sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O que Jenson Button pensa que está fazendo?

Essa pode ser a pergunta do ano. Claro que o retorno de Michael Schumacher também provoca indagações, mas não chega a ser tão difícil compreender. Difícil mesmo é entender o que Jenson Button foi fazer na McLaren.

Querendo ou não, o título de Jenson é um feito suspeito. Suspeita-se da qualidade do piloto como merecedor de tal conquista. Afinal, há um ano era só mais um no grid; mas a bordo de um carro alienígena trilhou o caminho do sucesso.

Além disso, quase todo campeão mundial da Fórmula 1 é historicamente deixado em segundo plano. Faça sua pequena lista dos melhores da história. Seu top-5. Ou o top-10. Top-15, que seja. É provável que nomes como Peterson e Gilles estejam entre eles, bem como nomes de bicampeões, tricampeões, tetra...

Mas e os campeões? Você se lembrou de Giuseppe Farina em sua lista? Lembrou do Phil Hill? E do Damon? Que mal lhe pergunte... Jenson Button?



Campeão mundial de Fórmula 1 costuma ser discretamente submetido a uma dura pergunta: faltou-lhe capacidade para se tornar bicampeão?

Simplesmente, (quase?) ninguém espera que Button um dia conquiste o bicampeonato. Muito menos guiando pela McLaren com o Hamilton por lá. A questão voltou a ser abordada recentemente pelo bad boy Eddie Irvine.
Foi a pior decisão que ele poderia ter tomado. A única razão para isso, pelo que penso, é que ele não queria permanecer na Brawn ao lado de Rosberg, que não tem tanto prestígio quanto Hamilton, mas pode ser tão veloz quanto. Jenson talvez tenha achado que é melhor ser batido por Lewis do que por Nico.

Rubens Barrichello é um grande vencedor e acabou com Jenson na segunda metade da última temporada. Michael nunca foi derrotado por ninguém. Lewis chegou à F-1 e, em seu primeiro ano, bateu o bicampeão Fernando Alonso.

Se analisarmos a carreira de Button, Ralf Schumacher o bateu, Giancarlo Fisichella e Rubens também. Houve muitas corridas em que ele não teve boas performances, então não podemos afirmar que ele está no nível de outros pilotos.

Eddie Irvine



Só para aliviar o peso da crítica, gostaria de lembrar que Jenson Button aposentou certo campeão mundial, mais especificamente na temporada de 2003. Portanto ele não viveu apanhando, como o irlandês quis vender.

A verdadeira dúvida sobre sua ida para Woking é: foi Jenson que deixou a Brawn ou foi a Mercedes que deixou Button?



Particularmente, me arriscaria a dizer que a Mercedes de Norbert Haug só tinha olhos para alemãs e dispensou o inglês, que fatalmente caiu na garagem do Hamilton. É o que faz mais sentido.

Porque não existe sentido algum sair de onde estava e escolher a McLaren por livre e espontânea vontade. Lewis é o prata da casa e o queridinho dos ingleses em geral. Não há nada que conte a favor de Jenson. E a temporada posterior ao título é um ponto crítico: precisa convencer que é digno do que acabou de vencer.

Não se trata de tirar os méritos do campeão, mas sim de como a história o tratará. A Fórmula 1 pode ser injusta: ser campeão às vezes parece pouco. Button precisa fazer mais, e Hamilton não lhe dará espaço para tanto. Em meio a tamanho desafio aguardado na vida do britânico nesta temporada, os obstáculos enfrentados em 2009 tendem a virar fichinha em termos comparativos.

7 comentários:

Felipe Freire disse...

- Concordo com o Texto, axo que Button sera superado por Lewis, se Button realmente escolheu ir pra mclaren ele pode ter cometido uma atitude suicida baseada num expoente momento de superioridade de um titulo mundial.

Felipe disse...

é verdade. Para o Button será de uma temporada de afirmação ou confirmação. Ou ele mostra competitividade suficiente para se manter à frente do Hamilton ou confirma a tese da maioria das pessoas, que trata-se apenas de um campeão condicional.

Ron Groo disse...

Você sabe o que eu penso: ele não foi para a McLaren por que quis. Ele foi sumariamente dispensado pela Mercedes, que para não ficar mal achou um acordo com o time de Woking para que recebesse o campeão do mundo.
Basta lembrar que eles eram - ainda são? - parceiros e que a Mclaren vai ficar com os motores Mercedes por um bom tempo ainda.

Aderson Pereira disse...

Será mesmo que para a Mercedes ter os numeros 1 e 2 nos seus carros pouco importava??

Eu penso que o Button quando tomou esta decisão já sabia das coisa que poderia rolar. Sabia que a BrawnGP seria adquirida pela Mercedes e que Nico Rosberg (alemão!) seria contratado.
Button ficou até surpreso quando soube que Barrichello iria mudar de equipe.

Então acho que ele somou tudo isso e viu que ficar lá em "territorio alemão" não seria de bom tamanho.

E a ida dele para a Mclarem foi a junção da "fome com a vontade de comer".
Button queria sair e a Mclarem procurava um novo piloto.

Só que o Button deve ter pulado da frigideira para o fogo. Na Mclarem o territorio é inglês mas apenas um é a estrela da casa.

Leandro Montianele disse...

Eu vejo esta ida de Button para a McLaren por um outro angulo. Ele esteve durante toda a sua carreira nas equipe intituladas como duvidosas. Nunca teve uma oportunidade em um time grande. Esse título mundial abriu uma porta na McLaren, mesmo que seja para brigar com o dono da casa, Lewis Hamilton. Ninguém sabe o que vai dar ao certo essa chegada da Mercedes na F1 como equipe.

Também não desocordo da visão do texto. Estes questionamentos acabam não tento resposta. Só mesmo uma confissão de alguém lá de dentro pode esclarecer tudo.

Abraço!

Willian disse...

O pensamento do Irvine sobre o Button é o mais sensato de todos.

Mas não há dúvidas que as portas se fecharam para ele. Em equipe nenhuma ele teria chance de ser bicampeão mundial.

Willian disse...

Ou melhor, se "fecharam" assim, entre aspas.

Porque, de um modo geral, estar na McLaren - mesmo sem brigar pelo título - é muito melhor do que ele poderia imaginar há um ano...