quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Vazou

Os blog do Capelli e do Fábio trouxeram o furo da misteriosa pintura da Williams. O time de Grove havia pintado o novo layout em Monteblanco, onde produziu fotos e vídeos promocionais que deverão ser divulgados durante a temporada.
Por alguma infeliz razão, a grif McGregor, patrocinadora da equipe, lançou imagens na Internet, revelando a surpresa que a escuderia pretendia deixar para Melbourne. Na pré-temporada, os carros de Frank Williams exibirão seis pinturas diferentes, sendo que duas delas já foram utilizadas nos últimos testes coletivos.
Eis o layout da temporada 2008:
Na foto em que o Nico Rosberg joga charme para o mecânico, também se vê o novo uniforme, que pouco mudou. Destaca-se apenas o logo da rede britânica de joalherias Mappin & Webb, estampada ao centro.
O tio Frank não deve estar gostando nem um pouco dessa história, bagunçaram sua brincaderia de pré-temporada...

R28: Igualmente colorido

Pouco a acrescentar sobre o novo carro da Renault. Apresentado nos testes de Valência, o modelo já foi devidamente avaliado, e não resta muito para dizer, visto que até a pintura se manteve.
Repetindo, portanto, algumas mudanças técnicas: redistribuição de peso, recomposição da suspensão dianteira, e novidades aerodinâmicas, que incluem uma espécie de túnel sob a asa dianteira e as indiscretas curvaturas nas laterais.
O layout se modificou timidamente para abrigar Pepe Jeans, Universia e Silestone como patrocinadoras.
Para uma apresentação sem sal como esta, só mesmo o metido do Niki Lauda para esquentar o dia da F-1 dizendo o que bem entende.
"Nada contra o Piquet, mas ele não é Hamilton. E o Fernando é um piloto excepcional, talvez o melhor de todos. O Piquet não tem a menor chance".
A surpresa da festa foi a presença do brasileiro Lucas di Grassi, anunciado como reserva oficial da escuderia. A promessa francesa Romain Grosjean também testará pela Renault ao longo da temporada.
O chefão Flavio Briatore manda o recado:"Lembrem-se: em 2007, terminamos na terceira posição com um carro ruim, que não desenvolvemos durante meia temporada. Para 2008, teremos um bom carro e um bicampeão mundial. A situação é promissora".

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Fala, Mosley

O presidente da FIA argumentou a respeito das acusações de Jarno Trulli, segundo o qual algumas escuderias estariam utilizando, de alguma forma, a nova unidade eletrônica para provocar o efeito do controle de largada, totalmente proibido pelo regulamento.
"Primeiramente, você tem de contornar a central eletrônica, e, em segundo lugar, precisa neutralizar de alguma maneira nosso espião, que nos dirá o que está acontecendo. É preciso lembrar que o que as pessoas utilizam em testes privados cabe inteiramente a elas, e creio que será extremamente difícil fazê-lo em uma corrida. É irritante quando pessoas dizem essas coisas", Mosley.
"Quando proibimos o controle de largada e o controle de tração pela primeira vez, muitos disseram que outras equipes os tinham. Então, finalmente cedemos e afirmamos: já que é tão certo que todos estão trapaceando, vamos liberá-los. E o que aconteceu? Todos eles tiveram problemas, nenhum dos sistemas de controle de tração funcionou e tivemos de fazer um treino especial em Mônaco, caso todos batessem no grid. Mostrou que as equipes não estavam trapaceando, mas havia a percepção de que isso estava ocorrendo", ratificou.
Não é sempre que dizemos isso, mas desta vez o presidente está certo. Seria assustador ver as equipes dominando o controle eletrônico da McLaren tão rapidamente. Além do mais, repetir as reclamações falaciosas do passado não vai convencer ninguém.
O presidente também demonstrou preocupação com a situação da Super Aguri, que enfrenta sérios problemas finaceiros. Ninguém sabe se a equipe conseguirá estrear no Mundial, muito menos se irá disputar a temporada inteiramente.
"Não apostaria minha vida nisso. Acredito que sim, mas não posso ter certeza", comentou. "Sei que a situação para eles não está fácil. No entanto, estão inscritos para o campeonato deste ano, e esperamos vê-los em Melbourne".
Um grid com apenas vinte carros seria um baita pesadelo para a FIA, que erroneamente escolheu a Prodrive para se tornar a 12ª escuderia, mas que jamais saiu (nem sairá) do papel. Ao invés de um time a mais, poderemos ter um time a menos.

Pau pra toda obra

O deputado da União Européia, Willy Meyer, solicitou à Comissão Européia que atuasse contra as obras no circuito espanhol de Valência que receberá a F-1 a partir de 2008.
Segundo ele, o projeto destoou dos estudos de impacto ambiental prévios à execução de obras de grande escala, como rege a legislação.
"Aos previsíveis impactos ambientais devido à poluição acústica, que superará os níveis estabelecidos na legislação sobre barulho, se somam as emissões atmosféricas e a ocupação do antigo leito do rio Turia, que é considerado uma zona de proteção ambiental no atual Plano Geral de Ordenação Urbana de Valência".
A reclamação do deputado pode ter fundamento, mas dificilmente será capaz de impedir a realização deste evento.
Os organizadores da prova não fizeram nenhum tipo de pronunciamento até então. Mas de uma forma ou de outra, podemos assegurar que haverá sim corrida em Valência no dia 24 de agosto de 2008. Ou o cabeludinho não se chama Bernie Ecclestone.

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Sorriam para a foto!

"Se me perguntar o que faltava na equipe no ano passado? Não era apenas um bom carro. Era alguém com liderança, e que pudesse mexer com as pessoas. Isso a gente tem agora", Rubens Barrichello, sobre Ross Brawn.
Em dia de lançamento o que mais há são declarações animadinhas. Particularmente na Honda, o piloto conhecido por ser uma decepcionante promessa aproveita para voltar a falar em título mundial, e o piloto trintão diz se sentir jovem e preparado para outra. Ou até mesmo outras. Só mesmo o presidente para falar grosso, afinal comandar uma campanha vergonhosa como a de 2007 não tem muita graça.
Jenson Button: "Bom, você sabe, o objetivo final é vencer o Mundial. Acho que todo mundo almeja isso na Fórmula 1, mas para nós isso é realmente possível. Este é o meu objetivo pessoal e acho que de todo mundo na equipe. Espero que isso aconteça tão logo, mas, antes de tudo, temos que trabalhar no carro e evoluir corrida após corrida".
Rubinho e seus cotovelos:"Ainda não alcancei o ápice da minha forma física. Vai ter uma hora em que a minha parte atlética vai cair. Ainda não cheguei nesse ponto. Amo estar ali no meio, mas, quando eu não me sentir mais competitivo, vai ser a hora de eu parar. Do fundo do meu coração, não pretendo parar. Não tenho nenhum contrato assinado ainda, mas me sinto bem. Mas tenho certeza que vou parar antes que alguém me diga para o fazer".
Yasuhiro Wada:"Como todos sabem, a última temporada foi muito difícil e desapontadora para nós. Mas isso ficou para trás. Na Honda, sempre buscamos os limites, e não temos medo de errar. Erros acontecem quando se deseja alcançar um objetivo, mas aceito isso apenas uma vez".
E japonês, quando fica nervoso, sai de perto...
Esta certamente é a hora de a Honda tomar um novo rumo. A equipe nunca reuniu um pessoal tão respeitado, desde o piloto de testes até o núcleo de dirigentes. Simplesmente tem que dar certo.

RA108: Eco-Dreams

As apresentações não podem parar. Mais um modelo 2008 sai do forno, desta vez uma Honda.
Parece que a filosofia utilizada no setor aerodinâmico é "enxugar para evoluir", algo que deveria ser utilizado, inclusive, para melhorar a constituição deste país, mas isso é outra história.
Nota-se uma significativa redução do número de aletas na carenagem, agora mais limpa. Poluição visual aqui não!
O bico alto é outra aposta intrigante do time. A Honda também é uma das poucas que não adotou a ponte no aerofólio. Ainda. Vai saber...
"Ainda tem umas partes da aerodinâmica que vão ser mudadas. Acho que os testes de Barcelona serão os primeiros a realmente contar para a gente", comentou Rubens.
Acima do motor, outra idéia nada inteligível para a atualidade: traços indiscretamente retos.
Sem nenhuma revolução, a maior mudança no carro, sem dúvida, é seu layout. O conceito ecológico permanece, agora de modo mais sutil, com menor visão de satélite e maior espaço em branco. Destaque para as linhas tematizadas sobre o bico.
A macacada reunida: Barrichello, Button, Nick Fry, Ross Brawn, Yasuhiro Wada, Alexander Wurz, Luca Filippi, Mike Conway.
Dinheiro não é problema para a única equipe da categoria que dispensa exibição de patrocínios na pintura. O bólido tem um pequeno toque do mestre Brawn, que se juntou ao grupo em dezembro, quando o desenvolvimento do RA108 estava em fase final. Daqui até Melbourne será o momento de lapidar a nova máquina para recuperar terreno na parte intermediária do grid. Este deve ser o verdadeiro objetivo nesta temporada.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Passa por onde?

Com a escassez de notícias relevantes no dia de hoje, vale a pena conferir uma volta virtual no circuito de rua de Valência, que sediará o GP da Europa a partir de 2008.
Apesar de ser uma pista apertada, a velocidade média não deverá ser tão baixa. Mas arriscar uma ultrapassagem não será uma atividade muito fácil.
Créditos para a amiga blogueira Priscilla, que postou primeiro em seu blog.

domingo, 27 de janeiro de 2008

Pressão e sorte

Depois de Senna, a missão de qualquer brasileiro na Fórmula 1 se tornou muito mais complexa. Um país que precisa de heróis e acostumado a vencer, naturalmente, faz pressão para se deparar com um novo grande ídolo das pistas, e não é tão simples para tais pilotos lidarem com isso.
O Massa comentou a respeito, aproveitando essa questão para fantasiar a decisão do último Mundial.
"Barrichello enfrentou dificuldades, já que todo mundo esperava que ele fosse o sucessor do Ayrton. Eu também sinto algo assim, mas acredito que meus compatriotas entendem que eu teria sido campeão no ano passado se meu carro fosse mais confiável".
Felipe espera conseguir agora o que não obteve no ano passado, quando possuía uma série de vantagens sobre seu companheiro, que não era campeão, não conhecia o carro nem o grupo em que iria trabalhar.
"Não fui campeão porque tive menos sorte que Kimi. Vou lutar pelo título. Este é meu objetivo nesta temporada".
Um título neste ano certamente será ainda mais difícil. Que ele tenha uma pouco mais de sorte e muito mais competência para brigar em 2008. Caso contrário, cumprirá contrato na Ferrari para servir ao Kimi, inevitavelmente.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Último mandato

Mr. Mosley anunciou que decidirá em outubro deste ano se será candidato à reeleição da FIA, marcada para outubro do ano que vem.
Os planos que desenvolveu para a categoria são as razões que o motivam a ficar.
"Realmente irá depender de como eu me sinto, como o conselho se sente. Ainda quero implementar alguns projetos na Fórmula 1, como sistemas de recuperação de energia e de calor. Entretanto, não tenho planos de continuar fazendo isso para sempre".
Este é um bom momento para lançar a campanha "Aposenta, Mosley!", afinal o cara já está lá há um bom tempo, um descanso agora seria bastante razoável.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Fala, Piquet

Continua rendendo a polêmica envolvendo Hamilton e Alonso, que agora ganhou a participação de um intruso chamado Nelsinho Piquet. O brasileiro de língua afiada soltou o verbo para cima de Ron Dennis:
"A equipe era inglesa, o outro piloto era inglês, o chefe da equipe era o empresário do companheiro de Alonso. Além disso, nosso chefe de equipe (Briatore) é bem melhor e mais inteligente do que o que eles (McLaren) têm lá, e não deixaria jamais chegar ao ponto que chegaram. A culpa nem era dos pilotos, mas do chefe de equipe, que não soube controlar a situação".
Não é muito interessante Nelsinho dizer o que pensa, seria bem mais sensato omitir esse tipo de pensamento, considerando que um dia a McLaren poderia solicitar seus serviços. Existem maneiras mais diplomáticas de se expressar, mas parece que essa tal de genética não perdoa...

A respeito do parceiro espanhol, Piquet reconheceu diferenças de tratamento, ao menos no começo.

"Obviamente que a preferência no início da temporada será para o Fernando Alonso. Isso é justo, pois ele é o cara que senta no carro e sabe dizer o que está acontecendo, o que está certo, o que tem de ser feito. Tem de dar mais ouvidos para ele, é claro".

Se alguém teme uma reedição de um confronto interno como ocorreu em 2007, pode ficar tranquilo. Está claro que Nelsinho saberá tirar proveito de dividir a equipe com o bicampeão mundial, para alcançar um intenso apendizado no ano de estréia. Fazer intriga não está em seus planos. Não agora. 2009 é outra história...

Valência, dia 3

Agora postando fora de casa, o tempo de acesso à Internet fica mais restrito. Ontem não foi possível falar sobre o último dia de treinos em Valência, tive que deixar para hoje.
Nesta quinta deu Finlândia de novo, com Raikkonen à frente de Kovalainen. Felipe Massa se concentrou nas sequências de voltas e ficou com o terceiro tempo.
A Williams segue surpreendendo, talvez até ameaçando a rival BMW, que anda decepcionada com o rendimento do novo modelo. As inovações do time alemão não são sinais de criatividade, e sim de desespero. Estão apelando para o que não existe para ver se encontram algo de bom. Eu sinceramente acredito que chifrar o carro da frente não seja uma boa saída.
Sem mais delongas, vamos aos tempos:
A Toyota nem fede nem cheira, a Honda ainda esconde o jogo, se é que eles tem um. A Force India se mantém andando no meio do bolo, mas não engana ninguém. Toro Rosso e Red Bull também são incógnitas. E nesta atmosfera nebulosa, de poucas conclusões, o circo se retira de Valência e em breve parte pra outra.
Time remaining: 7 semanas.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Direto de Valência

É motor roncando e gente falando, em Valência.
Lewis Hamilton soltou mais uma para cima do ex-companheiro: "Ele mostrou como não devemos agir na F-1".
"Ele era o líder no começo, mas as coisas mudaram. Na verdade, ele achou que era o líder. Não foi o caso, porque éramos um time e estávamos em condições de igualdade". Desta vez tenho de concordar. Foi por exigir privilégios que Alonso colheu protestos. Não se pode entrar para uma equipe sem estar disposto a respeitar sua filosofia de trabalho.
Por outro lado, Flavio Briatore anunciou que sua aposentadoria deve vir junto com a saída do Alonso da Renault: "Acredito que quando terminar o ciclo na Renault, com o Fernando, eu irei descansar".
E ele não é o único chefão a demonstrar respeito por seu piloto. O diretor da Honda, Nick Fry, defendeu Rubens Barrichello dos maus resultados da última temporada.
"Jenson está totalmente comprometido e dá tudo desde a primeira curva, sempre. Já Rubens, não podemos contestar seu talento. Mas, depois de 15 anos na Fórmula 1, quando damos um carro que não é competitivo, é aceitável que seja difícil para ele se sentir motivado".
O brasileiro, por sua vez, avaliou o novo carro criticando o anterior.
"Não há muito o que dizer neste momento. Acho que esse carro já é melhor que o do ano passado. Mas também o outro era extremamente ruim. Era impossível construir algo pior que aquilo".
Sentiu a motivação, né?

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Valência, dia 2

Já era hora de a McLaren liderar algum. Hoje, em Valência, o mais rápido do dia foi o finlandês Heikki Kovalainen, colocando mais de 0.6s sobre a Ferrari de Felipe Massa, seguido pelo companheiro Kimi Raikkonen, com Hamilton em quarto. Com carro híbrido, Kazuki Nakajima fez o quinto melhor tempo, à frente de Fernando Alonso, novamente sexto. Nico Rosberg continua virando rápido, sempre mantendo sua Williams nas primeiras colocações.
Atrás do alemão vem o australiano bom de treinos, que lançou a piada do dia.
"Sei que não disputaremos o título e que desafiar a Ferrari e a McLaren será muito difícil. Entretanto, me sinto mais confortável neste ano e conquistar uma vitória seria ótimo. Sinto que estou chegando cada vez mais perto e, agora, estou preparado para vencer". Guarde este nome: Mark Webber! Nascido para brilhar...
O destaque do dia foi o novo carro da Honda, que ganhou as pistas uma semana antes de seu lançamento oficial.
Quando vi o modelo novo, pensei: "Será que essa coisa seria capaz de vencer alguma corrida da temporada 2003?"
Todos estranharam o desenho do carro. Enquanto a maioria das equipes investe cada vez mais em curvas, a Honda aparentemente escolheu o caminho inverso, apresentando um carro quadrado, cheio de linhas retas. Parte das aletas aerodinâmicas foi enxugada da carenagem, e o bico se mostra bem mais alto. A pintura, claro, será revelada somente no dia 29.
Tudo leva crer que a escuderia japonesa levou um carro padrão e limpo de apêndices para comprovar a eficiência dos dados obtidos pelo túnel de vento, evitando assim repetir os erros do passado recente. Este modelo, portanto, deve ser diferente daquele que disputará o Mundial.
Vale frisar que a houve uma pequena participação de Ross Brawn na construção do carro, afinal ele só deu as caras em dezembro, quando o bólido estava em fase final desenvolvimento. Não será uma boa idéia exigir do RA108 uma série de vitórias neste ano, recuperar terreno no grupo intermediário é o verdadeiro objetivo.
Como hoje foi só um shakedown básico, os tempos da Honda não merecem ser levados em consideração.
Para concluir o dia de testes, ressaltemos a preocupação de Nick Heidfeld com o andar da carruagem.
"No ano passado, as coisas pareceram melhores quando estávamos neste estágio. Já tinhamos encontrado o equilíbrio mais rapidamente. Mas não posso dizer que este carro é pior, porque acho que sabemos no que teremos de trabalhar", comentou o alemão.
"Não estamos onde deveríamos estar. Já tínhamos visto isso na última semana. Melhoramos um pouco aqui, e sabemos no que trabalhar. Vamos receber partes novas diariamente e acredito que conseguiremos melhorar rapidamente. Algumas peças ainda estão no túnel de vento, mas, ainda assim, esperava ter um carro mais equilibrado", encerrou.

Denúncia

Jarno Trulli inaugurou as acusações relativas ao controle de tração. Quando ele era proibido sempre tinha uma equipe reclamando que a outra estava utilizando o controle de alguma forma. Agora que voltou a ser banido, o confronto verbal tem reinício.
Segundo o italiano, há times aprimorando o uso da central eletrônica desenvolvida pela McLaren para alcançar o efeito do controle de largada, dominando as patinadas das rodas traseiras.
"Não vou citar nomes, mas acho que algumas equipes já encontraram uma forma de automatizar o procedimento de largada e reduzir, ao mínimo, a chance de derrapar as rodas sob aceleração. Não estou dizendo que alguém está fazendo isso, apesar de termos recebido algumas informações conflitantes aqui, na Toyota. Porém, tendo analisado o comportamento na pista, tanto agora quanto nos testes de dezembro, vejo que as mudanças são enormes, e, em vários casos, suspeitas".
Comenta-se no paddock que alguns carros possuem um som diferenciado quando em alta aceleração, tratando-se de uma possível quebra de regulamento, já que a controle eletrônico padrão não pode conter sistemas de controles de tração, de largada e freio-motor.
Esta parece ser a primeira de várias outras denúncias semelhantes que estão por vir. Paciência, porque elas virão.

Fora!

Max Mosley está se sentido o todo-poderoso. Depois de anunciar o pacote de medidas para 2009 sem obter a aprovação de todas as equipes, o presidente da FIA engrossou a voz e disparou contra qualquer escuderia que possa vir a praticar espionagem: "Se isto voltar a acontecer, a equipe envolvida, seja ela qual for, não poderá continuar no campeonato".
Definitivamente ele não está disposto a tolerar um novo escândalo: "Você nunca pode impedir o que uma pessoa tem na cabeça, mas nós podemos impedir a transferência de informações de forma escrita ou eletrônica. E se nós estamos preparados para checar isso – e nós já demonstramos que sim – então alguém que use essas informações não será muito sábio, porque na F-1 moderna você não pode fazer isso sem deixar traços, e nós vamos encontrar estes traços".
Numa categoria como a Fórmula 1, é bastante discutível o conceito de "politicamente correto". Excluir uma equipe do campeonato, como Mosley pretende fazer caso seja estimulado, pode ser juridicamente correto, pois é justo. Mas não seria político, por exemplo, impedir a Ferrari de disputar corridas, visto que estamos falando da maior equipe da história da F-1, que existe desde a invenção da categoria, que tem um porte grandioso e uma imensa torcida espalhada pelo mundo.
Esse é o tipo de coisa que - dependendo da escuderia - Bernie Ecclestone jamais iria tolerar. Mosley foi voto vencido em 2007, quando esperava excluir a McLaren do Mundial. Pode ser voto vencido novamente, caso torne a enfrentar Ecclestone, este sim o homem mais poderoso da Fórmula 1.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Valência, dia 1

O destaque positivo do dia foi o desempenho de Felipe Massa, que liderou tanto pela manhã quanto na parte da tarde. Já o destaque negativo foi o R28 de Fernando Alonso, que ficou pelo caminho diante dos 35 mil torcedores espanhóis que compareceram ao autódromo.
A fumaça nas imagens reforça a informação de parte da imprensa que aponta para um problema de superaquecimento de motor, possivelmente provocada pela brusca redução das entradas para o radiador, que pouco colabora com resfriamento do propulsor. Porém, recebi a educada ajuda do blogueiro espanhol Javi, que destaca o anúncio da imprensa espanhola, comunicando que a Renault teria realizado uma "prova de combustível", deixando o tanque se esvaziar para que fosse comprovada sua real capacidade. Vai saber quem é o dono da verdade...
As rivais Williams e BMW são outras que merecem destaque. Rosberg cravou o terceiro melhor tempo simulando um GP durante a tarde, ficando atrás apenas da dobradinha da Ferrari e à frente da dupla da McLaren. Já o time alemão apresentou um factóide ligeiramente bizarro, utilizando no bico um acessório chifrudo com função aerodinâmica. Será que funciona?
Aos tempos:
Ainda é cedo para tirar conclusões, mas uma coisa é certa: a BMW é a equipe que mais está investindo em novidades, chegando ao ponto de dar tiro no escuro para ver o que acontece. Repare no aparato utilizado pelo time na última semana, quando testou sozinha em Valência.
O apêndice voltou à pista hoje, é bom ficar de olho...

Viva o Ralf

No mínimo curiosa a frase de Jarno Trulli, sobre seus parceiros de equipe: "Falei mais com o Timo nesses primeiros dias do que com Ralf nesses três anos".
Além do piloto italiano, o engenheiro-chefe da Toyota também parece que não irá sentir tanta falta de um dos três maiores falastrões da F-1. Dieter Gass demonstrou-se surpreendido com o alemão reestreante: "Timo nos surpreendeu com sugestões nos primeiros testes".
Ralf Schumacher, por sua vez, trava um duelo com Christian Klien por uma vaga na DTM. Ambos sobraram na disputa da Force India e tiveram de encerrar suas atividades na Fórmula 1.
O austríaco de 24 anos, porém, tem um motivo extra para agarrar a chance no turismo alemão: Klien foi convocado para servir durante seis meses, a partir de março, ao exército de seu país, e a única escapatória seria assumir o cockpit Mercedes Classe-C da próxima temporada.
Pra variar, Ralf assume papel de vilão da história sem fazer nenhum esforço. Veremos...

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Enquanto isso, em Valência...

Renault e Williams tiraram o dia para colocarem seus novos bólidos na pista. Porém, nada de pintura nova: a escuderia francesa fará uma apresentação oficial no dia 31, e o time de Grove só revelará o layout da temporada no dia da abertura do campeonato, em Melbourne.
Alonso e Hulkenberg fizeram as honras. Comecemos, então, com o R28.
O novo bólido da Renault está repleto de novidades, sobretudo na parte dianteira. A ponte derivada da McLaren tem formato da que é utilizada pela Ferrari e se conecta ao bico por meio de uma haste quase imperceptível. Além disso, a base do aerofólio ganhou uma estranha cunha para trabalhar a passagem de ar.
A lateral do carro foi igualmente renovada. Além das distintas aletas, destaca-se a acentuada curvatura na direção das entradas de ar, que consequentemente perderam tamanho. São linhas bastante arrojadas que conferem ao modelo um caráter inovador. É de longe o bólido que mais mudou até aqui.
O único recuo em relação ao R27 foi a posição dos retrovidores, que fugiram dos apêndices aerodinâmicos e retomaram seu lugar tradicional na carenagem.
A Williams, por sua vez, é mais uma escuderia que resolve adotar a tal ponte da McLaren. Note também a sinuosidade da asa dianteira, agora com três lâminas.
Infelizmente o FW30 não teve uma grande estréia. O piloto de testes perdeu o controle e foi parar na brita.
Desta vez, a equipe trouxe inscrições espalhadas no layout reverenciador, com agradecimentos aos fãs, aos membros do time e a seus familiares.
Num dia marcado pela neblina, pouco se pôde tirar dos carros. O bicampeão Fernando Alonso cravou 1min13s027 na melhor de suas 39 passagens, contra 1min14s559 e as 20 voltas do alemão Nico Hulkenberg. Amanhã, Williams e Renault receberão a companhia do restante do grid, com exceção da Super Aguri, para testar suas máquinas no famoso circuito espanhol de Valência.

Stepney inocente?

O pivô do escândalo da espionagem, que gerou o tenso rebuliço durante a temporada 2007, falou ao canal Sky Sports neste domingo, quando fez sua defesa, alegando inocência e culpando Mike Coughlan pelo "pequeno incidente".
"Não me sinto responsável pelo que aconteceu com a McLaren. Ele usou as informações que eu passei de maneira imprópria. Minha idéia era fazer contato com alguém, mas não beneficiar. Era conversar e ver o que eu podia fazer em outro lugar. Tudo ficou um pouco sensível e alguém usou as informações de uma maneira que eu não esperava. Nunca deveriam ter sido usadas assim, ao extremo", Stepney.
Faz todo o sentido a declaração do ex-mecânico. Não havia interesse de sua parte em beneficiar a McLaren, mas sim dividir conhecimento com o Coughlan para que ambos procurassem emprego na Honda, que foi a equipe que ele chamou de "outro lugar". Isso explica o encontro dos dois safados com o diretor Nick Fry. Ou seja, Stepney se defendeu de um crime confessando que gostaria de cometer outro. Ah, agora sim, agora já podemos inocentá-lo...
(Stepney, atropelado por Schumacher em Barcelona-2000)
Mesmo com todos os processos em curso, Nigel ainda espera permanecer, de alguma forma, no mundo da velocidade.
"Recebi algumas propostas interessantes para retornar às corridas. Não me entendam mal. Trabalhei para a Fórmula 1 por muito tempo. Gostei, foi a minha vida, uma experiência muito boa, mas prefiro voltar às origens do automobilismo. Já tinha em mente, no fim de 2007 ou deste ano, deixar a Ferrari; se eu iria trabalhar na F-1 ou em outro lugar, ainda não sabia. Mas penso que a F-1 está se desviando do caminho que eu gostaria de tomar", afirmou, num discurso à la Ralf Schumacher: não é a F-1 que está lhe virando as costas, ele é que não está muito a fim de continuar, ora essa...

sábado, 19 de janeiro de 2008

Gafe global

O Globo Esporte inaugurou seu mais novo quadro: "Em cena com Mylena". Um nome bastante original, até hoje ninguém tinha pensado em algo tão ruim assim.
A primeira entrevista foi justamente com o Nelsinho Piquet, que enfim fará sua estréia na F-1.
Eis que a inocente Ciribelli pergunta: "Você já tem muitos amigos na Fórmula 1. O Rubinho é um amigo, quem mais?"
Aiaiai, ela não disse isso...
Piquet responde:"Não. Amigo entre aspas, né... Eu conheço ele, mas não o considero um amigo, mesmo porque não tenho uma convivência, nem o telefone dele eu tenho".
A Globo faz tanta força para unir o Brasil que acaba se esquecendo de tudo o que o Piquetzão já falou sobre o Rubinho. Ao menos a resposta do Nelsinho foi bem econômica.
No mais, as perguntas e as respostas continuam as mesmas, mas para quem quiser conferir, é só clicar.

14 milésimos

Todo mundo já sabia que o Hamilton assinaria com a McLaren por mais cinco temporadas - leia-se até 2012 -, mas somente ontem veio a confirmação oficial da equipe. Fora isso, o dia não parece muito produtivo para as notícias da Fórmula 1.
Aproveitando, então, as belas lembranças do amigo Ribeiro, não podia deixar de postar o saudoso duelo entre Senna e Mansell, que brigaram por cada milímetro na volta final do GP espanhol.
Essa é daquelas corridas que quando acabam, ninguém sabe como terminou. Lado a lado, nenhum dos dois ousou comemorar a vitória depois de cruzarem a linha de chegada. A foto no fim do vídeo revela o verdadeiro vencedor.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Hiperlicença

O Conselho da FIA aprovou uma alteração no custo das superlicenças dos pilotos da F-1. Até a última temporada, era cobrada uma taxa fixa de € 1.690 mais € 447 por cada ponto conquistado no mundial anterior. Agora ficou bem mais caro: são € 10 mil acrescidos de € 2 mil para cada pontinho.
O atual campeão Kimi Raikkonen, por exemplo, precisa desembolsar € 230 mil para renovar a superlicença, um assustador acréscimo de quase € 199 mil em relação ao valor pago em 2007.
Consta na revista Autosport que o motivo da mudança seria evitar que pilotos menos qualificados obtivessem a carta para diputar corridas na categoria. Como se isso fosse impedir que algum piloto kamikaze jogasse seus mecânicos para cima.
E justo ele, nosso amigo Max Mosley, que vive zelando pelo corte de custos na Fórmula 1... No final das contas, a nova regra não vai importar muito. Até porque se o piloto for ruim, ele só chegará na categoria trazendo consigo uma verdadeira fortuna. Dinheiro não vai ser problema.

Inofensivo

O temporal que Fernando Alonso obteve em Jerez não parece ter assustado seus principais adversários, embora esse fosse seu objetivo ao afinar o acerto do carro e esvaziar o tanque no final das sessões para virar baixo.
"Se de saída eu os superar dirigindo um carro que não chegou perto deles no ano passado, eles passarão a olhar de outra maneira para o nosso carro de 2008. Seremos uma preocupação e não apenas mais um carro na pista", confessou o bicampeão.
Kimi Raikkonen deu de ombros: "Não acredito que o Fernando tenha melhorado em um dia um carro que a Renault não fez em um ano. A sua melhor volta aconteceu por estar em circustâncias especiais. Teremos que esperar pelo início do Mundial para saber se ele pode lutar pelo título deste ano ou não".
Mas ninguém desdenhou do espanhol com tanto vigor quanto Lewis Hamilton, ao ser indagado sobre o desempenho de seu desafeto nos testes coletivos:
"Não sei qual tempo ele fez. Qual foi? Com o carro velho? Então, felicidades".
Ele ainda acrescentou: "Acredito que a Renault é uma equipe bastante forte para criar um carro competitivo sem precisar de ninguém. E se o carro é bom, qualquer um de seus pilotos poderia ganhar alguma corrida".
Para encerrar o festival de pitacos, finalizou: "A luta pelo Mundial será entre mim e Kimi".
Esteja certo que o confronto entre Hamilton e Alonso prosseguirá na cabeça de muitos, possivelmente até nas deles. Também deverá render boas manchetes, sobretudo na imprensa espanhola, que andou comparando os tempos de ambos os pilotos no treino de quarta-feira como se fosse uma disputa pessoal. Só não fizeram muito estardalhaço porque o inglês foi 264 milésimos mais rápido, logo acabaram culpando São Pedro por impedir a realização do grande duelo.

Déspota à solta

Para o desgosto da Ferrari, Max Mosley chutou o balde e confirmou que o limite orçamentário deve ser estipulado para todas as equipes a partir de 2009. O presidente da Federação enviou um comunicado às 11 escuderias detalhando a sua decisão.
As áreas de promoção e marketing sofrerão restrição, juntamente, é claro, com o setor da engenharia, incluindo a parte de aerodinâmica e motor. Estranhamente, Mosley havia comunicado que não pretendia limitar o orçamento relativo aos propulsores, pois nem todas as escuderias produzem o seu. No entanto, ele parece ter decidido voltar atrás e confirmado a restrição.
Uma nova reunião foi marcada, e será realizada em Paris, no dia 31 deste mês, entre o conselheiro da entidade, Tony Purnell, e os representantes financeiros das equipes. A FIA pretende aprovar as medidas para 2009 e, dentro do possível, estender a decisão até 2011.
Tio Max também anunciou que um grupo financeiro será encarregado de finalizar o regulamento até final de junho. Se a tentativa falhar, o sr. presidente ameaça banir os túneis de vento da categoria. Nem me pergunte o que uma coisa tem a ver com outra...
"Se o grupo de trabalho não for capaz de traçar um método eficaz para checarmos as despesas, ou se a maioria das equipes não concordar com a proposta até 30 de junho deste ano, as medidas para a redução de custos que foram votadas no encontro do Conselho Mundial, em 7 de dezembro de 2007, serão aprovadas para a temporada de 2009", escreveu Mosley, em mais uma demonstração de pura sensatez.
Fora esse papo de restrições, a entidade comunicou uma outra novidade na regra dos motores, que ainda necessita da aprovação do Conselho.
Esta é para 2008: "Cada equipe terá direito a uma única falha de motor por carro, sem sofrer punição, durante a temporada de 2008". Ou seja, cada bólido de cada escuderia poderá trocar o propulsor na primeira quebra da temporada. Caso a infelicidade se repita, o piloto será convidado a alinhar dez posições atrás no grid de largada.
No mais, tudo fica como está: o motor precisa durar dois GPs seguidos. Nos treinos livres, é aconselhável utilizar um propulsor diferente daquele que irá para classificação e corrida, o que permite aos pilotos da Red Bull e ao restante do grid explodirem seu equipamento V8 até sábado pela manhã.