quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Alonso assume vaga de Kimi na Ferrari

Fernando Alonso havia assinado com os italianos para 2011, e após intensas negociações com o finlandês, chegaram a um acordo para que o espanhol corresse logo a partir de 2010. Felipe Massa já estava garantido no cockpit titular. Fisichella é reconfirmado como test driver.
Duas coisas chatas no anúncio do Alonso. A primeira é aguentar a volta daquelas montagens mal feitas, com a cabeça do espanhol pregada no macacão vermelho, como fazem alguns sites por aí.
A outra é algo mais sério. Kimi usou a palavra "triste" para se referir ao casamento desfeito com a Ferrari. E não foi apenas uma palavra padrão no comunicado.
A saída do Raikkonen ocorreu por vontade da equipe, não do piloto. Não é todo dia que se vê a Ferrari jogando um campeão do mundo pela janela - e o seu contrato junto.
Sim, a forma como o Kimi deixou Maranello foi triste.
Por outro lado, espera-se que retorne à McLaren, equipe pela qual mostrou seu melhor potencial na F-1, embora tenha conquistado o título somente pela Ferrari. Na certa destacou-se muito mais vestindo prateado, porém perdeu um título para Schumacher em 2003 e outro para Alonso em 2005, quando o falho motor Mercedes abriu caminho fácil para o primeiro campeonato do asturiano.
Se quiser fazer um grande favor aos fãs da Fórmula 1, o finlandês esquece o rali e fica na Fórmula 1 (que é o mais provável). Assim, quem sabe, poderemos assitir a um 2º round do Mundial de Pilotos de 2007. Raikkonen e Hamilton na McLaren contra Massa e Alonso pela Ferrari. Já pensou?
Depois de um ano meia boca, com um título sendo decidido de maneira morninha entre Button e Rubinho, nada melhor do que retornamos às competições de alto gabarito graças ao distinto G4 de poucos anos atrás.
Claro que depende bastante do trabalho da Ferrari e da McLaren na construção de modelos melhores, mas 2009 foi um caso à parte, com um regulamento confuso, difusor duplo, KERS, carro que o tem, carro que não tem...
Creio que, em 2010, os times tradicionais e os grandes pilotos estarão de volta à briga pelo topo. Mais torço do que creio. Mas creio muito também.

Rádio OnBoard - Edição de Marina Bay

No ar, a edição número 58 da Rádio OnBoard!
Os ouvintes podem comemorar o tão aguardado retorno do amigo Fábio Campos, o nosso Felipe Massa tecnicamente recuperado.
O programa foi longo e repleto de discussões, com altos debates sobre a corrida noturna, a situação no campeonato e, claro, a entrevista de Nelson Piquet ao Reginaldo Leme. Falamos também sobre a excelente pista de Suzuka, que volta ao Mundial no próximo fim de semana.
Como o GP do Japão será realizado às 2h da manhã, imaginamos que muitos irão preferir se manter acordado até o momento da largada, por isso programamos o Pré Race ao vivo (neste link) a partir de 00:30 do domingo, com todas as expectativas para a prova que estará prestes a começar.
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terça-feira, 29 de setembro de 2009

Reginaldo entrevista Nelson Piquet

A entrevista na íntegra realizada por Reginaldo Leme foi bem interessante. O tricampeão Nelson Piquet controlou seu estilo despojado para cuidar de um assunto delicado, escolhendo minuciosamente cada palavra que iria pronunciar.
O histórico por ele revelado não foge muito ao que já se sabe. Nelson pai deixou Nelson filho nas mãos de Flavio Briatore, quando foi assinado o contrato de manager do piloto em 2008. Certos membros da Renault pressionavam o brasileiro intensamente, sugerindo que sua permanência na equipe não estaria oficialmente garantida após Cingapura. Ele resolveu ceder à proposta de Symonds/Briatore no GP noturno, quando bateu de forma premeditada.
Piquetzão conta que seu filho não pôde entrar em contato devido ao fuso horário. Se tivesse a chance de falar com ele, diria para não fazer de maneira alguma aquilo que a direção da escuderia lhe delegou. Mas não foi assim que a história se sucedeu.
O tricampeão deixou bem claro que rechaça qualquer jogo de equipe na Fórmula 1. É bem verdade que Piquet teve suas sujeiras nas pistas, porém nada associado a um companheiro. Conclusão: se for para fazer uma safadeza, faça você mesmo.
O fato é que Nelsinho contou a um amigo, que repassou o caso para o pai do piloto. Por sua vez, entrou em contato com Whiting aqui no Brasil e revelou o episódio. No entanto, preferiu não iniciar as investigações para não prejudicar o filho.
Nelsão passou a comparecer às corridas em 2009 para acompanhar o trabalho da Renault, que segundo ele chegou a oferecer ao primeiro piloto um carro 8 décimos mais rápido que o de Nelsinho, o que consistia numa infração à igualdade prevista no contrato. Não havia, pois, meios de o jovem piloto apresentar um nível comparável ao seu parceiro.
Na entrevista, ele diz que Fernando Alonso era quem mandava no time. O chefe italiano satisfazia todas as suas exigências. Quando Briatore ameaçou demitir Nelsinho, ouviu como resposta que a bomba de Cingapura viria à tona. Ainda assim, Flavio decidiu por romper o acordo e colocar Grosjean no cockpit, enquanto o brasileiro realizou a denúncia oficial junto à FIA.
Perguntado por Reginaldo sobre o que diria a Briatore se o encontrasse frente a frente, o tricampeão respondeu com seu humor peculiar: reservaria a boate de Flavio para comemorar sua saída da F-1...
Uma das passagens mais importantes é quando menciona a revolta dos espanhóis com seu filho. Piquet diz que esse comportamento só existe porque uma incipiente escuderia espanhola quer Nelsinho no cockpit. Mas as pessoas na Espanha (destaque para o presidente da federação espanhola) preferem pilotos espanhóis. Sinal de que as portas da categoria não estão tão fechadas como vivem exclamando por aí. O retorno na Campos é uma possibilidade real.
Piquetzão opina que um título mundial decidido numa batida proposital - como nos clássicos exemplos de Prost, Senna e Schumacher - é uma conquista sem valor. Portanto fez questão de esclarecer que de forma alguma apoia o que o Ângelo fez. Também destacou a participação da FIA, que segundo ele trata o esporte como merece ser tratado. Ou seja, quando um caso escandaloso surge, eles investigam seriamente. E diz que pessoas como Flavio Briatore devem mesmo ser eliminadas da Fórmula 1.
A expectativa agora é a próxima entrevista de Reginaldo Leme: ele prometeu uma boa conversa com Nelsinho Piquet.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Massa prepara retorno à F-1

Felipe Massa já faz academia e acaba de iniciar os treinamentos no kart para dar continuidade ao seu processo de recuperação.
O próprio diretor Stefano Domenicali deu uma declaração conservadora sobre o retorno do brasileiro nesta temporada, ainda que seja na etapa final de Abu Dhabi: "É muito cedo para dizer isso. Precisamos ir passo a passo, sem antecipar nada. Não quero excluir nenhuma possibilidade, mas precisamos ser cautelosos".
A postura cautelosa do italiano é fruto do aprendizado obtido com o caso do Schumacher: melhor não confirmar nada antes para não precisar desmentir depois.
O fato é que a recuperação do Felipe está sendo excelente, portanto não haverá motivos para mantê-lo de molho caso realmente esteja 100% dentro de algumas semanas. O piloto não vê a hora de voltar a disputar corridas na F-1. E a Ferrari, idem.

domingo, 27 de setembro de 2009

Mais deste domingo

Se a Renault estava devendo um pódio em 2009, não está mais. Tudo porque Fernando Alonso chegou em terceiro lugar no GP noturno, que havia sido vencido de maneira alternativa por ele mesmo no ano passado.
A polêmica daquele caso não inibiu o espanhol a passar a mão na cabeça do antigo chefe hoje. Durante a entrevista, Alonso dedicou o pódio a Flavio Briatore, que segundo ele é responsável por parte do sucesso que a equipe obteve neste domingo.
Bom, o resultado é dele, ele dedica para quem quiser. Se tem um piloto no grid que já passou ileso por se envolver em situações altamente polêmicas, aí está. Sinal de que não precisa se preocupar com comportamentos politicamente agradáveis perante o público.
Fernando está no seu direito de mostrar apoio ao Briatore. Aliás, Mark Webber também já revelou que compõe o time dos que lamentam a expulsão do italiano. Assim vai se ampliando a lista de convidados da festa imaginária que o Flavio prometeu dar quando retornar à categoria. Já tem Symonds, Alonso, Webber e a mãe de Flavio Briatore. A julgar pela multidão que torce pelo sucesso de Briatore, essa festa vai bombar.
O acidente da Nascar hoje chamou a atenção. Joey Logano capotou tantas vezes, que justificou com sobra cada ingresso pago pelo público, já que são batidas como essas que convidam os americanos para os autódromos.
O piloto demorou a sair do carro por uma razão muito nobre: usou o protocolo de fim de prova, tirou o capacete para colocar o boné do patrocinador. Haja simpatia...

Em Cingapura, Hamilton vence 2ª no ano

Ontem, depois do treino, a BMW verificou que havia errado na distribuição do lastro e na verdade o carro de Heidfeld estava abaixo do peso. Ao menos foi esta a versão divulgada. O alemão largou dos boxes, aproveitando para trocar câmbio e motor.
A largada foi limpa em Cingapura. O primeiro a abandonar foi Romain Grosjean, que simplesmente se dirigiu aos boxes depois de míseras 4 voltas. Mas não foi dor de barriga, como alguns pensaram, segundo ele ocorreu um problema nos freios. Isso é que é fim de semana para esquecer.
Jaime Alguersuari aprontou uma no pit stop para nos lembrarmos de um dos incidentes mais memoráveis do ano passado. Quando o macaco desceu, o espanhol acelerou, ignorando totalmente o pirulito abaixado, trazendo consigo a mangueira com o mecânico.
Adrian Sutil, de volta ao fundo do grid, não sobe fazer jus ao nome na noite de Cingapura. Tentou uma ultrapassagem impossível sobre Alguersuari, bateu, rodou, acelerou para evitar o choque contra o muro e atropelou Nick Heidfeld. O alemão da BMW sugeriu que o alemão da FI encontrasse um cérebro para usar. Sem contar o xingamento... Por fim, Sutil foi advertido e forçado a desembolsar US$ 20 mil por conta da façanha.
Nico Rosberg fez uma barbeiragem para cada pit stop. No primeiro, se sentiu no direito de invadir a pista com quatro rodas mais o step. Na segunda parada, voltou metendo roda no muro usando espaço que não tinha. Desperdiçou o pódio e caiu muito por conta do drive through na primeira patacoada.
Passagem curiosa da corrida foi ver Nico agradecendo a Alguersuari por facilitar a ultrapassagem. À essa altura, o espanhol já deve ter pegado trauma de alemão.
Vettel foi prejudicado pela batida de Rubens no treino, largou mal na corrida, mas vinha se aproximando de Hamilton com modestas chances de tentar a vitória, até que tudo voltou a piorar com a última parada. Foi punido por excesso de velocidade, viu o espelho direito ir embora, deixou pedaços ao passar sobre uma zebra e tudo mais. Fechou em quarto. Tá de bom tamanho.
Os freios de Mark Webber não aguentaram o abuso de curvinhas do Tilke e lhe fizeram abandonar, com direito a girada e pancada no muro. Jenson Button também enfrentou problemas com freios, mas pôde administrar a posição e levar até o final.
Finalmente o inglês voltou a andar na frente do Barrichello, fazendo valer sua estratégia de parar muitas voltas depois do companheiro. Já Rubinho reclamou de um problema no anti-stall no último pit, que teria custado "10 segundos" em função do motor que morreu. Pelo que a TV mostrou, a parada não pareceu demorada a esse ponto. Tanto é que o brasileiro voltou à frente de Heikki Kovalainen, enquanto Button superou os dois de uma só vez.
O abandono coletivo dos carros da STR foi uma graça, parecia estar tudo ensaiado. Ambos entraram ao mesmo tempo, um de frente e outro de traseira. Quando um carro era empurrado para frente, o outro era empurrado para trás. E assim foram manobrando para dar um adeus sincronizado ao GP de Cingapura.
Timo Glock e Fernando Alonso foram levando a vida até chegarem ao pódio. Robert Kubica conquistou um pontinho pra lá de suado. Quem suou e não chegou a lugar nenhum foi Kimi Raikkonen. Em Fisichella, nem se fala. Não foi dessa vez que o pessoal de Maranello descobriu o que é pontuar em Cingapura.
Button tem 15 pontos a mais que Rubinho. Basta ser 4º colocado em cada etapa para levar o título. Já a Brawn GP fica no aguardo da conquista certa entre os contrutores. A Ferrari está prestes a perder a 3ª posição no campeonato para a McLaren. 3 pontinhos separam as duas equipes, e a mesma diferença é vista entre Raikkonen e Hamilton.
Próxima parada: Suzuka, no Japão. Dentro de uma semana, o circo corre numa das melhores pistas do calendário da temporada 2009.
Detalhe para o tempo da prova: 1h56min. Escapamos por pouco de um encerramento dentro do limite das 2h.

sábado, 26 de setembro de 2009

Treino mal encerrado em Cingapura

Resumo do treino , aqui só os pitacos.
Bater em Cingapura está se tornando uma alternativa interessante. Rubens Barrichello passou do ponto e foi direto para o muro, provocando bandeira vermelha a 30s do final do treino classificatório.
Ruim para Vettel, que vinha baixando o tempo do pole position; bom para Hamilton, que confirmou a posição de honra. Se os danos não tiverem sido dos piores, o próprio Rubens acabou tirando vantagem do próprio erro, uma vez que assegurou a 10ª colocação, contando já com a punição.
Jenson fez feio no Q2, justo em sua maior chance do campeonato em colocar um dedinho do troféu de campeão, freando a recuperação de Rubens, que tinha de perder 5 posições no grid de largada. O Barrichello também não encontrou muitas facilidades para se classificar para a super pole, mas por fim achou uma boa volta. Não só ficou entrou no top-10, como irá largar uma fila à frente do companheiro.
Kimi Raikkonen frustrou- se com a 13ª posição a bordo de uma Ferrari que deve velocidade na pista de Cingapura. Giancarlo Fisichella ficou numa lamentável 18ª colocação, alegando falta de confiança. O italiano admite que ainda não se sente seguro para frear tão tarde quanto o finlandês. Vida dura essa de Felipe Massa, que além de não poder correr, vê-se substituído por pilotos que passam longe de sua capacidade.
A Red Bull está de volta às primeiras posições. Vettel em 2º e Webber em 4º, com Nico Rosberg entre eles. A Williams é o inverso da Force India: rápida em pistas de baixa, lenta em pistas de alta.
A BMW segue engatinhando atrás de resultados, sendo que desta vez Heidfeld e Kubica largam entre os dez. Quem deixou a desejar foi Heikki Kovalainen, companheiro do pole, que vai partir de 9º amanhã.
Foi uma classificação esquisita, porque a batida de Barrichello impediu o fechamento normal da sessão, o que favoreceu uns e prejudicou outros, além de atrapalhar nossas conclusões sobre o real potencial de cada um. Então vamos considerar Lewis Hamilton o favorito da prova e esperar para ver se alguma batida com entrada de safety car movimenta a corrida marcada para as 9h deste domingo.
Grid de largada doGP de Cingapura:
1° Lewis Hamilton (ING/McLaren), 1min47s891 ( 14 voltas )
2° Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min48s204 ( 17 )
3° Nico Rosberg (ALE/Williams), 1min48s348 ( 15 )
4° Mark Webber (AUS/Red Bull), 1min48s722 ( 19 )
5° Fernando Alonso (ESP/Renault), 1min49s054 ( 17 )
6° Timo Glock (ALE/Toyota), 1min49s180 ( 18 )
7° Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min49s307 ( 19 )
8° Robert Kubica (POL/BMW), 1min49s514 ( 18 )
9° Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 1min49s778 ( 18 )
10° Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min48s828 ( 20 ) [punição - troca de câmbio]
11° Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 1min47s013 ( 14 )
12° Jenson Button (ING/Brawn), 1min47s141 ( 16 )
13° Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min47s177 ( 14 )
14° Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min47s369 ( 16 )
15° Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1min47s413 ( 13 )
16° Adrian Sutil (ALE/Force India), 1min48s231 ( 10 )
17° Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 1min48s340 ( 9 )
18° Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), 1min48s350 ( 11 )
19° Romain Grosjean (FRA/Renault), 1min48s544 ( 10 )
20° Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 1min48s792 ( 8 )
Pesos dos carros em ordem crescente:
Nick Heidfeld (ALE/BMW) 650 kg
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) 651 kg
Mark Webber (AUS/Red Bull) 654,5 kg
Rubens Barrichello (BRA/Brawn) 655,5 kg
Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India) 656 kg
Nico Rosberg (ALE/Williams) 657, 5
Fernando Alonso (ESP/Renault) 658 kg
Lewis Hamilton (ING/McLaren) 660,5 kg
Timo Glock (ALE/Toyota) 660,5 kg
Robert Kubica (POL/BMW), 664 kg
Heikki Kovalainen (FIN/McLaren) 664, 5 kg
Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso) 678 kg
Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari) 678,5 kg
Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari) 680,5 kg
Kazuki Nakajima (JAP/Williams) 680,7 kg
Jenson Button (ING/Brawn) 683 kg
Romain Grosjean (FRA/Renault) 683 kg
Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso) 683, 5 kg
Jarno Trulli (ITA/Toyota) 690,9 kg
Adrian Sutil (ALE/Force India) 693 kg

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Chega disso

Não bastasse o desempenho de Grosjean ser igualmente pífio em relação ao do Nelsinho, o francês conseguiu a proeza de imitar a batida mais falada dos últimos tempos durante a 1ª sessão de treinos livres em Cingapura. Eita muleque invejoso...
No exato ponto da curva 17, Romain reacelerou mal, perdeu a traseira, tocou de leve no muro da direita e se chocou contra o muro da esquerda. Eis o curto relato do diretor Bob Bell: "Eu ri. Pensei: 'não pode ser!'".
É bom o francês nem sonhar em repetir essa patacoada na corrida. Por via das dúvidas, manda o Alonso largar mais pesado desta vez, que o inferno astral não anda fácil por lá, não.
Não há ato mais irônico para este sujeito aprontar. Justo nesse momento em que a equipe alcançou a façanha de tornar seu bólido ainda mais feio, com o sumiço dos logotipos de seus patrocinadores. O nome "Renault" se espalha pela carenagem como forma de amenizar os vazios.
Só mesmo o Alonso para conseguir manter essa barata na pista. O carro já conseguiu denegrir a carreira de Nelsinho e agora põe em xeque as habilidades de Romain Grosjean, que já deixa a desejar. Lucas di Grassi também espera na fila a chance de ser contestado pela dirigibilidade do R29. Mas o brasileiro poderá manter sua fama de bom piloto por mais algum tempo, já que os problemas fisiológicos do novato titular não chegaram a eliminá-lo do GP.
Enquanto gente nova briga para entrar até em vaga ruim, Flavio Briatore ameaça fazer um plano de vingança para recuperar seu passaporte na F-1, com direito a festinha para seus aliados. O carcamano vai, mas sua risada diabólica avisa: Eu voltarei!
"Eu fui traído no meu próprio mundo. Mas, no final, eu vou vencer a batalha, vocês vão ver, e vamos comemorar com uma grande festa. Ela será bem organizada, e vou convidar todos aqueles que seguiram comigo durante este período difícil".
Pois é, o homem pirou.
Eu sempre digo que ética é uma única coisa que nunca vou esperar do pessoal da Fórmula 1, mas vivemos um período de transição, com a saída de senhores como Todt, Dennis e Briatore do comando das equipes. E uma das novas caras do circo, Domenicali, deu uma declaração que pareceu muito sincera sobre os acontecimentos recentes e suas propostas para a categoria, que definitivamente tem de encerrar o quanto antes essa infeliz sucessão de crises.
Stefano, por gentileza, encerre o post.
"Precisamos olhar para um futuro diferente para a F-1. Tenho 44 anos e gostaria de viver uma época diferente. E isso só é possível se todas as pessoas envolvidas com a categoria mudarem sua atitude. E digo todos porque não quero citar um ou dois, é algo que precisa vir em todas as esferas. No esporte, você pode vencer ou perder, faz parte do jogo. Mas é preciso transparência, é preciso saber o que está acontecendo e precisamos melhorar rapidamente no que diz respeito a isso".

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Renault de mal a pior

Daí, vem a Mutua Madrileña e rompe com a Renault, indignada com tudo isso que anda acontecendo. Afinal, ela é uma seguradora séria e deve zelar pela "segurança no trânsito e o cumprimento de normas". Como a equipe desrespeitou as regras da FIA, a patrocinadora de Fernando Alonso rasga o contrato com a escuderia para não manchar sua imagem.
Perguntar não ofende: alguém deixaria de comprar um Renault por conta de uma batida de Nelsinho Piquet? Eu só posso falar por mim, e digo que não compro unicamente porque não vou com a cara daqueles carros.
Em todo caso, a Mutua retira seu logotipo da carenagem do R29. O que fará pouca diferença, uma vez que depois de 4 corridas o bicampeão deverá se ajeitar numa casa nova.
O banco ING era outro que também abandonaria a equipe ao fim do ano. Mas encontrou uma oportunidade de abreviar seus gastos com a equipe Renault.
Tais ocorrências só são lamentáveis para o próprio time, que mais do que nunca enfrenta dificuldades para permanecer na categoria.
Enquanto Briatore cai e a Renault solta pedaço, aparece Mark Webber morrendo de amores pelo seu antigo manager.
"Flavio cuidou de mim durante 11 anos. Nunca olhei para o contrato desde que o assinei pelo primeiro ano. Ele sempre foi sensacional comigo e não trabalharei com mais ninguém no futuro se não for com ele".
Dica: nunca deixe de ler seu contrato. Se o Briatore for seu empresário, então leia de novo.
"Ele foi um ótimo personagem para o esporte, e muitos concordam com isso. Não me parece que ele estará conosco por um bom tempo, mas é assim que as coisas são", concluiu.
Eis aí um dos poucos tristonhos no grid com a saída de Flavio Briatore.

Pegaram pesado com Briatore

"Foi demais. Definitivamente demais". Assim disse Bernie Ecclestone, sobre o castigo aplicado pelo Conselho a Flavio Briatore. O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo espera que a sanção seja reduzida em breve.
Também já falei sobre isso aqui. O que fizeram com Briatore foi notavelmente excessivo. Se tivessem punido apenas pela manobra de Cingapura, ele poderia pegar os mesmos 5 anos de Pat Symonds, o que já seria uma pena gritante. O fato é que os senhores da F-1 realmente queriam se livrar do carcamano de uma vez por todas. E usaram o episódio de Cingapura como impulso para expulsá-lo do automobilismo para todo o sempre.
Aliás, até os fãs da categoria se interessaram por dar um pé na bunda do italiano com uma pena vitalícia. Mas, ao contrário do Montezemolo, não ando cogitando a menor possibilidade de a FIA voltar atrás. Todos eles comemoram o banimento arquitetado neste julgamento, da mesma forma que Flavio comemorou a vitória arquitetada em Cingapura.
Ecclestone revelou mais detalhes do caso, destacando a infeliz resistência de Briatore: "Primeiro, Flavio foi convidado a aparecer no Conselho Mundial da FIA e seus advogados disseram que a FIA não tinha jurisprudência para julgar isso, o que provavelmente estava certo. Mas não era a coisa certa a se dizer".
"Seria tão simples aparecer lá e dizer 'fui pego com a mão na massa, pois na hora a ideia pareceu boa, e agora peço desculpas'. A FIA é uma organização que trabalha muito bem com a ideia de que as pessoas vão e confessam o que fazem. Honestamente, sou amigo de Flavio, mas ele lidou muito mal com a situação, pois poderia ter levado tudo de uma maneira diferente. O Conselho diria 'você foi um garoto muito levado' e pronto, seria isso".
Também não precisa simplificar tanto assim, Bernie... Se o Symonds levou 5 anos tendo reconhecido seu envolvimento; com o perseguido Flavio seria daí para pior. O ex-chefão se recusou a baixar a cabeça diante do juri, e acabou facilitando punição máxima.
Trata-se, sobretudo, de politicagem. Ninguém ali é a pessoa mais indicada para dar aulas de ética ou buscar a justiça plena. Muitos no circo sabiam da história, mas ela só se tornou interessante de ser pesquisada após a demissão do Nelsinho, que deve ter chantageado o antigo chefe em vão para assegurar a vaga. Se o Piquet tivesse emplacado na F-1 neste ano, nada viria à tona.
Tudo é uma questão de interesse. A eliminação de Briatore não foi justa. Foi apenas interessante.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Bob Bell é o novo chefão

A Renault não fez a bobagem de contratar Alain Prost como chefe de equipe. Que foi um excelente piloto, diga-se...
Mas o cargo de Flavio Briatore será ocupado pelo diretor técnico Bob Bell até o final da temporada. Outra antiga ocupação do italiano era o posto de diretor-geral da equipe, que passará a ser de responsabilidade de Jean-François Caubet, então diretor de Marketing e Comunicações.
Bell é velho conhecido do circo. Começou em 82 pela McLaren, se mudou para a Benneton em 97, passou para a Jordan em 99, onde ficou por dois anos, antes de migrar para a Renault. Destaque para seu trabalho na aerodinâmica da McLaren que venceu 15 das 16 corridas no ano do primeiro título do Senna. Além, claro, dos projetos que deu a Fernando Alonso dois títulos mundiais.
Aproveitando o assunto, o ex-piloto da Renault, Nelsinho Piquet, se diz louco para voltar a correr, e já providenciou uma nova pintura para o casco.
A gota não voltou a ser vermelha, ainda é laranja. Pessoalmente, continuo preferindo o layout prateado que víamos usando desde a F-3, mas que nunca foi utilizado na F-1.
Eis a imagem divulgada pelo brasileiro no Twitter.

A testemunha X e o futuro de Piquet

Quando você pensa que a história acabou, ela começa a ter um ar meio misterioso, tendendo para a ficção.
De repente, a FIA divulga que um santo identificado como "Testemunha X" era um membro da Renault que não teria concordado com o plano da batida proposital, se recusando a participar do caso. Um ano depois, quando explode a bomba, ele revela tudo o que sabe para o time francês, que reage demitindo Symonds e Briatore no dia 16 de setembro, um dia antes de encaminhar uma carta à entidade, revelando o conhecimento do 4º elemento sobre o caso.
Tem cara de uma versão dotada de fatos simples, resumidos, com leves distorções e omissões de fatores. A FIA publica desse jeitinho, e a Renault amplia o tamanho aparente de sua inocência.
Quanto à Testemunha X, pouco importa qual o seu nome verdadeiro. Uns apostam em Fernando Alonso, o que faz pouco sentido, já que a versão indica que o cidadão se recusou a participar da festa. Mas Alonso não se recusou a largar com 12 voltas de combustível.
Claro que a historinha pode ter se distorcido na parte em que o Sr. X repudia o plano e resolve não participar. No entanto será perda de tempo ficarmos levantando essas conjecturas. Nada mais irá mudar: quem estava para ser punido, foi; quem não estava na mira, não foi. E fim de papo.
Já Nelsinho Piquet continua fazendo força para seguir na Fórmula 1, mas já possui uma opção distante dali: o brasileiro mantém conversas para assegurar vaga na F-Indy durante a temporada 2010, enquanto a poeira baixa.
Se tiver mesmo de correr nos Estados Unidos, que tenha melhor sorte que o pai. É tudo muito diferente lá, e ele sabe disso.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Rádio OnBoard - Edição Pré-Cingapura

No ar, a edição número 57 da Rádio OnBoard!
Com muito bom humor, Ron Groo e eu levamos adiante os assuntos em pauta neste programa que antecede a segunda corrida noturna da F-1. O desfecho do caso de Cingapura tomou conta de boa parte de nosso tempo, mas também falamos do calendário provisório de 2010, a questão dos motores, dentre outros assuntos.
Também foi ao ar mais uma edição do quadro "Histórias da Fórmula 1"; desta vez contamos relatos de duas curiosas decisões de campeonato mundial da categoria.
No sábado que vem, algumas horas após o treino classificatório, entraremos ao vivo às 20h deste dia 26 neste link. Até o próximo encontro!

Mude para pior

A FIA permitirá que haja uma mudança nos propulsores em virtude da distinta performance apresentada pelos motores Mercedes. Mas a natureza dessa mexida é que surpreende.
A entidade "convidou" a montadora alemã a piorar sua usina, de forma que baixe até o nível dos motores dos adversários, que por sua vez não poderão alterar os seus.
Foi-se a época da livre concorrência. Curta a franqueza desta era das competições, com sua clara forçação de barra para igualar a disputa.
É proibido ser superior ao adversários: seja tão ruim quanto eles. Aplausos para o Mosley...

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

FIA bane Briatore e pendura Renault

Em uma rápida reunião, o Conselho levou menos de duas horas para definir a destino dos envolvidos.
A equipe Renault não contestou as acusações, pelo contrário, cooperou com a investigação a FIA, e confirmou que seus ex-integrantes Flavio Briatore e Pat Symonds participaram do esquema. A escuderia recebeu uma pseudo-punição, segunda a qual seria banida da categoria até o final de 2011, porém esta suspensão só ocorrerá caso cometa uma nova infração grave às regras.
Briatore caiu de vez. O dirigente está proibido de ter acesso a áreas de jurisdição da FIA. Espero que tenha curtido o fim de semana em Monza, pode ter realizado lá seu último passeio por dentro de um paddock.
Os pilotos gerenciados pelo carcamano - Fernando Alonso, Mark Webber, Heikki Kovalainen, Romain Grosjean - não conseguirão renovar a superlicença, a menos que rompam com Briatore. A federação realmente não deseja ver Flavio nem pintado de ouro.
Já Pat Symonds reconheceu seu envolvimento no caso, por isso recebeu uma pena mais branda. O ex-diretor de engenharia da Renault será impedido de dar as caras em eventos da FIA nos próximos 5 anos.
Nelsinho Piquet pegou a imunidade e foi pra casa. Fernando Alonso foi dado como inocente. Mais uma polêmica da Fórmula 1 é deixada para trás. Fim.
Agora já podemos nos concentrar novamente nas corridas. Próxima parada? Cingapura...

domingo, 20 de setembro de 2009

O bom filho

Dizem por aí que Kimi Raikkonen vai retornar à velha casa, onde passou longas 5 temporadas, mais precisamente entre 2002 e 2006. Mostrou muito mais habilidade na McLaren do que na Ferrari, creio eu, e agora estaria prestes a fazer o caminho inverso.
Mas o finlandês tem contrato até o final de 2010, portanto só estaria disposto a abrir mão da vaga se escuderia italiana pagar todo o seu salário. O preço de uma rescisão não deve ser algo muito barato, não é mesmo?
Bem, sigo vendo tudo como desdobramento de boatos em cima de boatos. Se a imprensa do mundo todo vai poder dizer "eu já sabia", só descobriremos quando (se) Alonso for confirmado em Maranello.
Falando nele, Fernando terá de depor no Conselho Mundial nesta segunda, em Paris. Se a FIA já o considera inocente - verdade ou blindagem? - acredita-se que a convocação seja uma forma de forçar Alonso a revelar mais armações executadas por Flavio Briatore, para que a pena sobre o carcamano ocorra de maneira distintamente exemplar.
Parece que, quanto maior a culpa do ex-dirigente, mais cara de vítima terá a Renault. Mas talvez o espanhol não jogue seu velho papito na fogueira tão facilmente. Consta que Briatore marcará presença, mas Pat Symonds não, já que está passando férias na Espanha e a FIA preferiu não incomodar o pobrezinho. Fica cada vez mais claro que o alvo é o Flavio.

sábado, 19 de setembro de 2009

Bem vindo à Fórmula 1

Alguns se perguntam se um escândalo desse tipo mancharia a imagem da Fórmula 1. Ora, se manchasse, então seria mais fácil a FIA abafar o caso, ao invés de expor e julgar os envolvidos. A categoria é dotada de uma blindagem admirável; o fato de haver uma investigação mostra que a entidade que a rege é séria e não permite certos abusos dentro e fora das pistas.
Já deixei claro que não enxergo esta batida premeditada como a coisa mais grave já vista na F-1. Para mim, não foi nem mesmo a pior sandice de Flavio Briatore. Mas vêm de Eddie Irvine as melhores palavras para expressar que o caso de Cingapura foi apenas "mais um" na história.
"A F-1 sempre foi uma guerra. E, na guerra, tudo é justo. Quando eu corria, fazíamos de tudo para vencer. Naqueles dias, era algo normal. Isso é provavelmente a pior coisa das trapaças, mas no passado todas as equipes fizeram tudo que podiam para vencer: mentir, burlar as regras, sabotar oponentes. A Fórmula 1 sempre foi assim, não é um esporte puro".
O irlandês disse que toda essa movimentação criada em torno do pseudo-acidente nada mais é do que uma "cruzada" entre gente grande da categoria.
Essa é a mais absoluta verdade.
Nós levamos 1 ano para descobrir que Nelsinho abandonou a prova de propósito; poderíamos nunca ter descoberto. Pense em quantos casos maiores, menores ou de semelhante natureza ocorreram na história e nós jamais ficaremos sabendo.
O momento atual não mostra novidade em termos de mau caratismo. O novo reside no avanço da onda politicamente correta abraçada por pessoas comuns, associada ao crescimento da imprensa, que faz um estardalhaço tão grande que pode sujar marcas e assustar patrocinadores, ampliando os riscos de se adotar manobras como essas.
Na F-1, a trapaça não é crime, é lei. Só vira crime quando você é pego. E olhe lá.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Relembrando Cingapura

Para não dizer que não falei de esporte, em mais esta semana tomada pela intriga de bastidores, vamos falar de Cingapura sem citar batida proposital, escândalo ou nada do gênero.
Você já decorou o traçado da pista noturna? Haja curva, Seu Tilke...
Ao menos para mim o circuito de Cingapura foi mais bem desenhado que o de Valência. As primeiras curvas, o trio de zebras "relâmpago" onde o Kimi bateu, e o trecho final da volta representam passagens interessantes do traçado.
Mas esta é declaradamente uma típica corrida-outdoor. A garantia comercial é plena, já a garantia de ultrapassagens...

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Monza

No ar, a edição número 56 da Rádio OnBoard!
Estiveram também presentes na mesa o grande Ron Groo e o convidado Felipão. O programa foi gravado antes dos último acontecimentos sobre o caso da Renault, portanto não tivemos muita politicagem em pauta e nos concentramos mesmo nos lances de destaque da corrida italiana. O assunto extra-pista explorado foi a possibilidade de o Pizzonia retornar à F-1 em 2010.
Excepcionalmente nesta edição, retornamos com o saudoso quadro "Jogo Rápido", que expõe as preferências de cada participante sobre os assuntos propostos.
Retornamos na semana que vem, aí sim abordando os conflitos de bastidores, já com a decisão do Conselho, programado para o dia 21. Até a próxima.

Briatore/Symonds demitidos; mais detalhes revelados

Dizem que a FIA sugeriu a demissão de Symonds e Briatore para que a escuderia não corresse risco de expulsão da categoria. Nesse caso, nota-se o esforço da Renault para permanecer em 2010. Os franceses já dão pinta de que irão sair bem pela tangente, possivelmente sem punição.
Perder dois dos homens mais importantes do time não é fácil, mas a montadora não quer ver a sujeira caindo sobre seu nome. De qualquer forma, a notícia impressiona: conseguiram a cabeça de um cachorro grande chamado Flavio Briatore. Não é algo que se vê todo dia...
Mais um depoimento de Nelsinho caiu nos braços da imprensa. O piloto revela que a tal reunião a três foi rápida, "não durou mais de dez minutos", e o Briatore permaneceu em silêncio durante a maior parte do encontro. O tagarela foi o diretor de engenharia.
Symonds lhe explicou, na ocasião, que o episódio do GP da Alemanha - quando Piquet subiu ao pódio acidentalmente ajudado pela batida de Timo Glock - motivou a equipe a arriscar uma coisinha diferente. Que foi executada, de fato.
Um reunião um pouco mais tarde serviria para Symonds instruir Piquet a atingir o muro no local onde ele apontou no mapa. O resto é história.
Nesta guerra, Briatore foi a nocaute. Resta saber como será o futuro do Piquet. Não terá valido a pena se o homicídio for seguido de suicídio. Já certou no alvo, que era o ex-patrão. Agora precisa ver se sua vida terá sequência dentro da F-1. Essa resposta deve demorar um pouco mais.

Flavio Briatore em apuros

A FIA escancarou sua tendência de condenar Briatore, deixando a montadora e demais funcionários saírem impunes do caso de Cingapura.
Segundo o jornal The Times, a entidade propôs ao pivô Pat Symonds a delação premiada para contar tudo o que sabe. Curioso, não? Nesta história, o engenheiro é tão vilão quanto Flavio Briatore, pois ambos articularam em conjunto a manobra ousada, e depois pressionaram o brasileiro para que pincelasse a obra-prima.
Flavio pode ter sido o autor da ideia, mas logicamente quem arquitetou o plano foi o Symonds. Nelsinho executou, Alonso apoiou. Mas, por fim, tudo indica que a marca francesa e os outros participantes da brincadeira passarão limpos pelo martelo do Conselho; somente Briatore vê o cerco se fechar.
Do jeitinho que Piquet Senior quer.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Dia cheio: Lotus, BMW, Alonso...

Dia cheio e corrido. Postando rapidinho sobre as movimentações.
Resumindo o que foi postado aqui. A FIA escolheu a Lotus para a 13ª vaga, mas a BMW vendeu o espólio para outro grupo. Agora a federação busca o apoio da Fota para que o número de carros suba para 28 em 2010. Não deve ser difícil conseguir...
Porque a Litespeed vai usar o nome Lotus? Marketing? Ora, para o marketing ficar completo, é Bruno Senna na cabeça!
Quanto à BMW Sauber, o Peter Sauber não quis saber mais de confusão e vendeu sua parte também. Um grupo suíço assumiu 100% do controle da escuderia de Hinwill.
Luciano Burti confirmou na Globo Esporte que Fernando Alonso assinou com a Ferrari. Não soube dizer se foi para 2010 ou 2011, mas que tem algo assinado, tem. A ver.

Frustrações da temporada 2009

Deixe-me ver se não esqueço de nada...
Ameaça de implantação de sistema de vitórias na véspera do Mundial.
Caso da mentira mina moral de Hamilton e derruba Dave Ryan da McLaren.
Nova aerodinâmica gera aberração visual e não traz ultrapassagens.
KERS se revela um verdadeiro fracasso e pode ser exterminado para 2010.
FIA e Fota emplacam em assustadora rixa política nos bastidores.
Fórmula 1 se viu sob risco de deixar de existir.
Demissões de pilotos bem-sucedidos em categorias de base no meio do campeonato.
Alan Donnelly colabora com parceria Manor/Virgin antes de a FIA anunciar os times novos.
Candidatas ao grid acusam federação de obrigar o uso dos motores Cosworth.
Equipe BMW anuncia fim de participação da montadora na Fórmula 1.
Disputa de título mundial nivelada por baixo.
Mola solta na pista quase tira a vida de Felipe Massa, que é afastado das pistas.
Ferrari tenta presentear Badoer mas sua imagem é manchada por desempenho pífio.
Escândalo da batida premeditada em Cingapura põe os nomes Piquet e Briatore na berlinda.
Já está de bom tamanho ou precisa vir mais?

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Nelson Piquet joga Alonso na fogueira

A investigação não havia encontrado dicas sobre o conhecimento de Alonso a respeito do caso de Cingapura, e o espanhol tentou sair à francesa, dizendo que estava se sentindo muito surpreso com tudo o que vinha acontecendo.
Mas não será tão fácil fazer pose de inocente com um dedo duro profissional à solta. Nelsão entregou o ex-companheiro do filho: "Alonso não podia desconhecer isso. Se ele era o 15º no grid de um circuito urbano, não tem sentido largar com pouca gasolina. No máximo, passaria três carros. Depois faria seu pit stop e cairia para último. É uma estratégia muito sem sentido".
Disse o que todos pensavam. A investigação, portanto, teria falhado nesse ponto.
Bernie Ecclestone, que conversou com o pivô da denúncia, revelou que o duelo pessoal será uma briga de cachorro grande, com o Piquet caçando a cabeça de Flavio: "Nelson me disse que fará tudo o que for possível para destruir Briatore".
Se por um lado a Fórmula 1 quer preservar a marca da Renault e por outro o grande alvo do escândalo é Flavio Briatore, será que o Conselho não arrumaria um jeitinho de responsabilizar o chefe da equipe e livrar a cara da importante montadora?
A uma semana do dia D, os conflitos continuam à toda. Sinal de que as vésperas serão longas...

domingo, 13 de setembro de 2009

Barrichello volta a vencer em Monza

Antes dos pitacos sobre o GP da Itália, o link do resumo da corrida.
Sobre o Rubens, se quiser continuar vencendo, é melhor adotar uma tática que está dando muito certo: usar capacete com uma pintura diferente.
Coincidências à parte, a Brawn conseguiu aplicar inteligentemente a estratégia de uma parada só. Poderia ter brigado pela pole no treino, mas optou por não combater os carros com KERS na largada. Com a perfomance que o bólido tinha, não foi um grande desafio. Hamilton estava só a 16s de vantagem antes de fazer sua segunda parada.
Aliás, deu a louca no Lewis nas voltas finais. O piloto quis tirar no braço a diferença para executar a ultrapassagem sobre Button. O excesso de otimismo gerou um lamentável acidente na 53ª volta das 53 do GP de Monza.
A segunda parada de Raikkonen e Sutil decidiu o pódio. Mas parecia que nenhum deles queria subir lá. Os mecânicos do Sutil escaparam de um atropelamento, e o Kimi estranhamente hesitou na saída. Sem alteração de posições, no final das contas.
Para quem achava que a bandeira preta com círculo laranja era lenda, veio a surpresa quando foi exibida ao Kubica por conta de sua asa dianteira danificada. Qual foi a última vez que essa bandeira deu as caras?
Mark Webber abandonou na primeira volta, após o choque com o polonês. Vettel só entrou para a zona de pontuação porque Hamilton errou no fim da prova. A Red Bull anda precisando de um energético...
Vitantonio Liuzzi não deixou a desejar em nada nesta corrida. Já não podemos dizer o mesmo a respeito de seu câmbio. Resistiu muito bem à pressão de Fernando Alonso, tomara que tenha outras oportunidades de pontuar com essa surpreendente Force India.
Giancarlo Fisichella completou timidamente a corrida, dando ao Buemi o gostinha de ultrapassar uma Ferrari. O italiano assegurou o lugar dos bobos no final.
Jarno Trulli cuidou de nos dar alguma vibração antes do encerramento do GP. Deu uma de Nakajima para cima do Kazuki e acabou perdendo a posição para Glock. Tentou passar o companheiro por fora na Della Roggia e na Di Lesmo. É uma agressividade interessante, de um piloto que corre em casa num carro decadente e já está de malas prontas para deixar a equipe no ano que vem.
Jenson Button está de volta. Não com aquele espírito insuperável do princípio da temporada, mas como um piloto que faz o carro render, coisa que não vimos nas etapas anteriores. A briga pelo título será resolvida dentro dos 40 pontos em jogo, sendo que a diferença caiu pra 14.
Em uma semana, teremos o Grande Prêmio da França, em Paris, onde a Renault irá disputar contra os Piquet para ver quem perder mais. Mais uma semana, e a F-1 chega à Cingapura, para a realização da segunda corrida noturna da categoria.

Rubens e um capacete diferente

Se o Rubinho não dissesse, ninguém desconfiaria da procedência deste casco alaranjado. Está no Tazio a informação: "Barrichello afirmou que o capacete utilizado por ele em Monza é uma homenagem a Nelsinho, que segundo ele faz falta na F-1, e a Felipe Massa, que se recupera de um acidente sofrido na Hungria".
Explicado está. Meio esquisito, é verdade, mas explicado.
Mais esquisito do que explicado.

sábado, 12 de setembro de 2009

Dobradinha da Mercedes em Monza

Tem que respeitar esse tal de motor Mercedes. O treino classificatório foi decidido pelo duelo muy amigo entre Lewis Hamilton e Adrian Sutil.
O atual campeão larga na pole position, tendo ao seu lado a temida e poderosa Force India do alemão. Kimi Raikkonen abre a segunda fila, com a McLaren de Heikki Kovalainen logo em seguida.
As Brawn foram quase 1s mais lenta que o pole. Rubens Barrichello e Jenson Button dominam a terceira fila, seprados por míseros 15 milésimos. A briga interna parece ter emparelhado melhor em Monza.
Surpreendente desempenho de Vitantonio Liuzzi, que não fez cerimônia neste seu retornou e enfiou o pé direito, andando forte no Q2 e fazendo a 7ª melhor volta da super pole.
Fernando Alonso, com KERS, levou à Renault ao 8º posto, superando as RBRs de Vettel e Webber, nessa ordem.
O italiano Jarno Trulli fez um excelente trabalho trazendo essa Toyota que não anda ao 11º lugar. Romain Grosjean conquistou uma respeitável 12ª colocação. Kubica, 13º, e Heidfeld, 15º, não puderam brigar até o final graças a uma pane coletiva de motor.
Entre os pilotos da BMW, larga Giancarlo Fisichella, que apresentou uma performance razoável, fazendo nada mais, nada menos do que se esperava de um piloto que tem de se adaptar a um carro diferente. Porém ele reconhece que guiar pela Ferrari gera uma pressão extra. Quando o piloto é instável psicologicamente, não tem experiência que dê jeito. Basta lembrar seus tempos de equipe grande, completamente ofuscado no cockpit da Renault. Mas ele tem tempo para ir se adaptando...
A turma do fundão é liderada por Timo Glock, em 16º, seguido pelas decepcionantes Williams de Nakajima e Rosberg, e pelas Toro Rosso de Buemi e Alguersuari.
A equipe McLaren é favorita à vitória, mas nunca se deve desconsiderar a figura de Kimi Raikkonen. Adrian Sutil tem tudo para ser engolido no início da prova, já que o KERS irá conferir uma vantagem colossal na largada.
Vantagem essa que pode prejudicar as Brawn, caso Alonso consiga espaço para usar o dispositivo antes da primeira curva.
A suposta estratégia de primeira perna longa de Rubens e Jenson pode ajudar a ganhar posições em relação ao posto de largada. Já a rival Red Bull não mete mais medo em ninguém.
Pelo cuidado visto na tocada dos pilotos, reafirmo a crítica que fiz quando vi pela primeira vez a imagem das novas zebras: absolutamente lamentável...
Agora é esperar pelo domingo, sem saber se a rara chuva fará sua segunda aparição em edições do GP de Monza, como ocorreu no ano passado.
Classificação do GP da Itália:
1. Lewis Hamilton (ING/McLaren), 1min24s066 ( 23 voltas )
2. Adrian Sutil (ALE/Force India), 1min24s261 ( 24 )
3. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min24s523 ( 28 )
4. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 1min24s845 ( 27 )
5. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min25s015 ( 23 )
6. Jenson Button (ING/Brawn), 1min25s030 ( 26 )
7. Vitantonio Liuzzi (ITA/Force India), 1min25s043 ( 26 )
8. Fernando Alonso (ESP/Renault), 1min25s072 ( 25 )
9. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min25s180 ( 23 )
10. Mark Webber (AUS/Red Bull), 1min25s314 ( 24 )
11. Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1min23s611 ( 20 )
12. Romain Grosjean (FRA/Renault), 1min23s728 ( 22 )
13. Robert Kubica (POL/BMW), 1min23s866 ( 17 )
14. Giancarlo Fisichella (ITA/Ferrari), 1min23s901 ( 24 )
15. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min24s275 ( 14 )
16. Timo Glock (ALE/Toyota), 1min24s036 ( 11 )
17. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 1min24s074 ( 9 )
18. Nico Rosberg (ALE/Williams), 1min24s121 ( 12 )
19. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min24s220 ( 12 )
20. Jaime Alguersuari (ESP/Toro Rosso), 1min24s951 ( 11 )
Pesos dos carros em ordem crescente:
1º Lewis Hamilton (McLaren), 653,5 kg
2º Adrian Sutil (Force India), 655
3º Kimi Raikkonen (Ferrari), 662
8º Fernando Alonso (Renault), 677,5
7º Vitantonio Liuzzi (Force India), 679,5
9º Sebastian Vettel (Red Bull), 682,0
4º Heikki Kovalainen (McLaren), 683
10º Mark Webber (Red Bull), 683
6º Jenson Button (Brawn), 687
5º Rubens Barrichello (Brawn), 688,5
14º Giancarlo Fisichella (Ferrari), 690.0
13º Robert Kubica (BMW), 697,5
15º Nick Heidfeld (BMW), 697,5
12º Romain Grosjean (Renault), 699,8
11º Jarno Trulli (Toyota), 703,0
19º Sebastién Buemi (Toro Rosso), 706
20º Jaime Alguersuari (Toro Rosso), 706
17º Kazuki Nakajima (Williams), 706,2
18º Nico Rosberg (Williams), 708,6
16º Timo Glock (Toyota), 709,8

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Esquenta o clima Piquet x Briatore

Olha, tem gente precisando aliviar a tensão com todo esse rebuliço...
Através de seu site, Nelsinho finalmente resolver se manifestar. Nem que fosse somente para reafirmar a culpa de Briatore e dizer que só volta a falar do caso após a audiência:
"Sobre a atual investigação da FIA, eu confirmo que cooperei completa e honestamente com eles. Porque estou dizendo a verdade, não tenho nada a temer, seja da Renault ou de Briatore, e sei bem do poder e influência que os investigados têm, além dos enormes recursos que eles têm ao dispor. Não serei intimidado de novo para tomar uma decisão da qual me arrependerei".
Já Flavio Briatore pôs em dúvida a masculinidade de seu ex-piloto. Pra você ver onde foi parar o nível da discussão...
"Ele me acusou também de ter rompido uma relação dele com um amigo seu. Eu não gosto de ser acusado sem razão. Fiz isto porque o pai dele havia me pedido. Nelsinho vivia com este senhor de 50 anos, não se sabia que relação eles tinham e o pai estava preocupado com isso. Ele pediu para interferir. Eu proibi este homem de vir às corridas e transferi Nelsinho de Oxford para Londres, para o prédio onde eu vivo, para tê-lo sob controle. Foi um pedido do pai e Nelsinho agora me acusa de ter lhe tirado até mesmo os amigos".
Segundo o site Tazio, o homem em questão era Marc Cavezzale, uma espécie de "pai britânico" do Piquetzinho desde a F-3, e não havia nenhum vínculo sexual, como quis supor o sr. Briatore.
Flavio aproveitou para atacar Nelsão, afirmando que ele "sempre gostou de criar confusão e atacar os outros, começando por Senna ou pela mulher de Mansell". Chamou Nelsinho de mimado, disse que sempre guiou os carros do pai e perdeu a cabeça ao chegar à F-1.
A Renault abriu um processo contra os Piquet na França. Segundo a versão de Briatore, ocorreu "uma tentativa de chantagem relacionada à equipe para que o piloto brasileiro pudesse continuar no time durante o restante da temporada de 2009". Sinal de que Flavio já sabia do risco que corria quando demitiu Piquet. Não duvido de que tenha ocorrido chantagem, assim como não duvido que Flavio tenha dado a tal ordem para o piloto bater. Me parece a situação mais provável, onde os pontinhos se conectam melhor. Embora a Renault siga escondendo sua defesa...
De quaquer forma, virou caso de polícia. Ficou pessoal, é guerra. Tem GP da Itália vindo aí, mas só se fala nisso.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Mas por que Piquet denunciou Briatore?

Pois é, foi o Nelsinho quem enviou o documento à FIA numa delação premida: contou tudo e em troca se livrou de qualquer pena.
Boa análise de Ivan Capelli, concluindo que não foi apenas uma reação à demissão. Vale lembrar que o Nelsão frequentava o paddock avisando que uma bomba estava por vir. Algum outro fator deve ter motivado a denúncia. Até porque, se todo piloto revelasse os podres de sua equipe após uma relação desgastada, a F-1 seria um verdadeiro caos.
Muitos dizem por aí que Nelsinho pode ter se queimado para o resto da vida, e seu ressurgimento na categoria é quase impossível.
Bem, muitos disseram que o Mosley não teria cara de reaparecer no paddock ou numa sala de reunião da FIA após o escândalo sado-masoquista. O tempo cuidou para que tudo voltasse ao normal.
Por isso, não cravo portas fechadas para Piquet na Fórmula 1. É uma questão de esperar a poeira baixar. E a visão do público é diferente da visão de um dono de equipe. Nós sequer imaginamos o que se passa nos bastidores, talvez ele esteja com vaga garantida para 2009 e pouca gente desconfia. Embora burburinhos já tenham dado conta de conversas com a Campos...
Quanto às críticas pesadas ao Piquet, vê-se uma quantidade absurda de pessoas condenando sua submissão à ordem de Flavio. Porém, muita gente no lugar do Nelsinho faria o mesmo. Salvar o emprego costuma ser prioridade, mesmo que um ato anti-ético calculado seja (ou pareça ser) a solução. Aliás, se quisermos exaltar a ética, é melhor trocarmos de esporte.
Não estou inocentando ninguém, apenas comentando que ele teve seus motivos. Assim como Schumacher, Senna e Prost também tiveram os seus, e não foi no muro que eles miraram.
O intrigante mesmo é entender que razão teve para jogar tudo no ventilador. Raiva e rancor pelo tratamento recebido dentro do time são pouco. Nesta estou com o Capelli: algo mais deve haver por trás dessa história. Prefiro não levantar hipótese aqui porque a chance de erro é enorme. Mas aí tem coisa.

Maldita zebra nova

Rubinho publicou no Twitter a primeira imagem das novas zebras de Monza. À primeira vista, é lámentável.
A alteração se deu nas duas variantes. Antes, tratavam-se de curvas que exigiam o arrojo dos pilotos, que deveriam atacar em cada perna. Por vezes, o carro saltava (sobretudo na della Roggia), tamanha a disposição de alguns em arriscar. Se passasse do ponto, perdia tempo; se fosse conservador, idem.
Agora lançaram essa modinha Tilke. Não parece mais uma típica chicane de Monza. Virou uma curvinha-pra-lá-curvinha-pra-cá.
Melhor esperar para conferir na corrida, mas se os pilotos evitarem demais a parte interna da zebra, as ultrapassagens serão dificultadas e boa parte da graça será perdida.
Pra que mexer em Monza? Deveria ser proibido...

Rádio OnBoard - Edição Pré-Itália

Com algum atraso, está no ar a edição número 55 da Rádio OnBoard!
Ron Groo e eu trocamos boas histórias no quadro "Histórias da Fórmula 1". Mas antes, falamos a respeito dos italianos Fisichella, Badoer e Liuzzi, e mais um papo sobre Nelsinho Piquet e o caso de Cingapura. Por fim, as expectativas para o GP da Itália, com direito a pitacos meteorológicos.
Lembrando a todos que desejam fazer o programa conosco, que podem enviar casos interessantes ocorridos na categoria para que sejam abordados no quadro "Histórias da Fórmula 1". Basta nos escrever através do email radioonboard@gmail.com.
Retornamos dentro de uma semana, falando de tudo o que rolou em Monza. Até a próxima.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Piquet, Briatore, Cingapura e os fatos

A revista Autosport apurou e publicou algumas conclusões sobre o caso de Cingapura. Consta que houve uma reunião entre Nelsinho e os chefes Briatore e Symonds pela tarde, horas antes da largada para o GP. Ali, teria sido dada a ordem.
Mas Pat Symonds, além de negar a iniciativa, apontou o brasileiro como o mentor da manobra: "Durante a reunião de domingo com Piquet, a questão de um acidente deliberado para a entrada do safety car foi abordada, mas pelo próprio piloto. Foi apenas uma conversa".
Comentário comprometedor esse, hein, Mr. Symonds, que admite a existência da ideia... Mas será que o Nelsinho virou fã do Alonso da noite pro dia? Ou do dia pra noite, se preferir...
Bater por livre e espontânea vontade por amor ao time ou ao companheiro de equipe é uma hipótese um tanto remota. Uma coisa é o piloto aceitar o golpe por pressão, ameaça ou promessa de renovação. Outra é querer bater por conta própria em nome da felicidade da equipe. Soa um pouco ininteligível, não?
Quando o Galvão anunciou a demissão do piloto, não sabia que ele seria rapidamente readmitido após uma reunião em Mônaco. O que Nelson Piquet disse a Flavio naquela ocasião? Uma boa ameaça é o que se imagina.
Fato é que Nelsinho se sustentou por mais uma corrida, na Hungria. De acordo com a Austosport, no dia da prova húngara, Nelsão entrou em contato com Max Mosley e fez a denúncia. O prazo de Piquetzinho na Renault já havia se encerrado, mas ele teria deixado uma surpresinha para o ex-patrão.
A FIA contratou os serviços da empresa Quest, que enviou dois investigadores à Bélgica, no fim de semana da F-1 em Spa, para entrevistar alguns membros da escuderia francesa.
Diz a Autosprint que a análise de telemetria denunciou um movimento suspeito. A reação normal do piloto no erro (?) do Piquet seria tirar o pé do acelerador na tentativa de retomar o controle, mas Nelsinho seguiu acelerando. O piloto teria sido instruído a estampar o carro no muro da curva 17, onde não havia guindaste para agilizar o procedimento, o que obrigatoriamente traria o safety car à pista.
Por outro lado, Flavio Briatore contra-ataca alegando ter se tornado vítima de extorção da família Piquet. O diretor assume que houve encontro com o brasileiro na tarde do GP de Cingapura, mas nega todo o resto, se limitando a dizer que seu piloto "estava em um estado muito fraco de espírito".
A defesa do italiano sobre a acusação é pouco convincente: "Existem gravações de áudio onde eu expresso decepção quando vejo no monitor as imagens do acidente de Nelsinho".
Francamente, o sr. Flavio sempre deu pinta de ator com fone no ouvido. Quantas vezes a câmera já o focou com uma reação calculada, uma brincadeira, um balançar de cabeça... Se a batida foi proposital, toda a conversa de rádio foi um verdadeiro disfarce, incluindo o "sorry" do Piquet.
Quanto mais leio sobre o assunto, mais desconfio do Briatore. Mas quem tem que julgar são os homens do Conselho. Uma semana depois de Monza é que os efeitos da bomba serão conhecidos. No fundo, a maior preocupação para muitos não é conhecer a verdade ou a mentira, e sim saber se a Renault continuará na Fórmula 1. Quanto ao Nelsinho, dizem que voltará pilotando pela equipe Campos. A ver.