quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A ideia do terceiro carro



ANDERSON NASCIMENTO



O presidente da Ferrari, Luca di Montezemolo, voltou a falar sobre a ideia de alinhar um terceiro carro a partir da temporada 2013. Segundo o italiano, Ganassi ou Penske, equipes da Fórmula Indy, poderiam tornar-se "donas" do terceiro bólido e quem sabe poder contar até mesmo com um piloto norte-americano no cockpit (ou ainda Jarno Trulli, como o próprio presidente se lembrou).

Ideia maluca essa que Montezemolo trouxe à tona novamente. A Fórmula 1 luta para diminuir custos e baixar o alto orçamento que ela exige das escuderias e um terceiro carro não ajuda em nada essa tentativa. Além disso, com a entrada de um novo carro, os times grandes, que são os únicos que poderiam contar com este 'carro extra', com certeza aumentariam ainda mais a diferença sobre as demais equipes, que correriam apenas com dois carros.



Imagine a pontuação do Mundial de Construtores. Será que algum time médio ou pequeno conseguiria surpreender correndo com um carro a menos? Creio que não.

Assim, também acredito que a ideia "mirabolante" do chefão da Ferrari nem mesmo saia de sua mente. Penske ou Ganassi não assumiriam este risco, mesmo sendo gigantes do automobilismo norte-americano. Para a FOM não lhe agradaria ver uma "bagunça" com equipes correndo com três carros e outras com dois, tudo deve ser bem organizado para os amantes do espetáculo. Por isso, não seria interesse ao público e pelo que me parece de mais ninguém dentro da F-1.

Montezemolo até disse que Bernie Ecclestone e Frank Williams começaram a achar a ideia interessante. Não imagino que isso seja verdade e se for é sinal de que os dois veteranos da categoria não estão mais sãos. A Williams, se não fosse a grana trazida por Pastor Maldonado, já teria dificuldades em alinhar dois carros no grid, quisá três; e Bernie não seria louco de ver sua categoria correr o risco de ser rejeitada por uma enorme gama de parceiros e pelo público.

É melhor deixar como está, viu Montezemolo!

3 comentários:

Renato Breder disse...

Peraí Anderson, peraí....

Deixa eu tentar me explicar....

A Fórmula 1 dos anos 50, 60 e 70 - período admirado e quase idolatrado por todo fã da F1 - corria com vários carros (não apenas 3!) de vários construtores... Escolhi aleatoriamente um GP para servir de exemplo. Argentina, 1957. Carros inscritos: 7 (sete!) Maserati 250F, 9 (nove!) Lancia-Ferrari 801 e 1 (uma) Ferrari 500!!! Se der uma olhadinha em outros GPs da época, você verá que há muitas ocasiões em que inúmeras Talbot Lago, Gordini, Cooper, Lotus, Brabham estão alinhadas nos grids.

Quanto à questão da diminuição dos custos, para uma equipe de F1 atualmente, acredito que seja, sim, um passo no sentido contrário... Mas, para quem tem condições ($$$$), como a Ferrari, não seria tão problemático. Não sei fazer as contas, mas um terceiro (ou até quarto) carro sairia mais barato que pesquisa e desenvolvimento de um novo motor (1.6L turbo, 4 cilindros), de um eficiente KERS, etc.

Quanto à questão dos pontos para os construtores, eu vejo duas opções:
1) As equipes-clientes marcam pontos para si e não para o construtor do carro que utilizam.
ou
2) Que apenas os 2 melhores resultados dos carros de cada construtor seja computado para a tabela de pontos.

A primeira opção, me parece, causaria 'confusão' e não estaria de acordo com a idéia da disputa: Campeonato de CONSTRUTORES.

Não concordei muito com o que você escreveu: "...tudo deve ser bem organizado para os amantes do espetáculo. Por isso, não seria interesse ao público e pelo..."

Não me considero um amante do 'espetáculo'... sou amante da competição, da F1... embora chamemos de Circo da F1, aquilo NÃO é pra ser um ESPETÁCULO! É pra ser COMPETIÇÃO!! Quanto a ser bem organizado para os amantes do... é só olhar para a própria experiência da F1: pode não ter sido um primor de organização, mas era organizado sim, nos anos 50, 60 e 70...

Enfim, eu sou um dos que gostaria de ver aqueles times que podem ($$$$$) colocar mais de 2 carros na pista. Aliás, veja o exemplo da Red Bull, Somente em 2010 é que a Toro Rosso ganhou um pouco de autonomia/independência... eram 4 (quatro!) carros da Red Bull até então...

E vou mais longe: ainda acho que equipes estreantes (principalmente se começaram do nada, de uma folha em branco) deveriam ter o direito de, em seu primeiro ano na F1, competir com apenas 1 (um!) carro.

Desculpe-me se estendi muito... por favor não se ofenda... é apenas minha modesta opinião...(hehe)

um abraço.

Ron Groo disse...

Este Montezemolo é um safado, quer um terceiro carro para dar a uma equipe americana já que o mercado nos EUA é um grande consumidor de sua marca. Puro mercado.

Leandro Magno disse...

Em tempos de tantos pilotos pagantes, n seria problema pras equipes pequenas, que normalmente "vendem" o 2º carro, tb "vender" um 3º.