sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Renault rumo ao Conselho Mundial

Depois do GP da Itália, será a vez de Cingapura. Mas entre as duas corridas, tem assunto para ser resolvido no martelinho. No dia 21 de setembro, a Renault terá de provar sua inocência diante do Conselho Mundial.
Como de costume, o famoso artigo 151c ataca novamente. É o item que trata de condutas fraudulentas na categoria, e pode acarretar as multinhas mais sem vergonha até a expulsão da equipe da Fórmula 1.
Só o escândalo já é um fator colaborador para a despedida espontânea da Renault, independente da punição. No entanto não é do interesse de ninguém que esta hipótese prevaleça. Assim como no episódio ainda mais gritante da McLaren em 2007, Bernie Ecclestone tenta mexer seus pausinhos para evitar o pior.
Para o caso do time ser culpado, fica o palpite de que tentarão concentrar o peso da pena sobre as costas de Flavio Briatore, afinal é provável que pouquíssimos membros da equipe estariam cientes da suposta manobra, e que a ideia brilhante teria partido do ilustre chefe italiano. Aliás, desde que essa história surgiu, ficou no ar uma suspeita de que alguém estaria tentando derrubá-lo.
A investigação tem em suas mãos dados de telemetria, conversas de rádio e entrevistas de engenheiros e mecânicos. A equipe não diz uma vírgula a respeito do caso, e nem haverá de dizer antes do julgamento.
Quanto a Nelsinho, muitos colocam em xeque sua continuidade na F-1. Caso realmente não obtenha mais emprego, creio que a principal razão ainda recairá sobre sua perfomance, estando o episódio de Cingapura em segundo plano.
Afinal, se você é um grande piloto, a má índole é ofuscada pelo porte apresentado dentro do cockpit. Vide Prost, Senna, Schumacher...
No caso do Nelsinho, se agiu de caso pensado, foi obrigado a fazê-lo e não viu a menor graça naquilo. Ou alguém acredita que bastava dizer "não" ao Briatore que ficaria tudo certo?
Piquet teria batido contra seu interesse para atender a vontade de Alonso, que logicamente foi peça chave da tramóia. Mas ninguém anda por aí dizendo que Fernando perderá o direito de guiar na Fórmula 1.

6 comentários:

Unknown disse...

com certeza que Briatore vai ser o principal culpado.

insisto em que supor que piquet foi a origem este escándalo é ilógico, o Brasileiro tem muito a perder. mesmo fora da F1 a ideia de ter traido ao chefe faz dificil que alguém mais o contrate, não é questão de moral, é questão de confiança.

Ron Groo disse...

Ainda to achando que não vai dar em nada...
Briatore tem costas quentes.

Nelsinho volta, tenho certeza, não tem puritano na F1, e nem que não se prove nada. Alguém iria deixar de contar com uma graninha por conta de denuncias?
Chamam ele logo. Tenho certeza.

Loucos por F-1 disse...

A coisa está feia para o lado da Renault. Mas ainda acho que vai terminar em pizza, como sempre acontece na Fórmula 1. Acredito que dificilmente Nelsinho volte a categoria. A não ser por alguma equipe que venda seu cockpite para o brasileiro.

Abraço!

Leandro Montianele

Willian disse...

Olha, eu concordo com o Luis. É estranho pensar no Piquet como "fonte" do escândalo.
Qual a vantagem de Nelsinho nisso tudo? Eu acho que a fonte do Reginaldo está dentro da Renault...

ISMAR NERY NETO disse...

Engraçado!
Por que a corda sempre arrebenta do lado mais fraco? Explico:
Por que comentários tão indignados sobre um possível acidente provocado por um piloto após receber ordem de seu chefe de equipe? Será que fatos iguais a este nunca ocorreram? Nunca ocorreu jogo de equipe na F1? Perguntem ao Rubinho!
Não que eu concorde com a situação! Muito pelo contrário!
Mas sem fazer muito esforço ou ser especialista, consigo lembrar-me de 3 situações:
1. Prost bateu deliberadamente no carro do Senna em Suzuka para conquistar o titulo mundial;
2. Senna bateu deliberadamente em Prost, no ano seguinte, também para conquistar o título mundial em Suzuka;
3. Schumacher bateu e atravessou seu carro deliberadamente num treino em Mônaco para que ninguém superasse sua pole.
Será que tais atitudes são mais desportivas ou menos perigosas do que a batida do Nelsinho? E pior, nenhum deles recebeu ordem do chefe. Foi de propósito.
Se foi jogo de equipe, por que só se fala no Briatore e no Nelsinho?
Por que ninguém questiona o Alonso? Será que ele não sabia de nada?
Talvez o peso do título de campeão mundial seja capaz de provocar amnésia em alguns e colocar o piloto do lado mais forte da corda.

Ismar Nery Neto
neryneto@uol.com.br
Goiânia – GO

Felipe Maciel disse...

Penso exatamente o mesmo, Ismar.

Mas pelo que consegui depreender de toda a discussão que vi por aí, as críticas sobre o Nelsinho residem muito na possibilidade de ele ter sido o denunciante. As pessoas condenam o cara por revelar aquilo que elas acreditam que deveria ser mantido como segredo.

Se fosse só na Espanha, até dava pra entender, mas aqui no Brasil é a mesma coisa: parece que muitos acham mais absurdo o Nelsinho jogar no ventilador do que Briatore/Alonso tramarem uma vitória naqueles moldes.

Para mim, os articulistas do suposto golpe é que mais merecem a pena e as críticas, mas talvez eu seja minoria...