sábado, 23 de janeiro de 2010

A Heidfeld sobra o cargo de test driver

Se você acredita no poder do cosmo, a influência das constelações, a força do cometa, a zica do buraco negro e nos cavaleiros do zodíaco, então você deve ter uma boa explicação para tudo conspirar contra a carreira deste homem na Fórmula 1.

Por duas vezes na categoria, teve a chance de fechar com uma grande equipe. Seria na McLaren em 2002, mas seu companheiro de equipe Kimi Raikkonen havia brilhado mais no ano anterior, e herdou a vaga de Mika Hakkinen.

A segunda oportunidade acabou de ocorrer: o cockpit germânico da flecha prateada estaria ao seu dispor, até que num belo dia a lenda viva alemã resolve acordar e retomar as atividades. Justo onde?



Nick iniciou na Prost, em 2000. No ano seguinte, conquistou o primeiro pódio da história da Sauber e marcou mais pontos que Kimi Raikkonen. Em 2002, bateu o novato Felipe Massa. Dividiu a garagem com o experiente Frentzen na temporada subsequente. Para seguir na categoria, restou-lhe a vaga da fraca equipe Jordan em 2004. Entrou para a Williams no primeiro ano de vagas magras da equipe, que dura até hoje. Depois foi só BMW, contracenando incansavelmente com Robert Kubica. Em número de pontos, superou o polonês voador nas quatro temporadas de existência da dupla.

Mas ninguém dá a mínima para o Heidfeld.



Regularidade é sua maior virtude. Junto com ela, destaca-se sua discrição, seja dentro ou fora das pistas. Conforme comentei com o amigo blogueiro Daniel Gomes, "o Button é um exemplo de que ser discreto demais faz as pessoas esquecerem de você, mesmo que tenha talento pra vencer".

Nick não merece se sujeitar à atividade de piloto de testes. Infelizmente, tornou-se a única opção para manter-se na Fórmula 1, mesmo com o grid escancarado de 26 postos. O problema de Heidfeld não é falta de talento, falta de currículo ou falta de experiência. Ele possui tudo que um piloto precisa para estar numa boa escuderia. Pena ter nascido com o lado errado apontando para o astro que nos rodeia em trajetória elíptica sob o efeito da gravidade, que empurra a carreira de Heidfeld para o buraco.

13 comentários:

Pedrero disse...

Realmente é uma pena para o Heidfeld, que como foi dito, sempre foi um piloto regular. O punk é que por outro lado alguns outros pilotos que tocam bem menos que ele, já tiveram carros muito superioresq todos que ele teve, vide o tal Kovalainen na Mclaren pra citar um exemplo, coisas de F-1, justiça nunca foi o forte né....
Acho que o que pode ter pesado a temporada passada da BMW, em que na maioria das corridas ambos os pilotos passavam desapercebidos, parecia que os caras nem estavam correndo, em um ano que até a Force India apareceu.
Mas não sei se é esse o motivo também, mas que falta sorte ao rapaz isso realmente ninguém pode negar.

marcos disse...

é esse aí é mais azarado do que o Barrichello, porque o Barrichello ainda arranja equipe pra correr...mas ele...

Elizandro disse...

Regularidade não significa nada.

O Heidfeld é um sortudo isso sim, conseguiu resultados circunstanciais, e é um baita atrapalhado, com o Felipe Massa ninguém esquece os strikes que o Nick arranjou inclusive quase ceifando a vida do japonês... Takuma Sato, acho, na França.

O cara é um pilotinho razoável, e fazer mais pontos que o Kubica não significa nada, os grandes pilotos como o polonês ficam desanimados em carros ruins, alguém ai lembra de uma fantástica corrida do Heidfeld??? Já o Kubica tem dezenas de apresentações brilhantes.

Sem comparações, ele merece estar onde está... na reserva. Jamais fará algo diferente, nem mesmo no lugar do Button 2009 ele conseguiria ser campeão.

Luiz Sergio disse...

Elizandro, sua frase "Os grandes pilotos ficam desanimados em carros ruins."
Eu passei anos acompanhando a F1 e concordava com o que você escreveu, ai veio um piloto o tal de Ayrton Senna e no seu ultimo ano na equipe Mclaren, com uma Mclaren raquítica, pois seu motor era um Ford bem mais fraco que o Ford de primeira linha da Beneton do alemão Shumi. O Senna, fez um campeonato, para mostrar ao mundo que mesmos com um carro muito inferior ele disputou de igual para igual com as grandes equipes e só não foi campeão por ter quebrado o carro quando liderava em duas ou três corridas, uma delas o Massel mesmo com bandeira preta o tirou da pista!

Penso que a opção pela Mercedes como piloto de teste é sua, vejo outras equipes onde ele poderia ser titular!

Agora, piloto regular e bonzinho é igual a água morna, água quente você faz café ou chá, fria você bebe ou faz um refresco, morna é para vomitar!

Anderson Nascimento disse...

é incrivel mesmo como as coisas não dão bem para Heidfeld. É uma grande injustiça mesmo ver ele como um mero piloto de testes sendo que ele poderia estar na titularidade de uma forte e vencedora escuderia.

Tomás disse...

bom, acho que piloto bom( e bicampeão, como no caso de alonso) naõ fica desanimado em carro ruim.
vcs podem ver que em 2008 o carro da renault era muito ruim, mas ele ajudou a deixá-lo muito bom, a ponto de vencer 2 gps...
enquanto isso, nelsinho brigava com o briatore...
e em 2009 ele também aujudou, mesmo já sabendo que estaria na ferrari em 2010....

mas eu acho que o heidfeld merece uma chance.
quem vcs acham melhor:
heidfeld ou de la rosa?
independentemente da resposta, os dois são bons.
e acho ridiculo um piloto ter que pagar para correr, e heidfeld, voce está pagando o preço de nao ter sorte...

abraço;
Tomas, do Blog Fórmula 1

Daniel Gomes disse...

"Nick não merece se sujeitar à atividade de piloto de testes. Infelizmente, tornou-se a única opção para manter-se na Fórmula 1, mesmo com o grid escancarado de 26 postos. O problema de Heidfeld não é falta de talento, falta de currículo ou falta de experiência. Ele possui tudo que um piloto precisa para estar numa boa escuderia. Pena ter nascido com o lado errado apontando para o astro que nos rodeia em trajetória elíptica sob o efeito da gravidade, que empurra a carreira de Heidfeld para o buraco."

Perfeito o parágrafo e hilário o final. Spot on!

F1ALC disse...

tá certo. piloto regular que sempre bota uns pontinhos na tabela, discreto e sempre com bom relacionamiento com o companheiro de equipe, unca arruma barraco, não bebe, não fuma, se reproduz por semente....

discreto demais, prova de como a baixaria dá bónus na F1

Aderson Pereira disse...

O desempenho do Schumacher lá na Mercedes ainda é uma incognita.
Pode ser que ele volte a brilhar ou pode ser que o brilho dele já não seja tão forte.
Existem varios pontos nesse retorno de Schumacher que somados podem resultar em algo possivel de acontecer.
E tem ainda essa convivencia com o Rosberg que leva a crer que não vai ser das mais fáceis.

Então, pode ser que essa simples vaga de terceiro piloto se transforme numa bela chance para o Heidfeld.

Willian disse...

Perder Heidfeld é mais uma daquelas injustiças que acontece na Fórmula 1. O alemão sempre superou seus companheiros. Pecou pela discrição.

Talvez por isso Barrichello fale tanto. Eu acho que ele tem medo de ser "discreto"...

Elizandro disse...

Caro Luis Sérgio, concordo com o que vc escreveu, mas estamos falando de talentos excepcionais em carros não tão ruins, o exemplo do Senna, é correto, mas mesmo com um carro ruim na mão ele tinha o terceiro melhor carro do grid, na verdade o quinto melhor carro, e o talento o fazia superar o resto.

O Schumacher também teve carros medianos e conseguiu boas corridas, exceto em 2005 onde o carro foi sofrível.

Voltando ao Heidfeld.

10 temporadas na F-1, 10 anos, reparem no detalhe 10 temporadas, 170 GPs, 1 pole, 0 vitória, 8 vezes segundo colocado.

A conclusão: já vai tarde.

Dizer que o cara teve azar na carreira é brincadeira, o cara não tem talento para ser um grande piloto e ponto final, o Rubens em carros medíocres arrancava uma pole ou uma gande corrida, o Heidfeld é medíocre.

É assunto mais do que manjado na europa, Heidfeld é um boa praça e nada além.

Felipe Maciel disse...

Olá Elizandro,

Primeiro gostaria de sugerir que sempre revelasse o autor quando citar uma frase ou pensamento de terceiros. O Fábio Seixas, no caso. É uma questão de delicadeza.

Quanto ao que você disse sobre azar... Bem, azar não se mede em números e sim em circunstâncias. Não fosse o retorno de Schumacher, Heidfeld estaria hoje na Mercedes trabalhando com Ross Brawn num carro possivelmente vencedor. E a julgar pelos companheiros que ele já bateu - Kubica, Raikkonen, Massa... -, o Rosberg deveria estar bem preocupado (como está com o Schumacher, por sinal).

Abraços

Eduardo disse...

Caro Elizandro,

Você citou que "Regularidade não significa nada".
Eu creio que você está enganado quanto a isto. Ainda mais para 2010, um ano onde não teremos reabastecimento, onde os pilotos terão que conter sua agressividade para chegar até o fim da corrida, terão que lidar com os novos compostos de pneus, etc.

Acho que Nick Heidfeld merecia, sim, uma segunda chance e acreditava que neste ano ele seria ainda melhor. Eu particularmente torcia para que ele conquistasse o posto da Renault ou até mesmo da Campos (duvido muito). Mas, uma vez que já foi confirmado que ele será o test-driver da Merdedes, e os pilotos da Gravity Sports já estão confirmados como test-drivers da Renault, já aproveito para desenhar que a Renault ficará mesmo com Vital Petrov. Resta agora a outra vaga da USF1 e da Campos. Dizem que serão Jacques Villeneuve e Andy Soucek, respectivamente. é esperar pra ver...

Abraços