segunda-feira, 1 de junho de 2009

De repente, Jenson Button

O surgimento de Jenson Button muito se assemelha ao advento de Fernando Alonso, há alguns anos.
Até 2004, o espanhol não passava de um piloto mediano que mal conseguia andar à frente do então companheiro Jarno Trulli na Renault. Na mesma temporada, Giancarlo Fisichella mostrava o seu melhor na F-1, a bordo de uma Sauber.
Quando o ano de 2005 começou, a expectativa criada em torno do Fisico, agora guiando para Flavio Briatore, era maior que a crença no potencial de Alonso. O romano venceu a primeira corrida, dando suporte a esse pensamento. Mas logo o asturiano desencantou e imprimiu um ritmo forte ao longo do campeonato, pilotando como um verdadeiro campeão, livre de erros e de excessos, apenas liderando as corridas ou herdando as vitórias de Raikkonen e seu antiajudante propulsor Mercedes.
De maneira análoga, escreve-se a história de Jenson Button. O inglês levou mais tempo para apresentar o nível top, chegando a ser equiparado a Rubens Barrichello por conta do desempenho mostrado em anos anteriores. Eis que cai em seu colo um poderoso BGP 001, e Jenson trata de afundar o pé direito como nunca havia feito, manuseando uma máquina bem nascida com sua típica suavidade ao volante.
Com o Mundial em andamento, é relativamente arriscado cravar o desfecho, por mais óbvio que ele seja. Mas dificilmente o britânico perderá o fio da meada. O ano é dele.
Parece um Button diferente, um outro piloto, outro talento. Alguém que, do nada, surgiu como um foguete na Fórmula 1. Não cabe aqui perguntar se ele será ou não campeão, ou quando será, ou se o bi virá. A pergunta é: caso retorne à parte intermediária do grid, Jenson voltará a ser um piloto normal?
Recuperando o exemplo do espanhol, Alonso jamais voltou a ser o mesmo. Por mais desanimadores que sejam os carros coloridos que pilota, ele mantém-se firme numa tocada veloz de uma barata problemática.
Reparar na ascenção de um esportista é tão curioso quanto avaliar o seu posterior comportamento sob circuntâncias desfavoráveis. Vai, Button, conquista logo esse título e pega uma bomba qualquer pra gente ver mais um distinto vencedor batalhando como cachorro grande no meio do pelotão. É inevitável, a menos que aposente. Todo campeão fatalmente se condena a enfrentar tal desafio.

8 comentários:

Anônimo disse...

Maciel, eu lembro bem de qdo o Alonso estrou pela Minardi, ninguem dava nada por ele neh. Ae ele chega na Beneton e arrasa com o Fisico. Pena que a crise pegou pesado com a Renault e dificilmente eles terão um carro bom até o final da temporada, isso pq ela encerrará as atividades não é mesmo? Flw

Will disse...

Button começou a carreira endeusado. Eu lembro muito bem, lá pelo 2000, que a imprensa britânica já colocava ele no patamar de grandes ídolos nacionais.
O problema é que o tempo passou e (exceto 2004) ele jamais justificou a fama.
Então quando surgiu Hamilton eles esqueceram um pouco de Button.
Agora ele volta com tudo. E os fãs de nove anos atrás dizem: "eu não falei que ele era bom".
Todos precisam concordar.
Mas a sua pergunta, Felipe, é muito boa: será que de volta à parte intermediária ele ainda será um grande piloto?
Talvez ele caia no esquecimento, não sei.
Mas acredito que não existe carro sem o talento humano na F1.
E também não existe talento humano sem um bom carro.

kimi_cris disse...

Realmente nunca tinha comparado os dois pilotos desta maneira...Muito bem pensado

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Ron Groo disse...

O fato dele ter batido no Fisico não quer dizer muita coisa.
Só que ele tinha uma coisa - e tem ainda - que poucos levaram em conta. Uma gana especial, uma vontadade enorme de vencer.

Jenson me parece mais o fato do cara certo no local certo. Não tiraria leite de pedra. Mas se adaptou a um carro sensacional em pouco tempo. Ponto pra ele.

Em comum tem apenas que eu esculaxo os dois...

Marcos Antonio disse...

Boa analogia, mas se o Button voltar a ter um carro ruim, vai ser o mesmo de sempre andar na frente é a vocação do inglês, já vir de trás sei não...

Anônimo disse...

oras pessoal, em algum momento de indefinição ano passado vcs viram button pular fora do barco ?

não, o que mais se via era ele na fábrica.

Há motivos para alguém não acreditar que o carro foi desenhado, e com carinho, para ele ?

Ele tá fazendo o normal. Mesmo que fez anos anteriores, a unica diferença é o carro.

E o barrichello não é ponto de comparação para o desempenho do button, pois se tivesse hamilton, massa, raikkonen, vettel ou alonso ali do lado do button, DUVIDO q ele tivesse ganho 5 corridas em 6, DUVIDO

Bruno Prado disse...

Acho que tem muito equivoco nos comentários da galera, se vocês analisarem bem a carreira do Button, irão perceber que ele era bom com um carro ruim, quase sempre ganhando de seu companheiro de equipe. Conseguiu um 3º lugar pela BAR e um 6º pela Lucky Strike Honda. A primeira vitória dele em 2006 foi saindo da 14ª posição no GP da Hungria. E só foi derrotado uma vez por Barrichello em 2008. Em 2004 ele ficou na frente de Barrichello sendo que o mesmo estava de Ferrari. O que marca mesmo nele é a regularidade, não podemos dizer que ele é um piloto brilhante ou agressivo, mas é extremamente regular e isso faz dele um campeão, basta ter um carro para isso. A pergunta mesmo é saber se o Hamilton consegue andar com um carro ruim (veremos este ano), por que o Button já teve MUITOS... Já o Alonso, pertence a outra categoria, categoria dos genios.

Felipe Maciel disse...

Prado,
permita-me uma correção ao que você disse, porque na verdade Button não ficou à frente do Rubens em 2004, o inglês foi terceiro no campeonato.

Abraço a todos