quarta-feira, 3 de março de 2010

A Volta da Tradição do Fim do Grid



FÁBIO ANDRADE



Há exatamente uma semana, durante o post sobre algumas das equipes pequenas mais marcantes da F-1, lembrei do tempo em que as equipes pequenas “honravam seu nome e se contentavam em chegar 5 voltas atrás do vencedor.”

Pois é, a Fórmula-1 parece estar prestes a relembrar esse período.

Hoje o espanhol José Ramon Carabante anunciou que sua equipe lançará seu modelo para a temporada 2010 nesta quinta, dia 4. Enquanto quase todos os outros times já revelaram seus carros há pelo menos um mês, a Campos irá apresentar seu bólido apenas 10 dias antes da data da primeira prova do ano.

Opa, Campos não. Hispania! Sim, é esse o novo nome da equipe de Bruno Senna e do indiano Karun Chandhok.

Mas a pergunta obrigatória depois da constatação de que a Hispania lançará seu carro  com chassi Dallara e motor Cosworth a cerca de uma semana da abertura do mundial é: o que uma equipe concebida às pressas e nascida de um parto prematuro às avessas poderá fazer numa categoria de alto nível como a Fórmula-1?

“Muito pouco” é a mais provável resposta. E está bem assim.

O mundial desse ano já tem protagonistas demais, expectativas demais, holofotes demais e estrelas demais. A temporada 2010 já tem Massa, Vettel, Hamilton, Button, Alonso e Schumacher. Já se esperam as brigas internas dentro dos times grandes que prometem batalhas épicas de egos inflados. Já se promete um sensacional equilíbrio como há anos não se via, tendo em vista os resultados dos testes. Será uma super-temporada, super-emocionante, super, super, super.

O mundial, enfim, antes de começar, já ostenta superlativos em excesso.

Nesse contexto Lotus, Virgin e Hispania são o anti-clímax necessário a uma temporada que é vendida como sucesso antes mesmo de começar. As equipes pequenas certamente voltarão a honrar sua designação, levando 4 ou 5 segundos por volta e cruzando a meta muitas voltas atrás dos líderes porque milagres não existem na F-1, e carros projetados às pressas são incapazes de competir a sério numa categoria top. A esclerose das pequenas é um reflexo involuntário da gestão Max Mosley, mas essa filha bastarda do velhinho sadomasô será encarada por esse  que vos bloga como algo não tão ruim.



Afinal, as pequenas e seus resultados vexatórios também fazem parte da enciclopédia de histórias da F-1, apesar de protestos raivosos como o da Ferrari na semana passada.

Talvez as pequenas da atualidade não tenham o mesmo carisma das de outros tempos, lembrará alguém, e isso é certo. Como também é certo que simpatia, as vezes, é um atributo que se conquista com o tempo.

9 comentários:

Paulo Maeda disse...

Belo post Fabio, mas será msm q elas se sentirão honradas por tomar 5 segundos por volta com dignidade? Sei não, nakeles tempos a F1 era menos capitalista.... hj em dia, sei nao.

Renato disse...

Afinal, vitória de Max Mosley e Bernie Ecclestone!

A Formula 1 voltará a ter ultrapassagens! Pelo menos os carros do G4 (McLaren, Ferrari, Red Bull e Mercedes0 ultrapassarão os carros de Lotus, Virgin e Hispania umas 4 ou 5 vezes por GP... só isso já dá um total de, no mínimo, 48 ultrapassagens (confiram as contas, por favor!).

É ou não é o que a "Dupla Demônica" queria???

um abraço...

Ron Groo disse...

Eu to adorando as equipes fecha grid. Ao menos vai ser legal o dia em que uma delas chegar na frente do Alonso, por problemas do asturiano, claro. Mas vai ser.

Aderson Pereira disse...

Eu acho que das 3 novatas, a Lotus é que deve fazer menos feio na temporada.
A Lotus tem o Mike Gascoyne que, embora não competente, tem experiençia mais recente com carros de F1. Virgin e Hispania vão passar o ano errando e aprendendo.

E hoje, a equipe "novata" que poderia ter um bom desempenho foi barrada pela FIA.
A Stefan não recebeu autorização para assumir a vaga da USF1. Jean Todt conseguiu barrar a volta do Mike Coughlan.

Anselmo Coyote disse...

Expectativas demais podem terminar em frustração. Sei lá. De repente me veio essa idéia urubulina. Tomara eu esteja errado.

Abs.

Gvilleneuve disse...

pra quem - como eu - gosta de equipes pequenas, vai ser um prato cheio mesmo. e como o Groo disse, é mais gente pra ajudar nos ataques de chiliquenta do Alonso haha

marcelonso disse...

As novatas vão tomar em média umas 4 voltas dos lideres,não sei até que ponto isso é valido,se pensar em quantidade em detrimento da qualidade talvez...

abraço

Luiz Sergio disse...

Vocês não sabem nada de Formula Um, essas equipes são as principais de todos que trabalham na imprensa, geralmente os almoços servidos para os reportes, comentaristas, fotógrafos e todos que tenha autorização livre, são maravilhosos.

A equipe Hispanta, vem com o foco de ser mesmo nesse primeiro ano uma nova Brawn GP, já pensando vitória logo na primeira prova.
Calma pessoal, a primeira vitória da equipe Hispanta é está com os carros na primeira corrida, a segunda vitória é conseguir dar pelo menos uma volta na classificação, a terceira vitória é conseguir passar abaixo da luz verde de largada, mais do que isso é pedir demais.
Que as equipes novas não tenham nenhum piloto com o estilo motorista que era do tipo piloto motorista Salazar o chileno que tirou o Nelson Piquet da corrida onde seria uma vitória para o Nelsão pois estava liderando fácil.

Italo disse...

Se esta ai e pra competir pq a corrida so acaba quando o ultimo cruza a linha de chegada. A f1 parece ter voltado no tempo em que o talento fala mais que tudo.