sábado, 14 de agosto de 2010

Memória Blog F-1: Eau Rouge, 1999



FÁBIO ANDRADE



A Eau Rouge é, certamente, a mais mítica curva da Fórmula-1 atual. E o título faz sentido. Em meio a circuitos recheados de curvas em 2ª ou 3ª marcha e com pouca variação de relevo, a pista de Spa-Francorchamps nos oferece uma curva em descida em alta velocidade que repentinamente se torna uma subida íngreme. A saída desse paredão não é vista pelos pilotos quando eles estão no ponto mais baixo e além disso, há o fortíssimo efeito da força G, que exerce uma absurda força de compressão sobre o corpo dos pilotos. Reza a lenda que eles perdem, momentaneamente, o foco da visão no ponto mais crítico da curva.

Há quem diga que a Eau Rouge de hoje já perdeu parte de seu desafio graças à extrema eficiência da pressão aerodinâmica dos carros. Já faz um certo tempo que qualquer piloto consegue vencer a Eau Rouge com o pé embaixo. Sim, a Eau Rouge tornou-se uma curva flat, mas esse blogueiro se recusa a aceitá-la como um desafio diminuído por conta disso.

E uma visita ao ano de 1999 mosta que as coisas nem sempre foram assim tão "fáceis" (muitas aspas, por favor) na curva-símbolo de Spa.

A começar pelo entorno da Eau Rouge. Se hoje a área de escape é asfaltada, há 11 anos a linha de fora da curva era coberta de terra e foi por lá que o piloto brasileiro Ricardo Zonta experimentou a sensação de perder o controle do carro e virar passageiro.



O acidente de Zonta encerrou uma trilogia de pancadas fortes na Eau Rouge entre 1998 e 1999. Em 98 Jacques Villeneuve bateu com a Williams; em 99 o mesmo Villeneuve acidentou-se, agora com um BAR. Minutos depois da forte batida do canadense, o ocupante do outro cockpit da BAR, Ricardo Zonta, retirou totalmente a equipe do treino classificatório para o GP da Bélgica daquele ano ao capotar e destruir o carro.

Se estivesse em 2010, Zonta provavelmente não teria tido um susto tão grande. É sabido que o asfalto na área de escape possui exatamente a função de evitar o que aconteceu com o piloto brasileiro: a capotagem. De toda forma, o saldo do acidente foi positivo para Zonta. O piloto da BAR saiu do carro por suas próprias pernas e foi caminhando até o veículo de resgate, absolutamente ileso depois da forte batida.

A Eau Rouge de 1999 possui ainda outra coisa que você não encontra mais em 2010: comissários de pista contemplando o movimento dos carros placidamente, desprotegidos de um possível "despiste" como se diz no português lusitano. Comissários de pista hoje são muito pouco lembrados. Na maioria das vezes você só os vê quando eles realmente se fazem necessários.

4 comentários:

Marcelonso disse...

O circuito belga é um dos melhores do calendário,tem muita coisa boa reunida.Quem deveria estuda-lo é o Tilke,para ver se aprende como se faz uma bela pista.


abraço

Felix disse...

Bernie Ecclestone em entrevista na última semana falou que a F1 precisava de uma piloto mulher, Danica Patrick seria sua preferida.

O piloto Vitantonio Liuzzi, tem opinião que a F1 não é lugar para as mulheres:
“Eu tenho certeza que seria muito difícil para qualquer mulher, Danica é uma grande publicidade na América, na Formula 1 é um desafio muito duro tanto fisicamente quanto psicologicamente, estar no topo da F1 não é fácil, mulher não tem essa capacidade, eu duvido que essa idéia possa funcionar”.

Ron Groo disse...

Eau Rouge não é somente uma curva, é uma entidade... Das poucas que sobraram na f1.
E se hoje ela é desafiadora, imagina anos atrás...
Junto com Monza, Spa das melhores coisas deste esporte.

??? disse...

Eu gostaria de entender porque que o Felix sempre posta comentários que não tem nada a ver com a matéria em questão!!! Quer escrever que monte um blog!!