terça-feira, 30 de junho de 2009

Retirada providencial

A aposentadoria do Coulthard foi a grande mão na roda para a equipe Red Bull nessa virada de campeonato. Isso porque Sebastian Vettel merecia demais ser promovido, os energéticos não segurariam o alemão por mais tempo numa equipe pequena, ele era muito maior que a Toro Rosso, tão grande quanto os olhos que se voltavam para aquele talento capaz de vencer um GP em um time pequeno, fato que não ocorria desde 2003, com a Jordan em Interlagos.
A vaga da Red Bull abriu-se no momento certo, David Coulthard resolveu pendurar o capacete. A despedida evitou um duelo desnecessário entre Webber e o escocês para fazer companhia a Sebastian, que tinha de ascender ao time A imediatamente. Coulthard é mais piloto que Mark, mas a fase de fim de carreira chegava a ser catastrófica. Se tivesse tentado manter-se no cockpit, provavelmente perderia a briga, por maior que fosse o respeito da equipe por ele.
Em 2008, o australiano foi muito superior em todos os aspectos, com exceção do quesito crash test. David Coulthard virou um muro ambulante, o número de acidentes nos quais se envolveu superou a quantidade de corridas na temporada. Eu sei porque Ron Groo contou.
O vídeo não mostra exatamente todas as pancadas do ano, nem mesmo todas as batidas do britânico. Deve ser por causa do tempo da música de fundo que os youtubers colocam para piorar o vídeo. Mas o escocês participa de uma considerável parcela das lambanças. Justo ele, que sempre foi um piloto mais neutro e técnico, estava irreconhecível. Definitivamente era hora de abandonar as pistas.
Hoje, observando o desempenho da RBR, ele deixa escapar um certo arrependimento, como quem tanto plantou e deixou o negócio na época da colheita.
"Em um esporte de tanta pressão, você tem de ser capaz de se recuperar, voltar e entregar todas as horas. Questionei se ainda tinha energia para fazer isso. Porém, do jeito que as regras mudaram, é quase certo de que teria energia para disputar mais essa temporada", disse. "Mas sinto que a Red Bull tinha boas alternativas, e seria melhor reconhecer antes do que depois que era hora de sair", ponderou.
De fato, Coulthard teve um grande peso no trabalho de desenvolvimento desde que saiu da McLaren e se engajou no desafio da Red Bull. No entanto, considerando a remota possibilidade de ter batido Vettel ou Webber numa suposta briga pelo cockpit titular, seria difícil imaginá-lo fazendo um trabalho melhor que os pilotos da dupla atual.
Vettel segue despontando como estrela da Fórmula 1 e Webber vive seu melhor momento na categoria. Coulthard pode ter perdido a bocada, mas fez a escolha certa. Mais até pela equipe, agora em plena ascenção, do que para ele próprio.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

F1 Histórica cancelada

A duas semanas do evento, o público é frustrado com o cancelamento da corrida. Entre os GPs da Alemanha e da Hungria, teríamos um fim de semana diferente na telinha, por conta da Historic F1, que deixaria a Europa pela primeira vez e viria ao Brasil disputar uma etapa em Interlagos.
O site oficial alegou que a Globo não foi capaz de bancar a prova. Já a emissora disse que sua responsabilidade se restringia a transmitir a corrida, portanto não mantinha qualquer relação com o financiamento do evento. A explicação final sugere que os (desconhecidos) patrocinadores voltaram atrás devido a um reposicionamento de mercado, que lhe fizeram optar por abandonar os planos.
O valor dos ingressos será devolvido a todos, resta agora saber se o "esperamos a oportunidade de retornar no futuro" não passa de uma forma amistosa de se encerrar o comunicado, ou se de fato a organização da categoria pretende tentar uma reaproximação em 2010.
A presença da Historic F1 no Brasil poderia se tornar frequente a partir desse ano, mas a barrigada histórica das empresas deixou uma péssima primeira impressão. As equipes já haviam providenciado as passagens e os demais preparativos, no entanto foram tão surpreendidas quanto nós com o anúncio. Será indiscutivemente compreensível se se esquecerem de São Paulo e continuarem seu caminho pela Europa mesmo. Mas tomara que não. Tomara que, ainda assim, venham brincar de Fórmula 1 no ano vem.

domingo, 28 de junho de 2009

Começar de novo

A Ferrari entregou os pontos. Para o GP da Alemanha, os italianos carregam mais uma atualização do F60, mas, muito em breve, a equipe começa a se concentrar no projeto 2010, já que o título da temporada atual se tornou inalcançável.
Montezemolo contou que a proibição dos testes dificulta o trabalho de recuperação no campeonato, por isso a etapa de Nurburgring marcará o começo do desenvolvimento do novo bólido, uma vez que o regulamento do próximo Mundial vai se solidificando à medida em que a rixa entre Fota e FIA tende a terminar.
"Estou muito confiante a respeito da melhora do nosso carro na próxima corrida, e daí estaremos totalmente concentrados no carro do próximo ano, sem Kers, com regras claras, depois de um importante acordo que fizemos com a FIA nesta semana".
O presidente da Ferrari também voltou a reclamar do difusor, exemplo das regras nebulosas que pegaram de surpresa boa parte das equipes neste ano.
Se Luca deu a entender que o KERS será banido em 2010, só nos resta desejar que o extrator de dois andares tenha o mesmo destino. Afinal, o conceito do regulamento foi ferido a partir do instante em que se aprovou um dispositivo capaz de melhorar a eficiência aerodinâmica dos carros, enquanto se esperava que a carga fosse reduzida como um todo.
Quando se vira um regulamento de pernas para o ar, como ocorreu na transição 2008-2009, o risco de algo escapar dos planos é considerável; mas em 2010 a FIA tem que voltar a cravar suas regras. E que daí em diante, as mudanças enfim se tornem menos frequente do que neste período recente da Fórmula 1.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Suspiros da guerra encerrada

Dois rivais apertam as mãos e selam a paz reservadamente após um acordo produtivo para ambos os lados. Logo depois, uma das partes comenta o fato em tom de vitória, comemorando o resultado como se tivesse aplicado um golpe de ippon em seu oponente.
Os pulos de alegria da Fota pegaram mal. Falaram mais do que a realidade permitia, foram inconvenientes e infantis, provocando um pequeno surto de raiva de Max Mosley, que atacou de volta, inclusive ameaçando, nas estrelinhas, se manter na presidência por mais um tempo:
"Se você deseja que o acordo que fizemos tenha alguma chance de sobrevivência, você e a Fota precisam retificar suas ações imediatamente. Vocês precisam corrigir essas falsas informações que foram dadas e, depois, não dar declaração nenhuma. Você, em pessoa, precisa emitir uma correção e pedir desculpas na sua entrevista coletiva nesta tarde", escreveu a Montezemolo.
"Fiquei chocado ao ver que a Fota veiculou a informação de que o senhor Boeri (presidente do Automóvel Clube de Mônaco e do Senado da FIA) havia tomado conta da F-1, algo que você sabe que é completamente irreal, e que eu fora forçado a deixar meu cargo, outra falsidade. E, aparentemente, eu não teria nenhum papel na FIA até outubro, algo sem nenhum sentido até pelos estatutos da FIA".
Mosley não aceita sair como perdedor, e nem merece, afinal sua não reeleição é antes de mais nada uma decisão própria de quem já planejava deixar o cargo livre após mais de uma década na cadeira principal.
Max escreveu também à FIA alertando a entidade sobre o homem a ser escolhido para sucedê-lo: "Essa questão é uma matéria exclusiva de vocês, membros da FIA, e definitivamente não dos construtores de carros. Ter um presidente sob influência da Fota colocaria em risco todo o excelente trabalho de nossa organização e na promoção de melhores resultados ambientalistas e relativos à segurança da frota de veículos".
"Isso pode resultar em problemas a curto prazo na Fórmula 1. É possível que a Fota crie um campeonato independente. É direito deles, contanto que esteja sob o Código Esportivo Internacional. Mas o Mundial de F-1 continuará sendo organizado pela FIA como foi nos últimos 60 anos. O campeonato já teve momentos difíceis no passado e certamente terá no futuro, mas não há motivo para dar o controle a ninguém de fora da entidade".
A chance de racha que ele mensiona não é tão alta; se não aconteceu antes, não acontecerá mais. Tudo o que se faz necessário é a ascenção de um nome independente dos interesses da Fota na presidência da federação. A Fórmula 1 não precisa e nem deve ser dirigida pelas equipes. A FIA é a verdadeira gestora das regras da categoria.
Da mesma forma que as expectativas não eram boas com relação a um campeonato de monopostos organizado por escuderias, seria ruim ver a F-1 cair nos braços dos times que a disputam. A mudança esperada virá com a entrada de uma nova mentalidade, uma criatura que assuma o cargo de Mosley e ponha fim à pirotecnia de regrinhas bobas que surgem e desaparecem segundo a boa vontade do dirigente trapalhão.
Para realizar bons mandatos, o presidente subsequente terá de mostrar pulso firme para bater de frente com as exigências da Fota em algumas oportunidades, visto que ela é uma organização de forte peso político, criada a menos de um ano, mas que já fez e aconteceu nesse meio tempo de existência. O desafio do sucessor inclui a aceleração do corte de gastos para assegurar a viabilidade do esporte, evitando retiradas surpresa ao estilo da Honda. Além, claro, de buscar melhores mecanismos técnico-esportivos, após as aparentemente fracassadas modificações nos bólidos desse ano, que não renderam o incremento sensível de ultrapassagem que gostaríamos de presenciar.
O bate-boca Max-Luca ainda persiste, mas o acordo traçado tem tudo para ser seguido. O presidente X vem aí. No momento, o difícil é prever quem.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

F-1 a salva

Acabou. A novela de bastidores chegou ao fim com final feliz para a Fórmula 1, que seguira sendo disputada pelas equipes componentes da Fota, que desistiram de deixar a categoria. Mais do que isso: livre dos devaneios de Max Mosley, o presidente que enfim resolveu parar de disputar a reeleição da FIA.
Após a reunião, ele contou: "Haverá apenas um campeonato de F-1. Concordamos com uma redução de custos. O objetivo é, nos próximos dois anos, atingir os níveis de gastos do início dos anos 1990".
"Agora vamos ter paz", afirmou Max, dando fim à guerra e comunicando sua aposentadoria, tão sonhada por ele quanto por todos os demais.
A Fota conseguiu derrubar o teto. Logo sairá a lista oficial das escuderias do grid 2010. Uma Fórmula 1 com mais carros. Gente nova no comando da federação. A categoria promete gastar menos a cada ano, assegurando a permanência dos times que lá estão. A estabilidade política foi restabelecida. Em breve, um novo Pacto de Concórdia deve surgir.
Foi uma rixa feia, chata, cansativa, assustadora, desgatante. Mas o resultado não poderia ser mais positivo. Resta esperar o comunicado da Fota confirmando o encerramento dos conflitos e a ratificação dos acordos.
Ecclestone, Mosley e Montezemolo trabalharam bastante durante a madrugada para que a reunião no Conselho servisse apenas para firmar a pacificação na Fórmula 1. Pacificada está.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Silverstone

No ar, a edição número 46 da Rádio OnBoard!
Fábio Campos e Ron Groo marcaram presença a meu lado para discutirmos nossa pauta do GP da Inglaterra.
Para quem assinava o feed antigo, vale lembrar que lançamos o novo feed oficial, mais confiável, mais completo, que receberá todas as novas edições sem exceção (ao contrário do feed anterior, que ficará incompleto, embora continue ativo). Assine o feed oficial clicando aqui.
*Disputas de pista em Silverstone
*A vitória de Vettel
*Fim de semana da Brawn
*Massa, de 11º para 4º
*Ferrari, a única a usar o KERS
*Os zerinhos do Lewis que a TV não mostrou
*A corrida de Piquet
*Williams passa McLaren no Mundial
*A estagnação gráfica da F-1
*Chance de resolução dos conflitos políticos
Estaremos de volta após duas semanas, antes do GP da Alemanha em Nurburgring. Até a próxima.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Enquete F-1

O Blog F-1 vinha perguntando: "Você torce pela abolição do KERS no Mundial 2010?".
55 cliques deixaram a enquete bem definida:
Sim - 72,73%
Não - 27,27%
Pelo visto, o pessoal também não aprovou o sistema. A verdade é que o KERS não faz tanta diferença em termos competitivos. O máximo que conseguiu até agora foi prejudicar as equipes que o utilizaram. Ferrari, McLaren, Renault e BMW: todas decepcionam no campeonato. Coincidência?
Uma frase muito interessante do Domenicali dita nesse fim de semana merece destaque: "Sei que se essa quantidade de dinheiro fosse destinada para o desenvolvimento do carro, seríamos rápidos como a Red Bull. Foram milhões de euros!", reclamou, mostrando que se confirmou a incoerência de uma certa entidade que quis empurrar o dispositivo para cima das equipes já nesta temporada, contrariando o progressivo corte de custos. De quebra, todos os times que optaram por desenvolvê-lo perderam a chance de investir em áreas mais representativas do carro. Agora, um a um, eles vão abandonando o uso do KERS. Na Inglaterra, somente a Ferrari correu com.
Algumas poucas vezes, o push-to-pass deu respingos de emoção nas disputas de pista. Mas foram fatos raros, que podemos contar nos dedos. No ano que vem, caso haja a padronização do sistema de recuperação, o resultado será inexpressivo. Se, quando certos times usaram e outros não, o KERS não se provou uma ferramenta tão eficiente para a realização de ultrapassagens; assim que todos os bólidos estiverem igualmente equipados, ocorrerá o nivelamento que definitivamente não trará nenhum tipo de contribuição para o espetáculo.
As equipes querem banir o KERS em 2010. Considerando a instabilidade do atual momento, essa solicitação pode ser facilmente atendida, afinal há fatores muito mais polêmicos na discussão com o Mosley, de forma que o caro dispositivo se torne naturalmente descartável para colaborar com a desejada conciliação entre as partes. Espero.

domingo, 21 de junho de 2009

Silverstone ou Donington?

Dez entre dez responderão Silverstone, é lógico.
Notícia boa se tornou uma verdadeira raridade na F-1, sobretudo vinda da boca de um grande dirigente. Mas eis um motivo para se animar: O GP da Inglaterra pode ficar em Silverstone.
Nas palavras de Bernie Ecclestone: "Como todo mundo sabe, temos um acordo com Donington. Espero que respeitem o acordo e façam o que devem fazer. Se não puderem, com certeza voltaremos a Silverstone".
Donington vive tropeçando em suas reformas e batendo cabeça com os problemas jurídicos e de ordem burocrática. Ainda há o risco de a pista assinar contrato para os próximos 17 anos com a FOM, mas registremos desde já os nossos sinceros desejos de fracasso, já que o traçado não chega a ser uma Brastemp como Silverstone.
O vídeo acima dá uma ideia do modelo sem sal de Donington Park. Quem narra é justamente o atual Presidente do Clube de Pilotos da Grã-Bretanha, que deixou a vaga de Silverstone na F-1 escapar, mas ainda luta pela permanência do melhor autódromo. Na época, Damon Hill ainda fazia sua segunda temporada na categoria, já guiando pela Williams.

Vettel faz hat trick em Silverstone

Mais uma corrida movimentada e bastante disputada em Silverstone.
A largada ocorreu limpamente. Os pilotos da Ferrari ganharam boas posições, tendo que espalhar e passar pela área de escape da curva 1 para evitar algum toque com os concorrentes. Raikkonen ganhou quatro posições, mas dali pra frente só perderia terreno.
Vettel, Barrichello e Webber sustentaram suas colocações. Trulli caiu muito, ao contrário de Nakajima, que pulou mais adiante. Massa havia deixado dois pilotos para trás, porém cometeria um erro na volta 2, quando foi superado por Jenson Button, que fez uma largada ruim.
Grandes confrontos de pista ocorreram neste domingo e a equipe BMW participou em peso. Heidfeld danificou sua asa dianteira logo no início da prova, ainda assim foi osso duro de roer na defesa de posição contra os constantes ataques de Fernando Alonso. O alemão jogou limpo, não cedeu à pressão, sustentou seu posicionamento até o instante de parar no box para reparar o estrago. Robert Kubica teve Lewis Hamilton na cola, sem sofrer tantas investidas como o companheiro.
Mais para o final da corrida, Hamilton e Alonso protagonizariam um belo duelo, a começar pela espalhada do espanhol, que permitiu ao inglês colocar de lado e deixar o rival para trás. Lewis passaria a atacar Nelsinho Piquet, que soube segurar o campeão, até que o asturiano recuperou a posição ao ver Lewis dar uma escapadinha.
Escapada de verdade aconteceu quando Hamilton pisou fora da pista e girou para a grama, para o espanto de sua Pussycat Doll. Terminaria o GP de casa apenas em 16º. Piquet se aproveitou do tráfego enfrentado pelo bicampeão para fazer sua estratégia funcionar mehor que a do companheiro. Concluiu em 12º, tendo Alonso em 14º, e Kubica entre eles.
De volta à ponta, tivemos muitas posições decididas no xadrez dos pit tops. Webber fez a primeira parada depois de Rubens e retornou à frente do brasileiro. À essa altura, a vantagem de Vettel já era grande, e o pódio estava automaticamente definido.
Felipe Massa optou por uma tática que lhe permitiu parar muito depois dos concorrentes, manobra que lhe redeu um avanço surpreendente ao quinto posto, atrás de Rosberg, que seria batido pelo ferrarista na segunda parada. Pela primeira vez em bastante tempo, a Ferrari é digna de aplausos pelo encaixe de uma respeitadíssima estratégia. Massa respondeu bem na pista ao jogo traçado pela equipe, conseguindo sair de 11º rumo ao 4º lugar.
No final, Button ganhou ritmo suficiente para se aproximar de Rosberg, mas teve de se contentar com três pontinhos num fim de semana diferente da Brawn GP. Trulli e Raikkonen fecharam a zona de pontuação, deixando Glock com o lugar dos bobos.
Menção honrosa ao semi-morto Giancarlo Fisichella por sua exibição atípica na Inglaterra. O italiano ganhou várias posições na largada, contando com uma primeira perna de corrida relativamente longa. Fez uma prova concisa e cruzou a linha em 10º.
Melhor que Kazuki Nakajima, vindo de quinto no treino, regredindo até a 11ª posição na corrida.
Como não poderíamos terminar sem uma batidinha para quebrar o clima, Bourdais e Kovalainen se encarregaram de providenciar uma. O finlandês saiu dos boxes, disputou com o parceiro de McLaren, resolveu ceder a posição, e foi surpreendido na tomada da chicane pelo ataque do francês. Ao fechar a porta, quebrou o bico da STR e destruiu seu pneu traseiro esquerdo com o toque. Os dois se retiraram.
Nó pódio, a dobradinha da Red Bull comemorou ao lado do mago Adrian Newey. Rubinho, pela segunda vez consecutiva, chega em terceiro em Silverstone, repetindo a enigmática flechada simulada também no ano passado.
Antes da festa do champagne, a organização acertou a mão ao tocar o hino da Áustria para a equipe austríaca. A patacoada da China não deve mais se repetir.
Vettel venceu de maneira incontestável o GP da Inglaterra. Monza e Silverstone no bolso não são nada mal para o começo da trajetória de um gênio.
E não venham dizer que ele não vence em piso seco. O tabu está quebrado. Agora, é aproveitar as férias e retornar dentro de três semanas, para disputar outra prova em solo renomado: Nurburgring.
E, claro, é cedo para dar a Brawn como ultrapassada. Button continua sendo franco favorito no campeonato, um mau desempenho não é o suficiente para pôr em xeque o domínio que vinha sendo exercido até então.
Jenson é líder com 64 pontos. A briga pelo segundo esquenta: Barrichello-41, Vettel-39, Webber-35,5. Na sequência: Trulli-21,5, Massa-16, Rosberg-15,5, Glock-13.
Entre os contrutores, a vantagem também é ampla. Brawn-105, Red Bull-74,5, Toyota-34,5, Ferrari-26. A Williams soma 15,5, passando a McLaren, com 13.
GP da Inglaterra:
1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 60 voltas, 1h22min49s328
2. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 15s188
3. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), a 41s175
4. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 45s043
5. Nico Rosberg (ALE/Williams), a 45s915
6. Jenson Button (ING/Brawn), a 46s285
7. Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 1min08s307
8. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 1min09s622
9. Timo Glock (ALE/Toyota), a 1min09s823
10. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), a 1min11s522
11. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 1min14s023
12. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), a 1 volta
13. Robert Kubica (POL/BMW), a 1 volta
14. Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1 volta
15. Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 1 volta
16. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1 volta
17. Adrian Sutil (ALE/Force India), a 1 volta
18. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 1 volta
Abandonos:
Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 25 voltas
Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 24 voltas
Volta mais rápida:
Sebastian Vettel (ALE/Red Bull) 1min20s735

sábado, 20 de junho de 2009

Piquet vence com dobradinha do Brasil

Um título nada auto-explicativo, só para quebrar a rotina.
A primeira bateria da GP2 em Silverstone, nesse sábado, foi uma corridaça. Romain Grosjean largou na pole e abriu por algumas voltas, até começar a perder rendimento. Com isso, o brasileiro Alberto Valério passou a encostar, juntamente com Lucas di Grassi, terceiro colocado.
Depois de tanto resistir, o francês foi superado na oitava volta, quando Valério adquiriu a liderança para não mais perder. Lucas travaria um duelo tão empolgante quanto contra seu rival, que culminou na longa saída de pista de Romain com a bela manobra do di Grassi.
Na dança do pit stop, Nico Hulkenberg usou da estretégia para pular para segundo, jogando Lucas novamente em terceiro. O brasileiro, que trocou os quatro pneus - contra dois do finlandês -, foi tirando a vantagem a cada volta, até colar e protagonizar mais uma briga forte pela segunda colocação. Enquanto isso, o mexicano Sérgio Perez, que havia largado em último, vinha de quarto para participar da disputa, dando ainda mais trabalho ao piloto da Racing Engeneering, que agora precisava superar Hulkenberg a todo custo.
Lucas enfim passou Nico. Este conseguiu ao menos se sustentar no pódio, após algumas excelentes traseiradas na defesa de posição. E assim fechou-se o dia: Alberto Valério em primeiro, di Grassi em segundo e Hulkenberg em terceiro.
A corrida marcou o retorno da equipe Piquet ao lugar mais glorioso do pódio, relembrando os tempos do Nelsinho.
Se a corrida da F-1 for uma sombra da grande prova que ocorreu na GP2, estará de bom tamanho; e é o que se espera. Silverstone costuma operar esses milagres, não importa qual o carro ou a categoria, toda corrida que acontece lá é disputada como o público gosta.
Lembrando que neste domingo entraremos ao vivo, a uma hora da largada, no programa Pré Race, neste link. De 8h às 8:45h, falaremos das expectativas, abordaremos as estratégias, responderemos as perguntas dos ouvintes e tudo o mais que nosso tempo permitir.

Vettel na pole sem sombra de Button

A Red Bull bico de pato surpreendeu neste sábado, em Silverstone. Sebastian Vettel voou para cravar a segunda pole position consecutiva das três cravadas no atual campeonato. As atualizações da equipe aparentemente surtiram um bom efeito, mas não é tão simples apontar o quanto o carro avançou, já que Button não se encontra em um de seus melhores fins de semana.
Rubens Barrichello garantiu o segundo posto ao se beneficiar dos problemas de Mark Webber no giro decisivo. O australiano saiu do carro histérico com um certo finlandês: "Kimi, não sei, deve ter bebido vodca, ou estava dormindo ou algo assim. Não sei que diabos ele estava fazendo!".
"Ele deveria estar mais à direita do traçado, só que estava no meio, dormindo. Isso arruinou meu ritmo na curva Stowe, já que estava muito apertado para passar. Ele não poderia ter feito nada melhor para me atrapalhar".
"Pelo menos não sou eu quem vai largar em nono no grid", desabafou com estilo.
Jarno Trulli, sempre rápido nos treinos, ficou com a quarta melhor vaga. No último instante, Kazuki Nakajima desceu o pé direito para passar na linha de chegada faturando o quinto melhor tempo da sessão, batendo o companheiro num fim de semana promissor para a equipe Williams, que definitivamente mantém uma boa relação histórica com pista.
Só então surge o inglês Jenson Button, frustrando os torcedores com um desempenho aquém do comum. Desde sexta-feira, o líder anda discreto na tabela de tempos.
Timo Glock, oitavo colocado hoje, faz companhia a Nico Rosberg na quarta fila. Os campeões Kimi Raikkonen e Fernando Alonso fecham a lista dos dez.
Felipe Massa admitiu o erro na complicada curva que leva à reta dos boxes. A Ferrari já não apresentava desempenho desde os treinamentos, e acabou deixando um carro fora da super pole. Raikkonen vai abrindo certa vantagem na disputa de qualifying contra o brasileiro.
Kubica fez o que a BMW lhe permite, com isso sai de 12º, à frente da primeira McLaren, dirigida por Heikki Kovalainen, que lutou por muitas voltas no começo da classificação para alcançar uma vaga no Q2.
Nelsinho Piquet ficou na média, concluindo o sábado em 14º. Nick Heidfeld fecha o segundo grupo.
A fase inicial do treino foi encerrada com bandeira vermelha, devido ao acidente de Adrian Sutil. O alemão perdeu o freios na curva Abbey e bateu em cheio na barreira de pneus, mas pôde deixar o carro andando normalmente.
Alguns pilotos foram prejudicados pela paralisação a menos de um minuto do encerramento da primeira parte, a exemplo de Lewis Hamilton, que amargou a penúltima posição de largada em casa.
Dessa vez, Bourdais levou a melhor em cima de Buemi, que por sua vez largará em vigésimo.
Sebastian Vettel novamente sai da pole, sendo que Jenson não está lá para incomodar. O britânico tirou justo o GP da Inglaterra para baixar a bola em seu ritmo assustador. Ele confessa que não se entendeu com o carro por lá da mesma forma que acontecia nas corridas anteriores. Vale destacar que a Brawn atualizou seu bólido para este fim de semana.
Barrichello é uma incógnita na largada, alternando importantes ganhos de posição com falhas no trabalho da embreagem. As RBR vêm do lado limpo da pista e têm motivos de sobra para se animar.
A Williams, assim como a Toyota, tenta somar com os dois pilotos, e Ferrari busca catar uns pontinhos. A McLaren faz feio em casa, a BMW faz feio em todo lugar.
Amanhã, também às 9h, o GP de despedida de tradicionalíssimo circuito de Silverstone.
Grid de largada:
1. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), 1min19s509 ( 21 voltas )
2. Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 1min19s856 ( 23 )
3. Mark Webber (AUS/Red Bull), 1min19s868 ( 18 )
4. Jarno Trulli (ITA/Toyota), 1min20s091 ( 21 )
5. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), 1min20s216 ( 17 )
6. Jenson Button (ING/Brawn), 1min20s289 ( 25 )
7. Nico Rosberg (ALE/Williams), 1min20s361 ( 21 )
8. Timo Glock (ALE/Toyota), 1min20s490 ( 25 )
9. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), 1min20s715 ( 24 )
10. Fernando Alonso (ESP/Renault), 1min20s741 ( 22 )
11. Felipe Massa (BRA/Ferrari), 1min18s927 ( 19 )
12. Robert Kubica (POL/BMW), 1min19s308 ( 21 )
13. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), 1min19s353 ( 19 )
14. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), 1min19s392 ( 18 )
15. Nick Heidfeld (ALE/BMW), 1min19s448 ( 19 )
16. Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), 1min19s802 ( 11 )
17. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), 1min19s898 ( 10 )
18. Adrian Sutil (ALE/Force India), 1min19s909 ( 10 )
19. Lewis Hamilton (ING/McLaren), 1min19s917 ( 7 )
20. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), 1min20s236 ( 12 )
Pesos dos carros em ordem crescente:
Kazuki Nakajima 652,5 kg
Kimi Raikkonen 654,0
Fernando Alonso 654,0
Rubens Barrichello 657,5
Jenson Button 657,5
Jarno Trulli 658,0
Mark Webber 659,5
Timo Glock 660,0
Nico Rosberg 661,5
Nick Heidfeld 665,5
Lewis Hamilton 666,0
Sebastian Vettel 666,5
Giancarlo Fisichella 668,0
Sébastien Buemi 672,5
Felipe Massa 675,0
Nelson Piquet 682,5
Sébastien Bourdais 687,5
Robert Kubica 689,5
Adrian Sutil 692,0
Heikki Kovalainen 695,5

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Last 10

No momento, nenhuma espécie de renegociação é sinalizada como forma de resolver o impasse. A chance de o racha retorceder parece nula. Uma possível aposentadoria do Mosley anunciada em outubro, mês das eleições, poderia levar os times a repensar a manobra ousada que escolheram. Mas outubro está distante, e até lá a FIA já terá anunciado as novas pobretonas do grid 2010.
Aos fãs, tão impotentes quanto de costume, só resta degustar cada um dos dez GPs que faltam para encerrar não apenas a temporada, como também a história da verdadeira F-1. O final já conhecemos, Jenson Button se sagrará o último campeão legítimo da Fórmula 1. Mas valerá a pena assistir cada preciosa corrida que marcará o fim de uma era. O que vier depois da etapa de Abu Dhabi será estatística suja, que inclusive periga de registrar a Force India como campeã da F-1 2010, por exemplo.
O Grande Prêmio da Inglaterra é a primeira corrida a ser supervalorizada, o primeiro GP que nos passará a sensação da futura perda, os instantes finais de uma categoria genuinamente máxima.
Em dia de treinos livres, só se ouviu falar em política. A guerra agora continuará nos tribunais, onde a FIA processa as equipes pelas rupturas nos diversos acordos esportivos e comerciais. Enquanto isso, surgem rumores de que a Fota tenta seduzir semi-times, como Lola e Prodrive, a integrarem o seu campeonato, invés de estrearem nos restos mortais da categoria de Bernie/Max.
A grande questão agora é imaginar um modo organizado de se gerenciar um esporte altamente competitivo contando com os apitos dos próprios competidores. O melhor a se fazer, portanto, seria buscar um órgão imparcial que atue na formulação e fiscalização das regras, uma espécie de FIA melhorada.
Se as equipes quiserem ditar o próprio regulamento e sofrer as sanções aplicadas por elas mesmas, as suas corridas de monopostos não durarão por muito tempo. A razão é simples: cachorro de oito donos morre de fome. Não por falta de gente para alimentar, mas porque cada dono escolheria uma ração diferente, até que se instalasse uma sucessão de conflitos que causasse o pior resultado possível. Certamente ficaria mais fácil contratar um veterinário e acatar suas determinações.
Basta imaginar como se desenrolaria a polêmica dos difusores há poucos meses se, ao invés da FIA, as escuderias controlassem a F-1.
Sempre ficou claro que a briga não era com a federação, mas sim contra seu energúmeno presidente e suas ideias infelizes e seus atos falhos como dirigente e seu cacho de regras absurdas lançadas em tempos regulares.
O sanguessuga Bernie Ecclestone tanto se recusou a dividir os lucros honestamente que agora vê a tropa ir embora, pondo em risco seu castelo tão elegantemente construído.
A Fórmula 1 e a Fórmula [ponha seu nome aqui] tendem a sofrer bastante. Já que não sabemos como serão as coisas daqui pra frente, a dica é simples: Aproveite! Cada um desses dez GPs. Podem ser os últimos que realmente façam sentido. Carpe.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Fota rompe com FIA/FOM e sai da F-1

O dia D chegou e deu-se o apocalipse.
A FIA tentou uma última proposta para convencer os times a assinarem para 2010, e a Fota até sinalizava uma aceitação, mas surpreendeu a todos ao anunciar: Fórmula 1 nunca mais.
O comunicado oficial falou das negociações fracassadas com o Mosley, além de apontar uma diversidade de melhorias que a categoria paralela apresentará em relação à F-1, desde o preço dos ingressos até o modelo de gestão. A tradução na íntegra é retirada do site Tazio:
As equipes não podem continuar seu compromisso diante dos valores fundamentais do esporte e se recusa a alterar a condição original de suas inscrições para o Campeonato Mundial de 2010.
Estas equipes, portanto, não têm outra alternativa a não ser partir para a preparação de um novo campeonato, que reflete os valores de seus participantes e parceiros.
Esta nova categoria terá um governo transparente, um conjunto de regulamentos e ouvirá os desejos dos fãs, incluindo a oferta de preços mais baixos para os espectadores em todo o mundo.
Desde a reunião da Fota no último mês de setembro, as equipes têm trabalhado juntas e procuraram envolver o detentor dos direitos comerciais da FIA para desenvolver e melhorar o esporte.
A crise financeira mundial sem precedentes inevitavelmente trouxe grandes desafios para a comunidade da F-1. A Fota está orgulhosa de ter atingido as mais importantes medidas para reduzir os custos na história do nosso esporte.
Em particular, as fabricantes têm prestado assistência aos times independentes, alguns dos quais, provavelmente, não estariam no esporte hoje sem as iniciativas da Fota. As equipes têm ainda um acordo para reduzir de forma substancial e voluntária os custos, para assegurar a sustentabilidade no futuro.
Na sequência destes esforços, todas as equipes confirmam que a FIA e o detentor dos direitos comerciais estão dispostos a se comprometer até o final de 2012, e fizeram uma campanha para dividir a Fota.
Os desejos da maioria das equipes foram ignorados. Além disso, dezenas de milhões de dólares das equipes foram retidos pelo detentor dos direitos comerciais, desde 2006. Apesar disto e da intransigência da FIA, a Fota realmente procurou um compromisso.
Os principais pilotos, estrelas, marcas, patrocinadores, promotores e as empresas tradicionalmente associadas ao nível mais elevado do automobilismo estarão nesta nova categoria.
Agora que meu queixo está no chão, ainda não compreendo como a história pode ter terminado desse jeito. Talvez eu acorde amanhã e o autor tenha reescrito o roteiro, adiando o prazo novamente, inventando outras reuniões, mesmices do tipo.
É difícil acreditar que as equipes resolveram apostar no seu campeonato ideal sem um nome de peso, como "Fórmula 1". Os patrocinadores devem estar perdidos, sem saber que direção seguir. Lançar e bancar uma modalidade para bater de frente com a então categoria máxima é uma jogada de altíssimo risco. Mais do que isso, a cultura dos fãs precisa ser mudada para que substituam a F-1 por um Mundial desconhecido em suas cabeças.
Ferrari, McLaren, BMW, Renault, Brawn, Toyota, Red Bull e Toro Rosso estão de malas prontas. Se irão, de fato, atingir o destino esperado, é algo a se especular. Mas a decisão da partida consiste num acontecimento histórico, que coloca em xeque a continuidade de uma competição iniciada em 1950.
Será mesmo que a Fórmula 1 não tem mais futuro?
Chegamos ao fim da linha?
Isso é tudo?

Agora vai

Quando as coisas ameaçavam terminar bem, a guerra se intensificou. Agora, que a situação parecia ter piorado de vez, tudo começa a se acertar.
O show de contradições deve acabar bem, dentro da data prevista. A dois dias do 19 de junho, a Fota encaminha uma carta amistosa, demonstrando um comportamento mais pacífico e uma postura compreensível.
Já o Mosley oferece uma nova proposta com cara de meio-termo. O teto desejado pela FIA de € 45 milhões seria adiado para 2011, enquanto as escuderias trabalhariam com um limite de € 100 milhões no ano que vem. Os times poderão realizar a própria fiscalização de gastos, através, claro, de um "auditor respeitável".
A federação se comprometeu a retirar o anexo 5 do regulamento de 2010, que causou estardalhaço por ser visto como um mecanismo capaz de conferir à FIA qualquer tipo de imposição de regra que lhe vier à cabeça. Alguns tópicos do atual regulamento serão preservados, como a limitação de testes, a manutenção das asas móveis e, inclusive, as então ameaçadas mantas térmicas. O caso dos motores se mantém estável, com a ressalva do ingresso dos propulsores standard Cosworth, sem restrições.
Novamente, ficamos à espera do "yes, I do" da Fota. Ainda não é hora de comemorar, mas talvez não seja esta a hora que os engravatados dão um jeitinho de implodir a Fórmula 1.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Rádio OnBoard - Edição Pré-Inglaterra

No ar, a edição número 45 da Rádio OnBoard!
Estive ao lado de Ron Groo comentando as três novas equipes escolhidas pela FIA, o vasto documento de ataque da entidade, e a corrida de despedida do circuito de Silverstone.
Ao contrário do que foi dito no programa, o feed da Rádio OnBoard não será mais o tradicional, mas sim o novo feed oficial, mais completo e estável, que acaba de ser lançado. Assine: http://feeds2.feedburner.com/onboard.
Até o próximo encontro!

terça-feira, 16 de junho de 2009

O fim está próximo

A FIA colocou seu ponto de vista com uma riqueza de detalhes que impressiona. Desde o começo dos atritos com a associação de equipes, nunca tivemos tantas informações sobre o que realmente acontecia nos bastidores.
Não tive tempo para ler o documento na íntegra, mas passando o olho nos resumos espalhados pelos sites especializados, tais informações instigam nossos conceitos a respeito do lado certo e o lado errado.
Se a FIA não agrada em suas intenções, ao menos está disposta a negociar, abrindo discussões sobre a questão dos custos e dando carta branca ao Pacto de Concórdia. Na reunião desta semana, porém, a Fota não quis saber de debater o esquema financeiro, foi apenas uma perda de tempo entre os representantes de cada instituição. Em suma: a Fota de Montezemolo não está disposta a encontar um meio termo. Ou o regulamento sai do jeito deles, ou...
Por mais que a presença do Mosley incomode, a forma intransigente como as escuderias estão conduzindo a disputa parece absolutamente insensato. Querer ignorar a ação da FIA como entidade regente das regras da F-1 é desejar realmente tomar conta da categoria sozinha. O que só faz crescer o pensamento de que uma categoria independente corre cada vez mais risco de sair do papel.
Se quem muito quer nada tem, então acabamos de retornar à estaca zero. Diante desse quadro, a federação retomou a situação inicial, confirmando o infeliz teto de 40 milhões de libras. Aqueles que se habilitarem, que assinem até o dia 19. Do contrário, seja o que Deus quiser.
Considerando o ponto em que estamos neste instante, e contando as horas para o fim do prazo da confirmação de inscrição, fica difícil imaginar de que forma FIA e Fota poderão se entender em tão pouco tempo e assim preservar a Fórmula 1 de uma cisão anunciada.
Já não duvido de mais nada agora... Nada mesmo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Quem pode mais

Mais um capítulo rápido sobre a briga de cão e gato entre os F's da Fórmula 1.
A FIA promete jogar algo no ventilador. Mosley contou que a última reunião com a Fota foi bastante produtiva e que chegou-se a um acordo a respeito do regulamento técnico de 2010. O Pacto de Concórdia seria concluído e a questão da redução de custos estava bem encaminhada. De repente, a federação é pega de surpresa com a insistência das discussões:
"A FIA acreditava ter participado de uma reunião construtiva e que teve vários pontos de acordo. Por isso, a FIA ficou chocada ao ver que alguns membros da Fota, que não estiveram presentes no encontro, falsamente afirmaram que nada foi acordado e que a reunião foi uma perda de tempo. Há claramente um elemento na Fota que está determinado a evitar qualquer tipo de acordo, independente dos danos que isso vai causar ao esporte".
A FIA afirmou que publicará um documento revelando o ocorrido na reunião como forma de provar que é a Fota quem barra o acordo neste momento. A ver.
De outro lado, pintam reclamações da associação contra Alan Donnelly, que teria passado o fim de semana na Turquia pressionando os times a assinarem incondicionalmente para 2010, ao invés de cuidar dos comissários, que era a sua função.
Os nervos continuam esquentados, enquanto nos aproximamos de mais um dia D. E o Bernie Ecclestone, que assiste de camarote, solta suas caneladas:
"Não se trata de teto orçamentário. É sobre poder. Flavio Briatore quer criar uma nova categoria e decidir tudo, e Luca di Montezemolo tem um problema com o presidente da FIA". Quanto ao presidente da Toyota, John Howett... "Fico imaginando o que ele quer. Não tenho certeza nem se ele mesmo sabe o que quer", disparou.
E continuou ironizando: "Dá para imaginar os times indo para os conselhos administrativos de suas companhias e dizendo: 'Precisamos de mais dinheiro para nosso novo carro e necessitamos de mais uma quantia semelhante para nossa nova categoria'?".
A disputa para mostrar quem pode mais é real, nisso o Eccletone tem razão. A Fota quer diminuir a importância da FIA na formulação das regras, enquanto a entidade precisa manter-se firme em sua posição tradicional, antes que se torne um mero órgão supervisor do cumprimento de regras na categoria, perdendo grande parte de sua influência graças aos interesses das montadoras.
Enquanto as duas se desgastam, o verdadeiro homem forte da F-1 torce pelo fim imediato das rixas políticas, pendendo levementente para o lado da FIA. Não é do interesse do Ecclestone (nem de ninguém) ver sua categoria manchando a própria imagem desse modo. Não é bom para o esporte nem para os negócios. O suposto apocalipse da Fórmula 1 também seria ruim tanto para as equipes quanto para a entidade. Como toda guerra que se preze, todo mundo sai perdendo.
Que o 19 de junho seja o último dia D, pois.

domingo, 14 de junho de 2009

Quem levará a próxima?

A um semana do GP da Inglaterra, cresce a expectativa para uma prova que confrontará o grande momento de Jenson Button com a relação estreita de Barrichello com a pista de Silverstone.
Rubens fez excelentes corridas no berço da F-1, chegando a vencer a edição de 2003 com todos os méritos. Button, que costuma mudar a pintura do casco nas cores da Inglaterra no fim de semana em que corre em casa, jamais subiu sequer àquele pódio.
Já o momento atual conta a favor de Jenson, que não vê adversários pela frente nas corridas. Enquanto Rubens ainda tentar vencer a primeira corrida vestindo uniforme branco.
Seis anos depois de ganhar na Grã-Bretanha, Rubinho tem a chance de repetir o feito, mas para isso precisará bater o domínio do companheiro inglês, ávido por uma vitória no quinal de casa. Talvez um sentimento semelhante ao brasileiro sem vitória em Interlagos.
Ao menos em tese, o próximo fim de semana promete uma boa briga pela vitória. É bom destacar que quem vencer, levará o último GP em Silverstone. Um dos circuitos do qual a F-1 mais precisa se despede neste ano. A partir do ano que vem, o GP da Inglaterra infelizmente não será mais o mesmo.

sábado, 13 de junho de 2009

Pilotos piores

Nem tudo melhora quando se amplia um grid de vinte carros para 26. Se tivéssemos como medir o nível médio de pilotagem, poderíamos apostar numa queda de valor para o ano que vem. Até porque o nível atual já é bastante alto, basta reparar que as poucas vagas existentes estão bem preenchidas, cada equipe tem pelo menos um piloto de destaque.
Não é como na época da Minardi, em que o time reformulava completamente sua dupla de um ano para o outro, sem falar na dança das cadeiras internas ao longo da temporada. A transição 2008-2009 foi extremamente congelada: ocorreu uma aposentadoria, uma promoção, uma estreia de piloto, e nada mais. 18 entre 20 competidores mantiveram-se no mesmo cockpit. Não há dúvidas de que a F-1 atual ostenta um nível excelente. Mas isso está para piorar.
Mais carros, mais espaço, maior a chance de pilotos fracos voltarem a figurar.
Duas das novas escuderias já anunciaram pretenções de contratar bandeira ao invés de piloto. A US F1 (tem que escrever separado senão o Ecclestone dá chilique) vai colocar ao menos um americano para guiar. O último ianque ainda tinha um sobrenome legal, mas quem vier agora talvez nem isso tenha. Mesmo que possua um, existe mais risco de sujar este nome - a exemplo do que fez o seu pai - do que de elevá-lo ao status conquistado por seu avô.
A Campos Grand Prix é outra que pretende investir em país sem tradição. Adrián Campos revelou que dará prioridade aos pilotos conterrâneos. Só a possibilidade de vermos Marc Gené e Roldán Rodriguez nos cockpits já desanima.
Pensando friamente, faz pouco sentido assinar com dois competidores de mesma nacionalidade. Faz tempo que não acontece na F-1, porque é financeiramente desinteligente. Mas o que acontece com o estranho no ninho? A quem andou cogitando uma participação do Rubinho no time estadunidense, uma pergunta: Já imaginou o Ken Anderson ordenando que a Danica Patrick recebesse o melhor equipamento em detrimento do Barrichello?
Bem, por enquanto são muitas considerações hipotéticas. Fica a ressalva de que jovens promessas também deverão se beneficiar desta abertura de vagas, por isso nomes como Senna, Grosjean e di Grassi são esperados para 2010. Mas antes, claro, a categoria tem de ratificar sua existência.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Saiu a lista oficial

A FIA, que não é boba nem nunca será, garantiu a vaga de todas as atuais escuderias no Mundial 2010. Oito times foram dados como certo:
Ferrari
Toro Rosso (motor a definir)
Red Bull (motor a definir)
Williams (Toyota)
Force India (Mercedes)
Campos (Cosworth)
Manor (Cosworth)
USF1 (Cosworth)
Os outros cinco receberam ultimato para confirmar a presença incondicional no próximo campeonato:
McLaren (Mercedes)
BMW
Renault
Toyota
Brawn (motor a definir)
Ferrari, Red Bull e Toro Rosso possuem contrato com FIA e FOM que as obriga a correr no ano que vem, mas as três já alegaram que, assim como as demais componentes da Fota, não fizeram inscrição segundo as regras mosleyanas, e portanto se recusarão a competir. Entidade e associação realizarão uma nova reunião dentro de poucos dias. Mais uma vez, a guerra continua.
Campos Grand Prix, Manor Grand Prix e Team US F1 foram privilegiadas com uma vaga no grid de 2010. Adrian Campos finalmente conseguiu demarcar território na Fórmula 1. Vaga merecida. A USF1 era dada como certa desde o início do ano, essa já se auto-descreveu o bastante. A grande surpresa foi a convocação da Manor em detrimento da Prodrive.
A Campos passou por Open Fortuna by Nissan, World Series by Nissan, F-3 espanhola e depois chegou à GP2, tudo isso em aproximadamente dez anos, com direito a títulos nas duas últimas categorias. Parece carreira de piloto, mas estamos falando de uma equipe que acabar de ingressar na F-1. E com chassis Dallara em mãos.
Já a equipe britânica vem sob o comando de John Booth e Nick Wirth, este ex-sócio de Mosley na Simtek. Só pra constar: A Manor venceu o GP de Macau de 2005 com o Lucas di Grassi...
Para concluir, vale destacar a reação da Fota perante a tiranice de Mosley, que obrigou os times a confirmarem definitivamente suas inscrições para 2010 até o próximo dia 19. A Fota encaminhou uma carta ao Conselho Mundial e ao Senado da FIA, pedindo apoio na rixa contra o velho tarado. O trecho que segue foi retirado do Tazio, que publicou a tradução na íntegra.
As contantes mudanças no regulamento, resultado do governo instável atual, criou, infelizmente, uma situação de confusões e incertezas entre o público e os organizadores.
Introduzindo uma base equilibrada e transparente de governo, que é definida no Pacto de Concórdia de 2009, podemos restaurar a situação onde as equipes trabalham em harmonia, uma coisa só traz benefícios a todos os acionistas.
Solicitamos que a FIA se junte à FOM e aos times a assinarem um acordo que traga estabilidade o mais rápido possível, ou, de forma alternativa, inicia em um governo bilateral com as equipes e a FIA.
Gostaríamos de confirmar que as equipes estão preparadas para entrar em um compromisso cego com o campeonato até o fim de 2012. Isso elimina a ideia de que algumas equipes vão deixar o esporte e, fazendo isso, a F-1 estabelecerá uma plataforma sólida e estável para o futuro.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Véspera

Mais um capítulo de peso da novela FIA-Fota vem aí. Muita coisa pode se decidir nesta sexta. Por mais esranho que seja, a Fórmula 1 corre risco de perder importantes equipes, dentre elas, nada menos que a Ferrari. E Mônaco já avisou que sem Ferrari não tem GP em Monte Carlo. Sem Ferrari e sem Mônaco, a F-1 pode se sentir à vontade para trocar de nome.
Enquanto a definição da FIA não sai, um videozinho para descontrair, levantando imagens da última corrida vencida pela escuderia de Maranello nas ruas do Principado. Foi em 2001, aquele mesmo GP em que o Coulthard penou atrás do Bernoldi.
Que venha logo essa tal lista das equipes, seja lá quem estiver nela. Chegou o dia D, enfim.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

2 days remaining

A FIA aceitou sentar com as equipes para reescrever as regras, desde que todas se inscrevessem primeiramente segundo as intenções mosleyanas para que numa data posterior fossem feitas as modificações nas regras de acordo com o consenso geral entre as escuderias, que incluem não apenas as integrantes da Fota, mas também as duas que já assinaram para 2010 - Williams e Force India - e os três novos times que serão escolhidos a dedo por Max.
A proposta provocou desconfianças. Não há a menor garantia de que as competidoras serão unânimes durante as discussões, sobretudo pela presença de um trio desconhecido que pode naturalmente simpatizar com o abominável teto de 40 milhões de libras.
Após um dia estudando a carta do Mosley, a Ferrari decidiu manter sua postura de não assinar contrato algum: "Como sempre, faremos todo o possível para encontrar uma solução que seja aceitável para todas as partes. Se isso não for possível, então a FIA não será capaz de incluir a Ferrari na lista das equipes inscritas para o campeonato de 2010. Nós tínhamos um acordo com a FIA, mas sentimos que as obrigações dentro deste acordo foram violadas, então o acordo não tem mais validade", Domenicali.
Daí o Bernie Ecclestone entra em cena e faz mais uma ameaça contra o surgimento de uma categoria rival, alegando intenção de recolher indenização de todos os lados: "Apesar do meu contrato com as equipes, se alguém procurar uma de nossas pessoas contratadas, como as companhias, as emissoras de TV, vamos ficar bem espertos. Qualquer ação pode valer centenas de milhares de dólares, não dá para saber quanto. Eu não faço isso, e não vou permitir que ninguém faça".
Já a Renault tomou uma medida insólita, que supõe sua retirada da F-1 sem intenções de ingressar na Fórmula 1,5. A empresa encaminhou uma carta aos seus patrocinadores confessando as sérias possibilidades de se afastar definitivamente da categoria máxima.
"Existe a possibilidade de não participarmos mais da F1 a partir de 2010. As vastas mudanças no regulamento técnico e esportivo levam a Renault a não ter mais certeza sobre seu futuro na categoria".
Passarinhos contam que Flávio Briatore, no melhor estilo Ross Brawn, poderá tornar-se dono da equipe, caso a Renault opte por abandonar o barco - possível decisão influenciada também pela crise, diga-se.
A Mutua Madrileña já tratou de anunciar que seu logotipo deixará o bólido da equipe francesa ao fim deste ano. Segundo a seguradora que estampa a carenagem da Renault desde 2005, seus objetivos de divulgação já foram concluídos, portanto sua política de controle financeiro sugeriu o fim da parceria como forma de redução de custos. Sei.
O fato é que estamos a dois dias do limite de inscrição e a novela promete se resolver no último capítulo. Ou nem isso.
Fala-se em ameaça, finanças, política, rixas, orçamento... Tudo o que um espectador da F-1 não deseja acompanhar. Merecemos um pouco mais de esporte, afinal, ultimamente, só presenciamos escândalo de espionagem, escândalo sexual, escândalo da mentira. Aliás, vendo por este ponto, seria até razoável se a categoria se encaminhasse de vez para o apocalipse, não?
Melhor não brincar com essas coisas, vamos esperar a sexta-feira 12 e ver o que acontece.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Rádio OnBoard - Edição de Istambul

No ar, a edição número 44 da Rádio OnBoard!
Ao lado de Fábio Campos e Ron Groo, trouxemos todas as discussões sobre os grandes destaques - positivos ou negativos - do GP da Turquia do último fim de semana. Também reservamos um tempinho para as provas da Nascar, Indy e GP2, e um pouco das discussões políticas que rondam a F-1.
A Rádio OnBoard retorna dentro de uma semana, na véspera do GP da Inglaterra, com as expectativas para a prova de despedida de Silverstone. Até lá.

Piquet, Hamilton, curva 12

A ultrapassagem de Piquet sobre Hamilton na Turquia foi um dos momentos mais belos da temporada até então.
Mas não foi a primeira vez que eles se cruzaram naquele trecho. Em 2006, a corridaça da GP2 em Istambul possibilitou, dentre outros inúmeros duelos, um bom pega entre Lewis e Nelsinho, com direito a três trocas de posição entre eles.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Mosley amolece diante da Fota

A guerra está para acabar. Max Mosley encaminhou uma carta às componentes da Fota convocando-as para uma reunião pacífica na qual poderão ser feitas as alterações do regulamento 2010 desde que as propostas das escuderias sejam postas de maneira unânime.
Com a chegada da semana decisiva, o presidente da FIA finalmente resolveu apaziguar os ânimos e garantir a presença das equipes e dos pilotos na F-1 no ano que vem.
Não é de hoje que Max diz esperar que algumas equipes abandonem a categoria, independente de quais serão as regras em vigor. Por isso, ele solicita a confirmação da presença dos times que realmente disputarão o próximo campeonato, para que a reunião FIA-Fota não ocorra com a presença de futuros ex-competidores.
Max, porém, fez uma ressalva em relação ao novo Pacto de Concórdia, que a Fota exigiu até o dia 11, 24 horas antes do anúncio das escuderias incipientes. Ele alegou que o tempo não é hábil para que seja concluído, além do mais ele precisa ser assinado por todos que irão competir, abrindo assim a possibilidade de concretizar o acordo somente após a divulgação da lista pronta dos times do Mundial subsequente.
A revista Autosport teve acesso a um bom trecho da carta e o site Tazio publicou sua tradução. Através dela, Mosley chama a Fota para sentar e redigir certas regras para 2010, não sem antes as equipes aceitarem a inscrição incondicional para 2010. O inglês não abandonou a ideia de teto orçamentário, ao que parece o seu valor será superior à absurda quantia de 40 milhões de libras proposta inicialmente. A reunião acontecerá após o dia 12, portanto elas terão de se inscrever primeiramente segundo as regras malucas do Mosley, para depois modificá-las. Vai ter gente pensando que é golpe, mas este deve ser mesmo o início do fim das rixas políticas.
Segue a transcrição.
Nos termos do Código Esportivo Internacional (Art.66), nós não podemos alterar as regras publicadas para 2010 a menos que haja um consenso entre todos os competidores que se inscreveram.
No entanto, tendo uma lista de inscrições confirmada, nós poderemos fazer as mudanças necessárias, desde que tenhamos um acordo unânime.
Esta é, naturalmente, a maneira mais simples de garantir que todas as equipes inscritas possam competir sob as mesmas regras. Portanto, é necessário que todos se inscrevam com o regulamento previsto para 2010 tal como ele foi publicado. Em seguida, todos os participantes podem concordar em alterar este regulamento. A proposta é viável para todas as partes.
Pretendemos organizar um encontro de todas as equipes confirmadas para 2010 imediatamente após o dia 12 de junho, para discutir as medidas de redução de custos que foram propostas pela Fota.
Já conhecemos os pontos de vista de alguns dos prováveis novos competidores no que diz respeito às propostas para isso, e os comentários são amplamente positivos, então uma solução deve ser relativamente simples de ser alcançada.
Aguardamos com expectativa uma resposta positiva. Seria útil tê-la o quanto antes para que possamos entrar em um acordo na sexta-feira.
Estamos dispostos a iniciar imediatamente as negociações, visando a assinatura de um acordo o quanto antes. Entretanto, não há possibilidade de alterar um projeto de centenas de páginas de uma hora para outra.
Além disso, a FIA precisará saber quem está disposto a discutir o projeto. Haverá, certamente, novas equipes em 2010, e neste momento, parece improvável que todas as equipes de 2009 estejam presentes no próximo ano. É evidente que o projeto deve ser discutido apenas entre aqueles que irão participar.

Enquete F-1

Antes do GP em Istambul, o Blog F-1 perguntou: A Ferrari alcança a Brawn na Turquia?
A enquete chegou ao final após computados 79 votos. E o resultado não poderia ser mais acirrado:
Sim - 50,63%
Não - 49,37%
Por um clique de diferença, a maioria acabou se surpreendendo ao ver uma Ferrari decepcionante na Turquia, que permanece atrás de Brawn, Red Bull e Toyota.
A próxima enquete já está no ar, pedindo a sua opinião a respeito da manifestação das equipes que não desejam gastar tempo e dinheiro para equipar os bólidos do ano que vem com o dispositivo de recuperação de energia, que tem implicações na realização ou não de ultrapassagens na pista. Dê seu pitaco, clica lá.

domingo, 7 de junho de 2009

Raquetada na FIA

Tem início uma semana importante. No dia 12, sairão os nomes das novas equipes, sendo que até lá, em princípio, uma novo Pacto de Concórdia precisa ser assinado para que seja validada a inscrição das oito escuderias ativas na Fota.
O grosseiro Max Mosley deseja impor sua injustificável redução drástica de orçamento, enquanto os times propõem uma queda de gastos progressiva a cada ano. As competidoras estão engajadas em reduzir os gastos, isso é o que importa, mas para o presidente da FIA não é o suficiente. Ele precisa exibir sua força política para mostrar que é um homem forte o bastante para detonar a F-1.
A guerra chegou a um ponto crítico. Agora, os dirigentes não são mais os únicos militantes envolvidos na discussão; os pilotos resolveram intervir. Os verdadeiros astros do esporte se reuniram no motorhome da Toyota e concluiram que também deverão se retirar da categoria, ao invés de se render à tirania do velho tarado. Pronto, o Mosley já pode fazer sua Fórmula 1 sem equipes e sem pilotos.
"Todos os pilotos possuem o mesmo sentimento: Seguimos a Fota e respeitamos seu trabalho sobre as regras do futuro e continuidade da Fórmula 1. Nós consideramos que essas regras não são adequadas e compartilhamos da visão da associação. Mosley deve compreender que há coisas que não podem acontecer. As regras para 2010 definitivamente não são boas, porque F-1 precisa continuar a ser a categoria número um no mundo, com grande tecnologia e com as montadoras. Você não pode tentar trazer outras equipes que talvez não tenham a menor ideia do que seja necessário para competir com esses carros e nesse campeonato de tal alto nível. E, acima de tudo, estamos de fora disso", disparou Jarno Trulli.
"As equipes não podem reduzir de 500 para 45 milhões de euros seus orçamentos em apenas um ano. É impossível. Podem fazê-lo em três, é o que propõem. A bola está no campo da FIA", comentou Fernando Alonso.
A Fota ameaça criar um novo campeonato, Max deu de ombros dizendo 'tchau'. Os pilotos também lançaram suas ameaças contra a Federação. A sexta-feira 12 se aproxima.
E eu mantenho minha minha ameaça: se a Fórmula 1 se tornar uma disputa de baixo nível entre os primeiros pobretões que aparecerem pela frente, vou cuidar do tênis.
A propósito, este domingo foi um dia histórico graças ao título mais esperado dos últimos anos.
Sobre o sagrado saibro de Roland Garros, Roger Federer conquistou o emocionante Grand Slam que faltava em sua carreira. Pentacampeão do US Open e de Wimbledon e três vezes vencedor do Australian Open, o suíço viveu o momento de glória quando viu a devolução de Robin Soderling parar na rede. Foi o ponto do campeonato que levou Roger ao chão, gritando e liberando as lágrimas para comemorar o seu título mais significativo.
De quebra, o 3 a 0 na final do torneio parisiense rendeu a ele um emparelhamento com o grande Pete Sampras, ambos com 14 Grand Slams no bolso. Federer ainda tem tempo de sobra para continuar faturando suas conquistas e se firmando como o melhor de todos os tempos também nos números.
No pódio, o suíço recebeu o troféu das mãos de Andre Agassi, um dos poucos tenistas da história que, assim como Roger, pode bater no peito e dizer que detém o career slam.

Button vence seis em sete

Jenson Button não tomou conhecimento do tabu do GP da Turquia e se sagrou o primeiro piloto a vencer em Istambul sem largar da pole. O inglês manteve a segunda posição até a metade da primeira volta, quando Vettel escapou e o piloto da Brawn não perdoou.
Destino muito diferente daquele que estava reservado para Barrichello, que se mostrou animado por sair da parte limpa da pista, mas não contava com o acionamento do anti-stall, mecanismo que força o ponto morto para evitar que o carro morra. O brasileiro disse que ocorreu um erro de cálculo para a embreagem semelhante ao do GP da Austrália, outro episódio em que enfrentou um péssima largada.
Com a corrida comprometida na Turquia, Rubens partiu para uma prova de recuperação, executando muito mal as manobras de ataque. Tocou no Kovalainen, rodou, perdeu mais posições, passou Hamilton, passou Piquet, quebrou parte da asa frontal numa disputa com Fisichella, se encaminhou aos boxes, trocou o bico, e se retirou após o segundo reabastecimento, concretizando a primeira quebra do inquebrável BGP 001.
Kimi Raikkonen largou mal e não conseguiu se recuperar, terminando o GP no lugar dos bobos. Felipe Massa pulou duas posições quando as luzes vermelhas se apagaram, mas perdeu o lugar para Nico Rosberg ainda na volta 1, numa manobra não revelada pela transmissão meia boca da FOM. O ferrarista concluiu de forma burocrática a etapa turca, sustentando a sexta colocação, justamente atrás de Rosberg.
Mark Webber superou Trulli após um erro do italiano no primeiro giro e tinha tudo para encerrar o domingo em terceiro, não fosse a estratégia de extrema ousadia de Vettel. A equipe Red Bull armou um esquema de três paradas para o alemão, que no mínimo precisava ultrapassar Button na pista, algo que não aconteceu. Como resultado, Sebastian caiu para 3º e Webber subiu ao segundo melhor posto do pódio. Por mais que a RBR ameace, a Brawn continua tendo carro de sobra.
Um dos grandes momentos da corrida foi o pega entre Lewis e Nelsinho, quando o primeiro voltava do pit stop, sendo que Piquet estava prestes a entrar. O brasileiro tanto pressionou que levou a melhor numa investida de extremo arrojo no final do retão, onde ultrapassou por fora, contornando a curva lado a lado. O duelo prosseguiu até a reta dos boxes, onde Ângelo definitivamente assegurou a posição.
Não foi uma prova brilhante do Piquet, que amargou o 16º, mas ao menos em algum mometo levantou a torcida mínima que apareceu no autódromo. A Renault não passou da 10ª colocação com Fernando Alonso, que exige um carro melhor para já.
A McLaren perdia velocidade nas curvas rápidas, só tinha o KERS na reta para ajudar a empurrar um bólido que não casa com circuitos velozes. Hamilton fechou em 13º, à frente de Kovalainen.
Voltando à zona de pontuação, Jarno Trulli fez um uma exibição ao alcance de seu TF109, cruzando a linha em quarto. Seu companheiro marcou um pontinho ao receber a bandeirada uma posição atrás de Robert Kubica, levando a sofrível BMW com difusor duplo à sétima colocação.
A Williams continua falhando em seus pit stops, de qualquer forma Nakajima não deveria fazer nenhum milagre neste GP. Foi o 12º, atrás de Heidfeld. Os vovôs Fisico e Rubinho foram os únicos que deixaram a prova. Bourdais largou em último e chegou em 18º - eufemismo para último.
Não foi dessa vez que Vettel aconteceu em pista seca. Enquanto isso, seu experiente companheiro se aproxima na tabela. A classificação tem Button-61, Barrichello-35, Vettel-29, Webber-27,5, Trulli-19,5, Glock-13, Rosberg-11,5. Massa empatou com Alonso nos 11 pontos, Raikkonen e Hamilton possuem 9 cada um.
No Mundial de construtores, a Brawn se aproxima dos 100 pontos: Brawn-96, Red Bull-56,5, Toyota-32,5, Ferrari-20, McLaren-13.
A próxima parada do circo é na casa do Button, que terá uma única chance de fazer festa no berço da Fórmula 1, já que este será o último GP da Inglaterra em Silverstone.
GP da Turquia:
1. Jenson Button (ING/Brawn), 58 voltas, 1h26min24s848
2. Mark Webber (AUS/Red Bull), a 6s714
3. Sebastian Vettel (ALE/Red Bull), a 7s461
4. Jarno Trulli (ITA/Toyota), a 27s843
5. Nico Rosberg (ALE/Williams), a 31s539
6. Felipe Massa (BRA/Ferrari), a 39s996
7. Robert Kubica (POL/BMW), a 46s247
8. Timo Glock (ALE/Toyota), a 46s959
9. Kimi Raikkonen (FIN/Ferrari), a 50s246
10. Fernando Alonso (ESP/Renault), a 1min02s420
11. Nick Heidfeld (ALE/BMW), a 1min04s327
12. Kazuki Nakajima (JAP/Williams), a 1min06s376
13. Lewis Hamilton (ING/McLaren), a 1min20s454
14. Heikki Kovalainen (FIN/McLaren), a 1 volta
15. Sébastien Buemi (SUI/Toro Rosso), a 1 volta
16. Nelsinho Piquet (BRA/Renault), a 1 volta
17. Adrian Sutil (ALE/Force India), a 1 volta
18. Sébastien Bourdais (FRA/Toro Rosso), a 1 volta
Abandonos:
Rubens Barrichello (BRA/Brawn), 49 voltas
Giancarlo Fisichella (ITA/Force India), 5 voltas
Volta mais rápida:
Jenson Button (ING/Brawn), 1min27s579 (40ª volta)

sábado, 6 de junho de 2009

Frases de peso

Selecionando algumas aspas do sábado, a começar pela decepção do fim de semana, que é a McLaren.
Kovalainen falou das dificuldades: "Nosso carro não tem aderênia suficiente para atacar as curvas rápidas. Os outros pilotos parecem ter ganhado mais grip com desenrolar do fim de semana com a melhor opção de pneu, enquanto nós usamos os duros e perdemos performance. Freios e aceleração estão ok, mas à medida em que a temperatura aumenta, nós perdemos aderência".
Hamilton sofreu do mesmo mal e deixou a sessão logo no início da brincadeira: "Eu tentei guiar de todas as maneiras, mas não conseguia achar grip suficiente", lamentou.
Barrichello não lançou nenhuma série de desculpas por largar atrás o companheiro. No máximo inventou um declaração diferente sobre ele: "O tanto que eu amo Jenson como amigo, o odeio como piloto".
"Acho que formamos uma dupla fantástica. A gente trabalha muito bem juntos. Se você pegar o Q2, eu estava na frente dele, mas no Q3 ele se deu melhor. Não posso dizer que tive um problema com isso ou aquilo hoje".
Massa também rendeu menos que o parceiro, mesmo estando mais leve que o Kimi: "Foi uma pena, pois o carro vinha competitivo, mas, quando colocamos combustível, a combinação de carro mais pesado e pneu macio mudou completamente o balanço do F60, que ficou mais traseiro, o que me prejudicou para ficar na luta no Q3".
Felipe reconhece a perda do trono na Turquia: "Até mesmo o pódio não será fácil, então precisamos pensar em marcar bons pontos. Começando em sétimo, você não está na posição de dizer que vai brigar pela vitória. Temos que pensar em pontuar e, se aparecer algo mais, será bem vindo".
Nelsinho Piquet teve mais um sábado para esquecer. Desta vez, porém, a culpa realmente não foi dele: "Acabou o freio. Tive alguns problemas no treino livre, achei que tinham sido arrumados, e na classificação houve outro problema, quebrou o tubo que puxa o ar para dentro e o freio aqueceu demais. Volta a volta foi piorando. (...) Na volta final eu já não tinha freio nenhum, o pneu foi lá embaixo e o carro não parou". Fechou o qualifying na caixa de brita.
Alonso descreveu melancolicamente os desafios de investir nas alterações de um bólido mal nascido: "Trouxemos algumas melhorias para a Turquia, mas elas não deram resultado. Espero que na próxima corrida, em Silverstone, levemos algo novo e que dê resultados. Se conseguimos melhorar, nem que seja meio décimo, nos ajudaria".
O espanhol é o mais leve do grid, para não perder o costume. Sebastien Bourdias, novamente atrás do xará e saindo do último posto, passou dos 700kg. O francês deve apostar na participação do safety car, já que a estratégia de parada única é improvável, a julgar pelo uso dos compostos.
Pesos dos carros em ordem crescente:
Fernando Alonso - 644,5 kg
Sebastian Vettel - 649,5
Jarno Trulli - 652
Rubens Barrichello - 652,5
Felipe Massa - 654
Jenson Button - 655,5
Mark Webber - 656
Kimi Raikkonen - 658
Nico Rosberg - 660
Robert Kubica - 664,
Heikki Kovalainen - 665
Adrian Sutil - 668,5
Kazuki Nakajima - 680,4
Nick Heidfeld - 681,5
Sébastien Buemi - 686,5
Giancarlo Fisichella - 688,5
Timo Glock - 689
Nelsinho Piquet - 689,6
Lewis Hamilton -696,5
Sébastien Bourdais - 701