sexta-feira, 19 de junho de 2009

Last 10

No momento, nenhuma espécie de renegociação é sinalizada como forma de resolver o impasse. A chance de o racha retorceder parece nula. Uma possível aposentadoria do Mosley anunciada em outubro, mês das eleições, poderia levar os times a repensar a manobra ousada que escolheram. Mas outubro está distante, e até lá a FIA já terá anunciado as novas pobretonas do grid 2010.
Aos fãs, tão impotentes quanto de costume, só resta degustar cada um dos dez GPs que faltam para encerrar não apenas a temporada, como também a história da verdadeira F-1. O final já conhecemos, Jenson Button se sagrará o último campeão legítimo da Fórmula 1. Mas valerá a pena assistir cada preciosa corrida que marcará o fim de uma era. O que vier depois da etapa de Abu Dhabi será estatística suja, que inclusive periga de registrar a Force India como campeã da F-1 2010, por exemplo.
O Grande Prêmio da Inglaterra é a primeira corrida a ser supervalorizada, o primeiro GP que nos passará a sensação da futura perda, os instantes finais de uma categoria genuinamente máxima.
Em dia de treinos livres, só se ouviu falar em política. A guerra agora continuará nos tribunais, onde a FIA processa as equipes pelas rupturas nos diversos acordos esportivos e comerciais. Enquanto isso, surgem rumores de que a Fota tenta seduzir semi-times, como Lola e Prodrive, a integrarem o seu campeonato, invés de estrearem nos restos mortais da categoria de Bernie/Max.
A grande questão agora é imaginar um modo organizado de se gerenciar um esporte altamente competitivo contando com os apitos dos próprios competidores. O melhor a se fazer, portanto, seria buscar um órgão imparcial que atue na formulação e fiscalização das regras, uma espécie de FIA melhorada.
Se as equipes quiserem ditar o próprio regulamento e sofrer as sanções aplicadas por elas mesmas, as suas corridas de monopostos não durarão por muito tempo. A razão é simples: cachorro de oito donos morre de fome. Não por falta de gente para alimentar, mas porque cada dono escolheria uma ração diferente, até que se instalasse uma sucessão de conflitos que causasse o pior resultado possível. Certamente ficaria mais fácil contratar um veterinário e acatar suas determinações.
Basta imaginar como se desenrolaria a polêmica dos difusores há poucos meses se, ao invés da FIA, as escuderias controlassem a F-1.
Sempre ficou claro que a briga não era com a federação, mas sim contra seu energúmeno presidente e suas ideias infelizes e seus atos falhos como dirigente e seu cacho de regras absurdas lançadas em tempos regulares.
O sanguessuga Bernie Ecclestone tanto se recusou a dividir os lucros honestamente que agora vê a tropa ir embora, pondo em risco seu castelo tão elegantemente construído.
A Fórmula 1 e a Fórmula [ponha seu nome aqui] tendem a sofrer bastante. Já que não sabemos como serão as coisas daqui pra frente, a dica é simples: Aproveite! Cada um desses dez GPs. Podem ser os últimos que realmente façam sentido. Carpe.

2 comentários:

Anônimo disse...

É... nem sei o que dizer... sem palavras.

Unknown disse...

é claro que um campeonato criado somente pelas montadoras, vai ter muitas dificultades, e a primeira delas vai ser de credibilidade. acredito que até poderiamos ver uma corrida que nem aquela de 1981, em sudáfrica.

o principal problema logo de instalado o campeonato, é fazer dele uma competição real. para prever o que vai acontecer, é só ver os campeonatos de acrobacia aérea que a Red Bull organiza. são muito bons , mais não são reais.

é, cachorro de oito donos pode até não morrer de fome, mais não vai aprender a cuidar de casa