terça-feira, 20 de abril de 2010

Fórmula 1 rumo a 25 GPs por ano



FELIPE MACIEL



A Fórmula 1 igualará em 2010 o recorde de GPs por ano ocorrido em 2005. Caso nenhuma corrida seja cancelada, claro. Destacam-se as informações do atraso nas obras na Coreia e a suposta ameça do Eyjafjallajokull ao GP da Espanha, mas com um pouco de sorte teremos as digníssimas 19 corridas agendadas para esta temporada, preparando-nos para bater recorde atrás de recorde nos anos seguintes.

Em 2011 serão 20 etapas, e em breve chegaremos a 25. Palavra de Bernie Ecclestone.



O próximo Mundial incluirá uma etapa na Índia. Depois disso, ainda há muito a se decidir... Tudo leva a crer que o poderoso chefão trará o circo à bela paisagem de Manhattan, consolidando o tão desejado retorno da F-1 aos Estados Unidos. A Rússia também está na alça de mira do Bernie, que possivelmente tornará Sochi a sede do Grande Prêmio da terra do Petrov.

Roma ganharia sua corrida em 2013, para o entusiasmo dos tifosi. Ainda há a esperança de o tradicional GP da França retomar seu espaço, resta saber qual circuito faria as honras - provavelmente um rabisco do Tilke resolveria o assunto.

Mesmo somando todas as conjecturas, ainda faltaria GP para completar os 25 mencionados por Sir Ecclestone. Mas se as previsões se confirmarem, a F-1 estará trilhando um sonolento caminho de aumento do número de provas de rua, que servem sobretudo ao interesses de marketing, mas não aos anseios por boas corridas.

Para quem realmente gosta da coisa, a volta do reformado circuito de Ímola seria muito mais interessante do que a criação de um traçado urbano na capital italiana. Particularmente, porém, considero mais atraente uma devolução de espaço a Portugal no calendário, com o belo e sinuoso autódromo de Algarve e seu distinto potencial para promover boas exibições de quaisquer categorias que tiverem o privilégio de correr por lá.



Saindo do campo ideal e recolocando os pés na realidade, o fato é que Bernie terá de usar suas habilidades apelativas para convencer as equipes a lidarem com a intensidade de trabalho e o disparo dos gastos consequentes de um calendário tão obeso. E não será surpresa alguma caso a parte principal de sua performance eloquente derivar dos estonteantes lucros esperados com os novos GPs estrategicamente selecionados.

Se a expectativa de temporadas cada vez mais longas se confirmarem, os fãs em geral não terão do que reclamar. Afinal, ninguém precisa de 4 meses de pré-temporada. Provavelmente, um tempo em torno de 70 dias se tornaria o intervalo disponível para as equipes programarem as transições de um campeonato para outro, o que ganha sentido numa fase de crescentes restrições nos testes da F-1.

No que depender do presidente da FOM, podemos ir nos preparando para as megatemporadas. Não é algo simples de se fazer, mas impossível não é.

7 comentários:

William Nascimento disse...

Quanto mais GPs melhor. Os amantes da Formula 1 vão adorar essa novidade. Não sei se vai ser bom para os pilotos e suas equipes, mas para nós torcedores será fantástico.

Renato disse...

Não sei se, quanto mais GPs melhor!!

Acredito que GPs demais geram (obviamente) uma superexposição da F1 com todas as suas consequências negativas... pode "embotar os sentidos" tantos GPs assim!

Um tamanho razoável seria o de 18 GPs (ou até menos!)
Com o fim dos testes, a pré-temporada, mesmo curta, ganha importância. Veja a falta dela na performance da Hispania. É necessário, durante a temporada, um espaço (tempo) para "reflexão" e busca das soluções para a evolução dos carros, entre os GPs. Com corridas todo final de semana, isso jamais aconteceria de forma adequada...

Corre-se o risco também de aumentar o número de GPs "modorrentos", principalmente pela tendência 'Ecclestoniana' de se correr em circuitos de rua ou circuitos permanentes configurados como se fossem de rua..

Se chegar a 20 GPs - tudo indica que sim - espero que pare por aí... para o bem da F1!

um abraço.

Luiz Sergio disse...

Poderia partir para 38 corridas, um para cada final de semana, não inclui janeiro, fevereiro e dezembro, para quebrar o galho dos pilotos???
Bernie Esclerosado, parece que saiu da fábula da galinha dos ovos de ouro, é o mesmo que queria contar só as vitórias, para saber o campeão, aí nunca mais nós veríamos corridas fantásticas de recuperação,para marcar alguns pontos.

Ester disse...

Ter mais GPs, não significa só gastos com equipamentos, tecnologia, mas até um número de funcionários maior. Ótimo que eu só a favor da geração de mais empregos, rs. Mas a tão pouco não falávamos na redução de custos? E concordo com a ideia que um tempo de pré-temporada é importante! Mas acho que o mais sensato mesmo seria flexibilizarmos a permissão para se fazer testes!
Ok, o caso do Jaime da Toro Rosso é emblemático, ele iniciou sua "formação" de piloto de F-1 dentro de uma corrida. Mas deu para perceber que diferença que deu ele não ter feito testes ano passado, para sua perfomace neste ano depois de uma pré-tempora, por mais ínfimos que estes testes sejam? E com certeza, vem por aí uma geração de pilotos novos na F-1 (logo, logo quando certas vagas forem desocupadas, rs, kk). E não é só nas corridas que se faz pilots de F-1!
Quanto aos autódromos, não é só uma coisa idealista não, mas se é para aumentar o número de corridas, porque não colocar circuitos mais legais? kkkk, Afinal, países que tem mais tradição na F-1 também não dão grana? Seria muito legal um segundo circuito no Brasil. Estou falando de tipo, uma reforma do Jacarepaguá! Não é só sonho não, a galera daqui consegue encher muito mais as arquibancadas do que na China! Essas aberrações de pôr tilkódromo em qualquer lugar do mundo não rola não... :)
Agora, aumentar o número de GPs, do ponto de vista das pessoas que compõe as equipes... (Bem, mesmo que se aumente o número de pessoas numa escuderia) Piloto, chefe de equipe não tem famíla não? Muito mais preocupações e estresse para quem tá nos bastidores e já começa a pensar em temporadas a frente quando ainda nem se sabe quem vai ser o ganhador do título nesse ano! Acho que ter intervalos entre as corridas FAZ parte da F-1. Fica mais fácil isso ter sentido se pensarmos que temos intervalos entre Olímpiadas, entre a Copa do Mundo... Levantar todo domingo de manhã (ou de madrugada) para assistir F-1? O público não vai se cansar disso? Tudo na vida precisa de uma fase de preparação, um tempo para se refletir sobre as coisas. Ter bons intervalos e suficientes entre os finais-de-semana de corrida também faz parte da "mágica" da F-1? Se continuar nesse nível de aumento de corridas, os chefes de equipe ou vão simplesmente contratar mais pilotos, ou fazer rodízio com os pilotos de testes...
Desculpa o tamanho do post, Deus abençoe vocês!

Ron Groo disse...

Eu sei que quantidade não garante qualidade, mas eu gosto da idéia de 25 corridas por ano.
A gente ia ter mais com o que se divertir. E quem sabe... Com a prática vem a perfeição, um monte de gente grossa poderia vir a pilotar melhor...

Kimi_Cris disse...

G.P.Portugal, seria excelente, mas o tio Bernie não está muito inclinado nem para Portugal nem para o resto da Europa ele prefere os $$$$$ asiaticos.

Grande Abraço!

Kimi_Cris

Leandro Montianele disse...

A pergunta é: o que adiante ter quantidade se a qualidade é colocada em risco? Sabemos bem que TODAS as pistas são rabiscadas por Tilke, o assassino de traçados. Dessa forma fica complicado que boas corridas aconteçam. Circuito de rua é outra coisa que acaba com a Fórmula 1. Já não bastasse aquela prova tosca realizada nas ruas de Valência. Ecclestone só pensa no dinheiro e nada mais.