sábado, 30 de outubro de 2010

Apenas um brasileiro em 2011?



ANDERSON NASCIMENTO



As coisas não andam muito bem para os pilotos brasileiros no final dessa temporada. Nenhum deles fazem um campeonato brilhante, talvez seja Rubens Barrichello o que mais tem trazido resultados que satisfazem as expectativas da equipe e de muitos torcedores. Por conta disso, três dos quatro pilotos nascidos aqui que disputam a Fórmula 1 correm riscos de não participarem da temporada 2011.



Felipe Massa é o único com lugar garantido em 2011. O brasileiro permanecerá na Ferrari e quer dar a volta por cima, já que neste ano fez um campeonato cheio de dramas e dificuldades. No entanto, será complicado esperar algo como um título para Massa caso Fernando Alonso se torne o campeão da atual temporada.

Com Rubens Barrichello e a Williams parecia estar tudo acertado. Bastaria um pouco mais de tempo, como ambos os lados afirmavam, para que o contrato fosse renovado. Porém, apareceu Pastor Maldonado com sua carteira cheia e disposta a ficar vazia para conseguir correr no time de Frank Williams. Com isso, ficou difícil afirmar se os dirigentes da equipe de Grove preferirão contar para o próximo ano com a experiência de Barrichello ou com o talento crescente de Nico Hulkenberg.

Do lado de Lucas di Grassi, as coisas estão bem piores. Dificilmente o piloto permanecerá na Virgin, equipe do poderoso Richard Branson, visto que Jérôme D'Ambrosio está praticamente confirmado como companheiro de Timo Glock. A única oportunidade restante para di Grassi, devido às poucas vagas a serem fechadas nas demais equipes, é a de trazer muito patrocínio e dinheiro para competir com o piloto belga comandado por Eric Boullier.



Já Bruno Senna diz ter conversas com algumas equipes, dentre elas a Lotus e a sua atual escuderia, a Hispania. Não será fácil para Senna ganhar o lugar pertencente a Jarno Trulli na equipe malaia. Talvez se a possibilidade do italiano guiar nos Estados Unidos se concretize, o brasileiro possa ter chances mais reais, mas do contrário essa conquista será difícil de ser alcançada. O que torna a situação de Senna ainda mais difícil, a exemplo de Lucas e Rubens, é a concorrência. Seu lugar na Hispania é visto por alguns pilotos como a oportunidade de ingressar na Fórmula 1 e poder começar uma carreira na categoria.

É claro e notável que as dificuldades dos brasileiros de permanecerem na Fórmula 1 é reflexo do pouco incentivo e da pouca seriedade que se dá aqui mesmo no Brasil ao esporte a motor. Se no ano que vem tivermos apenas um piloto nos representando na principal categoria mundial não se assuste, nós colhemos o que plantamos.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

De volta a parceria Lotus-Senna?



ANDERSON NASCIMENTO



Parece que a maré de azar de Bruno Senna está com os dias contados. Depois de estrear na Fórmula 1 à bordo de um carro cheio de defeitos e dificuldades, e em uma equipe com poucas condições financeiras, o piloto brasileiro pode estar indo para a escuderia novata que mais vem trabalhando para dar certo desde o início da temporada.



Foi divulgada por um site brasileiro a notícia de que Senna estaria negociando um lugar na Lotus, no lugar do veterano Jarno Trulli. Bastaria um patrocinador para que o acordo entre ambas as partes fosse fechado e assim reedita-se a parceria Lotus-Senna que começava há 25 anos atrás. E a procura por ele é intensa entre os empresários do piloto.

Desse modo, Bruno poderia enfim começar de verdade uma carreira promissora na categoria mais importante do automobilismo mundial, já que a Lotus terá para 2011 motores Renault, que são mais potentes e velozes do que os Cosworth e suporte da Red Bull para alguns sistemas mecânicos e hidráulicos, além de já contar com um forte aparato financeiro. E o inglês Mike Gascoyne, diretor-técnico da equipe malaia, é prova do otimismo vivido dentro do time:
O anúncio de que chegamos a um acordo de vários anos com a RBR para o fornecimento de câmbios e sistemas hidráulicos a partir de 2011 é um grande passo à frente para nós, tanto na engenharia quanto nas nossas ambições para o futuro. Este pacote tem uma importância grande no desempenho do carro, não apenas na pista, mas no projeto e nos pacotes aerodinâmicos. O fim dos difusores duplos aproximará o desenho da parte traseira dos carros e o contrato deverá ajudar no projeto para a próxima temporada.

Na Hispania, o brasileiro realizou 16 corridas sendo que seu melhor resultado foi apenas um 14º lugar e ficou de fora do GP da Inglaterra, o qual precisou ceder seu bólido para o japonês Sakon Yamamoto, devido à problemas financeiros da equipe. Com certeza, o desempenho tanto da equipe espanhola, quanto do piloto brasileiro, foram muito abaixo do esperado neste ano de estreia.

Além dessa possibilidade, Senna também pode estar negociando sua estadia para mais um ano na Hispania, ou ainda estar buscando uma vaga em alguma escuderia que esteja com sua dupla de pilotos em aberto. Porém, a chance mais realista para o brasileiro é a equipe de Tony Fernandes, que mesmo não sendo uma forte e grande equipe, pode lhe proporcionar a oportunidade de mostrar às grandes e ao mundo o talento que herdou de seu tio.

Rádio OnBoard - Edição de Yeongam



FELIPE MACIEL



No ar a edição número 98 da Rádio OnBoard!

Ron Groo esteve ao meu lado contando as impressões da corrida que provocou a reviravolta a favor de Fernando Alonso na briga pelo campeonato. Os destaques positivos e negativos da primeira corrida da F-1 em solo coreano você confere no link abaixo:


Clique para ouvirClique para baixar



A rádio retorna em breve, na véspera do Grande Prêmio do Brasil comentando as expectativas para uma prova que sempre promete. Até lá.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O dia para esquecer e a suspeita sobre Webber



FÁBIO ANDRADE


O domingo foi de fato um dia para a equipe Red Bull esquecer. Zerada nos pontos e com os dois pilotos estacionados na classificação, o time ainda teve de contemplar a vitória e a ressureição de Fernando Alonso. Numa incrível maré de zica, mais uma vez o melhor carro não conquistou o melhor resultado, como o vídeo abaixo ilustra:




Três coisas ficam muito evidentes: 1) a cara de Adrian Newey revela o grau de decepção com a perda uma vitória que era certa. O projetista pareceu não acreditar que sua joia deixou Vettel de novo parado antes da bandeirada. O abandono é ainda mais cruel, dirão alguns, porque veio justamente quando Webber já havia abandonado. Para muitos, era o momento em que a Red Bull poderia enfim apoiar unicamente o alemãozinho.


2) Dessa vez, Vettel não pode ser responsabilizado por não completar a prova. O menino fazia uma corrida irrepreensível, veloz durante toda a prova, não cometeu um erro, mesmo com as condições adversas e traiçoeiras da encharcada pista de Yeongam. Correu "como um campeão", como se diz quando um piloto apresenta um desempenho sólido e sem erros. Para ser um campeão, no entanto, o menino precisa repetir os grandes desempenhos no Brasil e em Abu Dhabi, e torcer para que Alonso e Webber estejam afastados do pódio.


3) Mark Webber, esse sim, saiu da prova por sua própria culpa. Talvez tenha abusado da confiança ao abrir demais a tangência da curva e ir para além da zebra. Perdeu o controle, atravessou a pista, bateu, voltou a cruzar em diagonal pelo traçado e foi atingido por Nico Rosberg. Seu último ato no GP da Coreia do Sul fez com que o ex-piloto Gerhard Berger levantasse uma hipótese perturbadora sobre o zigue-zague do australiano na corrida de domingo.


Em entrevista à tv austríaca, Berger insinuou que o retorno de Webber à pista depois da batida foi intencional e teve como objetivo tirar Fernando Alonso ou Lewis Hamilton da corrida. O ex-companheiro de Ayrton Senna na McLaren afirmou que o australiano "poderia ter freado e parado no muro. Ele tirou Rosberg, mas acho que ele preferiria acertar Alonso ou Hamilton [rivais diretos de Webber na briga pelo mundial]. No momento [da batida] várias coisas passam pela sua cabeça e ficou evidente, você vê que as rodas [de Webber] não estavam travadas. Talvez ele tivesse algo nos freios, mas não era o que parecia".


Nico Rosberg também reclamou: "Não entendi porque Webber freou. Foi loucura voltar à pista daquela maneira" - disse o piloto da Mercedes.


A alegação de Berger provavelmente é baseada nas mesmas imagens que o mundo inteiro viu pela televisão. Não chega a ser leviana, mas carece de comprovação. Além disso, as mesmas imagens de tv mostram que depois de bater, Webber ficou com o carro empenado, com a roda dianteira direita sem contato com o solo. Também o pneu traseiro esquerdo provavelmente deve ter sofrido alguma avaria depois do toque contra o muro, o que dificultaria a frenagem do carro, sobretudo em pista molhada. Para saber se Webber pressionava ou não o freio, o gráfico de "throttle/brake" daria uma resposta definitiva.


Já as imagens da câmera onboard mostram um Webber curiosamente lerdo na reação ao acidente. A partir de 01:12, no vídeo postado alguns parágrafos acima, podemos ver o replay da batida na onboard instalada no carro do australiano. O que se vê são os instantes imediatamente anteriores à batida e o modo como o piloto se portou. O momento do choque contra o muro está exatamente em 01:20. Na iminência da pancada, Webber solta o volante, num ato reflexo de segurança para o qual os pilotos são quase adestrados. No momento da batida, o volante se move para a direita impulsionado pelo choque da roda dianteira esquerda contra o muro. Isso leva o carro a retornar para a pista da esquerda para a direita sob o ponto de vista da câmera onboard.


O que torna esse retorno suspeito é o fato de Webber ter posto as duas mãos no volante depois do choque e não ter tentado corrigir a trajetória para manter o carro no mesmo canto do muro. Entre 01:21 e 01:23, o piloto teve condições de tentar impedir o carro de atravessar novamente a pista, mas não se nota nem um esboço de movimento dos braços de Webber com esse objetivo. Claro, foram apenas dois segundos e nós que estamos de fora dificilmente passamos por uma situação dessas, portanto, não sabemos qual é o modo usual de reagir nos instantes imediatamente posteriores a uma batida. Mas, a priori, as imagens sugerem que Webber não se esforçou para evitar um provável segundo choque contra algum carro que passasse naquele momento pela pista, a menos que algum defeito consequente da batida tenha travado a direção do RB6 do australiano.


Se houve algum interesse escuso ou se a sucessão de acontecimentos foi um mero acaso, só o próprio Mark Webber é quem pode dizer, isso se ele estiver interessado em dizer. As circunstâncias em que tudo aconteceu são bem particulares, logo, é bastante difícil  julgar Webber por acertos ou erros cometidos em frações de tempo irrisórias. No entanto, as imagens acima dão margem a uma infinidade de interpretações.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

É hora de priorizar



ANDERSON NASCIMENTO



"Ainda é muito cedo", pregou o chefe da Red Bull, Christian Horner, sobre se o time taurino dará prioridade ao piloto australiano e o segundo mais bem colocado na tabela de classificação Mark Webber.

Porém, após perder a liderança do campeonato para Fernando Alonso neste fim de semana, a Red Bull, que antes não se imaginava priorizando um de seus pilotos, agora já acena com tal possibilidade. De caça, a equipe austríaca passou a ser caçadora.

É muito importante ressaltar que Sebastian Vettel já não depende mais de suas próprias forças para conquistar o título da Fórmula 1 pela primeira vez em sua curta carreira. Por outro lado, basta Mark Webber vencer as duas etapas restantes que derruba a desvantagem de 11 pontos para Alonso e sai de Abu Dhabi como o novo campeão da categoria.



Assim sendo, escolher o australiano como arma principal para a conquista do caneco parece ser o caminho mais sensato para enfrentar um Alonso motivadíssimo e embalado por várias vitórias e uma constante regularidade desde o GP da Alemanha.

Sebastian Vettel é um jovem que terá várias outras oportunidades mais reais do que essa de vencer a Fórmula 1, no entanto, nesta temporada ele, por várias vezes, abusou dos erros e deixou escapar a chance de estar em uma posição mais confortável na tabela. Assim, torna-se uma tarefa bem mais complicada apostar as fichas no alemão.

A Ferrari já há tempos escolheu sua arma para atirar nos rivais e a Mclaren se juntou-se a ela. Agora só faltam os azuis decidirem se lutarão com um canguru aborrecido e um jovenzinho apressado ou se atirarão apenas com uma australiana de alto calibre. É esperar para ver.

Feliz aniversário, Bernie Ecclestone!



FELIPE MACIEL


Presentinho para este jovem que completará 20 anos pela quarta vez...

Ecclestone, 80 anos


Via SpeedBlog

Dupla de equipe: GP da Coreia

Abandonos da Red Bull


Não poderiam ter acontecido em momento pior. Hora de definição do campeonato e Alonso crescendo na briga. Terrível.

Webber errou sozinho. Acontece, mas pra quem cometeu pouquíssimos erros durante o ano esse, definitivamente, não era o momento. Agora ficou no mano a mano com Alonso, porque não creio que a McLaren vá fazer frente. E entre Alonso e Webber, nem preciso dizer quem eu acho melhor piloto.

Vettel deu azar. Ninguém pode acusá-lo de ter feito algo errado. Como quebra esse RB6, hein? Terá de ter uma estrela ainda maior do que a que Raikkonen teve em 2007 para ser campeão.

Fábio Andrade



Esse estigma de piloto regular do Mark Webber é um tanto curioso. Afinal de contas, os erros do Vettel não lhe tiraram da briga pelo título, pelo contrário, ele só está em maus lençóis por conta das quebras da Red Bull que sismam em ocorrer somente com ele. E, convenhamos, quebrar motor em corrida chuvosa é demais, não?

Só a Austrália e a Coreia marcaram uma perda de merecidíssimos 50 pontos para o alemão, recordista de poles da atual temporada, que enfrenta todas as dificuldades imagináveis de convertê-las em vitórias.

O GP da Coreia teve flashes de deja vu. O Webber resolveu errar no momento decisivo do Mundial e me fez lembrar do Alonso batendo sozinho em Fuji-2007. Já o Vettel deu uma de Schumacher em Suzuka-2006, quando ia assumir a liderança do campeonato até o motor esfumaçar. Desconfio que não será dessa vez que Adrian Newey voltará a comemorar um título.

Felipe Maciel



Fernando Alonso


Não foi brilhante, não fez uma ultrapassagem digna de nota, apenas se manteve na pista. As vezes isso basta.

Alonso vai para as duas últimas muito fortalecido psicologicamente. A Ferrari tem um histórico muito bom em Interlagos, então é bom ficar de olho. Mas duvido que ganhe em São Paulo. Creio que o título vá ser decidido na insossa Abundabe.

Fábio Andrade



Quem tem sorte como esse aí não precisa nem de pit stop bem feito. Alonso abriu caminho com a força do pensamento e levou a melhor. Se Webber vencer as duas ficará com o título, e isso nem é tão improvável assim, já que Vettel não tem muito o que fazer no campeonato a não ser se render à realidade de servir ao seu companheiro. Na Ferrari, Massa não ajuda muito ao Alonso, mas em Interlagos costuma ser um piloto mais forte.

A briga deve ficar entre Webber e Alonso, com vantagem de 11 pontos para o espanhol. Que arrancada do bicampeão nessa segunda metade do ano, não? Parece que o favoritismo mudou de mão radicalmente.

Felipe Maciel



Jenson Button


Para muitos o Button vem confirmando que numa disputa de igual para igual numa situação menos desequilibrada do que a de 2009 ele não tem vez. Pode ser, mas acho que a estratégia da McLaren hoje não foi pensada de forma errada. A equipe tinha que ousar de alguma forma e ele foi o primeiro a trocar os pneus (o primeiro ou um dos, a memória falha). Algo que destruiu a corrida dele foi ter voltado no tráfego e não resolver as ultrapassagens rapidamente.

Ficou 42 pontos atrás do Alonso. Praticamente fora da briga.

Fábio Andrade



Ele adora arriscar uma estratégia diferente... Já acertou a mão algumas vezes nesse ano, conseguindo inclusive abocanhar a vitória. Mas na Coreia não deu certo. Não sei se foi erro de cálculo da McLaren ou algum tipo de falha nos boxes, mas ele não poderia ter retornado atrás daquele pelotão. Jogou a corrida inteira fora...

A propósito, as chances de título do Button são praticamente nulas. Não tem como evitar dizer o "eu já sabia". Estava na cara que seria o primeiro dos 5 a ficar de fora. Mas não foi uma temporada ruim do Jenson; teve momentos muito respeitáveis nesta sua chegada à McLaren.

Felipe Maciel



Acidentes diversos


O crash do Rosberg com o Webber assustou. Quase batem de frente. Soube depois da corrida que Buemi foi punido por abalroar o Glock. Esse também foi forte.

Mas o que mais impressionou foi o do Petrov. Rodou sozinho. Déjà vu: faz muita força para não estar no grid em 2011.

Fábio Andrade



Um verdadeiro show de rodadas e batidas! Se tivesse um safety car para cada uma delas, não teria jeito de terminar a prova no tempo normal. Mas se as escorregadas e os erros já aconteciam com pista seca, que dirá com chuva... Destaque para o pancão do recorrente Vitaly Petrov, mais um que ensaia os passos de Nelsinho e Grosjean. Essa Renault não retém nenhum novato!

Felipe Maciel



Adrian Sutil


Ficou parecendo que Sutil e Liuzzi trocaram de capacete. O Sutil, normalmente um piloto muito elogiado, andou fazendo besteira como nunca. Perdi as contas de quantas confusões ele meteu.

Mas só erra quem tenta. Recomendo que ele tenha aulas com #KobaMito.

Fábio Andrade



Foi desesperador e revoltante assistir a essa corrida do Sutil! O que esse maluco andou inalando antes da largada? Ele não deveria ser punido por bater em Kobayashi mas sim levar uma sanção exemplar por tentar bater em todo o restante do grid. Não me lembro de ter visto um piloto provocar tantos choques num só GP.

Depois do show de horrores, vem a revelação de que enfrentou problemas de freios na maior parte do tempo. Ora, se passava por tais problemas, como poderia arriscar tanto e colocar tanto piloto em risco? Estava na cara que não terminaria a prova, o Kobayashi foi só a última de suas vítimas. Imagino que seja a pior exibição do Sutil desde que quando ele se entende como piloto.

Felipe Maciel



Organização do GP


A crítica é fácil, até já fiz no meu post. O bom é saber que (teoricamente) tudo estará resolvido em 2011.

De toda forma, acho legal procurar o lado engraçado, inusitado disso tudo. ver os carros parecendo ônibus rodoviários chegando do interior em dia de chuva, todos enlamaçados foi inédito, ao menos para mim. Mas insisto em pensar que se isso acontecesse aqui em Interlagos a reclamação seria absurda. Podem falar que é complexo de vira-latas.

Fábio Andrade



Forçação de barra é o termo correto e muito bem empregado. O Ecclestone quis pagar o preço de outro risco há algum tempo e viu o GP da Malásia de 2009 ser finalizado antecipadamente por falta de visibilidade. Graças à ganância do poderoso chefão, os pontos foram computados pela metade na ocasião. Não era culpa da natureza, era falha administrativa.

Aqui na Coreia o lance foi outro: o asfalto recém nascido jamais recebeu uma corrida de verdade antes de a F-1 pôr seus pés lá. A lateral da pista tinha lama suficiente para os pilotos levarem quilos e mais quilos de sujeira para o traçado. A drenagem dispensa comentários.

Se teve corrida foi por uma mera questão de sorte. As equipes poderiam ter levado tudo para a Coreia e não ter conseguido correr. Mas a organização do GP não precisou dormir com essa culpa. Menos mal. O que a Fórmula 1 precisa é parar de correr riscos loucos como esses. O modo como as coisas vem sendo geridas ultimamente não estão agradando. Mas tudo pelo dinheiro, claro...

Felipe Maciel

domingo, 24 de outubro de 2010

As chances de Alonso em Interlagos



FÁBIO ANDRADE


Fernando Alonso é o único piloto que já pode sair da próxima corrida, o GP do Brasil, campeão. Porém, para que o espanhol possa conquistar seu tricampeonato na penúltima corrida do ano, em Interlagos, algumas combinações de resultados precisam acontecer.




Para que Alonso saia de São Paulo com o tricampeonato são necessárias as seguintes combinações:


Em caso de vitória de Alonso, Mark Webber precisa chegar em quinto ou em posição pior. Desse modo, Alonso vai a 256 pontos, abrindo uma margem de 26 sobre Webber, que ficaria com 230 pontos ou menos. Alonso já não poderia ser alcançado por Webber e por nenhum piloto.


Caso Alonso chegue em segundo e vá a 249 pontos, Vettel não pode vencer. Se o alemãozinho conquistar 25 pontos no Brasil ele chega em 231 e impede matematicamente que Alonso comemore em São Paulo. Hamilton tem que chegar em quarto ou em posição pior, indo no máximo a 222. Webber tem que cruzar a meta em nono ou em pior posição, ficando, no máximo, nos mesmos 222 pontos de Hamilton. Caso o canguru chegue em oitavo ou posição melhor, a disputa segue matematicamente aberta.


Se o espanhol terminar a prova brasileira em terceiro atingirá 246 pontos. Vettel precisaria completar em segundo ou em primeiro para adiar as chances matemáticas de Alonso. Hamilton tem que terminar em quinto ou em posição pior somando, no máximo, 220. Webber não pode pontuar.


Caso Alonso termine em quarto ou em pior posição, o campeonato continua matematicamente indefinido até a última corrida em Abu Dhabi.


Portanto, as chances de Alonso já sair de Interlagos campeão existem, mas não são fáceis. É inusitado imaginar que a Red Bull não será forte o bastante para terminar no pódio na etapa brasileira do mundial.

Red Bull abandona; Alonso vence na Coreia e lidera o mundial



FÁBIO ANDRADE


Duas horas, 48 minutos e 20 segundos. Talvez, para muitos dos brasileiros que acompanharam a corrida, as horas de sono nessa madrugada tenham durado menos do que a corrida. Uma verdadeira maratona botou à prova a paciência de muitos e provavelmente custou a saúde fisiológica de outros tantos. Em função da chuva, a corrida ficou mais de uma hora entre as bandeiras amarelas e vermelhas. Não foi só a paciência do espectador que foi testada. A própria Fórmula-1 esteve perto de protagonizar um vexame histórico.


Mesmo que a estrutura comercial da categoria tenha obrigado todos a passar muito tempo vendo carros parados ou atrás do Safety Car, houve uma corrida disputada em Yeongam. Nela, a Red Bull tinha tudo para fazer mais uma dobradinha e vir para o Brasil talvez em condições de discutir o título somente entre seus pilotos em Interlagos. O que aconteceu, no entanto, foi o exato oposto. Nem Sebastian Vettel nem Mark Webber completaram a corrida, que foi vencida por Fernando Alonso. O espanhol saiu da Coreia na ponta da tabela e, dependendo de uma combinação de resultados, pode ser campeão em São Paulo no próximo dia 7 de novembro.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="Alonso cruza em primeiro e equipe Ferrari festeja"]Alonso cruza em primeiro e equipe Ferrari festeja[/caption]
Yeongam, Suzuka de novo

O GP do Japão, há 15 dias, deixou a sensação de que chuva e Fórmula-1 estão se tornando cada vez mais inimigas. Talvez sim, mas depende muito do circuito. Suzuka, por natureza, já é uma pista que lida com algumas ressalvas no que diz respeito à segurança dos pilotos em alguns pontos do traçado. Isso somado ao dilúvio que se abateu sobre a pista japonesa no último dia 10 tornava impossível a pilotagem em linha reta. A decisão de adiar os treinos até pode ser considerada acertada, ainda que sobrem críticas quanto ao teatro encenado para o mundo sobre a retomada da classificação da corrida nipônica.


Em Yeongam a chuva veio no domingo. E forte. Adiar a largada por 10 minutos e partir atrás do Safety Car é chato, mas seria romantismo esperar por algo diferente da parte da direção de prova. Até aí tudo bem. O GP da Coreia começou a virar um grande mico quando a bandeira vermelha foi anunciada, depois de três voltas com os carros limitados pelo Safety Car.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="Longa espera: corrida ficou paralisada durante quase uma hora"]Longa espera: corrida ficou paralisada durante quase uma hora[/caption]

A novela de Sepang no ano passado foi ressucitada. Depois de quase uma hora de pilotos entediados e espectadores cochilando, o Race Control anunciou a relargada para às 16:05 locais, mas a chuva continuava. Relargada, claro, atrás do carro-madrinha.


Seguiram-se cerca de 30 minutos de voltas atrás do Safety Car. E aí a coisa começou a ficar ridícula. A chuva diminuiu muito, ao ponto de Lewis Hamilton falar em pneus intermediários. Ou seja, já não havia necessidade de impedir a corrida de começar pra valer por tanto tempo. Acontece que o temor era o baixíssimo nível de aderência de um asfalto assentado há cerca de duas semanas. A excessiva precaução da direção de prova foi uma consequência do improviso que cercou a realização do primeiro gp coreano.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="O Safety Car liderou o pelotão por quase 20 voltas"]O Safety Car liderou o pelotão por quase 20 voltas[/caption]

Felizmente parou de chover e a corrida pôde acontecer. Mas e se não parasse? A prova, uma das que decidem o mundial, seria cancelada? E a F-1, que vai cada vez mais ao oriente com o pretenso objetivo de conquistar público, o que iria dizer aos coreanos? Pior, que público ficaria estimulado a voltar no ano que vem se a primeira prova fosse um fiasco? Perguntas que deviam ser dirigidas a Bernie Ecclestone.



Quando a chuva passar

Uma hora de 40 minutos depois da hora prevista, finalmente o GP da Coreia começou pra valer, sem o Safety Car impedindo os pilotos de acelerar. Vettel e Webber seguiam na ponta, o primeiro abrindo vantagem com desconcertante facilidade. Nico Rosberg pulou para o quarto lugar depois de ultrapassar Hamilton, aquele que estava doidinho para que a corrida recomeçasse logo.


Só que a chuva abre mais espaço para o erro. E justamente o piloto mais elogiado em 2010 pelos poucos erros que cometeu errou na hora mais imprópria. Mark Webber pisou mais do que devia na zebra. Apesar de ser num trecho de baixa velocidade, o australiano rodou e bateu no muro. Ainda teve impulso para novamente cruzar a pista, desgovernado, e ser acertado por Nico Rosberg. Fim de corrida para ambos. Webber, naquele momento, entregava a liderança do mundial para Vettel.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="F-1 ou Rally? Carro de Webber depois do abandono do australiano"]F-1 ou Rally? Carro de Webber depois do abandono do australiano[/caption]

O Safety Car voltou, nessa em algumas outras oportunidades, como quando Sebastien Buemi perdeu o controle na freada da grande reta e bateu em Timo Glock. Mas aí, a chuva já havia diminuído muito, e muitos pilotos começavam a apostar nos pneus intermediários. Jenson Button foi o primeiro deles. A aposta poderia ter dado certo, como deu em Melbourne e Xangai, mas dessa vez o campeão voltou atrás de vários carros mais lentos. Sem conseguir negociar as ultrapassagens com rapidez, Button teve a corrida arruinada. Ficou fora dos pontos e deu o adeus definitivo à disputa pelo bi.


Em seguida, os líderes foram aos boxes calçar os pneus intermediários. A pista secava e os pneus de chuva extrema já estavam inadequados. Vettel manteve a posição depois da parada, Mas Alonso, que vinha em segundo, perdeu o lugar para Hamilton devido a um problema na fixação da roda dianteira direita. Dos males o menor: o espanhol recuperou o segundo lugar na volta seguinte, quando Hamilton escapou na freada da Curva 1.


Seguiram-se voltas de pouco movimento. Com o resultado de momento, Vettel ia a 231 pontos, tornando-se líder do campeonato, a duas corridas do fim. Alonso mantinha-se em segundo lugar na classificação geral, mas muito mais próximo, com 224 pontos, deixando Webber em terceiro com 220. Se terminasse assim Vettel poderia, talvez, finalmente contar com a preferência do time para as duas últimas etapas do mundial.


Pouco depois da volta 40 esse sonho do menino Vettel derreteu na chuva da Coreia. Primeiro o alemãozinho falou com a equipe sobre um problema de freio, tal como aconteceu em Melbourne e Barcelona. Alonso se aproximou rapidamente e concluiu a ultrapassagem sobre o piloto da Red Bull. Na reta seguinte o motor Renault de Vettel enfumaçou, deixando mais uma vez na mão o garoto que tenta, mas não consegue emendar uma boa sequência de vitórias.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="Fumaceira: motor Renault provoca abandono de Vettel"]Fumaceira: motor Renault provoca abandono de Vettel[/caption]

A quebra do RB6 em Yeongam expõe o carro às velhas críticas sobre confiabilidade. O circuito coreano não é um dos que mais exigem do motor. Apesar de possuir a segunda maior reta do calendário, a pista apresenta pouco mais de 50% de volta em aceleração plena. Além disso estava chovendo, e nessas condições o motor é ainda menos exigido.



Quando a noite chegar

O horário original do GP da Coreia era às 15hs locais. Com a chuva e todo o imbróglio que se seguiu, já eram quase 6 da tarde na Coreia quando a corrida começou a chegar perto do final e a luz do Sol ameaçava se despedir. Na ponta, Fernando Alonso desfilava mais uma vez sua sorte. O espanhol, afinal, não fez uma corrida brilhante, não fez ultrapassagens cinematográficas, mas quem o fez em Yeongam? As vezes permanecer na pista é o bastante.




[caption id="" align="aligncenter" width="498" caption="Alonso comemora vitória no pódio noturno da Coreia"]Alonso comemora vitória no pódio noturno da Coreia[/caption]

Com a vitória, Alonso lidera o mundial com 231 pontos. Webber cai para o segundo lugar na classificação geral, estacionado nos 220. Hamilton, que chegou em segundo na Coreia, avançou para o terceiro lugar na classificação geral com 210. Vettel manteve os 206 mas caiu para o quarto lugar e Button, já muito distante do líder, manteve-se em quinto com 189 pontos.



Grande Prêmio da Coreia do Sul, resultado após 55 voltas:

sábado, 23 de outubro de 2010

Red Bull domina primeira fila na Coreia do Sul



FÁBIO ANDRADE


Todos apontavam a Red Bull como favorita para a pole no GP da Coreia do Sul. No estreante circuito de Yeongam, a equipe austríaca fez o que se esperava e dominou a primeira fila. Logo atrás dos taurinos larga Fernando Alonso, da Ferrari, que era o pole position até Mark Webber e Sebastian Vettel - o pole de fato - terminarem suas voltas.




[caption id="" align="aligncenter" width="500" caption="Vettel conquistou sua nona pole em 2010"]Vettel conquistou sua nona pole em 2010[/caption]

O circuito de Yeongam foi, finalmente, inaugurado em uma atividade oficial para a Fórmula-1. A apreensão que dominou o noticiário da categoria nos últimos meses se dissipou. O asfalto resistiu aos carros, apesar de alguns bumps, o que não é o maior dos dramas. Apesar da aparência de canteiro de obras, a pista da Coreia não parece sofrer de grandes males. Para os padrões Tilke, Yeongam oferece um relativo ar de novidade, com algumas curvas que parecem ter tangências não tão óbvias. Contrariando a moda Tilke no jeito de vestir os autódromos, a pista possui alguns muros bem próximos do traçado. O concreto, porém, chegou antes de existir uma cidade para justificar sua existência.



Yeongam: as primeiras impressões

A primeira imagem que chamou atenção na transmissão televisiva dos treinos da Coreia foi a saída dos boxes. Parece ser nesse nicho da pista que o projetista alemão Hermann Tilke mais gosta de ousar. Em Abu Dhabi a saída do pit lane é constituída por um túnel. Em Yeongam a linha branca que delimita o espaço a ser percorrido por quem sai dos pits termina num cotovelo.


Durante a classificação, a cada escapada que os pilotos davam na pista, aparecia uma outra característica que deve marcar esse primeiro gp coreano: a poeira no traçado. Como se trata de um autódromo muito recém-inaugurado, a pista ainda se encontra muito suja. Pesa ainda o fato de os pilotos, a cada saída de pista, levantarem a terra das áreas que margeiam a pista e trazerem esses detritos para o traçado.



Hamilton e Alonso ameaçam, mas Red Bull continua líder

No treino em si, Lewis Hamilton e Fernando Alonso chegaram a ameaçar o domínio dos Red Bull. O britânico foi o mais rápido do Q1 e o espanhol tinha a pole até poucos instantes antes do fim do treino. Mark Webber fez a volta mais veloz do Q2, mas nem mesmo o líder do campeonato conseguiu barrar Sebastian Vettel, que cravou a segunda pole consecutiva no oriente.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Alonso conquistou o 3º lugar no grid"]Alonso conquistou o 3º lugar no grid[/caption]

O alemão conquistou a posição de honra com o tempo de 1min35s585. Vettel foi apenas 74 milésimos de segundo melhor do que Webber na sinuosa pista da Yeongam. Era justamente por causa das muitas curvas em zigue-zague do traçado que a Red Bull era apontada como favorita, mas na Coreia não se viu o que aconteceu em Hungaroring, por exemplo, quando a equipe austríaca pôs quase um segundo sobre as rivais. A liderança de Vettel e Webber é observada de perto por Alonso que, na verdade, era o pole com a excelente volta de 1min35s766 até muito perto do fim. Vettel e Webber só pularam na frente na última volta rápida do trieno.


Os três primeiros colocados no grid são os três mais bem posicionados na tabela. No quarto lugar larga Hamilton, que parte para o tudo ou nada amanhã. O GP da Coreia do Sul é, muito provavelmente, a última chance de o britânico continuar na briga pelo título. Dos que ainda têm chances de conquistar a taça, Jenson Button é o que se encontra em pior situação. Além de ser o quinto dos cinco que disputam o mundial, larga na pior posição entre eles, o sétimo lugar.



Os tempos caem, mas a pista continua suja

O melhor tempo no Q1 foi registrado por Lewis Hamilton: 1min37s113. No Q2 foi a vez de Webber ser o mais rápido, com 1min36s039. Só aí o tempo foi baixado em 1.074s. Como a pole de Vettel baixou o tempo de Webber no Q2 em mais meio segundo, dá para dizer que a pista melhorou 1.528s durante a classificação. Consequência da deposição de borracha no traçado ainda muito cru de Yeongam.


O problema para amanhã é que fora do trilho onde passam os carros a aderência tende a ser muito baixa. Por isso Webber é o que tem a posição mais ameaçada entre os três primeiros: ele larga do lado sujo da pista e a tendência é que não consiga fazer uma boa largada amanhã. Por outro lado, se Alonso pensa em ser agressivo e partir para cima de Vettel, o espanhol assumirá grandes riscos. A pilotagem fora o traçado ideal provavelmente será mais difícil do que o habitual em função da sujeira presente na pista.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Em 2º, Webber larga do lado sujo da pista"]Em 2º, Webber larga do lado sujo da pista[/caption]

O GP da Coreia do Sul acontece na madrugada de sábado para domingo, às 4 da manhã no horário de Brasília, com transmissão ao vivo pela Tv Globo.



Grid de largada para o Grande Prêmio da Coreia do Sul:

terça-feira, 19 de outubro de 2010

A volta dos monstros diretores



FELIPE MACIEL


Cada vez menos silencioso, Flávio Briatore desenha seu retorno à F-1 e fala abertamente sobre este momento por ele aguardado em 2013. O carcamano, por outro lado, garante que não voltará a ocupar o cargo de chefe de equipe.

Desde que a punição do Cingapuragate foi remodelada, apostei de bate-pronto que Briatore retornaria numa função administrativa fazendo companhia a Bernie Ecclestone. Ainda hoje, esse cenário é o mais provável.

Há ainda quem diga que ele possa se tornar representante da Pirelli na F-1. Mas importante de verdade é a garantia de seu não envolvimento nas questões esportivas, afinal este sujeito nunca foi um exemplo de desportividade.



O retorno de Flavio Briatore é uma questão de tempo, mas isso não é novidade alguma. O que assusta mesmo é a surpreendente notícia publicada pelo site 422race.com. Segundo consta, Max Mosley estaria articulando um meio de recuperar a posição máxima da FIA.

O atual senador da entidade apoiou com sucesso o Jean Todt, eleito ao cargo da presidência, mas que assumiu o comando agindo de maneira amistosa e democrática com as equipes. Já que Mosley é um chato de carteirinha e adora uma confusão, ele prepararia propostas de alteração do regulamento para apresentar na reunião do dia 5 de novembro, visando minimizar o poder de Todt, dando o ponta-pé inicial na reviravolta que o devolveria à cadeira principal na próxima eleição.

A história parece um tanto fantasiosa e não seria a primeira vez que um órgão de imprensa inventaria situações extravagantes para gerar notícias infelizes. Mas como não sabemos da veracidade da questão, há motivos para se manter o pé atrás, afinal Mosley é uma ameaça à estabilidade da Fórmula 1.

Mesmo não fazendo nada, Todt já é infinitamente melhor.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Memória Blog F-1: Duas para o final - 1999



FÁBIO ANDRADE


Michael Schumacher e a Ferrari chegavam a 1999 pressionados. A seca de títulos se estendia por 20 anos e o alemão, contratado a peso de ouro para reverter o quadro do time italiano em 1996, falhou miseravelmente em todas as tentativas até então. Para 99, o projetista Rory Byrne entregou a Schumacher e a Eddie Irvine o F-399, modelo com o qual Maranello esperava voltas aos dias de glória.


O campeonato corria com uma bela disputa entre Schumacher e Mika Hakkinen até o GP da Grã-Bretanha. Em Silverstone Schumi sofreu seu mais grave acidente. Teve a perna direita fraturada e retirou-se definitivamente da briga pelo mundial.




[caption id="" align="aligncenter" width="390" caption="O acidente que tirou Schumi de combate durante parte de 1999"]O acidente que tirou Schumi de combate durante parte de 1999[/caption]

Só que a Ferrari, apesar de não contar com sua estrela, não podia parar. Mesmo que Irvine fosse um muito improvável campeão como piloto, o mundial de construtores ainda estava em jogo. Para o lugar de Schumacher foi chamado o piloto de testes Mika Salo. E, na falta de alguém melhor, Irvine foi alçado ao patamar de primeiro piloto de Maranello.


Com o irlandês como homem do time, a Ferrari faturou os gp’s da Áustria e da Alemanha. Durante a ausência de Schumi, Hakkinen venceu apenas na Hungria. O campeonato chegava ao desconhecido circuito de Sepang, para o inédito GP da Malásia, equilibrado. Hakkinen era o líder com 62 pontos, seguido de muito perto por Irvine, com 60.


Operado em agosto, Schumacher, num primeiro momento, anunciou que só retornaria às atividades oficiais da F-1 em 2000. Ficava sobre Irvine e Salo a responsabilidade de conduzir a Ferrari ao seu primeiro título em duas décadas. No início de outubro, porém, uma reviravolta mudou todas as perspectivas para a corrida malaia. Após alguns testes em Mugello, Schumi anunciou que retornaria para as duas últimas etapas do mundial, Sepang e Suzuka. Só que agora, como escudeiro.


O retorno de Schumacher deu uma injeção de ânimo aos ferraristas. Na classificação, o alemão cravou a pole fazendo um tempo quase um segundo melhor do que o de Irvine, para perplexidade geral. As McLaren ficaram ainda mais longe. David Coulthard em terceiro e Hakkinen em quarto foram 1,1s mais lentos do que o alemão.


No domingo, Schumacher largou e comandou o pelotão, mas logo tratou de deixar claro que voltou para jogar pelo time. Na quarta volta o alemão cedeu a posição a Irvine e passou a atuar como escudeiro, segurando Hakkinen. A estratégia deu certo e a Ferrari conquistou uma dobradinha, com Irvine a liderar. Porém, horas depois, um comunicado da FIA causaria grande decepção na equipe italiana.




[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="Irvine, o vencedor do GP da Malásia"]Irvine, o vencedor do GP da Malásia[/caption]

Depois de terminado o GP da Malásia a FIA informou que os carros 3 e 4 estavam desclassificados da corrida por irregularidades nos defletores. Segundo peritos, esses apêndices da F-399 eram 10 milímetros menores do que o exigido pelo regulamento. Hakkinen faturava o bicampeonato fora das pistas.


A Ferrari recorreu da decisão. Na apelação a equipe argumentou que a medida dos defletores estava dentro da margem de 5 milímetros contemplada no regulamento. A FIA analisou a assertiva do time de Maranello e, por fim, admitiu que os defletores do carro da Ferrari estavam dentro da margem. Equipe e pilotos tiveram os pontos conquistados em Sepang devolvidos e a briga pelo mundial chegava ainda indefinida a última etapa do calendário, Suzuka. Irvine chegou ao Japão com 70 pontos, contra 66 de Hakkinen. Apesar disso, o título escapou, restando a Schumacher a tarefa de finalmente conquistá-lo no ano seguinte.

sábado, 16 de outubro de 2010

Memória Blog F-1: Três para o final - 2000



FÁBIO ANDRADE


Distante dos Estados Unidos desde 1991 e longe de Indianápolis desde a década de 60, a Fórmula-1 retornava aos olhos do público americano no principal templo da velocidade da América em 2000. O Grande Prêmio dos Estados Unidos era o antepenúltimo daquela temporada, polarizada, mais uma vez entre Ferrari e McLaren. Na equipe italiana Michael Schumacher tentava provar que havia feito um investimento seguro ao tentar ressucitar o cavalinho rampante. Em Woking, Mika Hakkinen lutava pelo tricampeonato consecutivo, feito somente atigindo (à época) pelo mítico argentino Juan Manuel Fangio.


De volta aos EUA, a F-1 chegava no domingo decisivo em Indianápolis em clima de novidade. O autódromo americano sofreu uma intervenção especial para receber a categoria num circuito misto. Mas parte do oval seria usada e era justamente isso o que chamava atenção. Carros de F-1 cruzando parte da pista de Indianápolis no sentido contrário ao usado nas 500 Milhas, naquele que era o trecho mais longo de aceleração plena do calendário da época.


O campeonato de pilotos chegava ao GP dos EUA pegando fogo. Hakkinen liderava com 80 pontos, seguido de muito perto por Schumacher, com 78. O alemão já havia vencido seis provas naquele ano, contra quatro de Hakkinen. No entanto, Schumi contava quatro abandonos, contra apenas dois do finlandês.


No sábado a chuva trouxe mais suspense para a classificação. Apesar do piso molhado, não deu zebra, pelo menos entre os ponteiros. Schumi ficou com a pole, David Coulthard com o segundo lugar e Hakkinen com terceiro. Barrichello fechava a segunda fila.


Na tarde de domingo o asfalto de Indianápolis ainda se encontrava úmido em diversos pontos e o autódromo recebia bom público no retorno da F-1 aos EUA. Os pilotos de ponta optaram por largar com os pneus intermediários. O começo da prova foi marcado pela infração cometida por Coulthard, que queimou a largada. O escocês pulou na ponta, mesmo tendo largado de forma irregular. Logo a manobra esteve sob investigação. Antes da punição, porém, houve tempo para Schumacher conseguir ultrapassar o último dos playboys da F-1.


Logo que foi ultrapassado por Schumi, Coulthard não hesitou em dar passagem também ao companheiro Hakkinen, e aqui não houve nenhum constrangimento em usar o jogo de equipe.


A corrida seguiu. A pista logo secou e começaram as paradas para troca de pneus. Hakkinen foi o primeiro a trocar os calçados. Em seguida, Couthard cumpriu o splash-and-go por ter queimado a largada e, na volta seguinte, colocou os pneus de pista seca. Schumacher, surpreendentemente, continuou na pista e se deu bem. Quando finalmente parou, voltou ainda líder e com ampla vantagem sobre Hakkinen.


Na volta 25, para desespero da McLaren, a sorte abandonou o piloto número um do time. O bicampeão nórdico abandonou a prova com o motor Mercedes em chamas. E Schumi seguia firme na ponta. Tão firme que não abandonou mais a ponta em nenhum momento da corrida e venceu. Barrichello, que parecia ter a corrida arruinada em certo ponto, recuperou-se e cruzou a linha de chegada em segundo. O abandono de Hakkinen deu a Schumacher uma vantagem de oito pontos e a possibilidade de o germânico ser tricampeão na corrida seguinte, em Suzuka.


Compacto do GP dos EUA de 2000, em duas partes:





quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Rússia sediará gp a partir de 2014; Yeongam ainda preocupa



FÁBIO ANDRADE


O acordo firmado entre Bernie Ecclestone, o gerente comercial da Fórmula-1  e o primeiro-minstro russo Vladimir Putin para a realização de uma corrida naquele país aperta ainda mais o calendário para os próximos anos. O GP da Rússia irá ingressar na categoria em 2014, ampliando a tendência atual de rumar cada vez mais para o leste. A estreia da Rússia no mundial acirra a disputa para sediar uma corrida já que estão confirmadas novas provas a partir de 2011. O próximo ano marcará a entrada do GP da Índia no mundial e em 2012 os Estados Unidos voltarão a receber os carros de F-1.


Semanas atrás, alguns representantes das equipes foram unanimes em dizer que 20 corridas é a quantidade máxima desejável para a categoria devido aos trâmites logísticos que envolvem as viagens do circo pelo mundo. Ecclestone concordou e declarou informalmente à imprensa que as 20 corridas de 2011 são o limite para a F-1. Resta saber quais provas deixarão o calendário para que as novas etapas entrem. No final de julho, Ecclestone deu um recado à organização do GP do Brasil, cobrando melhorias no autódromo de Interlagos, que segundo o chefão comercial, é "o pior do campeonato". O contrato da F-1 com a prefeitura de São Paulo, coincidentemente, vai até 2014.




[caption id="" align="aligncenter" width="495" caption="GP do Brasil: contrato entre prefeitura e F-1 vai até 2014"]GP do Brasil: contrato entre prefeitura e F-1 vai até 2014[/caption]
Incertezas sobre Yeongam

Charlie Whiting homologou o circuito de Yeongam há poucos dias, mas ao contrário do que poderia se imaginar, aumentaram as dúvidas quanto ao que vai acontecer na Coreia do Sul no próximo dia 24. O asfalto só foi aplicado na pista há poucos dias e é unanime a impressão de que ele não vai estar devidamente fixado daqui a pouco mais de uma semana, quando os carros começarem a circular pelo traçado. Tal como quando marcaram o GP da Malásia para o final da tarde mesmo com iminente risco de chuva em 2009, mais uma vez os comandantes do "circo" da Fórmula-1 operam sem nenhuma dose de bom senso.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A matemática do título a 3 provas do fim



FELIPE MACIEL


Restando apenas Coreia, Brasil e Abu Dhabi para finalizar o Mundial 2010, já está na hora de fazer um balanço dos cenários que dariam título a cada um dos postulantes vivos na disputa. Assim diz a tabela:

Mark Webber - 220 pontos
Fernando Alonso - 206
Sebastian Vettel - 206
Lewis Hamilton - 192
Jenson Button - 189



Líder isolado, Mark Webber pode se dar ao luxo de abandonar uma corrida, sendo que se vencer as outras duas o campeonato será seu.

O caso de Alonso e Vettel é o mesmo: ambos sonham em vencer pelo menos duas corridas das três que ainda faltam. Na terceira, bastará chegar à frente do Webber para ficar com o caneco.

A partir daí vem as McLarens, que não poderão economizar santo se pretendem dar a volta por cima na temporada praticamente perdida. A Lewis Hamilton, basta vencer todas as 3 etapas, desde que o australiano nunca consiga um resultado melhor que a terceira colocação.

A matemática do Button é ligeiramente mais desafiadora. O atual campeão tem de ganhar todas, torcer para que Webber não faça nada melhor que 2 terceiros e 1 quarto lugar, independente do resultado dos demais.

E aí? Em quem você mais acredita nessa reta final? Quanto pilotos chegarão com chances ao último GP do ano? São os momentos finais para se fazer qualquer aposta em 2010 (que, diga-se, passou rápido como de costume).

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Cinco vezes Kobayashi



FÁBIO ANDRADE



Kobayashi sobre Alguersuari (1ª)

 
Kobayashi sobre Sutil


Kobayashi sobre Alguersuari (2ª)


Kobayashi sobre Barrichello


Kobayashi sobre Heidfeld


Explicações para tamanho desempenho de um piloto de equipe média enquanto os das equipes grandes ficaram no feijão com arroz? Caixa de comentários livre.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Dupla de equipe: GP do Japão

Lucas Di Grassi


Estranhíssimo. Se acontece na corrida num ponto com pouco escape, Di Grassi poderia ter sofrido um acidente mais sério. Mas esse já foi suficientemente esquisito.

Fábio Andrade



Tomara que tenha sido algum problema técnico, do contrário seria provavelmente a lambança mais estúpida da carreira. E sinceramente não estou convencido de que não foi erro próprio. Será que ainda não deu tempo para o time apurar e emitir um comunicado explicando o fato? Muito estranho mesmo...

Felipe Maciel



Vitaly Petrov


Faz muita força para não estar na F-1 em 2011. Não acho que seja necessariamente um mau piloto, apenas me parece muito afoito em determinados momentos. Isso precisa ser trabalhado.

Fábio Andrade



Tentou o impossível e conseguiu o óbvio: muro. Recebeu de troco uma queda de 5 posições no grid da Coreia. Há vários outros pilotos na F-1 que aproveitariam muito melhor esta vaga na Renault mas há poucos que são capazes de injetar o investimento que o russo proporciona à equipe. Di Grassi, Sutil, Kobayashi, Senna são exemplos de pilotos que poderiam fazer um trabalho melhor no cockpit amarelo.

Felipe Maciel



Felipe Massa


O acidente dele foi um pouco fora dos padrões também. Acho que o problema maior foi ele ter escolhido fazer a primeira curva por dentro. Não tinha espaço, e quando ele tentou voltar tava sem o carro na mão porque tinha pisado na grama. O pancão com o Liuzzi foi bem forte, mas, felizmente, ninguém se machucou.

A fase é péssima. A classificação foi muito ruim. Honestamente, acho que o tempo do Felipe na Ferrari já passou. Torço muito para que ele tenha um excelente 2011 e me faça queimar a língua, mas em 2010 não teve pra ninguém. Alonso jantou Massa como nenhum companheiro havia feito na Ferrari até aqui (prezado leitor, podemos debater mais sobre isso na caixa de comentários).

Fábio Andrade



Esta temporada se tornou uma obrigação meramente profissional. Não há mais qualquer prazer do Felipe em conduzir o F10. A sorte parece ter-lhe abandonado. Se pudesse, aposto que o Massa dormiria hoje e acordaria em março do ano que vem no primeiro treino livre do ano, onde todos partem da estaca zero.

Quanto ao acidente, acredito que foi de corrida. O Nico freou um pouco antes e o Felipe balançou mas só achou a grama como caminho de escape. O resto é história.

Felipe Maciel



Kamui Kobayashi


#Rei e #Mito. Não vou mais puxar muito o saco porque já fiz isso no meu post e o Koba às vezes faz umas cagadas também, mas hoje ele foi a graça da corrida. Quem disse que não se ultrapassa em Suzuka?

Precisamos de mais pilotos como esses. Agora, eu tenho uma pergunta (que os comissários não me vejam): por que milagre ele não foi punido? Os comissários detestam pilotos que ultrapassam os outros.

Fábio Andrade



Para mim, de longe o melhor japonês da Fórmula 1. É uma questão de tempo para os números comprovarem o que a trajetória do Kamui já é capaz de mostrar. Incrível sua capacidade de se arriscar e apostar em si em cada tentativa. Kobayashi simplesmente saiu fazendo fila nesta corrida. Nem o carro ligeiramente avariado com a estranha resistência de Alguersuari parou o nipônico. A cada GP, ele ultrapassa mais e erra menos. É o dono do show na F-1 atual.

Felipe Maciel



Schumacher x Rosberg


Melhor corrida do ano do Schumi? Junto com GP da Espanha, sim. Redenção depois do ano ruim que ele teve? Não.

Foi bonito, foi legal, acho que é assim que a gente quer ver o maior vencedor da história. Schumi não conseguiu a ultrapassagem, mas pelo menos foi combativo. E Rosberg foi vítima de um incidente tão estranho como o do Di Grassi e o do Kubica.

Fábio Andrade



Finalmente uma corrida que lembrou uma pontinha daquele velho Schumacher. Colocando uma respeitosa pressão sobre o companheiro Rosberg, Michael mostrou enfim um potencial superior ao seu companheiro de equipe; momento raro nesta temporada. Só ficou devendo a ultrapassagem...

Mas fica o registro de que a Mercedes errou. Se mantivesse o heptacampeão na pista por mais algumas voltas antes da parada, ele voltaria à frente de Nico. Porém, mesmo voltando atrás, uma ordem de equipe seria providencial para permitir ao Schumacher ganhar com facilidade a posição da fragilizada McLaren de Lewis Hamilton. De qualquer forma, ele não está brigando pelo título, então qualquer jogo de equipe serviria apenas para alterar pontos irrelevantes na tabela. Mas que melhoraria a posição final de corrida, melhoraria.

Felipe Maciel



Lewis Hamilton


Ficou mais longe da briga e, com o carro que tem, provavelmente vai ficar só assistindo. O que é uma pena, Hamilton fez um campeonato bonito.

Sem os abandonos de Monza e Cingapura, que foram por responsabilidade dele, as coisas não estariam tão ruins. E é bom alguém em Woking cuidar bem das caixas de câmbio.

Fábio Andrade



A fase está terrível, 2007 não para de mandar ecos. Quando não é erro dele, é problema técnico. Lewis ocupava a posição de líder há algumas provas, mas depois do GP da Itália tudo começou a dar errado. Ainda assim, Jenson Button está ainda pior no campeonato. As McLaren podem não resistir na briga até Abu Dhabi...

Felipe Maciel

domingo, 10 de outubro de 2010

Vettel lidera 1-2 da Red Bull; Kobayashi é destaque no Japão



FÁBIO ANDRADE


Suzuka é uma pista legal, pouca gente discorda. Mesmo assim as corridas por lá têm o problema de apresentarem baixo índice de ultrapassagens. As curvas de média/alta velocidade e com raio relativamente longo geram a tal turbulência e dificultam as tentativas de ultrapassagens. Isso para os pilotos normais. Para kamikazes de olhos puxados como Kamui Kobayashi, lugar de ultrapassar é no grampo, do jeito que der. Correndo em casa, o japonês da Sauber salvou o GP do Japão de ser um tédio total.


Na frente, assim como acontecera horas antes na classificação, deu a lógica. Sebastian Vettel venceu de forma tranquila, seguido por Mark Webber. Fernando Alonso terminou em terceiro, e as McLaren fecharam o Top 5 com Jenson Button em quatro e Lewis Hamilton em quinto.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="Vettel venceu com tranquilidade em Suzuka"]Vettel venceu com tranquilidade em Suzuka[/caption]
Salve-se quem puder, se puder

Antes de começar, o GP do Japão dava indícios de que algo no mínimo amalucado estava para acontecer. Na volta de saída dos boxes, Lucas di Grassi sofreu um acidente pra lá de estranho. Rodou sozinho e aparentemente sem motivo na 130-R. Pode-se dizer que o brasileiro teve sorte. Acontecesse durante a corrida e em um ponto errado da pista, e o incidente bizarro poderia ter consequências sérias para o piloto da Virgin.


Na largada, várias colisões encerraram prematuramente a corrida de vários pilotos. Primeiro Vitaly Petrov e Nico Hulkenberg. O russo largou estranhamente melhor do que todos e calculou mal seus movimentos na pista cheia de carros. Se enroscou com a Williams de Hulk e decretou o fim de corrida para ambos. Mais a frente, na primeira curva, Felipe Massa escolheu o lado errado para fazer a tangência. Espremido por Nico Rosberg, tentou recolher e acabou batendo na Force India de Vitantônio Liuzzi. Outra colisão, outro duplo fim de corrida, e duas investigações que serão concluídas depois da prova, segundo informou o Race Control.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="O choque entre Liuzzi e Massa na primeira curva"] O choque entre Liuzzi e Massa na primeira curva[/caption]
Kobayashi, o antídoto do tédio

A confusão nos primeiros metros ofuscou o bom segundo lugar que Robert Kubica conquistou na largada. É óbvio que o strike inicial chamou o Safety Car para a pista. Ainda enquanto o carro-madrinha estava no circuito, Kubica abandonou após perder estranhamente a roda de seu Renault. O incidente com o polonês prolongou a permanência do carro de segurança por mais algumas voltas. Ao final de longos seis giros, o GP do Japão, enfim, começou.


Começou a dar sono. Na madrugada brasileira, Suzuka não se mostrou como um estimulante dos mais eficazes. Os Red Bull, dominando a corrida, conseguiram produzir o efeito inverso ao prometido pela bebida estampada na carenagem dos carros. Alonso, Button e Hamilton deram a impressão de que iriam se enfrentar, mas logo cada um se colocou no seu lugar. Hamilton tinha mais rendimento do que Button, mas não chegou a atacar. Algum foco de tensão aqui e ali, como quando Michael Schumacher ultrapassou Rubens Barrichello, mas nada de mais empolgante.


Desde o último GP do Brasil o japonês Kamui Kobayashi é mestre em chamar para si a atenção, sobretudo quando todo o resto do grid parece fazer questão de dar holofotes para ele. Ninguém arriscou nada em Suzuka. Kobayashi salvou seu gp local de ser um sonífero completo.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="Kobayashi, a alegria do povo no Japão"]Kobayashi, a alegria do povo no Japão[/caption]

Logo no início tentou uma ultrapassagem na marra sobre Jaime Alguersuari no grampo, e conseguiu. Pouco depois, voltou a atacar no hairpin, dessa sobre Adrian Sutil, e novamente teve êxito. Enquanto a transmissão televisiva ressaltava a dificuldade em ultrapassar por causa da turbulência, Kobayashi ignorava solenemente o stress aerodinâmico, e ultrapassava, com uma facilidade que gerou comoção entre os (tel) espectadores.


No pelotão da frente, Vettel seguia líder, acompanhado por Webber e, mais atrás, por Alonso, Button e Hamilton. Todos os ponteiros, exceto Button, começaram a parar depois de vinte e poucas voltas. Já o atual campeão, o único dos da frente a largar com pneus duros, permaneceu na pista, numa tática que voltas depois se revelou inócua. Button tinha o quarto lugar antes das paradas, mas voltou para a pista em quinto depois de fazer o seu pit stop. Contou com a sorte de ver o companheiro de equipe perder uma marcha e junto com ela seu rendimento para retornar ao quarto posto. Dificlmente, mesmo com pneus macios e novos, Button conseguiria se aproximar e ultrapassar Hamilton com tal facilidade se o o campeão de 2008 não estivesse com um problema no câmbio (que era novo, é bom lembrar).




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="Button terminou em 4º e ficou mais distante dos líderes na classificação"]Button terminou em 4º e ficou mais distante dos líderes na classificação[/caption]

De qualquer forma, o GP do Japão não foi bom para os pilotos da McLaren. Respectivamente em quarto e quinto lugares, Button e Hamilton ficaram com mais de 25 pontos de desvantagem em relação ao líder Webber. No momento de definição do campeonato, a equipe de Woking sente falta de um rendimento melhor do MP4/25.


Nesse meio tempo, Rosberg e Schumacher disputaram ferozmente a oitava posição. O heptacampeão tentou a ultrapassagem em diversos pontos da pista mas, apesar de um carro claramente mais equilibrado, só conseguiu passar o alemão mais moço quando este, em outro incidente esquisito, perdeu a roda e bateu no complexo de “esses”.



Kobayashi, outra vez, o salvador da pátria

Os líderes pararam, ninguém das equipes de ponta vinha de trás para fazer grandes ultrapassagens sobre os carros das equipes menores, e a corrida em Suzuka, outra vez, ganhava ares de procissão. Até Kobayashi começar, de novo, a se destacar.


Novamente no hairpin, o japonês jogou duro contra Alguersuari. Tocaram-se, mas foi pior para o espanhol, que teve o bico danificado. Pouco depois, Koba investiu sobre Rubens Barrichello e ganhou a parada. Ainda teve tempo de dar um risco no capacete do companheiro de equipe, Nick Heidfeld. Terminou o GP do Japão como redentor de todos os japas e como maior destaque da corrida em que os líderes do campeonato se esconderam uns dos outros. Tal como em Interlagos no ano passado, Kamui Kobayashi foi a alegria do povo. O japonês deu tons vivos a um gp que, a começar pelo horário, tinha tudo para ser sonolento.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="Kobayashi foi o maior destaque da corrida em Suzuka"]Kobayashi foi o maior destaque da corrida em Suzuka[/caption]
Grande Prêmio do Japão, resultado após 53 voltas:

sábado, 9 de outubro de 2010

Red Bull domina primeira fila em Suzuka



FÁBIO ANDRADE


Deu a lógica em Suzuka. A Red Bull dominou amplamente o treino classificatório para o GP do Japão. Depois do adiamento do treino em função da tempestade que caiu sobre a pista japonesa ontem, a sessão classificatória foi disputada sob um Sol que em nada lembrava o pré-tufão do sábado.


Sebastian Vettel não teve adversários e faturou a posição de honra. Mark Webber, o único que poderia incomodar o alemão, tentou chegar perto, mas ficou com o lugar restante na primeira fila.



O treino

O Q1 transcorreu sem grandes surpresas. Os seis carros das equipes menores ficaram pelo caminho, levando junto a Toro Rosso de Sebastien Buemi. No Q2 a surpresa negativa ficou por conta de Felipe Massa, que não conseguiu lugar na superpole e largará apenas na 12ª colocação.


Até esse momento, Vettel já havia liderado as duas fases da classificação. E o alemãozinho repetiu a dose na parte derradeira. Logo na primeira volta Vettel cravou o tempo de 1min30s792. Praticamente já havia garantido a pole. Webber chegou a ameaçar, mas ficou com o segundo tempo. E Vettel ainda teve como melhorar em sete milésimos seu tempo, se isolando um pouco mais como favorito para a corrida de logo mais.


Lewis Hamilton fez um grande treino e marcou o terceiro tempo, fundamental para sua recuperação no campeonato. O britânico, no entanto, perderá cinco posições no grid por ter trocado o câmbio (esse regulamento...) e largará em oitavo. Melhor para o sempre excelente Robert Kubica, da Renault, outro que estava em dia inspirado. O polonês será o terceiro no grid de daqui a pouco.


Fernando Alonso em quarto, fecha a segunda fila. Jenson Button larga em quinto. Completam o Top 10 as equipes Mercedes (Rosberg é o 6º e Schumacher o 10º) e Williams (Barrichello é 7º e Hulkenberg o 9º).


O GP do Japão acontece na madrugada de sábado para domingo, às 3 da manhã, com transmissão ao vivo pela TV Globo.



Grid de largada para o Grande Prêmio do Japão:

Assista ao treino do GP do Japão ao vivo pela internet



FELIPE MACIEL



A Rádio OnBoard transmite o treino de classificação do Grande Prêmio do Japão às 22h deste sábado.

Tenha você Sportv ou não, aconselho que corra agora mesmo e acesse a nossa rádio falando ao vivo pela primeira vez uma sessão oficial que define o grid de largada na Fórmula 1: http://robaovivo.listen2myradio.com/

Tempestade força cancelamento da classificação no Japão



FÁBIO ANDRADE


A previsão do tempo já indicava possibilidade de chuva em Suzuka, pista que sedia o GP do Japão nesse fim de semana, mas o que se viu no oriente foi um dilúvio de proporções superlativas no traçado japonês. Depois de vários adiamentos, a sessão que deveria ser realizada na madrugada desse sábado foi cancelada.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="O Safety Car inspecionou a pista por três vezes nesse sábado, mas a classificação foi adiada"]O Safety Car foi o único veículo que andou em Suzuka no horário da classificação[/caption]

A partir das 2 da tarde no Japão, o Safety Car saiu para avaliar as condições da pista. A cena se repetiu duas vezes, e em todas elas ficava claro que a pista estava recheada de poças e de correntezas em diversos pontos. Por volta de 3:20 da tarde no Japão, 3:20 da manhã no Brasil, a FIA finalmente considerou as condições impróprias para a disputa da sessão classificatória. O treino foi oficialmente adiado para às 10 da manhã de domingo no Japão, 10 da noite de sábado pelo horário de Brasília. A TV Globo não exibirá o treino classificatório, apenas um compacto pouco antes da corrida, que acontece às 3 da manhã, hora de Brasília.


Em consulta feita na tarde desse sábado o Weather Chaneel indica 50% de possibilidade de chuva no horário da "nova" classificação e 40% de chances de precipitação durante a corrida.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Suzuka por quê?



FÁBIO ANDRADE




A volta da pole de Rubens Barrichello pela Ferrari em 2003 é um belo exemplo para entender o fascínio desse blogueiro por Suzuka. O piloto brasileiro fez uma volta extremamente precisa - e limpa, é bom frisar - e colocou nada menos do que sete décimos de segundo no rival mais próximo, o colombiano Juan Pablo Montoya, da Williams. E o passeio que as câmeras dão acompanhando Barrichello pela pista revela um traçado altamente seletivo, com curvas para todos os gostos e todos os níveis de dificuldade.


Mas o que definitivamente me fez ficar hipnotizado por Suzuka foi um jogo de vídeo game que eu detesto, mas que para alguma coisa serviu. O F1-2006 para Play Station 2. O game como um todo não me agradou. As reações “físicas” dos carros são muito irreais e fizeram a marca “F-1” levar um pau do Gran Turismo, por exemplo, muito mais fiel à tentativa de ser um simulador de corrida dentro das possibilidades de um console doméstico.


Apesar disso, o F1-2006 me ofereceu a possibilidade de “conhecer” Suzuka. As aspas no “conhecer” são relativas porque jogar nas mesmas pistas em que a F-1 de verdade corre é um excelente exercício para memorizar as curvas dos autódromos que compõem o calendário. Foi pelo jogo que decorei em definitivo a sequência de curvas de cada pista. E foi no jogo que Suzuka se desenhou como o maior desafio de todos.


Mesmo que o F1-2006 não seja o melhor jogo de corridas já inventado, Suzuka é, de longe, a pista mais complicada do game. O acerto é difícil, o ponto ideal de cada curva é difícil e manter-se rápido sem sair da pista é mais difícil ainda. O traçado foge do óbvio que se vê na maioria das outras etapas do mundial.



Onboard: a pole de Sebastian Vettel em 2009


As duas primeiras curvas são extremamente exigentes. O carro vem embalado pela reta principal e mergulha com tudo na primeira perna. Mal se tem tempo de fazer um eventual ajuste enquanto se prepara para entrar na segunda tomada. O pescoço do piloto também será exigido: o gráfico de Força G irá alcançar o grau 5 no ponto mais crítico da curva!


Em seguida vêm os “esses”. Técnica, amigo, técnica e arrojo puros. Reze para não “embarrigar” nenhum deles. Em caso de erro, por menor que seja, o tempo perdido será grande. O pescoço também sofrerá um bocado nesse trecho.


A Dunlop é a curva de maior raio do traçado. Feita de pé embaixo, no caso de um Fórmula-1, e em aclive. Depois dela, a Degner é a próxima. Veloz, exige perícia, sendo contornada a quase 200 km/h. Buemi, Alguersuari e Kovalainen sabem como é passar do ponto nesse local.


As curvas 9 e 10 levam ao hairpin japonês. Menos pronunciado que o famoso grampo de Montreal, é a curva de menor velocidade de Suzuka. É preciso retomar velocidade com a maior eficiência possível, pois vem aí um novo trecho de aceleração plena, só que dessa vez em curva. É a 12ª da pista.


No final desse trecho rápido, está a Spoon. Uma das mais clássicas da pista japonesa. A saída dela é um suave, mas traiçoeiro declive. No vídeo acima, Vettel dá o pé pouco antes da hora ideal e precisa corrigir a trajetória na saída da Spoon.


Mais uma vez, é preciso tracionar bem, pois lá vem mais um trecho de pé embaixo, dessa vez o mais longo da pista. A grande reta desemboca na 130-R, simplesmente a curva mais rápida do autódromo. Guarda algumas semelhanças com a Blanchimont de Spa-Francorchamps. Hoje é contornada também de pé cravado, em sétima marcha, acima dos 300 km/h.


Agora falta pouco para acabar. Uma forte freada marca a chegada à chicane que antecede a reta principal. É importante perder o menor tempo possível e acelerar de novo, pela última vez. A última curva é a direita, em suave descida.


Depois desse giro, está explicado o porquê de essa pista ser considerada uma das melhores do calendário. E depois de 53 voltas, estará completo o Grande Prêmio do Japão em Suzuka, a Spa do oriente.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Japão



FELIPE MACIEL



No ar a edição número 96 da Rádio OnBoard!

Na companhia dos amigos Fábio Campos e Ron Groo, levantamos uma boa discussão sobre a subida da Ferrari com todas as suas controvérsias neste campeonato. Também falamos das notícias recentes e traçamos a expectativa de mais um GP em Suzuka.



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Retornaremos na próxima semana abordando os fatos da corrida da madruga. Até lá.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Memória Blog F-1: Suzuka e os novatos



FÁBIO ANDRADE


Se alguma pista pôde ser considerada como uma prova de fogo para os pilotos em 2009, essa pista foi Suzuka. A pista japonesa foi um desafio e tanto, sobretudo para alguns dos pilotos que andaram no traçado nipônico pela primeira vez. Acostumados a cotovelos alternados com áreas de escape a perder de vista, os galãs de baile de debutante (talvez o termo não se aplique ao Buemi, mas eu disse talvez) que estrearam na pista japonesa no ano passado experimentaram um pouco do que é andar no limite em um dos traçados mais técnicos do mundo.


Claro, estou puxando a sardinha para o meu prato. Suzuka é minha pista favorita, ainda que o histórico recente não apresente grandes corrida por lá. Mas é um mal do qual a pista japonesa não padece sozinha, afinal, nem sempre se veem fatos históricos acontecendo a todo momento em Monza ou Spa. E nessas pistas, penso eu, já vale o prazer de simplesmente ver os carros rasgando retas e curvas de verdade, até que o próximo Tilkódromo se instale e acabe com a festa.


Voltando a 2009, Suzuka ofereceu aos pilotos novatos um sabor de anos 80. A pista japonesa desafiou os calouros a serpentear suas curvas velozes, mas não perdoou os que achavam que escapadas seriam permitidas sem dano algum aos bólidos. A maioria das áreas de escape do circuito desenhado por John Hugenholtz ainda é à moda antiga, com as quase extintas caixas de brita funcionando como freios de mão involuntários. Além disso, há guard-rails sempre não muito distantes da pista.


Talvez só Timo Glock possa ser inocentado pela sua batida no treino classificatório para o GP do Japão do ano passado. O piloto alemão saiu da pista de uma forma até hoje considerada estranha. Replays da transmissão da época mostraram claramente que Glock virou o volante para fazer a última curva do traçado e que, percebendo que o carro não obedecia ao comando, foi, progressivamente, aumentando o esterçamento do volante até o limite. Em vão. O carro seguiu reto, bateu contra a barreira de pneus, e tirou Glock do restante da temporada.


Os outros pilotos vítimas de Suzuka naquele fim de semana, porém, não gozam do mesmo benefício. Sebastian Buemi, Jaime Alguersuari e Heikki Kovalainen, todos correndo na sinuosa pista nipônica pela primeira vez, sucumbiram aos 5807 metros de “esses”, subidas, descidas e tomadas rápidas da pista que sedia o gp japonês.


Abaixo, em compacto, o (longo) treino classificatório do ano passado, interrompido três vezes pela bandeira vermelha. Em seguida, o replay da batida de Alguersuari na 130-R.






OBS: aos leitores uma explicação e um pedido de desculpas. Estive ausente na última semana graças a um problema de conexão com a internet felizmente já resolvido.

sábado, 2 de outubro de 2010

Assim não teremos GP da Coreia...



FELIPE MACIEL


Em tese o calendário abriga 19 corridas. Sendo que daqui a 20 dias a Fórmula 1 deverá estar em território coreano para inaugurar mais um tilkódromo.

O problema é que nem o magnata Bernie Ecclestone para disposto a apostar um mísero centavo de que as obras darão conta do serviço a tempo.

Para completar o problema dos tão anunciados atrasos, ainda trataram de inventar uma bela lambança na última quarta-feira: o guindaste atingiu uma das principais arquibancadas causando consideráveis danos à estrutura.

Fico imaginando o que se passou na cabeça dos responsáveis ao ver esse acidente. Parece que tudo conspira contra o projeto que já deveria ter sido entregue há bastante tempo. A inspeção da FIA, por exemplo, estava programada para setembro, no entanto precisou ser adiada para o dia 11 de outubro.

A empresa KAVO continua garantindo que tudo será resolvido a tempo. A minha dúvida não é bem essa: prefiro perguntar se a FOM consegue transferir a prova para algumas semanas após o planejado. O meu otimismo para a data de 24 de outubro está se esgotando...