segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Memória Blog F-1: Duas para o final - 1999



FÁBIO ANDRADE


Michael Schumacher e a Ferrari chegavam a 1999 pressionados. A seca de títulos se estendia por 20 anos e o alemão, contratado a peso de ouro para reverter o quadro do time italiano em 1996, falhou miseravelmente em todas as tentativas até então. Para 99, o projetista Rory Byrne entregou a Schumacher e a Eddie Irvine o F-399, modelo com o qual Maranello esperava voltas aos dias de glória.


O campeonato corria com uma bela disputa entre Schumacher e Mika Hakkinen até o GP da Grã-Bretanha. Em Silverstone Schumi sofreu seu mais grave acidente. Teve a perna direita fraturada e retirou-se definitivamente da briga pelo mundial.




[caption id="" align="aligncenter" width="390" caption="O acidente que tirou Schumi de combate durante parte de 1999"]O acidente que tirou Schumi de combate durante parte de 1999[/caption]

Só que a Ferrari, apesar de não contar com sua estrela, não podia parar. Mesmo que Irvine fosse um muito improvável campeão como piloto, o mundial de construtores ainda estava em jogo. Para o lugar de Schumacher foi chamado o piloto de testes Mika Salo. E, na falta de alguém melhor, Irvine foi alçado ao patamar de primeiro piloto de Maranello.


Com o irlandês como homem do time, a Ferrari faturou os gp’s da Áustria e da Alemanha. Durante a ausência de Schumi, Hakkinen venceu apenas na Hungria. O campeonato chegava ao desconhecido circuito de Sepang, para o inédito GP da Malásia, equilibrado. Hakkinen era o líder com 62 pontos, seguido de muito perto por Irvine, com 60.


Operado em agosto, Schumacher, num primeiro momento, anunciou que só retornaria às atividades oficiais da F-1 em 2000. Ficava sobre Irvine e Salo a responsabilidade de conduzir a Ferrari ao seu primeiro título em duas décadas. No início de outubro, porém, uma reviravolta mudou todas as perspectivas para a corrida malaia. Após alguns testes em Mugello, Schumi anunciou que retornaria para as duas últimas etapas do mundial, Sepang e Suzuka. Só que agora, como escudeiro.


O retorno de Schumacher deu uma injeção de ânimo aos ferraristas. Na classificação, o alemão cravou a pole fazendo um tempo quase um segundo melhor do que o de Irvine, para perplexidade geral. As McLaren ficaram ainda mais longe. David Coulthard em terceiro e Hakkinen em quarto foram 1,1s mais lentos do que o alemão.


No domingo, Schumacher largou e comandou o pelotão, mas logo tratou de deixar claro que voltou para jogar pelo time. Na quarta volta o alemão cedeu a posição a Irvine e passou a atuar como escudeiro, segurando Hakkinen. A estratégia deu certo e a Ferrari conquistou uma dobradinha, com Irvine a liderar. Porém, horas depois, um comunicado da FIA causaria grande decepção na equipe italiana.




[caption id="" align="aligncenter" width="400" caption="Irvine, o vencedor do GP da Malásia"]Irvine, o vencedor do GP da Malásia[/caption]

Depois de terminado o GP da Malásia a FIA informou que os carros 3 e 4 estavam desclassificados da corrida por irregularidades nos defletores. Segundo peritos, esses apêndices da F-399 eram 10 milímetros menores do que o exigido pelo regulamento. Hakkinen faturava o bicampeonato fora das pistas.


A Ferrari recorreu da decisão. Na apelação a equipe argumentou que a medida dos defletores estava dentro da margem de 5 milímetros contemplada no regulamento. A FIA analisou a assertiva do time de Maranello e, por fim, admitiu que os defletores do carro da Ferrari estavam dentro da margem. Equipe e pilotos tiveram os pontos conquistados em Sepang devolvidos e a briga pelo mundial chegava ainda indefinida a última etapa do calendário, Suzuka. Irvine chegou ao Japão com 70 pontos, contra 66 de Hakkinen. Apesar disso, o título escapou, restando a Schumacher a tarefa de finalmente conquistá-lo no ano seguinte.

2 comentários:

Alberto Campos disse...

Eu me recordo disto em , e como me recordo , ate a onde eu me recordo , este problema do acidete de Michael Schumacher chegou até mesmo a criar um forte murmurio no acindente fatal de Ayrton Senna , minha nossa se nao me anegano ainda devo ter a revista aqui em casa no qual ha um forte comentario sobre uma possivel punição aos engenheiros da Williams f1 (Patrick Head e Adrian Newey ) é vou ate dar uma procurada aqui em casa para ver se acho esta revista em !
Bem gostei do blog parabens a todos envolvidos e até mais !

Daniel Santos Machado disse...

A grande oportunidade da vida que Irvine não aproveitou né? Mas o titulo ficou em boas mãos na época. Você ve que a F1 sempre teve polemica, não importa o ano e nem o que acontece. E isso de inventar coisas para melhorar velocidade, aerodinamica é muito antiga. Veja que muda regulamento não muda muito, pois sempre tem gente que acaba achando uma brecha para inventar coisas.