quinta-feira, 1 de setembro de 2011

A Fórmula-1 sem a Oito

Das novidades do calendário de 2012 da Fórmula-1, a maior delas talvez não seja a volta dos Estados Unidos à categoria e sim a ausência da Turquia. Disputado desde 2005 no Istambul Park, o GP da Turquia, depois de sete edições, deixará como lembranças o incrível domínio de Felipe Massa entre 2006 e 2008 e o desenho da Curva Oito, talvez a única criação realmente memorável de Hermann Tilke.

Tido - não por mim, que prefiro Sepang - como o melhor circuito projetado pelo arquiteto alemão, o Istambul Park é um dos poucos da temporada em que se corre no sentido antihorário. Além disso, e que seja digno de nota, o traçado tem a Oito, uma sequência de quatro tomadas à esquerda feitas a uma média de 270 km/h. É Sebastian Vettel quem explica: “a Curva Oito é sensacional, todos os anos tentamos fazê-la de pé embaixo. É veloz e extremamente ondulada, então você mal consegue ver para onde está indo. Você vira e torce pelo melhor”.

Numa análise técnica divulgada pela Mercedes, alguns dados incríveis sobre a Oito são revelados: a curva tem 640 metros de extensão, o que equivale a cerca de 12% da extensão dos 5338 metros do traçado de Istambul Park e os carros levam, em média, 8,5s para percorrê-la. Os pilotos levam mais tempo - 8,7s - para contornar a curva 1 de Xangai, mas nela perde-se muito tempo com a desaceleração e a velocidade é bem menor. Já na Oito, a desaceleração é sutil: a velocidade mínima nas duas primeiras tomadas - que são um pouco sacrificadas para otimizar o contorno da curva como um todo - costuma ser de 260 km/h.



Contornar a Oito exerce uma pressão brutal sobre os pilotos, expostos a enorme pressão média de 3,5G durante a curva, com a força de 4,5G sendo sustentada por dois segundos e pico de 5G.
O retorno à América

[caption id="" align="aligncenter" width="600" caption="Reprodução topográfica da pista de Austin, nos Estados Unidos"][/caption]

A Fórmula-1 deixará de contornar a Oito para se dirigir a outra criação de Hermann Tilke: a pista de Austin, na cidade americana do Texas, também, assinada pelo arquiteto alemão, será a sede do GP dos Estados Unidos, marcado para retornar à Fórmula em 18 de novembro de 2012. Ao contrário do se poderia imaginar, a etapa americana não será disputada em dobradinha com o GP do Canadá, como acontecia até 2007. O gp americano será a penúltima etapa do mundial do ano que vem, seguido pelo GP do Brasil, que encerrará o campeonato uma semana depois em Interlagos.

A abertura da temporada de 2012 seguirá a tradição: Melbourne abrirá o mundial do ano que vem e o Bahrein, que costumava ser a segunda prova, foi movido um pouco para frente. A prova barenita - adiada em 2011 em função dos protestos da população contra o regime político do país - será a quarta e encerrará o pequeno tour oriental da Fórmula-1 no início do ano.

1 comentários:

Ron Groo disse...

É um mundo esportivo esquisito este onde se prefere Bahrein a boa pista turca.
Mas como não é bem um mundo esportivo que conta....


Tomara que esta pista nova seja boa, como varias que os EUA já tem e poderiam ser usadas...