quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Marina Bay



FELIPE MACIEL


No ar a edição número 95 da Rádio OnBoard!

Na ilustre presença dos sábios amigos Ron Groo e Fábio Campos, estive comentando o resultado e as passagens da corrida de Cingapura que mereceram menção neste programa pós-GP.


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Na próxima semana já estaremos de volta novamente, falando da chegada da Fórmula 1 no bom e velho circuito de Suzuka. Até lá.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Kimi ou Petrov? Aparentemente as únicas opções



FELIPE MACIEL



Eric Boullier não para de valorizar o confronto pela vaga do cockpit ao lado da garagem do Kubica para 2011. Os últimos comentários do francês serviram para assustar Vitaly Petrov e aumentar a especulação em torno de Kimi Raikkonen.
Está definitivamente chegando a hora de tomarmos uma decisão. Mas realmente desejamos considerar todas as opções. Decidi contar a alguns pilotos que não falaremos com eles, mas Kimi segue em nossa lista. Disse várias vezes que desejo encontrá-lo antes de fazer qualquer coisa. Quero entender melhor seu desejo de voltar.

Boullier sobre Raikkonen



Indagado se a escolha depende do balanço "patrocínio vs desempenho", Eric desconversou e afirmou que questões financeiras não estão envolvidas nas negociações. Para Petrov ficar, basta fazer um bom trabalho (superior ao que conseguiu fazer até agora).
Só preciso entender se ele se adapta à F-1 e pode ser um segundo piloto bom no próximo ano. Se Robert está brigando agora pela quinta posição e Petrov pode ser sétimo ou oitavo, então está bem. É o que esperamos de um piloto jovem.

Boullier sobre Petrov



Gostaria muito de acreditar no retorno de Kimi ao lado de Kubica, mas ainda encaro essa novela como mera pressão da Renault para arrancar mais dinheiro russo de Vitaly e assegurá-lo para o ano que vem, independente dos resultados em pista como sugere a chefia.

Faça sua aposta. Em poucos meses, veremos este desfecho.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Reajustando o resultado oficial do GP de Cingapura



FELIPE MACIEL


Viram as duas incríveis ultrapassagens de Felipe Massa em Cingapura? O brasileiro executou uma passada dupla sobre Sutil e Hulkenberg, colocando 20s de vantagem em cada um deles.

Pena que a corrida já havia acabado quando tal feito aconteceu.



Tenho de destacar este intrigante comportamento da FIA, distribuindo canetada como se pouco importasse o resultado final. No desenrolar da corrida nós vimos alguns lances pendentes de investigação, porém nenhum terminou em penalty. Justo uns incidentes em que eles não sentiram a menor vontade de investigar, acabaram sendo motivo de alteração de resultado, e o pior, após a bandeirada.

O mundo inteiro viu Adrian Sutil cortando a curva por fora na primeira volta, o que significa que os comissários tiveram uma eternidade para tomar uma atitude mas preferiram tratar como uma disputa normal que sequer merecia ser analisada no decorrer da prova. Ao final da corrida, porém, trataram de puxar o tapete do alemão inexplicavelmente.

Num ato cagueta da Force India, a equipe ameaça apelar da decisão caso a FIA não puna Nico Hulkenberg por um suposto corte de curva num dado instante deste GP. E a federação se livra do inconveniente jogando o piloto da Williams na lama do mesmo jeito.

Para início de conversa, ninguém deveria ser punido; muito menos no tapetão. Para completar, eu fico aqui imaginando uma situação hipotética parecida, apesar de risível, em que a Force India iria até a FIA pedir para que a Ferrari fosse punida porque Felipe Massa havia cortado uma curvinha em um momento qualquer...

Se não for só impressão minha, esse pós-GP de Cingapura foi um espetáculo de futilidade. Parece que tem criancinhas tomando decisões desnecessárias pela FIA. Essa entidade definitivamente não parece ser séria.

Na configuração final, Massa foi 8°, Sutil 9° e Hulkenberg 10°. É tudo.

domingo, 26 de setembro de 2010

Alonso segura Vettel e triunfa na noite de Cingapura



FELIPE MACIEL



A Ferrari partiu para a fase final do campeonato com um fôlego extra para enfrentar o favoritismo da Red Bull. Ao superar Sebastian Vettel no treino classificatório do sábado, Fernando Alonso assumiu a missão de manter o alemão na traseira do F10 e dominar de ponta a ponta. A corrida não poderia ter evoluído de forma mais satisfatória ao bicampeão.

Embora Vettel finalmente tenha feito uma boa largada, a atitude defensiva do Fernando até a primeira curva foi fundamental para evitar a ultrapassagem que colocaria a vitória em xeque. Somente no meio da prova Sebastian conseguiria ameaçar o domínio de Alonso, porém o pit stop de Hamilton mostrou que o retorno da parada de box tornava o carro nitidamente mais rápido, fato que chamou ambos a pararem, jogando uma balde de água fria numa disputa que ensaiava vir a ocorrer.

No mais, a briga pela vitória só voltaria a esquentar nas voltas finais, quando já não havia mais tempo hábil para qualquer tentativa. Alonso e Vettel cruzaram a linha separados por míseros 2 décimos de segundo.



Lewis pelo caminho

A tática da RBR para levar Mark Webber ao pódio foi certeira. Na entrada do primeiro safety car, o australiano foi o único do pelotão da frente a tomar o rumo dos boxes. Algumas ultrapassagens feitas na pista e um ritmo razoável de corrida foram o suficiente para colocá-lo à frente do Hamilton após o pit da McLaren.

Novamente, Hamilton encontrou um jeito de tocar em alguém e ser removido da prova. Numa agressiva investida contra o líder do campeonato, Lewis frustrou a tentativa de passar por fora ao chocar-se conta a lateral do carro de Webber. Pelo segundo GP consecutivo, ele passa sem pontuar.



Quem bate uma, bate duas

Logo no princípio do GP, Nick Heidfeld e Vitantonio Liuzzi se "agrediram". O toma lá dá cá terminou mal para o alemão da Sauber que precisou fazer repararos nos pits, porém a derrota maior foi atribuída ao italiano da Force India, que abandonou a corrida e de quebra chamou o safety car para participar da festa.

Quem também não para de se meter em confusão é o Schumacher. Apesar de que o toque com o Kamui foi mesmo culpa do japonês. Não satisfeito, ele ainda tratou de bater no muro, ao que logo em seguida recebe a pancada do desavisado Bruno Senna, tornando-se obrigado a se retirar juntamente com Kobayashi.

Já Schumacher não tardaria a encontrar uma outra Sauber para se engalfinhar. Num pega pra capá com Nick Heidfeld, o heptacampeão mandou seu conterrâneo para escanteio e se encaminhou aos boxes para substituir o aerofólio danificado na colisão.



Fila indiana

A etapa de Marina Bay foi relativamente movimentada, com batidas, ultrapassagens, safety car e tudo mais. Porém a percepção de Sutil, Hulkenberg, Massa, Petrov e Alguersuari não deve ter sido tão condizente com o restante da corrida. Os cinco comandaram o trenzinho da alegria que nada fez além de levar as crianças até o final.

Exceto pela parte em que superaram a poderosa Virgin de Timo Glock, claro.

Quem não quis saber de entrar na fila foi o ágil Robert Kubica, que se viu obrigado a parar a poucas voltas do fim, no entanto pisou fundo no acelerador direito em busca de uma série de ultrapassagens em tempo recorde na pista de Cingapura. A Renault do polonês voador não tomou conhecimento desses adversários e tratou de promover um show à parte a instantes do encerramento do GP.



O campeonato fica na dependência das próximas 4 corridas, a começar pelo GP do Japão na ótima pista de Suzuka, marcado para daqui a duas semanas. Mark Webber chega lá com 202 pontos contra 191 de Fernando Alonso, 182 de Lewis Hamilton, 181 de Sebastian Vettel e 177 de Jenson Button.
Grande Prêmio de Cingapura, resultado após 61 voltas:

1°. Fernando Alonso (ESP/Ferrari), 1h57min53s579 ( 61 voltas )
2°. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull-Renault), a 0s293 ( 61 )
3°. Mark Webber (AUS/Red Bull-Renault), a 29s141 ( 61 )
4°. Jenson Button (ING/McLaren-Mercedes), a 30s384 ( 61 )
5°. Nico Rosberg (ALE/Mercedes), a 49s394 ( 61 )
6°. Rubens Barrichello (BRA/Williams-Cosworth), a 56s101 61 )
7°. Robert Kubica (POL/Renault), a 1min26s559 ( 61 )
8°. Nico Hulkenberg (ALE/Williams-Cosworth), a 1min52s791 ( 61 )
9°. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 1min53s297 ( 61 )
10°. Adrian Sutil (ALE/Force India-Mercedes), a 1min52s416 ( 61 )*punido
11°. Vitaly Petrov (RUS/Renault), a 1 volta 60
12°. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta ( 60 )
13°. Michael Schumacher (ALE/Mercedes), a 1 volta ( 60 )
14°. Sebastien Buemi (SUI/Toro Rosso-Ferrari), a 1 volta ( 60 )
15°. Lucas di Grassi (BRA/Virgin-Cosworth), a 2 voltas ( 59 )
16°. Heikki Kovalainen (FIN/Lotus-Cosworth), a 3 voltas ( 58 )

Não completaram

17°. Timo Glock (ALE/Virgin-Cosworth), 51 voltas
18°. Nick Heidfeld (ALE/Sauber-Ferrari), 35
19°. Lewis Hamilton (ING/McLaren-Mercedes), 34
20º. Christian Klien (AUT/Hispania-Cosworth), 30
21°. Kamui Kobayashi (JAP/Sauber-Ferrari), 29
22°. Bruno Senna (BRA/Hispania-Cosworth), 28
23°. Jarno Trulli (ITA/Lotus-Cosworth), 26
24º. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India-Mercedes), 1

sábado, 25 de setembro de 2010

Red Bull decepciona e Alonso é pole em Cingapura



FÁBIO ANDRADE


Está na moda criticar Sebastian Vettel. Assim como está na moda descer a lenha no garoto Neymar do Santos. Não que eu acompanhe futebol com a mesma frequência fanática com a qual sigo a Fórmula-1, mas o paralelo entre ambos os baby-gênios é até interessante. E também nos dois casos, imprensa e nós, torcedores, exibimos o mesmíssimo comportamento. Lançamos os moleques ao patamar de mitos muito cedo, e cobramos deles uma resposta a altura. Quando ela não vem, caímos em cima. Não que Neymar e Vettel tenham sido uma mera criação das mentes desesperadas por novos ídolos, longe disso. Os meninos são bons. Apenas são, ainda, meninos.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Vettel até esteve perto, mas não conseguiu conquistar a pole em Cingapura"]Vettel até esteve perto, mas não conseguiu conquistar a pole em Cingapura[/caption]

Das meninices de Vettel no treino classificatório para o GP de Cingapura quem se aproveitou melhor foi Fernando Alonso. O espanhol quebrou a maioria dos apostadores (esse escrevedor incluído) que previam para Cingapura uma primeira fila toda taurina. O grid passa muito longe disso: Vettel é segundo e Mark Webber aparece apenas na terceira fila, com o quinto lugar.



#MassaFail

Logo no início da primeira parte da classificação, o grupo dos pilotos de ponta ficou desfalcado. Felipe Massa provocou a única bandeira vermelha do treino ao parar sua Ferrari numa das curvas do circuito Marina Bay. No primeiro momento, a conversa de rádio entre o piloto e a equipe sugeriu que se tratava de um problema de motor. Pouco depois, em entrevista ao repórter Carlos Gil, da Tv Globo, Massa afirmou não saber do motivo da pane, mas acredita que o F-10 apresentou uma falha no câmbio.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Massa não chegou a completar nenhuma volta rápida"]Massa não chegou a completar nenhuma volta rápida[/caption]

O Q1 correu sem mais surpresas quando a bandeira verde voltou a ser agitada. Caíram os dois carros da Virgin, os dois Lotus e os dois Hispania. Alonso fez a melhor volta da primeira parte da classificação.



#ÍndiaFail

No Q2 o que mais chamou atenção foram os resultados fracos da equipe Force India. Célebre por ir com frequência ao Q3 na primeira parte do ano, a equipe indiana não tem conseguido um desempenho tão bom nas últimas sessões classificatórias. Os pilotos Adrian Sutil e Vitantônio Liuzzi conseguiram, respectivamente, apenas o 16º e o 17º lugares.


No rádio da Ferrari o clima era de preocupação com o motor de Alonso. O bicampeão reclamou do ajuste de seu propulsor e causou certo suspense quanto a sua presença no Q3. O problema, no entanto, foi rapidamente resolvido pela equipe italiana e o espanhol pôde retornar rapidamente para a pista.


Na Sauber, o recém recontratado Nick Heidfeld estreou de novo na equipe com um modesto 15º tempo. Seu companheiro, o japonês Kamui Kobayashi, conseguiu vaga na superpole e largará amanhã na 10ª posição.



#RedBullFail

Vettel liderou o Q2 com quase três décimos de vantagem sobre Alonso. Desde o começo do treino estava claro que a briga seria entre os dois. Considerando a ampla vantagem que o alemãozinho ostentou durante os treinos livres, Vettel era favorito. Só que o garoto tem a inconveniente mania de falhar nas horas cruciais, e deixou escapar a posição de honra em Cingapura.


Em sua primeira tentativa, Vettel não rendeu o máximo. Alonso logo de cara marcou o tempo consagrador de 1min45s390. As McLaren não puderam chegar próximo do rendimento do espanhol. Todos voltaram para os boxes para calçar pneus novos e partir para a última tentativa.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Logo na primeira tentativa, Alonso cravou a melhor volta do fim de semana em Cingapura"]Logo na primeira tentativa, Alonso cravou a melhor volta do fim de semana em Cingapura[/caption]

Na volta derradeira Vettel fez o melhor primeiro trecho do fim de semana, mas não conseguiu manter o ritmo durante toda a volta. Cravou o segundo tempo numa sessão classificatória em que o mundo todo apostava em sua pole. Pouco depois do término, a transmissão da FOM recuperou a imagem do piloto alemão raspando levemente a roda dianteira direita em um guard-rail, mas não foi especificado se o erro foi cometido na primeira ou na segunda tentativa de pole do piloto da Red Bull.


As McLaren ficaram com a segunda fila do grid em Cingapura, o que é um resultado acima do esperado para o time de Woking. O GP de Cingapura de amanhã terá transmissão ao vivo pela Tv Globo às 9hs da manhã pelo horário oficial de Brasília. A previsão do tempo indica possibilidade de chuva para o final da tarde em Cingapura. Às 20hs, hora local da largada, segundo a previsão, não deve chover.



Grid de largada para o Grande Prêmio de Cingapura:

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Cingapura



FELIPE MACIEL


No ar a edição número 94 da Rádio OnBoard!

A mesa foi composta por Fábio Andrade, Felipe Maciel e Ron Groo. Demorou a ir ao ar, mas aí está: dê o play!


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Voltamos em gravação após a corrida de Cingapura. Mas ainda antes do GP, o programa ao vivo acontece no mesmo horário e mesmo canal de sempre. Até a próxima.

Foto do dia



FÁBIO ANDRADE


Sexta-feira corrida para este que vos bloga. Deixo os caros leitores com a notícia mais importante do dia, que não é nem a "dobradinha" da Red Bull nos treinos livres nem o muito suspeito desarranjo intestinal do Yamamoto.


Que a Force India é uma equipe que promete decolar há muito tempo, não é novidade. O ensaio foi feito por Fisichella em 2008. Hoje, em Cingapura, Adrian Sutil finalmente decolou com o carro da equipe, de nariz empinado como só um jato comercial pode fazer e como um Fórmula-1 não faz: (clique aqui para ver em tamanho maior)





Próxima parada: muro.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O eterno piloto de testes



FELIPE MACIEL



Quando parecia que o sujeito tinha finalmente se livrado da condição relegada de piloto de testes, ele mal consegue atravessar uma temporada como titular, o que lhe faz despencar de uma só vez: o antes piloto de testes da McLaren é o mais novo piloto de testes da fornecedora Pirelli.

Ao menos este anúncio torna mais seguro o desenvolvimento dos compostos de 2011. Afinal de contas, confiar a avaliação dos pneus da Fórmula 1 a um alguém que possui menos de dez largadas no currículo é um ato um tanto inconsequente.



Nada contra Romain Grosjean, que deve até guiar mais que o de la Rosa em corrida, mas quando o assunto é testes, o espanhol é o ícone de referência.

Assim sendo, o Pedro se une ao Romain como responsável por comandar as sessões de análise dos calçados Pirelli. O que me leva a uma incômoda e irônica pergunta: Será que até fornecedora de pneus precisa aliar experiência e juventude para formar duplinha de pilotos? Está fórmula já está cansando viu...

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Segundo Ecclestone, 20 corridas são limite; Yeongam ainda é dúvida para 2010



FÁBIO ANDRADE


Bernie Eccelstone assegurou ontem que as 20 corridas que a Fórmula-1 disputará em 2011 são o teto da categoria. De acordo com o chefão comercial, as duas dezenas de corridas que acontecerão no ano que vem são o limite logístico para a F-1. A possibilidade de uma engorda ainda maior no calendário nos próximos anos já alarmou e gerou reclamações da parte dos envolvidos na logística das equipes. Ecclestone admitiu que o número ideal seria o de 16 provas, mas afirma que a F-1 é capaz de estar presente em 20 corridas em um ano.


Nas entrelinhas do comentário do gerente da FOM sobre o limite para a quantidade de corridas está o aviso de que alguma corrida deve sair para a entrada do já confirmado GP dos Estados Unidos em 2012.



Em 2010, as 19 podem virar 18

[caption id="" align="aligncenter" width="495" caption="Fotos recentes revelaram atrasos nas obras de pista na Coreia do Sul"]Fotos recentes revelaram atrasos nas obras de pista na Coreia do Sul[/caption]

As 19 corridas programadas para o atual calendário ainda não estão totalmente asseguradas. Segundo a Autosport portuguesa, Charlie Whiting, delegado da FIA que faria hoje a inspeção no autódromo de Yeongam, capital da Coreia do Sul, só irá checar o estado da pista depois do GP de Cingapura do próximo domingo. A visita do representante da Federação Internacional de Automobilismo, que deveria ter sido realizada em julho, já fora adiada em função do atraso nas obras do circuito sul-coreano. Apesar da demora na homologação da data da corrida, os organizadores do GP da Coreia do Sul asseguram que tudo estará pronto para a prova, marcada para o dia 24 de outubro.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Memória Blog F-1: Alemanha 2003



FÁBIO ANDRADE




Em 2003, no segundo ano de corridas com a pista de Hockenheim mutilada e sem a floresta negra como pano de fundo, Juan Pablo Montoya venceu praticamente de ponta a ponta. Foi uma corrida movimentada, como foi o campeonato de 2003, quando a Ferrari não fez um carrão pra ganhar o título na metade do ano.


Logo no sábado, Michael Schumacher não se classificou bem. Ocupando a distante sexta posição, deixou caminho livre para ao rivais na briga pelo título. Kimi Raikkonen, no entanto, também não aproveitou a chance, e ficou com o quinto tempo. As duas Williams dominaram a primeira fila do grid, com Juan Pablo Montoya ao comando e Ralf Schumacher em segundo. Rubens Barrichello  ficou com o terceiro posto e Jarno Trulli com o quarto.


No domingo, Raikkonen, um dos postulantes ao título, se enroscou com Barrichello logo na largada. Em seguida, Ralf Schumacher também abandonou. O duelo da corrida prometia ser entre Montoya e o Schumacher mais velho. Com a saída do Safety Car da pista, Montoya liderava, seguido por Trulli e Alonso com as Renault. Schumacher aparecia em quarto.


Na volta 30, Alonso escapou na entrada do estádio. Schumacher o ultrapassou e seguiu para o terceiro lugar. Nesse momento, porém, a diferença entre Schumi e Montoya, o líder da prova, já era grande. Dificilmente o então pentacampeão do mundo brigaria pela vitória. A tentativa era superar ao menos os Renault e conseguir os 8 pontos do segundo lugar.


Schumi, no entanto, teve grandes dificuldades para alcançar e ultrapassar Trulli. O alemão só conseguiu concluir a manobra na volta de número 58 e a essa altura Montoya já estava cerca de um minuto a frente. Schumi, ao menos, conseguia minimizar os prejuízos com o segundo lugar.


Conseguia. Quatro voltas depois da ultrapassagem sobre Trulli e a cinco do fim, um pneu furado prejudicou a corrida de Schumacher. O alemão chegou apenas em sétimo. Montoya, sem tomar conhecimento dos rivais, venceu com mais de um minuto de sobra para o segundo colocado. O colombiano, que completa hoje 35 anos, vencia pela terceira vez na Fórmula-1.

domingo, 19 de setembro de 2010

Enquete F-1: Corridas 2010



FELIPE MACIEL


Há algumas semanas estamos perguntando aos leitores: O que pensa sobre o nível das corridas nesta temporada?

O balanço geral não foi dos piores, segundo os 125 "eleitores" que votaram.

Razoável. Nem tão bom nem tão ruim. - 44,8%
Ótimo! Os GPs estão excelentes em 2010. - 36,8%
Ruim! As provas poderiam ser mais emocionantes. - 18,4%


Comparado a 2009, a temporada 2010 é o paraíso. Creio que o nível dos GPs deste Mundial não seja de se jogar fora. Merece no mínimo uma nota 7, vai...

Agora leve a mão ao mouse (ou o dedo ao touchpad) e deslize até a direita da página para clicar na mais nova enquete do Blog F-1, referente à maior polêmica da temporada. Manifeste sua opinião a respeito da solução mais indicada, que em semanas voltaremos apresentando o resultado.

sábado, 18 de setembro de 2010

Romain Grosjean, pelas beiradas



FELIPE MACIEL



Ao contrário de Nelsinho Piquet, o francês mais suíço que se tem notícia não decidiu se dissociar completamente da categoria pela qual lutou para competir desde o princípio da carreira. O substituto do brasileiro está realizando sua volta por cima numa velocidade surpreendente.

Nick Heidfeld conseguiu se valorizar no mercado rapidamente com o trabalho feito ao lado da Pirelli, dando o pontapé nos futuros compostos da F-1. Quem esperava uma simples troca de lugares com o Pedro de la Rosa acabou admirado pelo anúncio de que o novo test driver da fornecedora italiana é o inexperiente Romain Grosjean.



As relações com Flavio Briatore foram muito mais determinantes para seu afastamento do que seu desempenho em si. Afinal de contas, em pouco tempo decorrido de uma temporada em andamento ele fez mais ou menos o que Nelsinho costumava fazer há um ano e meio neste circo.

Grosjean não é inferior a Petrov, mas foi trocado pelo russo durante a expurgação de todos os focos deixados por Briatore no time - além é claro do interesse no dinheiro do russo. Mas logo emendou um plano de retorno que está sendo muito bem executado até momento. Romain achou um cockpit na GP2 e em seguida fechou contrato para acelerar um F-1 novamente; só que dessa vez será o Toyota TF109, na função de avaliar os pneus que nenhum outro piloto conhece, exceto Nick Heidfeld.

Será que alguma equipe não optará pelo passe do cabeludo já em 2011?

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Monza



FELIPE MACIEL



No ar a edição número 93 da Rádio OnBoard!

Na companhia nos nobres amigos Fábio Campos e Ron Groo, levantamos todos os comentários a respeito do GP da Itália, que embolou ainda mais a tabela classificatória da Fórmula 1.

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A equipe da rádio volta em breve, na semana da véspera da corrida noturna de Cingapura. Até lá!

A volta dos que deveriam ter ficado



FÁBIO ANDRADE


A informação é da Autosport, então todo mundo leva a sério: Kimi Raikkonen estaria interessado em voltar para a Fórmula-1 pela equipe Renault em 2011. A menção de um campeão em voltar para seu esporte (ou nesse caso, categoria) sempre é positiva, vide o rebuliço que Michael Schumacher causou ao tornar público seu retorno, no final de 2009. Nessa temporada cheia de pretensões, de "melhor piloto da atualidade" vencendo com ordem de equipe, de queridinho do time lamentando por estar sendo jantado pelo companheiro e de idem acontecendo com o maior mito recente da F-1, este blogueiro tem saudade de Kimi e de seu ar blasé de quem pouco está ligando pra toda essa fogueira de vaidades.




[caption id="" align="aligncenter" width="450" caption="Raikkonen em bocejo oficial pela Ferrari em 2009"]Raikkonen em bocejo oficial pela Ferrari em 2009[/caption]

Porém, tal como aconteceu com Schumacher, cabem perguntas ao hipoteticamente repatriado Kimi Raikkonen: depois de um ano fora, o finlandês ainda tem a "mão" da F-1? Nessa realidade de poucos ou nenhum teste durante o ano a rápida adaptação na pré-temporada seria primordial em caso de retorno.


E outra: se for para voltar, que Raikkonen retorne como em sua melhor forma e que a Renault faça bem ao campeão de 2007 como a Ferrari não fez.


Outro que volta, mas esse já de forma oficial e confirmada ontem, é Nick Heidfeld. Volta pra casa, para a mesma Sauber onde quase criou raízes durante a maior parte de sua carreira. É outro retorno que me agrada muito e penso que poderia ter sido assim desde o início do ano: Heidfeld e Kobayashi formando a dupla de Peter Sauber nas pistas.




[caption id="" align="aligncenter" width="466" caption="Heidfeld no cockpit da BMW Sauber em 2008"]Heidfeld no cockpit da BMW Sauber em 2008[/caption]

Gosto enormemente do piloto que é o Heidfeld. Acho que é um dos talentos mais injustiçados da década que passou, algo como Rubens Barrichello nos anos 90. Mas não gosto da comparação. Entre o Barrichello de ontem e o Heidfeld de hoje e entre os mitos que eclipsaram a trajetória de ambos há enormes diferenças.


Com a notícia da volta de Heidfeld e os rumores sobre o retorno de Raikkonen, as manchetes ganham um ar de 2001, quando os dois pilotos dividiam os boxes da Sauber. Eram então dois jovens talentosos que tinham pela frente, diziam os especialistas da época, um sucesso retumbante os agurardando. A setença até deu certo para Raikkonen, mas jamais se concretizou para Heidfeld. Talvez seja interessante para Sebastian Vettel saber que o confete e a serpentina jogados hoje, não garantem o carnaval de amanhã.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Conhecendo o motorhome da Ferrari com Alonso



FELIPE MACIEL



Muito boa a espontânea matéria do canal La Sexta, com Fernando Alonso conduzindo os espectadores em um tour dentro do motorhome da Ferrari. As emissoras inglesas e espanholas sempre tem algo a mais para apresentar na F-1; pena que aqui no Brasil nunca se sai da mesmice, o que nos obriga a ficar de olho no que tem de diferente sendo feito lá fora.

Com vocês, o repórter Fernando Alonso e o cozinheiro Felipe Massa.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dupla de equipe: GP da Itália

Lewis Hamilton


Tinha tudo para manter-se na ponta e afastar-se de Webber, afinal, o australiano chegou apenas em sexto. Mas, como bom piloto de 2010, errou ao calcular mal a disputa com Massa. Errou, ok, mas quem dos postulantes ao título não o fez?

Fábio Andrade



O Hamilton deixou de ser um piloto atrapalhado de outros tempos, na F-1 o negócio do momento é falar mal só do Vettel. Por isso o erro do Lewis é perdoável.

Ainda tem altas chances de ficar com o título, apesar de que agora a Red Bull deve crescer novamente. Após abandonar o GP da Itália o próprio Hamilton viu a burrada que fez - ele não podia sair de Monza sem a liderança do Mundial. Complicou...

Felipe Maciel



Sebastian Vettel


Webber havia feito algo parecido ao dar 40 e poucas voltas com um só pneus em Hungaroring, logo, o feito de Vettel em Monza não foi totalmente inédito, mas igualmente assombroso, além de inusitado. Grande negócio pra ele, conseguiu minimizar muito o prejuízo que teria chegando em sexto ou sétimo.

Fábio Andrade



Confesso que me surpreendo pela forma como a Red Bull faz uma estratégia inusitada funcionar. Achei que o Vettel não lucraria com esse stint super longo da mesma forma que duvidei que o Webber obteria sucesso no episódio de Hungaroring. Mas o bom trabalho do bólido junto aos pneus e a eficiência do time nos pits aliado à boa execução da tarefa dos pilotos na pista fazem funcionar táticas que até Deus duvida. O 4° lugar de Vettel na Itália foi uma surpresa interessante.

Felipe Maciel



Jenson Button


Arriscou, surpreendeu e contava com minha torcida pra hoje. Uma pena que não ganhou. Mas sua tática de ir pra corrida com uma certa carga aerodinâmica enquanto o resto do grid preferiu a segurança de um acerto tradicional foi uma ousadia que, a meu ver, merecia ser recompensada.

Button tinha um carro ótimo de largada, logo deu o bote em Alonso. E, não fosse a obrigatoriedade das paradas, muito provavelmente teria vencido. Já havia ficado claro que seria muito difícil para o Alonso ultrapassá-lo.

Fábio Andrade



Ganhasse o Button e a vitória ficaria em ótimas mãos. O campeão fez por merecer mas não bateu a Ferrari na casa dos italianos. Acho que faltou o Hamilton ali para apimentar ainda mais o confronto da equipe anfitriã com a sempre rival McLaren. Seria uma grata disputa entre vermelhos e prateados em Monza.

Felipe Maciel



Nico Hulkenberg


Corrida legal a do menino, ainda que Webber tenha ficado puto por ele ter cortado o Rettifilo inúmeras vezes.

Bom para a Williams, que conseguiu andar num excelente ritmo mesmo com os motores Cosworth, que são considerados os menos potentes. O que será que houve com Barrichello?

Fábio Andrade



A temporada de estreia do Nico está sendo de um aprendizado silencioso e um crescimento bem positivo. É alguém para se depositar boas expectativas no segundo ano. No caso do GP da Itália, fez um ótimo trabalho seja no treino, seja na corrida. Excelente fim de semana do alemão.

Felipe Maciel



Tifosi


A festa em Monza é comparável com a de Interlagos quando vence um brasileiro ou à espanhola quando Alonso vence. Nunca estive em nenhum desses lugares, mas são, claramente, onde a torcida mais participa.

E em Monza a coisa se torna mais "mega". Por se tratar dos fanáticos ferraristas, pela tradicionalíssima invasão da pista, caso único na F-1. Pena que o protocolo esteja ficando um pouco exagerado, meio celebrity, nos últimos tempos.

Fábio Andrade



Uma festa italiana é outra coisa hein... O pódio do GP de Monza, sobretudo quando vence a Ferrari, é um espetáculo bonito de se ver na Fórmula 1. Imagina o que é estar naquele pódio, de frente para um mar de tifosi celebrando uma conquista da equipe em casa.

É, a primeira chegada de Alonso à Itália como piloto Ferrari não poderia ter sido melhor para o espanhol. Não por acaso ele classificou o feito como uma das vitórias mais importantes de sua vida.

Felipe Maciel

domingo, 12 de setembro de 2010

Button é superado nos boxes e Alonso vence com a Ferrari em Monza



FÁBIO ANDRADE


Quando Fernando Alonso anunciou sua ida para a Ferrari no ano passado houve quem apostasse numa pretensa comparação: apontar coincidências entre o espanhol bicampeão do mundo com um outro bicampeão  que se mudou de mala e cuia para Maranello há 15 anos atrás. A tentativa era de tornar Alonso um semi-Deus, um mito pré-concebido para suportar a sempre desesperada necessidade de vitórias do cavalinho rampante. Coincidência ou não, Alonso já demonstrou que goza da mais marcante regalia que marcou a passagem de Schumacher na Ferrari e que também possui um senso competitivo tão ou mais aguçado do que o heptacampeão, não hesitando em ganhar ao custo que for necessário. Agora que venceu em Monza, num domingo apoteótico como só podem ser os domingos italianos em dia de vitória da Ferrari, já nem precisa ganhar o mundial. Segundo a egotrip ítalo-espanhola, provavelmente Alonso já repousa no Olimpo.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Alonso comemora a vitória diante da torcida italiana"]Alonso comemora a vitória diante da torcida italiana[/caption]

Apesar de os três primeiros chegarem na mesmíssima posição em que saíram, não se pode acusar o GP da Itália de ter sido ruim. Fórmula-1 é mesmo um xadrez em que as ultrapassagens são estudadas antes de serem levadas a cabo. E se Button complicou a vida de Alonso com sua carga aerodinâmica mais alta, os boxes ainda são uma alternativa com cara de 2009 para quem quer tentar a vitória.



Até Cingapura, Hamilton

Largadas em Monza costumam ser complicadas. A freada é distante do ponto de partida, os carros chegam ao Rettifilio em alta velocidade, e o espaço na chicane é estreito para que caibam todos. Mas muito antes da primeira variante, Alonso já havia perdido a liderança para Button. Depois da problemática primeira curva, o espanhol ainda ficou exposto ao ataque de Felipe Massa, que, ao contrário do se poderia imaginar, não aliviou para o 1A da equipe saf... não, não, da Ferrari. As rossas diviram a pista lado a lado desde o Rettifilio até a della Roggia, e na segunda chicane de Monza, Massa fez, involuntariamente, o trabalho de segundo piloto: tirou Hamilton da prova e deu uma mão a Alonso no campeonato.


No meio do bolo, os Red Bull lutavam para marcar a maior quantidade de pontos possíveis. Vettel não largou bem e caiu para sétimo. Webber largou pior ainda e desceu do quarto para o oitavo posto. Novidade boa para Button e Alonso, que lideravam seguidos de perto por Felipe Massa.


O trio se manteve compacto nas voltas iniciais, trocando décimos de segundo entre si, ainda que um ataque da parte de Massa fosse muito improvável. Alonso se aproximava muito nos trechos de retas longas, chegando a mudar o traçado nas freadas para tentar induzir Button a um erro. O piloto da McLaren, no entanto, aproveitava-se da estabilidade conferida pela maior carga aerodinâmica de seu carro e não permitia a ultrapassagem de Alonso. A dinâmica foi essa durante toda a primeira metade da prova. Logo ficou claro que seria dificílimo para Alonso concluir uma ultrapassagem na pista. Os boxes eram a última possibilidade do espanhol.




[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="Button lidera seguido por Alonso e Massa"]Button lidera seguido por Alonso e Massa[/caption]
Schumacher, Monza 2006

Se você não consegue ultrapassar na pista, ultrapasse nos boxes. Foi a regra máxima ensinada por Michael Schumacher enquanto era o maior piloto em atividade no início da década e foi assim que uma Ferrari venceu pela última vez em Monza, em 2006. Kimi Raikkonen liderava a corrida, mas Schumi tratou de utilizar sua infalível tática de ficar mais voltas com o tanque vazio na pista andando rápido e finalmente fazer o pit stop e voltar na frente. Hoje em dia já não se reabastece, mas vencer ao modo Schumacher ainda é possível.


A Ferrari, finalmente, fez um trabalho de box eficiente. Alonso foi devolvido à pista lado a lado com Button, mas com a preferência da primeira perna do Rettifilio. Um lance daqueles em que um piscar de olhos fora de hora nos boxes podia fazer a vitória pender para um dos lados, e pendeu para o do bicampeão.  Na pista em que vitórias da Ferrari são comemoradas como um título pela torcida, Alonso, competente ao andar na cola de Button durante as 37 voltas que antecederam o pit stop de Button, deve muito de sua vitória ao time que os torcedores tanto amam. E não se trata de futebol.



Vettel, até o limite

[caption id="" align="aligncenter" width="390" caption="Vettel resistiu com os pneus duros durante 52 voltas"]Vettel resistiu com os pneus duros durante 52 voltas[/caption]

Enquanto todos os ponteiros faziam suas paradas para troca de pneus, Sebastian Vettel resistia com os mesmos compostos duros com os quais treinou ontem e largou hoje. Era sua tática para tentar salvar alguns pontos numa corrida em que os dois concorrentes diretos de Vettel pelo terceiro lugar no mundial ocupavam as duas primeiras posições da corrida. O alemão apareceu em quarto depois que todos os outros pilotos pararam para trocar os pneus. A estratégia aparentemente maluca de deixar para fazer a troca na última penúltima volta deu certo: Vettel manteve-se em quarto e minimizou o prejuízo na tabela. Webber terminou em sexto.



O pódio-pop

[caption id="" align="aligncenter" width="485" caption="A tradicional invasão dos torcedores na pista de Monza"]A tradicional invasão dos torcedores na pista de Monza[/caption]

Terminada a corrida, o protocolo de Monza transforma os vencedores em super stars. Super stars, na verdade, é o que são esses sujeitos que ganham salários milionários e passam boa parte de suas vidas aparecendo na tv. Mas a festa despretensiosa, apesar de grandiosa, feita pela torcida italiana em Monza foi transformada num evento quase mais destacável do que a corrida. O pódio virou palco, a torcida virou público, a tv transmite para o mundo todo e o ídolo pop aparece sorridente. A música que toca faz a massa delirar. Essa turnê mundial continua daqui a 15 dias em Cingapura.



Grande Prêmio da Itália, resultado após 53 voltas:

sábado, 11 de setembro de 2010

A Revolução do Duto



FÁBIO ANDRADE


A McLaren era apontada como a favorita à pole e à vitória no GP da Itália. O primeiro favoritismo da equipe de Woking já caiu. Resta ao time britânico se apegar à potência do motor. O MP4/25 é empurrado pelos motores Mercedes, tidos como os mais potentes do atual grid, ainda que apenas potência seja pouco para negociar com sucesso uma ultrapassagem na atual Fórmula-1. E o que chamou atenção hoje em Monza não foi o rendimento soberbo que se esperava dos carros de Woking, e sim a diferença de colocação entre Jenson Button, o segundo no grid, e Lewis Hamilton, que largará em quinto amanhã. Button classificou-se com o duto de ar implantado em seu carro. Hamilton não.


Monza é a pista onde se anda com menor carga aerodinâmica no ano. Por se tratar do traçado com maior porcentagem de pé embaixo e retas da temporada, as equipes retiram o downforce dos carros para suprimir o arrasto, mesmo que isso implique em sacrificar o desempenho em curvas, sobretodas elas a Parabólica. Isso é uma característica histórica de Monza, e uma das que diferencia o circuito italiano e o torna um caso único.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Button em Monza: a asa estabiliza o carro nas curvas, o duto retira o arrasto nas retas"]Button em Monza: a asa estabiliza o carro nas curvas, o duto retira o arrasto nas retas[/caption]

Acontece que hoje Jenson Button desrespeitou esse cânone sagrado de Monza. O atual campeão disputou a classificação com uma asa traseira claramente maior do que a da maioria do grid, ou seja, Button correu em Monza com um grau de downforce significativamente maior do que o usado pelos demais pilotos. Além disso, usou o duto de ar, e conseguiu o segundo tempo. Hamilton, com uma estratégia oposta, optou pelo acerto tradicional, sem asa e sem duto, depois de liderar o warmup de sábado pela manhã com essas configurações, e ficou com o quinto lugar no treino oficial.


A escolha da asa ideal mobilizou as equipes durante toda a sexta-feira de treinos livres em Monza e pelas linhas acima dá para ter uma ideia de como é importante o estudo aprofundado sobre característica da pista e do carro e como o duto de ar mudou a maneira e os aspectos que rodeiam o acerto dos bólidos. Monza é, historicamente, o circuito onde se usa downforce mínimo nos carros, dada a influência negativa da resistência do ar numa pista em que predominam as retas. Só que o duto de ar é, definitivamente, uma ideia incrível (do ponto de vista da eficiência extrema que proporciona) e que mudou o paradigma para o acerto dos carros em Monza. Button apostou (e se deu bem) numa configuração com mais pressão aerodinâmica para auxiliar a pilotagem em curvas como as duas di Lesmo e a Parabólica, enquanto o duto de ar faz o serviço de anular a asa traseira nas longas retas de Monza. Resta saber se o artifício funcionará tão bem na corrida.

Memória Blog F-1: 11 de setembro



FELIPE MACIEL


Essa deve ser a primeira vez que o "Memória" abre mão de um vídeo já que a foto é tudo o que basta.



O Grande Prêmio da Itália de 2001 ocorreu na semana da fatídica terça-feira 11 de setembro. A Scuderia Ferrari cobriu o bico do carro de preto em forma de luto às milhares de vítimas do atentado em solo americano.

Alonso voa e conquista sua primeira pole pela Ferrari



FÁBIO ANDRADE


Na pista em que a Red Bull começou o fim de semana não sendo favorita, a McLaren era tida como a força a ser batida. Mas no circuito italiano de Monza foi a torcida local que festejou a pole position da Ferrari. Fernando Alonso conquistou a posição de honra para o GP da Itália com uma volta rapidíssima já na primeira tentativa do Q3. O espanhol foi o único a andar na casa de 1min21s e liderou não apenas o Q3, mas também o Q2, numa sessão classificatória totalmente dominada pela Ferrari, já que Felipe Massa foi o mais rápido no Q1 em Monza.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Alonso fravou uma volta voadora para garantir sua primeira pole pela Ferrari"]Alonso fravou uma volta voadora para garantir sua primeira pole pela Ferrari[/caption]

É a primeira pole da equipe italiana no ano, na verdade, a primeira desde o GP do Brasil de 2008 com Felipe Massa. Também é a primeira vez que Alonso larga na frente pilotando uma rossa, e logo em Monza, casa da equipe de Maranello.


Na 14ª corrida do ano a Ferrari é apenas a terceira equipe a conseguir marcar a pole e Alonso é o quarto piloto a fazê-lo. Num ano de amplo domínio dos Red Bull, largar e manter-se a frente depois da primeira chicane poderá valer muito para Button e Alonso se aproximarem dos líderes do campeonato. Lewis Hamilton e Mark Webber, líder e vice-líder do mundial, largam apenas em quinto e quarto lugares, respectivamente.



Domínio Rubro

Felipe Massa e Fernando Alonso revezaram-se na ponta durante todo o treino classificatório. A McLaren, favoritíssima de outrora para o GP da Itália, não chegou a apresentar um desempenho realmente ameaçador, tal como a Red Bull, que confirmou ser Monza o ponto baixo da equipe nesse final de temporada.


Quem surpreendeu positivamente foi a Williams, que levou os dois pilotos ao Q3. A equipe de Grove é equipada com os motores Cosworth, tidos como os menos potentes do grid. A Williams tem conseguido frequentemente levar tanto Rubens Barrichello como Nico Hulkenberg ao Top-10 das classificações, ao passo que Mercedes, a quarta força do início do campeonato, constantemente cai já na segunda parte da classificação.




[caption id="" align="aligncenter" width="490" caption="Williams tem conseguido classificar-se entre os dez mais velozes con frequência"]Williams tem conseguido classificar-se entre os dez mais velozes con frequência[/caption]

Na briga pelo título, Alonso deu um passo importante para tentar novamente se aproximar dos líderes. Passar pelo Rettifilio sem se envolver em confusões é primordial, tanto para ele como para Button, que também tem a chance de reagir. A pior situação dos postulantes ao título é vivida por Sebastian Vettel que, sem o melhor carro para a pista de Monza, larga na distante sexta posição. Webber em quarto e Hamilton em quinto terão de fazer uma corrida para administrar os prejuízos, mas estão relativamente tranqüilos. Com a vantagem que possuem na tabela, sairão de Monza ainda como líderes de qualquer maneira.


O GP da Itália será disputado amanhã em 53 voltas. A previsão do tempo não indica possibilidades de chuva para a hora da corrida em Monza. A prova deve ser disputada com tempo ensolarado e temperatura variando entre 25ºC e 26ºC.



Grid de largada para o Grande Prêmio da Itália:

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Memória Blog F-1: Ultrapassando em Monza



FÁBIO ANDRADE


Uma pista de velocidade pura. Vá lá, hoje em dia as chicanes retiraram de Monza a caracterísitca de ser uma pista totalmente pé embaixo, mas ainda assim o circuito italiano é onde se anda mais tempo com o pé cravado e onde os carros de Fórmula-1 alcançam as maiores velocidades finais em toda a temporada. Esse privilégio, que outrora fora de Hockenheim, dá ainda mais charme a um dos cenários mais clássicos do esporte a motor.


E que tal ultrapassar nesse templo, negociar uma posição a mais de trezentos por hora? Abaixo, cinco lembranças, cinco ultrapassagens no solo sagrado de Monza




Hamilton sobre Raikkonen - 2007

 

Kimi Raikkonen sofrera um acidente nos treinos livres de sábado e há quem diga que o finlandês disputou a prova no domingo com dores no pescoço. Isso, em tese, explicaria o fato de o campeão de 2007 ter sido ultrapassado por Lewis Hamilton. Se foram as dores no pescoço de Raikkonen ninguém tem como comprovar, mas o arrojo de Hamilton, esse sim, ficou visível na manobra do britânico: esticou a freada até o último centímetro, corrigiu o traçado do carro, que começava a escapar de traseira, e correu para o abraço. A manobra valeu a dobradinha para a McLaren, e um tremendo susto para Raikkonen.




Schumacher sobre Button - 2004


O GP da Itália de 2004 foi atípico. Para começar, choveu minutos antes da largada. O pole, Rubens Barrichello, largou de pneus intermediários, mas avaliou mal a condição da pista, que secou em três voltas. Michael Schumacher se envolveu em um toque na Variante della Roggia ainda na primeira volta e caiu para o fim da fila. Parecia ser o pesadelo dos tifosi na corrida de casa da Ferrari.


Parecia. A equipe italiana mudou a estratégia de ambos e graças ao incrível rendimento do F-2004, conseguiu colocar Barrichello na ponta com um splash-and-go no finalzinho da prova. De quebra, Schumi conseguia, ao mesmo tempo em que Rubinho retornava dos boxes, ultrapassar Jenson Button na reta principal e garantir o segundo lugar, para delírio da torcida italiana.




Zonta sobre Verstappen - 2000


Depois do Big One da largada no GP da Itália de 2000 sobrou espaço para as equipes pequenas e médias nas posições pontuáveis. Ricardo Zonta e Jos Verstappen trataram de animar a festa nessa sensacional ultrapassagem realizada pelo brasileiro na Variante del Rettifilio.




Barrichello sobre Coulthard - 1999


Ok, reza a lenda que David Coulthard enfrentou problemas mecânicos desde o início do GP da Itália de 1999, mas a ultrapassagem de Barrichello sobre o último playboy da F-1 não deixou de ser bonita. Negociada na longa reta principal, a mais de 300 km/h, a manobra foi concluída na antiga Rettifilio, que, a bem da verdade, tinha um desenho mais interessante do que o de hoje.




Mansell sobre Senna - 1991


Foi um dos momentos em que ficou claro o crescimento do carro projetado por um tal Adrian Newey em 1991. O FW14 pilotado por Mansell encostou na caixa de câmbio do MP4/6 de Senna velozmente. O brasileiro tentou resistir, mas Monza não é Mônaco, e Ayrton teve de se contentar com o segundo lugar naquele GP da Itália.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição Pré-Itália



FELIPE MACIEL



No ar a edição número 92 da Rádio OnBoard!

Ron Groo e eu avaliamos a decisão do Conselho Mundial da FIA nesta semana e falamos de outras notícias que merecessem menção no programa que antecede o GP da Itália.



Clique para ouvirClique para baixar

O próximo encontro será ao vivo, no link e no horário de sempre. Em edição gravada, estaremos de volta só após a corrida de Monza. Até lá.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Ferrari sai ilesa do julgamento em Paris; mundial 2011 terá 20 corridas



FÁBIO ANDRADE


Depois de realizar uma flagrante troca de equipe entre Felipe Massa e Fernando Alonso no GP da Alemanha em julho, a Ferrari foi multada em módicos 100 mil dólares. A quantia é menor do que o valor de qualquer uma das máquinas fabricadas pela montadora. Cem mil dólares para uma empresa do tamanho da Ferrari está longe de ser um valor difícil de ser quitado. Ficou no ar, naquele 25 de julho, a impressão de que a real punição à equipe italiana e a seus pilotos viria no julgamento de hoje, no Conselho Mundial da FIA, em Paris. E de Paris, a Ferrari saiu há pouco, ilesa, sem nenhuma punição de verdade após desrespeitar frontalmente o regulamento esportivo da Fórmula-1.




[caption id="" align="aligncenter" width="494" caption="Fernando Alonso e Felipe Massa"]Fernando Alonso e Felipe Massa[/caption]

Não dá para dizer que a absolvição da Ferrari é uma surpresa, afinal, a politicagem corre solta dentro dos porões da Federação Internacional do Automóvel. Como também não dá pra dizer que é o resultado com o qual todos sonhávamos. O que aconteceu há um mês e meio em Hockenheim foi a morte da F-1 como uma competição de pilotos, ainda que os detentores dos direitos comerciais da categoria continuem lucrando muito ao enganar os (tel) espectadores convencendo-os do contrário.


No fim quem sai prejudicada é a imagem da F-1 enquanto "esporte". A F-1 que ainda não se abriu à internet, que está cagando para o que pensa o público, como se fosse a dona do monopólio das corridas de automóvel nesse mundo. Uma categoria de projeção mundial que ainda funciona como um velho negócio do interiorzão do Brasil onde o que importa é não incomodar os coronéis e prestar-lhes uns favores de vez em quando.




Temporada 2011

Diante da absolvição da Ferrari o resto das sentenças emitidas na Place de la Concorde vira apenas resto, mas é digno de nota. O pré-calendário da temporada 2011 já existe, e nele constam inéditas 20 etapas. O GP do Brasil volta a encerrar o mundial, no fim de novembro, e a F-1 passa a visitar mais um país, a Índia. O gp indiano será o antepenúltimo da temporada do ano que vem.


Pré-Calendário - Temporada 2011:


FIA veta entrada de 13ª equipe no grid de 2011



FELIPE MACIEL


Se a federação tivesse usado esse mesmo rigor anteriormente, nunca teríamos ouvido falar de Hispania, Virgin, Lotus, ou mesmo as USF1 e Prodrive da vida...

Até mesmo a respeitosa Epsilon Euskadi rodou na escolha da FIA. Cá entre nós, pior que a Hispania não seria. Na falta de quem atendesse seguramente às exigências técnicas e financeiras, Jean Todt mandou deixar tudo do jeito em que está.



Apesar da eleição causar uma boa apreensão para rechear um pouco mais o grid da F-1, a decisão de cancelar uma nova entrada se revela madura e acertada. Tem muita escuderia da atualidade sofrendo de questões financeiras, e isso não ocorre somente no fim do pelotão. A realidade está sendo bem abafada, mas a verdade é que até mesmo times como Renault e Force India nadam contra a maré de custos para manter a pose na categoria.

Esse tal oferecimento de vaga a uma 13ª equipe é algo totalmente fora de hora. A abertura se deu num período de instabilidade política, quando Max Mosley decidiu enlouquecer as regras para abrigar times incipientes obrigando todos a reduzirem gastos de maneira drástica. A crise política passou quando Mosley se foi, mas a fragilidade financeira perdura silenciosamente: a F-1 sente, mas não comenta sobre ela.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

Kamui Kobayashi renova com a Sauber para 2011



FELIPE MACIEL



O carismático japonês que, com pouco tempo de Fórmula 1 colecionou admiradores pelo mundo, já garantiu participação na temporada 2011. Kamui Kobayashi começou fazendo espetáculo desde a primeira corrida a bordo do Toyota TF109, conquistando a confiança de Peter Sauber para compor o time em 2010. O chefão acaba de fechar acordo para manter o japa por pela menos mais um ano a seu lado.

Confesso que me incluo neste grupo de torcedores do Kobayashi. Um piloto que agarrou com unhas e dentes a rara chance de competir na Fórmula 1, e se lançou com uma garra marcante que às vezes parece fazer falta a outros pilotos.



Kamui mergulha numa ultrapassagem sem enxergar adversários. Fazer o campeão Jenson Button de gato e sapatopassar Fernando Alonso no final do GP na casa do espanhol são só alguns de seus ricos Melhores Momentos nesta curta trajetória, que terá ainda muito chão pela frente.

Algumas vezes ocorrem certos erros de cálculos por parte do Kamui, é verdade, mas essa infelicidade está bem abaixo da média dos seus conterrâneos famosos por cometer bobagens. Os erros acabam se mostrando pequenos se comparados ao valor dos grandes acertos, o que nos motiva a esperar o dia em que ocupará um carro realmente veloz para despejar todo seu talento, e assim ele se provar, no mínimo, o melhor japonês da história da F-1.

Me arrisco a dizer que, com carro na mão, esse "título" para ele é fichinha. Mas por enquanto a expectativa tem que ser mais modesta; se a Sauber melhorar a arrecadação para investir na evolução que o bólido precisa, já será um bom próximo passo para o futuro da equipe e do Kamui.

sábado, 4 de setembro de 2010

Inocentando Vettel da batida com Button em Spa



FELIPE MACIEL


Às vezes é preferível deixar que falem mal do piloto a revelar a verdade e colocar a inovação técnica do carro sob risco. É o que ocorre com a Red Bull.

A câmera on board de Sebastian Vettel revela um detalhe imprescindível na compreensão do descontrole do bólido na chegada à Bus Stop, que culminou com o choque sobre a McLaren de Jenson Button.

Ao se aproximar da traseira do inglês, a tão falada asa flexível confirmou sua característica mais negra: ela é feita para ganhar tempo com pista livre pela frente, porém pode se tornar perigosa em casos de perseguição.



Nas imagens do cockpit, o aerofólio já contorcido pelo efeito proposto por Adrian Newey, simplesmente tomba e torna Vettel um passageiro. No vídeo é claro o momento em que ela fica bamba, provocando aquele o fatídico descontrole.

Parece que finalmente temos uma explicação cientificamente compreensível para um acidente tão esquisito.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Rádio OnBoard - Edição de Spa-Francorchamps



FELIPE MACIEL



No ar a 91ª edição da Rádio OnBoard!

Ao lado do grande Ron Groo, em nossa mesa virtual, falamos das principais passagens do GP da Bélgica, vencido por Lewis Hamilton e marcado pela batida de Sebastian Vettel sobre Jenson Button.


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Na próxima semana deveremos estar de volta comentando desde as expectativas para o GP da Itália até a retomada da polêmica de Hockenheim, com a audiência no Conselho.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Memória Blog F-1: Carteira de Craque



FÁBIO ANDRADE




Sem dúvidas que o GP da Itália foi uma das melhores corridas do ano de 2008. Lewis Hamilton deu um show à parte. Largando da 15ª posição após um pesadelo diante do temporal da classificação, recuperou-se de forma fantástica no domingo. Ultrapassou mais do que qualquer um na pista e chegaria no pódio se não tivesse que fazer uma parada extra em função de um erro na previsão de tempo da McLaren. O britânico terminou a prova pressionando Felipe Massa, seu rival na briga pelo título. A corrida foi quase uma síntese do histórico do comportamentos dos dois sob chuva: enquanto o piloto da McLaren, oito colocações melhor do que sua posição de largada, deu show, Massa, cruzando a meta no mesmo sexto lugar em que largou, não chegou a ser um burocrata, mas ficou pálido diante do brilhantismo de Hamilton.


O lado mais prazeroso de assitir à pilotagem de Hamilton naquele dia, porém, foi ver que mesmo depois da punição aplicada ao inglês em Spa uma semana antes, o garoto não perdeu o característico arrojo na hora de brigar por ultrapassagens. Hamilton brigou por cada posição com o afinco de sempre, para desespero do Race Control, que parece preferir que os pilotos rápidos peçam licença educadamente aos lentos para ultrapassá-los.


Mas o nome que ficou marcado naquele domingo chuvoso foi o de Sebastian Vettel. Protagonista de uma das vitórias mais incríveis de todos os tempos, o moleque navegou o Toro Rosso pela ensopada pista de Monza como um campeão, depois de fazer a pole no sábado sob chuva ainda mais severa. Pilotar "como um campeão" é tudo o que Vettel precisa fazer novamente em Monza no próximo GP da Itália, e é o que ele deixou de fazer em algumas oportunidades em 2010.




[caption id="" align="aligncenter" width="480" caption="A histórica vitória de Vettel em Monza"]A histórica vitória de Vettel em Monza[/caption]

Curioso é o paradoxo que a imagem de Vettel encontrará na próxima vez que chegar ao Autódromo Nazionale di Monza. Se há dois anos o menino alemão saía de lá aclamado como a maior revelação da Fórmula-1 em muito tempo, hoje ele é uma estrela contestada que ocupa apenas o terceiro lugar num campeonato em que tinha tudo para ser o líder.


Eis a diferença entre ganhar quando ninguém leva fé em você e perder quando todos esperam que você ganhe. No vídeo que abre esse post, Galvão Bueno (em que pese o fato de as palavras a seguir terem sido emitidas por tamanho frasista)  chega a dizer que Vettel é "um menino que tá querendo tirar carteria de craque". Em recente transmissão, no entanto, o mesmo Galvão afirmou que o alemãozinho "não entra naquela turma que cabe nos dedos de uma mão". Sintoma do desgaste da imagem de Vettel, que ainda tem tempo, exatamente seis corridas, para tirar, ainda em 2010, a tal carteira de craque e ser proprietário definitivo do termo "como um campeão".

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Austin, por Hermann Tilke



FÁBIO ANDRADE


A tentativa do arquiteto alemão Hermann Tilke de "homenagear" (ou simular, como queira) curvas célebres de pistas famosas não é inédita, mas já se repetiu. O projetista de 8 das 19 pistas em que a F-1 se apresenta em 2010 (Tilke é a mente por trás dos seguintes traçados: Sakhir, Sepang, Xangai, Istambul Park, Valência, Marina Bay, Yeongam e Yas Marina) revelou hoje mais uma de suas obras: a pista de Austin, capital do estado americano do Texas, que sediará o GP dos Estados Unidos a partir de 2012.




[caption id="" align="aligncenter" width="430" caption="A nova sede do GP dos EUA, projetada por Hermann Tilke"]A nova sede do GP dos EUA, projetada por Hermann Tilke[/caption]

No novo projeto de Tilke são visíveis as inspirações colhidas em várias partes de pistas do mundo: Silverstone, Hockenheim e a Curva Oito que o próprio Tilke desenhou em Istambul estão lá. Invariavelmente, também estão os cotovelos e os protocolares 5 mil e poucos metros de extensão (exatamente 5470 metros).


Diz-se que Istambul Park, também apresenta trechos que remetem a outras curvas famosas do mundo: a sequência das curvas Um e Dois da pista turca seriam supostamente parecidas com o S do Senna, por exemplo. Ou seja, uma das taras de Tilke, a prestação de "homenagens" a recortes célebres da outras pistas,  já se repetiu. Ou seria falta de uma mente mais criativa?


Em Austin, no entanto, Tilke lançou mão de uma ferramenta pouco usada em seu limitado repertório arquitetônico para o esporte a motor: a variação de relevo. No projeto da pista americana constam novidades como o forte aclive no final da reta principal. Se será interessante e proporcionará o "show" tão prometido, só saberemos daqui a dois anos.




[caption id="" align="aligncenter" width="495" caption="Pista de Austin: relevo variado"]Pista de Austin: relevo variado[/caption]

Os Estados Unidos não recebem uma corrida de Fórmula-1 desde 2007, data em que expirou o contrato com os proprietários da pista de Indianápolis, que investiram pesada grana para construir um circuito misto que pudesse abrigar a categoria. Bernie Ecclestone, chefão comercial da F-1, desejava levar o circo para um local com mais visibilidade dentro dos EUA, e o Texas parece se encaixar sob esse perfil. Ecclestone, no entanto, ainda não desistiu de ver uma prova da categoria nas ruas de Nova York: "Austin sediará o Grande Prêmio dos Estados Unidos, mas não descarto a possibilidade de ter outra corrida nos Estados Unidos com outro nome. Seria loucura ter a opção de correr em Nova York e dizer 'não, obrigado" - disse o gerente comercial da F-1 quando questionado, no mês passado, sobre a possibilidade de uma prova na Big Apple.