FÁBIO ANDRADE
Na época em que os times não enfrentavam restrições para testar durante a temporada, o circuito catalão de Barcelona era frequentemente chamado de “casa de todas as equipes”. A maioria dos times realizava sessões de testes por lá já que o circuito é praticamente um ideal para treinos de F-1. Possui curvas lentas, velozes, aclives e declives e lá em Barcelona fundamentou-se outro chavão que se repetia ano após ano: carro que vai bem na pista do GP da Espanha, vai bem em todo o resto do campeonato.
Das 20 edições do GP da Espanha na pista catalã, em 14 ocasiões o piloto vencedor da prova foi o campeão ao final do ano e em 16 vezes o time que venceu a etapa espanhola em Barcelona terminou a temporada no ponto mais alto da tabela.
Tudo isso atesta a importância dos resultados colhidos pela Red Bull nos dois primeiros dias de testes coletivos de pré-temporada na Espanha. Sebastian Vettel liderou as atividades tanto na sexta como no sábado. O RB7, tal como seu antecessor, o RB6, aparentemente continua imbatível nas voltas voadoras, um dos grandes trunfos do carro projetado por Adrian Newey no ano passado.
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Vettel liderou com folga na sexta, quando seu melhor giro foi mais de 1.1s mais rápido do que o do segundo colocado, o espanhol Fernando Alonso, da Ferrari. No primeiro dia de testes, porém, Vettel conseguiu pouca quilometragem. Foram apenas 31 voltas, pouco menos da metade de um gp oficial. Já no sábado o atual campeão cumpriu um percurso equivalente a mais de uma corrida e meia, realizando 103 giros, o melhor deles em 1min23s315. A melhor volta de Vettel no sábado foi mais de um segundo mais rápida do que a de sexta-feira.
Na Ferrari, quem trabalhou na F150th Itália (o nome de carro mais patético dos últimos tempos) foi Alonso. Na sexta-feira o bicampeão foi o segundo mais veloz e no sábado com o terceiro melhor tempo. O grande mérito do time italiano até aqui não tem sido as voltas voadoras e sim o acúmulo de quilometragem. A Ferrari foi a equipe que mais andou nesses testes de pré-temporada, sofrendo pouco com quebras e problemas no seu modelo. A confiabilidade parece ser uma das grandes virtudes do carro rosso, que não dá sinais de que vá sofrer com as quebras que assombraram o time no início do campeonato de 2010.
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Entre as outras equipes grandes, McLaren e Mercedes raramente figuraram entre as mais rápidas nesses dois dias de testes em Barcelona. No caso da Mercedes chama atenção a mudança no discurso de Michael Schumacher, que outrora afirmou que o W02 brigaria pelo título e agora já admite mirar apenas algumas vitória em 2011. Já a McLaren, que só estreou o novo carro depois da primeira bateria de testes, parece estar mais preocupada em desenvolver todas as áreas do MP4/26 do que em impressionar ou gerar mídia com possíveis blefes.
Testes coletivos, Barcelona, dia 1:
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Testes coletivos, Barcelona, dia 2:
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