Vida nova

A principal mudança para 2008 sem dúvida é a abolição do controle de tração, que anda gerando divergentes declarações entre os pilotos. Um dos mais animados, Nick Heidfeld, destacou que o momento da largada passará a ser mais emocionante, e também espera um sensível aumento do número de ultrapassagens durante as provas.

"Estou ansioso para ver como serão as largadas. Nos últimos anos, tínhamos o controle de largada ou pelo menos uma ajuda. Por isso, as largadas sempre eram previsíveis. Mas antigamente, sem o controle, era mais fácil para perder ou ganhar posições durante as largadas, que voltarão a ser mais interessantes a partir da próxima temporada".

"Isso sem contar que agora os pilotos cometerão erros com mais facilidade, especialmente quando estiverem sob pressão, que vão possibilitar mais manobras de ultrapassagem".

Felipe Massa já havia alegado ter se adaptado à novidade, mas não escondia sua antipatia com a idéia de guiar um carro sem o TC, o que, segundo o brasileiro, traria mais insegurança aos pilotos. Para o italiano Jarno Trulli, porém, a alteração não será muito significativa:

"Estou feliz com a proibição do controle de tração para o próximo ano. Para mim, é confortável pilotar sem ajuda da eletrônica, mas sei que alguns pilotos preferem correr com o auxílio. Contudo, não acho que a nova regra irá influenciar na competitividade da categoria".

Melhor que o Trulli não se preocupe muito com a mudança mesmo, afinal sua equipe já tem preocupação de sobra em 2008. O diretor técnico Tadashi Yamashina recebeu um ultimato da montadora para que os intensos investimentos da empresa sejam convertidos em bons resultados até 2010. A Toyota possui um dos maiores orçamentos da F-1 mas tudo que tem alcançou nos últimos anos foi decepção. Se a situação não mudar, é bastante provável que o time feche suas portas.

"Para nos tornarmos mais fortes, é mais importante melhorarmos a nossa organização geral do que concentrarmos esforços sobre uma pessoa apenas. Meu trabalho é mobilizar recursos para que consigamos essa melhora. Me foram dados dois anos de prazo, mas garanto que trabalharemos e lutaremos até o nosso limite para provarmos nosso valor já em 2008 ", afirmou Yamashina.

Caso a equipe seja mal sucedida em sua tentativa de recuperação, a manobra mais provável será manter a aliança com a Williams, intensificando o suporte dado à escuderia, e construindo, quem sabe, uma parceria de sucesso com quem realmente entende de Fórmula 1, mas sofre com a falta de recursos financeiros para retomar a história vencedora que o tio Frank construiu.