alemão da Force India, que perdeu o controle do carro, cruzou o gramado e pegou Alonso na subida do Laranjinha.
Jarno reclamou um monte, parecia que viveria seu momento Piquet, fazendo Adrian de Salazar, mas a revolta felizmente ficou só na verborragia. Para ser sincero, gostaria de ver a câmera on board da Toyota antes do acidente, porque as poucas imagens disponibilizadas não justificaram a chuva de palavrões.
Enquanto o safety car estava na pista, Kovalainen saiu dos boxes com a mangueira grudada, jorrando gasolina sobre a Ferrari de Raikkonen que havia terminado os reparos. Não bastasse o surgimento das chamas, algumas gotas de combustível atingiram os olhos do finlandês. "Até agora meus olhos estão ardendo", disse depois da corrida.
Lewis Hamilton aproveitou para alterar a estratégia e deixar para voltar aos boxes apenas no meio da prova. Vitantonio Liuzzi também teve de parar.
Dada a relargada, Romain Grosjean levou ultrapassagem atrás de ultrapassagem, a começar por Jenson Button, que já estava ficando bem na fita, considerando seu posto de largada. Ele só não contava com a competitividade do jovem Kamui Kobayashi, que vendeu caro a posição, chegando a lhe aplicar um belo X no S do Senna.
Jenson reclamou por rádio e reafirmou a crítica em entrevista após o GP: "Esse cara é louco! Suponho que seja apenas pela inexperiência, mas ele se move muito nas zonas de frenagem, o que torna muito difícil, como Nakajima pôde descobrir". Falou referindo-se à batida do Kazuki no instante em que forçava a ultrapassagem sobre o conterrâneo, levando uma fechada que o levou direto à barreira de pneus.
Ao menos as críticas recebidas foram causadas por sua combatividade, não por um ataque kamikaze. Sem sombra de dúvidas, Kamui é o melhor estreante do ano. Mostrou em uma corrida mais do que o Kazuki fez em dois anos. Kobayashi é bom, rápido, valente, inabalável, guerreiro, determinado. E ainda fez uma ultrapassagem no Fisichella que ele nem viu, deve estar procurando até agora.
Mas o ponto alto do Kamui na prova foi na devolução da ultrapassagem sobre o Nakajima, superando o rival - podemos dizer assim? - por fora na entrada do S do Senna, completando a manobra na curva do Sol. Sensacional...
Já a corrida do Rubinho perdeu o brilho a partir do 1º pit stop. Nesse ano, corrida sim, corrida não, o brasileiro perdia rendimento na segunda perna da corrida. E olha que em Suzuka havia acontecido. Sinal de que já está virando corrida sim, corrida sim.
Mas foi o pneu furado que definitivamente decretou o fim da linha para ele no campeonato. Fez 1 pontinho e ainda perdeu a vice-liderança para Vettel, que veio do fundão para o 4º lugar.
Mark Webber tomou a ponta após o 1º pit e não perdeu mais. Conquistou sua segunda vitória na carreira, chegando à frente de Kubica, com Hamilton fechando o pódio. Jenson Button cruzou em 5º, seguido por Raikkonen e Buemi.
Button faturou o merecido título. Com antecedência ou com atraso? Fica a critério de cada um. E ainda ganhou uma viagem no avião do Barrichello para a Inglaterra. Oi, não entendeu? Explica-se: a aeronave da British Airways teve problemas técnicos e não pôde decolar na noite desse domingo. O campeão parte nesta manhã de segunda, graças a Rubens que gentilmente emprestou seu avião particular. Irá participar de um evento do patrocinador agendado para terça-feira no Shopping Bluewater.
Mais uma linha da tabela dos campeões da F-1 é preenchida. Jenson Button guiou com ferocidade neste domingo, deixando a apatia de lado para voltar a se arriscar, nas desafiadoras curvas de Interlagos.
Próxima parada é em Abu Dhabi. O britânico cumprirá tabela por diversão, correndo sem compromisso. A menos que o Rubens cobre a passagem do avião com uma forcinha extra na briga pelo vice-campeonato. Vettel tem dois pontos a mais que Barrichello, mas talvez precise de um nono motor.
Daqui a duas semanas, seremos apresentados ao mais novo tilkódromo da série, onde mais um Mundial da F-1 irá se encerrar. Dizemos que a temporada nao foi tão boa, mas lamentamos ainda mais quando vem chegando o seu fim.
Resultado do GP do Brasil 2009:
1. Mark Webber (AUS/Red Bull), 72 voltas em 1h32min23s081
2. Robert Kubica (POL/BMW), a 7s626
3. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 18s944
4. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 19s652
5. Jenson Button (ING/Brawn), a 29s005
6. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 33s340
7. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 35s991
8. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 45s454
9. Kamui Kobayashi (JAP/Toyota), a 1min03s324
10. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), a 1min10s665
11. Vintantonio Liuzzi (ITA/Force India), a 1min11s388
12. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 1min13s499
13. Romain Grosjean (FRA/Renault), a 1 volta
14. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), a 1 volta
Abandonos:
Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 31 voltas
Nico Rosberg (ALE/Williams), 28 voltas
Nick Heidfeld (ALE/BMW), 22 voltas
Adrian Sutil (ALE/Force India), 1 volta
Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1 volta
Fernando Alonso (ESP/Renault), 1 volta
Volta mais rápida:
Mark Webber - 1min13s733 ( 25ª volta )

domingo, 18 de outubro de 2009

JENSON BUTTON CAMPEÃO

Na pré-temporada, Jenson recusou propostas de outras equipes para permanecer no grupo que nem sabia se teria carro pra correr. A Honda abandonou a F-1, deixando o pessoal de Brackley sem rumo certo. Mas Button não hesitou em ficar e apoiou incondicionalmente o surgimento de uma escuderia excepcional chamada Brawn GP, que conseguiria a façanha de ser a primeira estreante da história a faturar o Mundial de Pilotos e Construtores.
Jenson se revelou um piloto impecável no início do ano. 6 vitórias em 7 corridas. Tocada limpa, velocidade natural, vitórias incontestáveis.
Já se cravava que seria o campeão com boa antecedência. Era tido como o novo Schumacher do mago Ross Brawn, o piloto que fazia e acontecia com um carro vencedor. Mas a comparação não era perfeita: Button perdeu ritmo e adiou a definição do campeonato para as provas finais.
Ainda assim, a qualidade de campeão demonstrada no começo do Mundial foi mais do que suficiente para bater os adversários que foram aparecendo pela frente. Ninguém largou mais vezes na pole do que ele. Ninguém sequer obteve mais que a metade do número de vitórias dele. Ninguém pontuou tanto quanto ele.
Passou a reta final do campeonato administrando a vantagem avassaladora do primeiro terço da temporada. E a disputa terminou de forma semelhante ao jeito que começou: com a repetição de um abraço em Rubens Barrichello ao término da corrida decisiva, ao estilo do que houve em Melbourne, quando a Brawn GP se apresentou de maneira triunfal ao mundo da F-1.
O título de Button é incontestável. Fez por merecer na fase inicial e completou o resto da temporada se arriscando apenas quando julgasse necessário, num desempenho burocrático que lhe permitiu assegurar o campeonato com uma corrida de antecedência.
Mas, sobretudo, o grande nome de 2009 é Brawn. Brawn de Ross Brawn. O gênio que elevou um time quebrado ao posto de campeão da F-1, e deu a seus pilotos o direito de guiar uma verdadeira pérola, imbatível no Mundial e inalcansável no princípio da temporada.
A Brawn nasceu vencedora. O que deu ao Button o sonhado rótulo de vencedor. Assim, a história é novamente escrita diante de nosso olhos. De novo em Interlagos, o palco dos novos campeões. Alonso, Raikkonen, Hamilton. Agora, Button.

sábado, 17 de outubro de 2009

A vez do fotógrafo

Um pequeno reconhecimento ao trabalho dos fotógrafos, que lidaram com a chuva nos treinos de sábado e os registraram em seus melhores ângulos, para o deleite dos fãs.
Uma foto para cada equipe...
Giancarlo Fisichella, vencido pela água
O belo carro da Williams dando um banho de belas imagens
Kubica, com um casco que parece brilhar na chuva
Kovalainen fazendo seu spray
Romain Katagrama
Kamui Kobayashi acelerando nos limites da pista
Com essa posição de largada, Button ficou mal na fita. Mas saiu bem na foto...
Numa tirada de lado do Webber, Red Bull e Toro Rosso vão juntas num clique só
Adrian Sutil, sempre pisando fundo na chuva

Enfim, Rubinho larga na pole no Brasil

Depois de 16 etapas, enfim ele fatura a primeira pole position na temporada em que disputa o título. Rubinho é mesmo do tipo que obtém resultado pela persistência. Cinco anos depois, ele volta a fazer uma pole, de novo em Interlagos. Mas vitória lá ainda não tem.
Fez uma aposta acertada, de largar leve para tentar a pole. Já que a corrida promete ser maluca, ao menos reduz o risco na primeira curva e pode correr sem spray no início do GP.
Jenson Button sai de 14º. Vai ser mais fácil torcer para Barrichello terminar em 5º do que ganhar 10 posições em relação ao posto de largada. Ou não... Depende muito do desenrolar da prova que é absolutamente imprevisível, e muitos podem ficar pelo caminho. Ou não.
De qualquer forma, sabe-se que Rubens está focado e mais consciente da realidade do que nunca: "Estou muito feliz, mas com os pés no chão, não ganhamos nada ainda".
Quem tende a deixar a briga pelo título neste domingo é Sebastian Vettel. O fedelho barbudo desceu do carro enfezado com a equipe que o deixou no box quando a chuva aliviou e o soltou no momento em que a chuva apertou. Sebastian é um campeão em potencial, mas bater a Brawn em 2009 é algo mesmo fora do alcance de qualquer mortal. Fica pra próxima, Vettel...
Lewis Hamilton parece que não se dá com Interlagos. Fisichella parece que não se dá com o Ferrari. Liuzzi deu no muro e Grosjean deu no Button.
O que não deu pra acreditar foi na performance do japonês estreante: Kamui Kobayashi larga em 11º, uma posição de respeito, diga-se. Principalmente se levarmos em conta que todos esperavam dele um festival de barbeiragens.
Kazuki que se cuide. Mesmo largando uma fila à frente do novato, pode perder o trono de xodó da Toyota. Mas certamente o bom de chuva Timo Glock conseguiria um resultado ainda melhor. Trulli, que não é nenhum ás debaixo d'água, larga de 4º.
Mark Webber fecha a primeira fila e deve almejar sua segunda vitória amanhã. Adrian Sutil fez mais uma grande exibição, domingo será dia de tentar o primeiro pódio na F-1. A Williams colocou seus dois carros no Q3, enquanto a McLaren ficou em dose dupla no Q1. Já o safety car competiu no Q1 e no Q2, mas não chegou ao Q3. Mais resumo sobre o treino aqui.
A corrida promete muito, a chuva já está reservada. Tem tudo para ser bem movimentada, no melhor estilo Interlagos. A largada? Amanhã, às 14h de Brasília, no horário de verão que nos tirará uma hora de sono.
Pesos dos carros em ordem crescente:
1°. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 650,5 kg
19°. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 650
5°. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 651,5
10°. Fernando Alonso (ESP/Renault), 652
2°. Mark Webber (AUS/Red Bull), 656
8°. Robert Kubica (POL/BMW), 656
3°. Adrian Sutil (ALE/Force India), 656,5
17°. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 656,5
7°. Nico Rosberg (ALE/Williams), 657
4°. Jarno Trulli (ITA/Toyota), 658,6
6°. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 659
18°. Lewis Hamilton (ING/McLaren), 661
9°. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 664
12°. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 671,5
11°. Kamui Kobayashi (JAP/Toyota), 671,6
14°. Jenson Button (ING/Brawn), 672
13°. Romain Grosjean (FRA/Renault), 677,2
15°. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 680
16°. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 683,5
20°. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), 683,5

Senna, Lucas di Grassi e Petrobrás

No mínimo curiosa a versão publicada pelo jornalista Fábio Seixas a respeito das negociações para o ano que vem.
Bruno Senna é praticamente garantido na equipe Campos, contando com a entrada da Petrobrás. Mas a petrolífera anda mais próxima e interessada na equipe Manor. Que por sua vez conversa com Lucas di Grassi.
O que significa que a Petrobrás pode ir para a Campos junto com o Bruno, ou que o Bruno vá para a Manor levado pela Petrobrás. A multinacional brasileira poderia também esquecer Senna e assegurar sua parceria com a Manor, ficando ao lado do Lucas di Grassi.
A Petrobrás já disse que seu acordo será com a equipe, não com o piloto. Mas reconheceu que a presença de um piloto brasileiro no time será um grande lucro.
Em princípio, sabemos que o nome Senna é mais lucrativo ainda. O nome Piquet também seria, não fosse o escândalo de Cingapura. Em todo caso, o Nelsão segue tentando colocar o filho na Campos, não podemos descartá-lo por enquanto.
O fato é que há jovens brasileiros de sobra para a Petrobrás aliar sua imagem em 2010.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Pais compram dores dos filhos em Interlagos

Em entrevista ao Sportv, o Rubão vinha fazendo comentários equilibrados sobre o fim de semama, considerando a força de McLaren e Red Bull no circuito brasileiro, que poderia dificultar a disputa pelo título. Chegou até mesmo a elogiar o rival de Rubinho, Jenson Button, mas não hesitou em soltar uma indireta para cima de um certo companheiro de equipe que Barrichello pegou pelo caminho:
"O Button é parceiro, não é como outros que já tivemos", disse.
Nelson Piquet está em Interlagos buscando abrir uma vaga para o Nelsinho. Em entrevista, repetiu muito daquilo que já ouvimos dele, mas agora em inglês. Com direito a frase apelativa do Briatore no instante em que convencia Nelsinho a bater.
"Briatore queria extender o contrato, mas eu não queria que Nelsinho guiasse mais pela Renault; já tinha arrumado uma vaga para ele na Toro Rosso com o Berger. Mas Nelsinho queria ficar na Renault em 2009 porque havia a chance de Alonso ir para a Ferrari.
"Briatore o convenceu que deveria fazer um teste. Com uma cláusula, porém, de que precisaria marcar pelo menos 40% dos pontos do Alonso até o meio do ano, do contrário o contrato seria terminado".
Sobre a batida: "Eles propuseram ao Nelsinho 3 horas antes da corrida. Desde o dia anterior, queriam que Nelsinho assinasse uma opção para 2009. Eu havia instruído a ele que não assinasse nada".
"O Briatore disse a ele: 'Como você pode correr na F-1 se é seu pai que decide tudo, ao invés de você? Mas se você quiser ajudar a equipe, você poderia fazer...'. Então Briatore saiu e Symonds lhe disse que aquilo poderia ser uma boa ideia. Nelsinho foi persuadido".
Mais uma vez, o "dinossauro" Nelson Piquet reafirmou a certeza de que o espanhol estava ciente: "Eles [Briatore e Symonds] pensaram em tudo. Ele [Alonso] sabia de tudo. Como você acha que Alonso conseguiria ganhar 15 posições depois de fazer o reabastecimento? Foi um plano perfeito".
Ao contrário do Massa, não tem comunicado que alivie suas sinceras declarações.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Bruno Senna pilota em Abu Dhabi

O vídeo que encontrei no excelente site Motorpasion Brasil exibe umas voltinhas de Bruno Senna no circuito de Abu Dhabi, que nos serve como apresentação para a mais nova pista da F-1.
O Tilke caprichou na arquitetura do autódromo, e a passagem de saída dos boxes é uma construção sem igual.
Já o traçado em si não é nada que não tenhamos visto partindo dele. Na verdade, há algumas passagens que achei bem parecidas com a pista de Xangai. As semelhanças não se restringem apenas a questões visuais; até mesmo aspectos técnicos, como a dimensão total, a largura, o tamanho da longa reta nos remetem ao outro autódromo erguido pelo alemão.
Mas não era de se esperar nada de novo, realmente. Se o Bernie lhe concede monopólio, seu estilo estará sempre ali, embutido a cada novidade que lançar. Tudo o que é repetitivo cansa; ou quase tudo, porque fazer dinheiro a todo custo e remar em busca dos petrodólares são atividades incansáveis para o Ecclestone.
Com isso, podemos esperar a chegada de um circuito plasticamente esplendoroso, mas sem muitos desafios aos pilotos. Pontos de ultrapassagens? Até existem alguns. Mas nada que torne o traçado de Abu Dhabi especial.
Ao que parece, não será desta vez que o arquiteto irá se superar. Istambul continua sendo a melhor obra de Hermann Tilke.

Rádio OnBoard - Edição Pré-Brasil

No ar a 60ª edição da Rádio OnBoard!
Com algum atraso, mas no ar. Além de mim e do Ron Groo, o programa contou com a participação especial do amigo Marcão, do GP Series. Falamos da chegada de mais um GP em Interlagos e todos os assuntos que o norteiam. O nosso quadro Histórias da F-1, desta vez voltado para corridas aqui no Brasil, fechou esta edição.
Neste fim de semana, o ROB ao vivo terá início às 10h da manhã do domingo, para comentarmos as expectativas do GP que pode decidir o título da temporada. Até lá.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ferrari muda discurso de Massa

No horário de almoço os jornalista alugavam Felipe Massa em Interlagos, que falou sobre a pista, a torcida pelo Rubinho, o difusor, a segurança nos monopostos, o fim do reabastecimento, o filho que está para nascer...
Mas parece que o assunto de Cingapura ninguém quer deixar morrer. Perguntado a respeito do envolvimento de seu novo companheiro naquela história, Felipe disse que "de todos esses caras [da Renault], o Alonso é o menor no problema". Eles persistiram no assunto, e o Massa deixou bem claro: "Ele sabia, sem dúvida. Ele sabia, lógico que sabia, tem que saber. Como não ia saber? Tenho certeza absoluta de que sabia".
Devolveram: "Você sabe o que te espera, então?", ao que Felipe respondeu: "Não, porque ele está vindo pra uma outra equipe, entendeu?".
Não custa lembrar que o brasileiro havia reclamado na época diretamente com o Briatore, alegando que esse tipo de coisa não se faz. Já declarou ao vivo na transmissão que sempre soube da armação. Assim como diversas outras pessoas do circo, por sinal, que apesar da certeza, não possuíam as provas que foram apresentadas 1 ano depois, após a denúncia do Nelsinho.
De volta a Interlagos, tivemos a curiosa reação da Ferrari durante a tarde. A assessoria divulgou um comunicado do piloto desmentindo tudo o que ele próprio havia dito há poucas horas:
"Tudo é fruto de sensação que tive, e não com base em elementos concretos. O Conselho Mundial da FIA decidiu que não há nenhuma prova envolvendo Alonso, e respeito essa decisão. Lógico que fiquei chateado com aquilo que surgiu em Cingapura mas agora é hora de virar definitivamente essa página e olhar para a frente. O episódio não afetará meu relacionamento com Fernando".
É evidente que a nota não representa a opinião do Massa. Ele conhece o meio em que vive, e falou o que falou porque poderia apostar que a FIA abafou a tão provável concordância do espanhol com a batida. E a Ferrari logo interviu para não começarem a criar burburinhos sobre conflitos internos desde já.
A parte mais verdadeira do comunicado é a que indica que o incidente não afetará o relacionamento entre os dois pilotos. Não será por isso que Felipe e Fernando deverão se preparar para um ano difícil. São motivos internos do presente, e não externos do passado, que induzem dois companheiros de equipe a se engalfinharem por seus interesses. Numa Ferrari mais latina do que nunca, tudo tende ao caos. Por outro lado, se o Domenicali mostrar capacidade de chefiar a escuderia em 2010, provará ser digno de um grande respeito que ainda não tem.

Rubens, Button e a velha matemática

Nos aproximamos de mais uma definição de título mundial. Como de costume, sempre rola aquela curiosidade de saber como estaria o campeonato se não tivesse dado a louca na FIA depois de 2002, quando resolveu mudar o sistema de pontuação conferindo mais importância à regularidade e tirando um pouco do brilho matemático da vitória. Lembrando que naquela época apenas os 6 primeiros pontuavam, na sequência 10-6-4-3-2-1.
Se meu algoritmo feito às pressas no horário de almoço não falhou, a situação do campeonato ficaria assim:
Jenson Button - 68
Sebastian Vettel - 56
Rubens Barrichello - 50
Button 12 pontos à frente de Sebastian e 18 acima de Barrichello, em 20 possíveis.
Pois é, nesse caso a vitória a mais que o Vettel tem sobre o Rubinho seria uma das ajudas extras na pontuação do alemão, que poderia assegurar o vice-campeonato já no Brasil. De volta ao modelo atual, temos na realidade:
Jenson Button - 85
Rubens Barrichello- 71
Sebastian Vettel - 69
Fica claro que o desafio de Barrichello nesse fim de campeonato será duro: enquanto tenta alcançar Button, Vettel segue ameaçando a segunda colocação na tabela. E a Red Bull já gritou para o Webber ajudar o alemão em tudo o que for possível.
Já as 6 vitórias do Button são, neste momento, pelo menos o dobro de vitórias que algum outro piloto tenha chegado a conquistar neste Mundial. Não que eu simpatize com as medalhas do tio Bernie, mas essa estatístisca torna a conquista do inglês mais do que justa. Pode ser um título meio sem sal, mas justo não deixaria de ser.
Me faz lembrar da discrepância da temporada 2003: Schumacher, com 6 vitórias, levou o caneco em cima de Raikkonen com uma única vitória. Por 3 pontinhos, mas levou. Justo.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

E o layout da Renault?

O layout da Renault anda devendo faz tempo. Isso porque a ING não economizou os recursos do cofre e exigiu a miscelânea na carenagem do time francês. Como o banco bateu em retirada, a escuderia está livre para se desfazer do laranja. Mais do que livre: é extremamente positivo tirar a pintura com a qual o Nelsinho espancou o muro de Cingapura. Está na hora de dar uma remodelada geral no visual.
Há quem cogite mudança de layout já neste restante de temporada. Seja agora ou no próximo ano, o fato é que o layout está para mudar.
Façamos uma enquete rápida, então:
Se possível, gostaria de rever a Renault com o look do bicampeonato, banhada pelo harmonioso azul da Mild Seven?
...Ou prefere a distinta pintura clássica do RS01, com o preto e amarelo dos longínquos anos 70?

Massa e a bandeirada em Interlagos

O aproveitamento de Felipe na pista de casa é impressionante. Contando desde que chegou à Ferrari, teve a oportunidade de disputar 3 GPs do Brasil. Largou da pole em todos eles, e só não tem 100% de aproveitamento de vitória porque entregou o 1º lugar a Raikkonen em 2007 para que o finlandês levasse o título de pilotos.
O retrospecto do Massa em Interlagos nesse mesmo intervalo só não é melhor que os feitos na Turquia: 3 poles e 3 vitórias nos mesmos 3 anos. Em 2009, porém, passou longe de seu padrão em Istambul, largando em 7º e chegando em 6º. Pena ser obrigado a se abster da etapa brasileira neste ano.
Ainda assim, ele manterá alguma relação com a vitória: agitará a bandeira quadriculada ao final das 71 voltas. Isso se a prova não for encerrada no tempo, o que não deixa de ser possível, principalmente em se tratando de Interlagos. A previsão indica possibilidades de chuva para o fim de semana, e foi justamente a chuva que determinou um final de campeonato dos mais emocionantes em 2008, quando Massa experimentou o gostinho de ser campeão, até receber a notícia de que Hamilton deixou Glock para trás na curva final da temporada.
Ironicamente, Felipe pode dar a bandeirada do título para um outro inglês, que bateria um outro brasileiro em seu quintal.
É bom que se diga que o carro da Brawn não é um dos mais favorecidos sob queda d'água. O que pode beneficiar Button, uma vez que existe a necessidade de Rubens Barrichello pontuar a partir do 4º lugar.
O Brasil está há três temporadas consecutivas definindo o título da F-1, um para cada piloto diferente: Alonso, Raikkonen e Hamilton. Mesmo não sendo a última do calendário, Interlagos pode seguir fazendo fila, dando a Button a conquista que ele poderia ter assegurado há muito tempo. Parece até que esperou para obter aqui...
A Rubens cabe brigar contra o improvável. E o improvável desta vez não se compara a 2007, quando o favorito era um verdadeiro novato. Jenson, além da vasta experiência que possui, vem treinando a sua paciência corrida após corrida, evitando o menor dos riscos.
Mais um GP do Brasil bate à nossa porta para fazer história. Pena que a história atual não pareça tão interessante quanto aquelas que foram contadas nos anos anteriores.