domingo, 31 de janeiro de 2010

R30, a tentativa de redenção da Renault



FÁBIO ANDRADE



Sem grande badalação, como manda o figurino da nova (será?) ordem econômica da Fórmula-1, a Renault revelou hoje o R30, modelo da equipe para disputar a temporada 2010. E que bela surpresa nos trouxe o novo bólido da montadora francesa!

Além do novo carro, soube-se na tarde de hoje em Valência quem é o companheiro de Robert Kubica na equipe Renault. É o russo Vitaly Petrov, de 25 anos. Egresso do automobilismo russo, foi campeão de categorias como a Copa Lada e a Fórmula 1600 Russa, de onde carimbou o passaporte para a GP2, onde conquistou 4 vitórias na carreira e foi vice-campeão em 2009. Segundo especulações, Petrov, que aparece na foto abaixo ao lado de Kubica, trás para a Renault o numerário de 15 milhões de euros.

kubica petrov 2010

Voltando a falar do R30, o modelo retorna ao antigo esquema de cores da equipe. O preto e o amarelo formaram uma dobradinha que, outrora improvável, não agrediu os olhos. Chama a atenção, porém, a ausência de outros patrocinadores além da marca de lubrificantes Total e do nome da própria montadora.

r30 2010

A aposta do time para voltar a ser competitivo é um carro com bico mais baixo do que o da maioria das máquinas que já foram reveladas, destoando de padrões como os de Ferrari e BMW, que parecem ter se inspirado no RB5 da Adrian Newey. A Renault, por sua vez, parece ter bebido na fonte do BGP-001 da campeã de 2009, a Brawn GP.

r30 2010 hd

r30 2010

As entradas de ar do R30 também são menos pronunciadas do que a da maioria dos concorrentes e os projetistas da equipe não fugiram à barbatana de tubarão, acessório apenas não usado até agora pela Ferrari. O difusor traseiro foi devidamente escondido de flashes e olhares mais curiosos, como vem se tornando praxe.

r30 2010

Depois de desaparecer da briga pelas vitórias após a saída de Alonso no fim de 2006 e de escandalizar o universo do esporte a motor com as armações de Cingapura, a Renault, enfim, ensaiou um tentativa de se redimir. O R30, com seus inimagináveis preto e amarelo são a mudança de layout mais notável e interessante da pré-temporada até aqui.

Sauber lança C29, o carro da temporada 2010



FELIPE MACIEL


O C está de volta à F-1! A lacuna deixada após o C24 chegou ao fim, porque Peter Sauber recuperou o poderio sobre o time e colocou na pista o primeiro modelo da nova velha Sauber: o C29.

Apesar de que o nome BMW continua. Com motor Ferrari para completar a confusão.


O uniforme é traço; mais pelado que o da Brawn. O carro foi apresentado sem patrocínios na carroceria, apenas os nomes dos pilotos estão estampados.

Devidamente vestido com a barbatana de tubarão, também é curioso observar a curva em forma de vão na parte traseira do modelo, assim como o escapamento quase escondido de tão empurrado para a popa.





O layout infelizmente não mudou. A pintura da antiga Sauber deixava a BMW no chinelinho, porém a única mudança recaiu sobre o tom de azul, agora ligeiramente escuderecido, enquanto o branco segue predominando.

Vista de frente, tem-se o bico largo e alto, juntamente com a asa bem trabalhada nas laterais. As entradas de ar apresentam um belo desenho, semelhante ao usado pela McLaren quando Adrian Newey era o responsável pela prancheta.





A Sauber mantém o nome e a pintura da BMW. O bólido apresenta um desing bonito, sugerindo um visual arrojado. Mas seu estilo agressivo estará mesmo presente na figura de Kamui Kobayashi, o japonês voador contratado. Pedro de la Rosa, com toda intimidade ao exercício de desenvolvedor, estará também ao volante para conduzir a evolução do carro da Sauber.

Ao Peter, a quem tenho simpatia pelo trabalho e integridade, desejo sorte no retorno ao comando da equipe. A retirada da Petronas dificultou um pouco a nova empreitada, mas tudo faz parte do desafio proporcionado pela Fórmula 1.

sábado, 30 de janeiro de 2010

É bom estar de volta!



FÁBIO ANDRADE



O último texto feito com intenção de alimentar um blog por esse que vos escreve já tem quase 8 meses. E é curioso que hoje, tanto tempo após esse último suspiro blogosférico, ainda se fale tanto, sobretudo em tom de críticas, do ENEM e de sua aplicação rocambolesca e sem planejamento.

Então, sem maiores frufrus, eu sou o Fábio Andrade, aquele que boa parte dos leitores deve conhecer daqui.

Volto à blogosfera agora, por meio do Felipe Maciel, que fez o convite em dezembro passado. Somente agora, passado o auge das férias, é que realmente me sinto confortável para assumir um compromisso como este que é o Blog F-1, que certamente vai exigir atenção e tempo, como meu antigo e querido blog (do qual não tenho coragem de me desfazer).

Caberia nessa apresentação a revelação de reflexões desse tempo em que fiquei em off e inseguranças que sempre surgem quando a gente vai começar alguma coisa, ainda mais agora que sou parceiro de uma casa com 3 anos de existência e quase 400 mil visitas nesse período.

Mas eu prefiro deixar pra lá essa parte teórica e focar na prática. Começo aqui mais uma jornada nesse veículo trabalhoso e curioso que é o blog. Espero, óbvio, que os leitores apreciem.

É bom estar de volta!

Button, o escolhido... de Hamilton

No ano passado, a rádio paddock dizia que Hamilton havia vetado o fechamento de contrato com Rosberg. Depois a conversa era de que o inglês estava vetando a ida do Raikkonen para a McLaren. Não sabemos se existia algo de real nos boatos, é possível que não; a única verdade da história só veio à tona agora, com Lewis contando quem escolheu como substituto de Kovalainen.
Uma coisa que vocês não sabem é que eu liguei para Martin e disse "o que você acha de Jenson?", antes mesmo que eles começassem a negociar. Naquela época, eu ligava para os dirigentes e perguntava "o que está acontecendo? Estou lendo diferentes histórias sobre diferentes pilotos. O que está acontecendo?". Felizmente, me falaram quem eram os cotados, e mesmo não tendo influência, eu perguntei "vocês já falaram com o Button?". E por que Jenson? Porque ele é o melhor piloto que há, e eles queriam o melhor piloto possível.

Lewis Hamilton



Parece que a equipe combinou bem as palavras. Martin Whitmarsh confirmou que "enquanto avaliávamos o mercado de pilotos, Lewis foi consistentemente positivo sobre Jenson", destacando o respeito mútuo entre os dois.

Button, por sua vez, revelou ter começado a conversa com o próprio Hamilton: "Falamos um pouco sobre isso em Abu Dhabi e no Brasil, mas não sobre eu estar aqui. Eu estava interessado, mas sendo muito intrometido. Não achei que existia essa opção, nunca pensei nisso."



É difícil dizer o quanto de verdade e de ficção tem nesses discursos. A McLaren anda muito preocupada em mostrar que o clima na equipe será amigável, ao contrário do desastre ocorrido há poucos anos. Particularmente, até acredito que será. Assim como Massa e Raikkonen formaram uma dupla amistosa na Ferrari, Jenson e Lewis também podem seguir esse estilo.

Mesmo porque o Button não é sujeito de ego inflado. Woking pode ter certa preferência por Hamilton, mas detém a frieza necessária para agir da maneira correta com ambos os campeões.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Vamos dar uma espiadinha

O vídeo foi indicado pelo Rubinho no Twitter. Sinal de que a foto do FW32 não era bem um grande exercício de espionagem.

A gravação prova que Frank Williams sabe chamar a atenção mesmo durante a pré-temporada. Poucas conclusões se pode tirar daquilo que está sendo divulgado, a não ser o desenho do bico largo, que será naturalmente comum em 2010. Mas é impossível focalizar qualquer detalhe do difusor, por exemplo.

Ainda assim, vale a pena conferir algumas passagens do teste de Hulkenberg na Inglaterra.

McLaren surpreende com MP4-25

O carro que mais impressionou até aqui. Os funcionários de Woking capricharam nos detalhes para oferecer a Jenson e Lewis um bólido que impõe respeito no visual.



A barbatana de tubarão está mais indiscreta do que nunca. O conjunto de traços sinuosos da asa dianteira inspira confiança, uma vez que a redução da largura dos pneus frontais exige melhor trabalho sobre o aerofólio. As entradas de ar laterais são relativamente estreitas e um tanto quadradonas. Na parte traseira, chama a atenção a finura do desenho, que converge drasticamente os espaços em direção à asa.





Bico alto, horizontalmente fino e verticalmente largo; é a tendência do ano. Espelhos na posição normal, com uma curiosa aleta presa à lateral. Escapes posicionados tão distante quanto o permitido.

Jenson Button fez sua primeira aparição dentro do macacão da McLaren. O capacete do atual campeão retoma as cores tradicionais. Já Lewis Hamilton é de casa, dispensa comentários.




O modelo ganha as pistas na próxima semana. O design e o layout surpreendem, como de costume. Mas o carro fica ainda mais bonito quando comprova ser uma máquina vencedora.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Nova Williams é flagrada em furo da Autosport

Nico Hulkenberg fazia o shakedown da FW32 em Silverstone quando a revista Autosport registrou o design do modelo 2010.

Digamos que a Williams tenha tanta consideração pelos títulos conquistados com Adrian Newey, que resolveu homenageá-lo...



A propósito, podemos esperar muitos tributos ao projetista no grid de 2010.

Ferrari exibe F10, o carro de Massa e Alonso

O desenvolvimento da nova Ferrari começou no meado do ano passado, quando não havia a menor dúvida de que a temporada estava perdida. Hoje, o time de Maranello mostrou ao mundo sua obra para o Mundial 2010.



Muito se destaca a parte superior do bico, que lembra claramente o desenho de Adrian Newey na Red Bull. A finura do nariz também chama a atenção no setor dianteiro. Vista de lado, percebe-se adoção de linhas mais retas, ao contrário do modelo anterior, onde as curvas dominavam a carenagem.

A câmera frontal revela a solução adotada nas laterais, que ganharam robustez e relevo, combinando as opções aerodinâmicas com a ampliação do tanque de combustível.





A escuderia começou o desenvolvimento de seu difusor duplo do zero, e aposta ter realizado um grande trabalho no principal aparato aerodinâmico, o qual foi devidamente escondido dos concorrentes. Somente nos testes coletivos os espiões ganharão o direito de observá-lo.





O que a Ferrari mais deseja é esquecer a temporada que passou através do sucesso do novo bólido. Seus técnicos frisaram se tratar de um modelo completamente revisado em comparação aos anteriores, mesmo que o carro mantenha a cara do F60. Mas é só impressão.

Resta esperar o início da pré-temporada, onde o bólido deverá passar por boas evoluções antes de estrear no Bahrein. Felipe Massa faz as honras em Valência dia 1°, repassando o brinquedo para Alonso pelo restante da semana.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pague e leve: últimas semanas

Pechito Lopez é um piloto de apelido engraçado com um talento extraordinário estimado em US$ 8 milhões de dólares, 2 dos quais partem dos cofres argentinos, que deve ser um país maravilhoso, onde o governo não tem problema algum para resolver. Daí nada melhor que ajudar a pôr fim aos 9 anos de ausência da Fórmula 1.

A categoria se tornou tão exigente com a entrada de patrocínio que pode virar moda a participação de governos nacionais na brincadeira. Pastor Maldonado é outro exemplo. Contava com o apoio da Venezuela para despejar dinheiro na Campos e estrear na F-1. Mas a situação do Adrian ficou um pouquinho complicada; antes de um piloto pagante ele precisa mesmo é de um bom investidor que ajude a segurar o pepino.



Das vagas restantes, podemos destacar também o vice-campeão da GP2, Vitaly Petrov, que detém uma mala estupidamente recheada por dois poderosos patrocinadores russos. O que a Renault está esperando para anunciar a troca do talento do Grosjean pelo potencial do Petrov?

É chato olhar para o calendário e observar que há 3 vagas em aberto considerando que falta apenas 1 mês e meio para a abertura do campeonato. Essa lerdeza não víamos faz tempo na F-1. O tal do Pechito, por exemplo, só deve fazer contato com o bólido no final de fevereiro, a duas ou três semanas do Bahrein. Os pilotos da Campos provavelmente irão conhecer o carro nos treinos livres. Isso se formos otimistas. Num cenário pessimista, a Stefan GP pegaria o carro do Toyota e entraria atropelando o time espanhol.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Muda regra de pneus para grupo da super pole

Quando o público teve a certeza de que algo iria melhorar, tudo ficou do mesmo jeito que está.

O pessoal da Fórmula 1 perdeu um pensamento fundamental nos últimos anos, e seria bastante agradável se o recuperasse o quanto antes. É o seguinte: o melhor deve estar em primeiro. Doa a quem doer.

Mas a categoria saiu do eixo desde que resolveu alterar o sistema de classificação. Esse modelo de 3 fases não é ruim, o seu grande defeito é punir os dez mais rápidos do grid. Com o reabastecimento banido, tivemos a sensação de que tal efeito seria reparado. Até que a metida da Fota entrou no meio das regras e resolveu obrigar o grupo da super pole a largar com os mesmos pneus do treino.



Grosseiramente falando, quem fazia a pole até ano passado era o tanque vazio; a partir de 2010 passará a ser o pneu macio.

A infeliz ideia consiste em induzir o piloto a abrir mão da pole position para calçar um jogo de pneu mais resistente pensando na corrida.  E você achando que eles iriam dar pontos para o dono da pole, hein?

Assim sendo, o top-ten do grid larga com compostos ligeiramente usados, sendo que aqueles mais bem posicionados possivelmente desgastarão os compostos mais rapidamente. Daí os espectadores se enganam com o pseudo-espetáculo mostrado na TV e fica tudo certo. Ou não, porque cá entre nós não há garantia de resolução das ultrapassagens, da mesma forma que nenhuma outra regra artificial foi capaz de sanar o problema até hoje.

Farei uma pequena ressalva por existir uma pontinha de otimismo se compararmos com os anos anteriores. A fórmula é a mesma, só mudou o pivô: antes podia-se mudar os pneus mas mantinha-se o nível do tanque; agora é possível treinar com pouco combustível e reabastecer antes da largada, mas o jogo de pneus será mantido. Notou a principal diferença entre a regra antiga e a medida nova? A velha induzia ultrapassagem nos boxes, a nova pode induzir ultrapassagens na pista.

Circuito do Bahrein tem novo traçado

Sempre tive muito apreço pelo circuito do Bahrein. Mesmo que seja obra do tão criticado Hermann Tilke, vejo no traçado de Sakhir uma simplicidade agradável e rara nos desenhos do alemão.

O rei dos cotovelos da Fórmula 1 construiu ali interessantes curvas de alta, como aquela alongada para a direira no fechamento do 2° setor, na qual o piloto vem esterçando de pé embaixo até ter de frear para entrar numa das retas.

Um outro trecho curioso ficava por conta da sequência 5-6-7, que exige pilotagem quase estilo kart, com mudanças de direção rápidas e aceleradas. Essa é justamente a parte da pista que foi aberta para receber o percurso do endurance.




A curva 4 continua chamada de curva 4. Mas a curva 5 foi promovida. O trajeto de Sakhir ganhou 8 (oito!) curvinhas novas para baixar a média de velocidade e, supostamente, facilitar as ultrapassagens. O percurso de 5.412 km passa para 6.299 km, reduzindo o número de voltas para 49 voltas.

Sinceramente, mal consigo aceitar que falta emoção nas provas barenitas por causa do circuito. Improvável. Lá, a culpa só pode ser do carro mesmo.

O Bahrein detém agora o segundo mais longo traçado da Fórmula 1, perdendo somente para Spa- Francorchamps. Deixou de ter o respeitável número de 15 curvas para disparar até 24. Sakhir virou um tilkódromo de vez.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Mercedes mostra cores do carro de 2010

De Stuttgart para o mundo. Hoje os olhos da Fórmula 1 se voltaram para a casa da Mercedes, onde a promissora escuderia abriu a série de apresentações em 2010.




As novas cores foram pinceladas sobre a carenagem do BGP 001. O bólido de 2010 só dará o ar de sua graça nos testes coletivos de fevereiro.

O layout lembra de certa forma a bela pintura usada pela McLaren desde o meado da década de 90 até a metade da década atual. Alguns rabiscos leves da Petronas em azul-piscina não ferem a harmonia das cores da Flecha Prateada.



A tradição não perdeu sua vez. O número em vermelho sobre a base branca é estampado semelhantemente aos clássicos modelos dos anos 54 e 55. O nome do bólido não fica por menos. Será batizado de W01.




Particularmente simpatizei com a pintura. É suave, não tem nada de extravagante e respeita a tradição da montadora na medida certa. Mas é evidente que o jogo de luzes predominou no evento, por isso só conheceremos o puro layout quando o carro for para a pista dar as primeiras aceleradas.



E por fim, um recado de Ross Brawn para Nico Rosberg: vê se aprende, garoto...
Trabalhar novamente com Michael é algo muito especial, que eu não achei que fosse acontecer novamente. É algo extremamente motivador para mim e para a equipe. Nico também tem um excelente futuro. Ele corre há vários anos, mas penso que irá aproveitar o fato de correr com Michael, ver como um heptacampeão trabalha.

É o primeiro ano da Mercedes desde 1995 e tive o privilégio na minha carreira de estar envolvido com muitas coisas especiais.

Ross Brawn



O discurso é bonito mas serviu para expor a vontade do chefe. Rosberg é a aposta para o futuro. No presente, que trate de aprender com quem sabe.

De volta ao início da década

Bons tempos aqueles em que os motores eram V10, as pistas eram de primeira e a tocada do piloto claramente revelava sua ânsia pelo limite.

2001 e 2002, respectivamente:



domingo, 24 de janeiro de 2010

Frases para esquecer

Os esportistas são preparados para competir. Os jornalistas são responsáveis por perguntar sobre a competição. Mas ainda não inventaram uma forma eficiente de treinar os competidores para responder as indagações a respeito do esporte.

Acontece com alta frequência na Fórmula 1. Hoje mesmo está em destaque nos portais de notícias: "Não tenho nada a perder", Rosberg sobre Schumacher.

Nico não pode estar falando sério. É como se o Kovalainen dissesse que não tinha o que perder quando se juntou a Hamilton na McLaren. Tem a perder, claro, sempre tem. A moral do finlandês era mais elevada antes de ingressar em Woking. Hoje, ele impõe menos respeito. A capacidade de um piloto nunca está em tanta evidência como no dia em que ele guia um carro rápido, sendo obrigado a andar na frente.



Me fez lembrar da declaração do Nelsinho quando havia acabado de ganhar vaga na F-1. O piloto inventou de afirmar que não tinha que provar nada a ninguém. Que espécie de novato se acha no direito de dizê-lo? Pouco importa qual foi o contexto, porque todos sempre precisam provar algo, seja para si, seja para o público, seja para o chefe ou para quem for. O Schumacher, por exemplo, tem agora o dever de provar que o retorno à categoria não foi a decisão mais infeliz que já tomou na vida profissional.

Mas nenhuma declaração sai tão carregada de falsidade como quando o assunto é pressão. Por mais que o piloto esteja pressionado, ele simplesmente não sente nada. A única vez que vi um confessar ter sentido pressão foi justamente o Piquet, explicando por que aceitou atochar o carro no muro de Cingapura.

No final das contas, ninguém tira a razão do sábio locutor da televisão brasileira: "conversa de piloto é mais falsa que nota de 3". Muitas vezes porém nem chega a ser falsidade, é puro preenchimento de lacuna. E nesse sentido, a Fórmula 1 perdeu dois ícones nesta temporada 2009. O primeiro é o Raikkonen, que deixava a lacuna vazia com suas respostas secas de três segundos. O outro era o Nelsinho Piquet, com sua honestidade irretocável: o carro é uma droga, o chefe não entende de corridas e minha corrida amanhã será uma porcaria. Uma franqueza assustadora...

sábado, 23 de janeiro de 2010

A Heidfeld sobra o cargo de test driver

Se você acredita no poder do cosmo, a influência das constelações, a força do cometa, a zica do buraco negro e nos cavaleiros do zodíaco, então você deve ter uma boa explicação para tudo conspirar contra a carreira deste homem na Fórmula 1.

Por duas vezes na categoria, teve a chance de fechar com uma grande equipe. Seria na McLaren em 2002, mas seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen havia brilhado mais no ano anterior, e herdou a vaga de Mika Hakkinen.

A segunda oportunidade acabou de ocorrer: o cockpit germânico da flecha prateada estaria ao seu dispor, até que num belo dia a lenda viva alemã resolve acordar e retomar as atividades. Justo onde?



Nick iniciou na Prost, em 2000. No ano seguinte, conquistou o primeiro pódio da história da Sauber e marcou mais pontos que Kimi Raikkonen. Em 2002, bateu o novato Felipe Massa. Dividiu a garagem com o experiente Frentzen na temporada subsequente. Para seguir na categoria, restou-lhe a vaga da fraca equipe Jordan em 2004. Entrou para a Williams no primeiro ano de vagas magras da equipe, que dura até hoje. Depois foi só BMW, contracenando incansavelmente com Robert Kubica. Em número de pontos, superou o polonês voador nas quatro temporadas de existência da dupla.

Mas ninguém dá a mínima para o Heidfeld.



Regularidade é sua maior virtude. Junto com ela, destaca-se sua discrição, seja dentro ou fora das pistas. Conforme comentei com o amigo blogueiro Daniel Gomes, "o Button é um exemplo de que ser discreto demais faz as pessoas esquecerem de você, mesmo que tenha talento pra vencer".

Nick não merece se sujeitar à atividade de piloto de testes. Infelizmente, tornou-se a única opção para manter-se na Fórmula 1, mesmo com o grid escancarado de 26 postos. O problema de Heidfeld não é falta de talento, falta de currículo ou falta de experiência. Ele possui tudo que um piloto precisa para estar numa boa escuderia. Pena ter nascido com o lado errado apontando para o astro que nos rodeia em trajetória elíptica sob o efeito da gravidade, que empurra a carreira de Heidfeld para o buraco.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Williams ensaia novo recorde em pit stops

A marca a ser batida em 2010 é de 3,2 segundos. Este é o menor tempo registrado numa parada para troca de pneus, atribuída à Benetton de Flavio Briatore, no GP da Bélgica de 1993, último ano sem reabastecimento até aqui.

Segundo a assessora da Williams, os incansáveis ensaios dos mecânicos de Grove para esta temporada já baixaram da faixa de 3 segundos. Imagina só... Pit stops na casa dos 2 segundos em 2010! E olha que os homens da Williams normalmente não possuem MBA em paradas de box.





Ok, é muita maldade recolher alguns dos piores momentos do time para ilustrar o contexto. Mas é bem verdade que tradicionalmente Ferrari e McLaren detêm a fama de eficiência nos pits. Já a Williams não construiu essa imagem. Não que seja ruim, só não conquistou o rótulo de extraordinária, por enquanto.

No entanto, os tempos mudam. E se a equipe de tio Frank realmente está atingindo números tão baixos, não só teremos a quebra do recorde do pit stop do Patrese neste ano, como também haverá disputas emocionantes nos boxes ao longo da temporada.

Antes, quem não tinha o direito de errar era o frentista; os demais poderiam dar umas batidinhas a mais no pneu, umas giradas na calota, que ainda sobrava tempo: o gargalo era o combustível. Agora acabou o reabastecimento, as calotas foram pro buraco, e a única atividade será a troca de pneus. Pressão total sobre a equipe de pits em 2010, cada décimo de segundo nunca foi tão ensaiado na F-1.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Anthony cuida do novo Hamilton

Da série "guarde este nome"...



Os olhos da McLaren que um dia descobriram Lewis Hamilton, o melhor estreante da história da categoria, acaba de se impressionar com o talento deste holandês de 14 anos de idade.

O menino entra para o programa de desenvolvimento da McLaren tendo como manager ninguém menos que Anthony Hamilton. Ou Papa Hamilton, como diria o outro. Nyck de Vries já visitou o Centro Tecnológico da McLaren para ir se habituando com a futura casa.

O trabalho que o pessoal de Woking faz com relação ao novos talentos é bem interessante, buscando o dom de pilotos extremamente jovens, investindo cuidadosamente em cada passo de sua carreira. Uma cultura fora dos padrões, já que normalmente se pega o piloto no meio no caminho, dá-se algum apoio e espera ele se virar para provar seu valor.

Neste aspecto, McLaren e Renault ocupam os extremos opostos. A primeira adota pilotos e os criam; a última ameaça mandar embora quem não apresentar resultados específicos. A McLaren lançou Lewis Hamilton e dentro de alguns anos lançará mais competidores em altíssimo nível. A Renault lançou Kovalainen, Piquet e Grosjean.

Pra não dizer que não falei de Rosa

A abertura de porteira na Fórmula 1 fez os atuais e antigos pilotos de testes se moverem atrás de uma vaga. Citaram-se nomes como Christian Klien, Frank Montagny, e também do revoltado Anthony Davidson, que tem a ousadia de pensar que a categoria desperdiça seu talento sem igual por uma mera exigência financeira.

E justo quem era rotulado com o estigma de eterno test-driver, deu a volta em todo mundo e garantiu seu lugar: Pedro de la Rosa guiará pela equipe Sauber. 8 anos depois, o espanhol retoma a titularidade, agora dividindo a garagem com Kamui Kobayashi.



Muitos dirão que Peter Sauber uniu a experiência com a juventude. Poderíamos também dizer que se trata de piloto pagante unido a piloto talentoso. Uma questão de ponto de vista. Mas é admirável a vontade de correr aos 39 anos, mesmo que para isso tenha sido necessário abrir mão do salário pomposo pago pela McLaren.

Seja lá por qual motivo, Peter dispensou dois de seus antigos pilotos - Heidfeld e Fisichella - para contratar o catalão e oferecer-lhe a chance de encerrar a carreira competindo, atividade que não costumava executar com tamanha maestria, diga-se. Em seus 72 GPs, foi batido pelos companheiros Jos Verstappen e Eddie Irvine. Ao menos superou o Takagi na Arrows. Mas não baterá nenhum outro japonês.



Aconteça o que acontecer, 2010 é um grande lucro para Pedro e esta oportunidade não deixa de ser merecida. Outros pilotos de testes não terão a mesma sorte. Marc Gene, por exemplo, vai se juntar a Antonio Lobato no canal espanhol, dando uma de Luciano Burti por aquelas bandas. O Fisichella concluiu sua trajetória na F-1 de maneira frustrada. O Badoer... bem, esse é um pobre coitado. Em termos estatísticos, pode ser considerado o pior piloto a passar pela F-1.

No final, a história se encaminha para uma aposentadoria mais feliz para o de la Rosa que para os demais parceiros de profissão. Fechar a carreira como piloto de testes é dureza, viu... Nem o Schumacher quis assim.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Dilvulgada a pintura da nova Ferrari

Essa os italianos devem ter aprendido com o tio Frank. Pega o carro do ano passado, pinta com as cores do carro novo, coloca na pista para gravar o comercial do patrocinador e deixa que o mesmo joga as fotos na Internet. A Williams seguiu exatamente a mesma sequência de passos nos últimos anos; só mudava o patrocinador da vez.

A propósito, você consegue reparar em algo inusitado em uma destas fotos? Resposta no final do post.




O carro pilotado por Alonso está infestado de logotipo Santander, o banco criador do troféu mais feioso da história. Nas imagens, por acaso está escondido o código de barras da Marlboro, que insiste em não largar o osso de patrocínio principal da Ferrari.

Desde a 248 F1 a escuderia não pinta as duas asas de branco. Com a saída da Vodafone, o time havia modificado radicalmente o layout, escolhendo inclusive outro tom de vermelho. Já agora, com a chegada do Santander, voltaram a caprichar no branco, clareando um pouco mais a distribuição de cores.

Para ser sincero, prefiro a pintura anterior a esta. O Fórmula 1 tornou-se o monoposto mais bizarro do mundo por conta de seus aerofólios, portanto seria bastante razoável se não destacassem as cores dessas asas gritantemente despropocionais. Mas o patrocinador vem para aparecer, mesmo que para isso desgrace a pintura de vez.

[caption id="" align="aligncenter" width="540" caption="Só há espaço para um líder: Quem será o Power Ranger vermelho?"][/caption]

Ah, sim, sobre o elemento estranho da imagem... Nada demais, não. Eles só meteram um volante de brinquedo no carro da segunda foto. Não me pergunte por quê.

Rádio OnBoard - Edição de Janeiro

No ar, a edição número 66 da Rádio OnBoard!

Abrimos a temporada 2010 destacando as duplas de pilotos das equipes Ferrari, McLaren, Mercedes e Red Bull, além de comentarmos algumas notícias recentes da categoria. Neste programa, Ron Groo e eu recebemos pela primeira vez a visita do convidado especial Marcelo Iriarte, do blog F1 ALC.


(Clique para ouvir)




(Clique para baixar)

As férias da Rádio OnBoard terminaram, mas ainda estamos meio perdidos sem saber quando retornamos. Provavelmente voltaremos quando os carros já estiverem na pista, com a pré-temporada a todo vapor. Até a próxima.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Nelsinho vira o jogo contra a Fórmula 1

Essa foi boa, muito boa mesmo. Primeiro, Briatore e Symonds livram a cara no julgamento em tribunal comum, já podendo se sentir aptos a caminhar por cada circuito da F-1, com ou sem emprego de diretor de equipe. Restava, portanto, Nelsinho Piquet como a grande vítima da batida que o próprio provocou. Mas não é que o garoto também arrumou seu jeito de sair por cima?
Eu poderia estar na F-1, se eu quisesse. Uma equipe se ofereceu para que eu estivesse lá. Eu apenas pensei que estava doente e cansado de tudo o que envolve a F-1. Então tomei a decisão de iniciar uma nova etapa na minha carreira e ter um novo desafio na Nascar.

Para muitas pessoas de fora da América é um passo para trás. Mas para as pessoas que realmente entendem - não sobre tecnologia do carro, mas em termos de carreira - sobre o quão grande é este esporte, em diversos aspectos [a Nascar] é ainda mais difícil do que a F-1

Nelsinho Piquet



Bem, então é isso. Nelsinho se foi porque estava cheio da Fórmula 1. Lá, o desafio é maior que aqui. As pessoas entendidas do esporte sabem disso. Você não sabia disso? Então você não sabe de nada. Lá é melhor que aqui, claro! Aliás, que grande perda de tempo tentar fazer carreira na F-1. Ângelo está cansado dessa categoria onde os pilotos batem no muro. Estados Unidos é o caminho. Viva o Mansell! States, aí vou eu...

Super pit stops

Uma das grandes atrações da Fórmula 1 2010 serão os splash and go nas paradas de boxes. Semelhante ao que faz a DTM, podemos esperar a volta daqueles pit stops estupidamente velozes.

Por isso, será bastante razoável se, neste momento, os mecânicos das escuderias estiverem exercitando incansavelmente suas habilidades para quando chegar a hora da competição, estarem bem espertos e com as maquininhas bem afiadas.



No ano passado, chegou-se a cogitar a possibilidade de somar 1 ponto no Mundial de Construtores para o time que realizar o pit stop mais rápido em cada GP. Conservador chato que sou, logo rejeitei a ideia. Da mesma forma que rejeito ponto para pole position ou para volta mais rápida.

Mas eu poderia relevar se fosse aprovada, desde que o tiozinho do cronômetro acertasse a mão. E, cá entre nós, ele sempre erra.

Não, isso não é uma crítica. O fato é que é humanamente impossível saber o instante exato de acionar o tal botãozinho. No momento da saída, nem se fala, é ainda mais difícil que na entrada.

A impressão é de que se o mesmo cidadão medisse o tempo do mesmo pit stop repetidas vezes, a cada medição ele oscilaria 1 décimo pra lá, 2 décimos pra cá. E como se espera uma disputa nos décimos entre os pit stops das equipes, a cronometragem não daria conta da exatidão pretendida.



A propósito, Ferrari e McLaren são tradicionalmente reconhecidas pela eficiência nas paradas de box. Já que em 2010 irão vigorar plenas condições de igualdade nos pits, está na hora Domenicali e Whitmarsh trabalharem a reputação de seus respectivos grupos de mecânicos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Enquete F-1

A primeira enquete do novo Blog F-1 perguntou: O retorno de Schumacher será positivo para o alemão?

Foram 81 votos que totalizaram o seguinte resultado:

Sim, ele será competitivo - 56,8%
Não, ele só tem a perder - 21,0%
Sim, ele será campeão - 12,3%
Não, será vergonhoso - 9,9%

Pelo visto, a expectativa sobre a vinda Shumacher é boa, mas não a ponto de muitos esperarem o octacampeonato. A menos que o time de Ross Brawn faça outro foguete de cair o queixo, também penso que o queixudo deve mostrar bom desempenho, porém duvido de um novo título aos 41 anos.

Além disso, fico curioso sobre o futuro de Michael com respeito à sua reaposentadoria. Por quanto tempo ele pretende correr? Essa é bem provável que nem ele saiba responder, por agora. Dependendo do que acontecer, ele fica por mais temporadas ou sai no final de 2010.

Concluída esta enquete, está aberta uma nova pesquisa na lateral. Dê sua opinião, dentro de alguns dias voltamos para discutir o resultado.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Amor e ódio nas pistas

A luta entre Senna e Prost foi um dos confrontos mais ferrenhos da Fórmula 1, se não o mais. O choque em Suzuka marcou a história da categoria, mesclando esporte com política, numa cassação da merecida vitória que custou a chance de Ayrton seguir brigando pelo título.

Senna viveu instantes de extrema raiva. Sofreu uma batida proposital de seu rival, recuperou-se na corrida, mas foi privado de subir ao topo do pódio após a interferência do presidente francês da FIA, sempre próximo de Prost. Não bastasse, ainda foi obrigado a se desculpar por seu protesto, do contrário seria covardemente excluído da F-1.

Ayrton tinha motivos de sobra para não desejar olhar mais na cara de Alain nem banhado a ouro. Mas não foi bem assim. No ano seguinte, o acerto de contas veio na curva 1 da volta 1 no Japão.

Existia entre ambos um grande respeito, certa admiração. O brasileiro e o francês não se tornaram inimigos, muito pelo contrário. A aposentadoria de Prost chegou a ser frustrante para Ayrton. Na sexta-feira em Ímola, a dois dias da tragédia, Senna fez questão de demonstrar a falta que sentia daquele extraordinário piloto no campeonato. A mensagem foi curta mas carregada de enorme sinceridade:



O caso Senna-Prost é uma história sensacional. Talvez não possamos dizer o mesmo sobre a decisão do Mundial de 1997, que deu início a uma pseudo-rivalidade dispensável.

O campeonato tinha de ser resolvido em Jerez. 1 ponto separava o então líder Michael Schumacher de Jacques Villeneuve. O dia não acabaria bem para o alemão, que lançou seu carro sobre a Williams do canadense quando surpreendido com a tentativa de ultrapassagem na volta 48.

Michael seria desclassificado do Mundial, perdendo todos os pontos conquistados. Jacques tornou-se campeão, cruzando a linha em 3°. Diante da manobra mal sucedida do adversário e da punição rigorosa aplicada pela FIA, Villeneuve tinha motivos para apenas rir de Schumacher, que recebeu uma dura lição naquele 26 de outubro. Não foi bem assim.

Jacques Villeneuve preferiu o caminho da intriga. Os anos se passaram e o campeão de 97 só alimentou seu desafeto com Michael, sempre criticando e rejeitando o alemão. Isso porque ganhou aquele campeonato...



É incerto afirmar que a maior diferença entre Suzuka-89 e Jerez-97 tenha sido a existência de Suzuka-90 no primeiro caso. Não, o que faltou a Jacques não foi chance de acertar as contas. Até porque o resultado contou a seu favor.

Fosse o Damon Hill, que havia perdido em 94 devido à cortesia de Schumacher em Adelaide, seria mais fácil compreender. No entanto Hill simplesmente reconheceu o título do piloto da Benetton e seguiu a vida sem chororô. Enquanto Villeneuve, com título ganho, desgastou-se em ataques disparados a Michael; críticas essas que o alemão normalmente se encarregou de ignorar.

Evidentemente, cada vítima tem seu modo de reagir a longo prazo diante de uma ocorrência desse porte. Particularmente, admiro a reação do Ayrton: Explodir no momento da celeuma e superar o que passou logo depois, quem sabe até mantendo uma relação normal com o antigo vilão. Promover uma perseguição doentia pelo restante dos seus dias é pouco recomendado. Eu diria injustificável, no caso de a manobra do bandido não ter dado cabo do mocinho. Uma boa cabeça sabe dar conta do recado.

sábado, 16 de janeiro de 2010

To laugh

Num dia monótono de inter-temporada, uma rápida revirada no YouTube sempre nos leva a algo diferente. Por via das dúvidas, tire as crianças da sala...

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um argumento a favor de Massa

Dois pilotos se saíram muito, muito, muito prejudicados do GP de Cingapura de 2008. Um deles deles foi o Nelsinho; o outro, Felipe Massa. A diferença é que o primeiro participou ativamente da armação, enquanto o último não teve chance de fazer nada a respeito.

Massa não é do tipo que fica remexendo o passado. No entanto, quando perguntado, prontamente diz o que pensa. Algumas pessoas o criticam por usar o episódio como justificativa para a perda do título de pilotos. Bobagem, Felipe jamais disse isso.

Massa reclama do absurdo ocorrido, da impunidade. Sabe que a temporada não foi perfeita: ele teve umas corridas ruins e a Ferrari teve diversas corridas péssimas. Mas na situação dele, não há como encarar o escândalo com indiferença, como se nada tivesse acontecido.

Uma escuderia começa a construir o bólido no ano anterior. Felipe estava lá depositando sua energia nas etapas do desenvolvimento do carro, e mais tarde no combate ao seu companheiro campeão do mundo, no ajuste fino em cada fim de semana, no confronto com o talentoso Lewis Hamilton, que guiava por um time conciso e infalível gerido pelo grande Ron Dennis.



A Ferrari mais atrapalhada dos últimos anos era apenas mais um dos obstáculos enfrentados pelo brasileiro que mirava o título. Sim, claro que Massa teve seus dias ruins. Como todo piloto, aliás, afinal ninguém se torna campeão sem cometer um errinho sequer, uma vez que todos são inevitavelmente humanos. O próprio Hamilton teve das suas, como aquele ataque à rabeira da Ferrari do Raikkonen que entrou para os anais.

Ao longo de 2008, Felipe e Lewis dividiram no roda-a-roda, cometeram algumas presepadas, brigaram por poles e vitórias, mostraram braço, lutaram bravamente e promoveram uma grande temporada. Se compararmos com o passado da F-1, iremos encontrar outros momentos em que todos esses fatos felizmente ocorreram, permitindo um Mundial decidido nas migalhas de pontos. A única coisa que não encontraremos é uma corrida transformada em farsa onde um dos postulantes ao título sofreu a cassação de prováveis 10 pontos na tabela. Num campeonato, repito, decidido nas migalhas.

Depois de tanto trabalho durante o ano, depois de uma pole position obtida no braço, depois de uma vida inteira sonhando com o título mundial, eis que num belo dia lhe roubam os pontos colaborativos do sucesso pleno. O termo é exatamente esse: Roubar.



Não se trata de desconsiderar o resultado, de cancelar a prova ou de trocar o troféu de mãos. Se a FIA o fizesse, seria manobra de tapetão que só serviria para ampliar o tamanho da sujeira implantada. Se trata apenas de lamentar a vigarisse de certos senhores do paddock que, direta ou indiretamente, influenciaram num campeonato que tinha tudo para ser concluído de forma plenamente justa e limpa.

O ano de 2008 não foi decido apenas nos erros e acertos de Hamilton, Massa, McLaren e Ferrari como todo Mundial deveria ser. Por isso é incorreto dizer que o Cingapuragate é desculpa para justificar as falhas da equipe perdedora. A batida premeditada foi um elemento estranho que incontestavelmente pode (eu disse "pode") ter alterado o rumo da história.

Portanto, sempre que o piloto ferrarista comentar o caso, estará no direito de dizer absolutamente tudo o que quiser. Por alguma razão - política ou psicológica - ele tem o controle de ser muito, muito, muito menos agressivo que qualquer um de nós seria se um pervertido qualquer entrasse em nosso caminho para executar uma falcatrua que terminasse por nos prejudicar na busca de nosso maior objetivo na vida.

Perder pelos próprios erros é duro mas é justo. Perder porque uma força externa se somou aos seus erros para derrubá-lo por 1 pontinho é uma sujeira irreparável e incalculável. O prejuízo do passado não tem solução, mas pensando no futuro, o jeito é continuar tentando...

Team radio

Temos aqui uma coletânea de conversas inusitadas via rádio. Separei em seções para organizar. Lá vai...

Piloto escravo


Fazem as honras Jarno Trulli com sua frase clássica e Rubens Barrichello reclamando nos mesmos moldes.




Montoya vs Raikkonen


Na primeira, o colombiano xinga o finlandês sem dó nem piedade. Na segunda, o sacaneia na última volta, ao que Kimi reage com um longo discurso: "oh!".




Cômicas


Chegamos ao Exterminador Barrichello, o carinho entre Massa e Smedley e a invasão de pista por um cavalo com chifres.






Engenheiro narrador


Está lá o Timo Glock concentrado na briga de posição, e o engenheiro pendurado no rádio comentando cada movimento. É o Galvão Bueno da Toyota!



Você se lembra do GP da Hungria em que Scott Speed exige aos berros que a equipe coloque pneus secos enquanto a pista terminava de secar, e logo que o time faz a troca, o americano sai rodopiando igual a uma bailarina? Se não lembra, azar. Porque este é outro vídeo...

Não encontrei o bendito áudio daquele episódio. O máximo que achei foi esta conversa estupidamente inusitada do californiano com o Liuzzi. Mas já que tem que encerrar o post com mais alguma palhaçada, eis o Flavio Briatore pentelhando o Ron Dennis, num tempo em que ele ainda tinha motivos para dar risada de algo na Fórmula 1.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Bernie louco propõe atalhos nos circuitos

As medalhas não vingavam, então o poderoso chefão se sentiu na obrigação de gerar uma ideia ainda mais absurda. E não é que ele conseguiu?



Acredito que seria muito fácil ter uma área em cada circuito onde você poderia ganhar um pouco de tempo para que você possa ultrapassar – um atalho, caso prefira –, em que o piloto poderia utilizar por cinco vezes durante a corrida. Isso impediria que eles ficassem presos atrás de alguém.

É bom para a televisão, bom para os comentaristas de TV, que poderiam falar sobre alguém que tem três [atalhos] restando e outra pessoa que tem mais dois, o que vai acontecer, e assim por diante.

Bernie Ecclestone



Minha Nossa Senhora do Automobilismo, pare a Fórmula 1 que eu quero descer... Quem foi esse Zé Ruela que deu um PlayStation de Natal ao Bernie Ecclestone?

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Rejeitado pela F-1, Nelsinho vai para Nascar

Na época em que explodiu o escândalo, alguns defendiam o lado do Piquet, outros só batiam cegamente. Agora, parece que a unanimidade está contra o garoto. Difícil encontrar alguém para defendê-lo...

Se o objetivo de jogar lama no ventilador era justificar o mau desempenho do denunciante tornando público os mandos e demandos do chefe louco, devemos lamentar a frustração do resultado: O maior crime de Nelsinho foi denunciar Flavio Briatore.

Briatore é um homem feito. Tem muito dinheiro, possui muitas conquistas. Se não retornar à F-1, vai prosseguir ampliando seus bens e seus negócios pelo restante da vida.

Alonso é o superprotegido. Se a FIA encontrou alguma evidência de seu conhecimento, na certa deu cabo dela. Se não encontrou, não fez esforçou algum. O que não pode é chamar de burro um sujeito inteligente como Fernando. Largou em 15° com uma estratégia curtinha. Um piloto não inicia um GP com tamanha alienação. Mas façamos vista grossa, afinal o bicampeão está acima do bem e do mal.



É evidente que o grande derrotado da história é o Nelsinho. Com toda a injustiça, diga-se. Porque Flavio Briatore é mau caráter por opção. Piquetzinho não. Este é o pau-mandado arrependido do que fez. Outros subalternos do carcamano já realizaram crimes no passado, mas nem se deram ao trabalho de se arrepender.

Pela porta dos fundos, o manchado sobrenome Piquet deixa a Fórmula 1. Talvez um dia volte, provavelmente respondendo pelo nome de Pedro. Neste momento, é complicado imaginar uma nova chance para Nelsinho. Pena, porque é novo, estava em fase de aprendizado e teria uma carreira inteira pela frente.

O ano de 2009 foi triste, na medida em terminou eliminando pilotos talentosos. Em cada categoria por onde passou, o Alguersuari foi o mais jovem a conquistar algo. E o mais jovem estreante da F-1 deve ficar sem emprego em 2010. Romain Grosjean deixou de ser uma preciosa promessa para se tornar mais uma vítima do miserável carro da Renault. Duvido muito que esses pilotos realmente mereçam ser dispensados. São talentos jogados fora, assim como o Ângelo.

Seu ano de 2010 será dedicado à Nascar. Improvável que siga carreira nos EUA. Torcerei apenas para que não ache o muro como o seu pai, que estava a bordo de um carro muito mais veloz que o que Nelsinho irá pilotar, diga-se. Passará uma temporada longe da Europa sonhando em voltar ao velho continente, nem que seja para correr em Le Mans. Estados Unidos é desvio de percurso. Nelsinho entra agora pensando para onde irá sair depois.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Schumacher acelera GP2

Olha, esse garoto da GP2 tem futuro...



Após o frustrado teste com a F2007 no ano passado, somente agora em janeiro Michael Schumacher voltou a fazer um shakedown de seu pescoço e de outros sistemas corporais a bordo de um monosposto.

E não é um carro qualquer. Este é o bólido a ser utilizado pela categoria de 2011 até 2013. Sem dúvida é um grande privilégio para a GP2 ostentar o heptacampeão da F-1 como padrinho do futuro modelo.

Do dia 12 até o dia 14, são três dias de treinamentos consecutivos, nos quais Michael avaliará alguns componentes, testará a nova embreagem, trabalhará a suspensão, e tudo que tiver direito.

Curioso notar no vídeo que o casco de 7 estrelas recebeu mais uma, de 3 pontas, bem na parte frontal. Resta saber se esta será a única alteração feita em sua chegada na Mercedes. Meu palpite é de que deve vir mais mudanças nesse layout... Bem, não custa esperar pelo dia 25.



Provavelmente ninguém mencionaria isto por aqui, mas já vi por aí sujeito na iminência de levantar a desconfiança de que a Jean Todt estaria favorecendo Schumacher. Eu, que repulso teorias da conspiração, já vou dizendo que obviamente Schumacher tem o direito de guiar o que bem entender.

Se o regulamento da categoria permite, ele pode pilotar F2007, GP2, Fórmula 3, Fórmula 3000, F-Truck, F-Drift, rolimã, velotrol, carrinho de mão e o escambau. Se um testezinho com a Super Nova conferisse alguma vantagem a alguém, não precisávamos de corridas no Mundial 2010, bastava dar logo o título ao Hulkenberg que é o campeão daquela geringonça.

Enquanto a Fórmula 1 não arma acampamento em Valência, ao menos temos boas imagens de carro na pista. Após esta quinta-feira, Michael só voltará a acelerar no dia 10 de fevereiro, na mesma pista de Jerez. Porque a primeira semana de testes com o carro da Mercedes será assunto para o fã do Mika Hakkinen.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Vrooom!

Para que serve o evento Vrooom em Madonna di Campiglio? Para a gente mostrar foto de piloto vestido de vermelho no meio da neve.

Não vou contestar a afirmação, apenas aceitá-la. Também vou me reservar o direito de não abrir o post com Fernando Alonso, já que todos devem ter cansado de ver o espanhol estampado nos blogs por hoje.



Como não poderia deixar de ser, temos lá os grandes nomes da Ducati e da Ferrari. Na ausência do saudoso homem de gelo dando aula de esqui, Casey Stoner faz as honras. O Alonso aparece sempre de cara acesa dentro de seu uniforme vermelho com cheirinho de novo. Felipe Massa com sua risadinha característica, além do figurante da turma, Giancarlo Giancarlo, que aparece sozinho na última foto (que absurdo).

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