quarta-feira, 23 de junho de 2010

Oficial: Pirelli de volta à Fórmula 1



FELIPE MACIEL


Esse é o tipo de notícia tantas vezes divulgada por diversos órgãos de imprensa antes da confirmação oficial, que por fim nenhum deles poderá se gabar de ter dado o furo.

A FIA decretou o que todo mundo já sabia: a Pirelli retoma as atividades na Fórmula 1 após 20 anos de ausência. Decisão simpática, já que depois de um bom tempo teremos uma novidade na marca de calçados - ou seja, nem Bridgestone nem Michelin - mas que possui uma longa história na categoria, o que nos inspira confiança.

Sendo assim, as estatísticas da Pirelli voltarão a subir a partir de 2011. O número de vitórias, por exemplo, está estagnado desde o GP do Canadá de 1991, quando Nelson Piquet de Benetton herdou a conquista quase certa de seu rival Nigel Mansell, que por sinal se deu ao trabalho de andar na frente durante toda a prova até encontrar um jeito de abandonar na volta final.



Junto ao anúncio de que a Pirelli substituirá a fornecedora japonesa, a FIA revelou uma série de regrinhas para o ano que vem. De novo, quase nada estava fora do esperado. A mais interessante delas é a recuperação dos antigos 107% no treino classificatório.

Um detalhe curioso na nova velha regra é seu caráter pouco democrático, sujeito à vontade dos comissários em decidir se estão a fim de punir ou não.
A partir de 2011, qualquer piloto cuja melhor volta de qualificação for superior a 107% do tempo do mais rápido no Q1 não será autorizado a participar da corrida.

Em circunstâncias excepcionais, no entanto, o que pode incluir uma volta adequada nos treinos livres, os comissários podem permitir que o carro comece a corrida. Caso haja mais de um piloto nesta situação, o grid será definido pelos comissários.

Trecho do comunicado da FIA



Em outras palavras, se um carro de equipe pequena ficar acima dos 107%, ele está fora do GP. Mas se for um bólido mais respeitável, sem problemas: larga lá atrás mas larga.

A desigualdade nesse caso é fruto de um arremedo de regras. Os 107% não combinam com um treino repartido em fases, daí a necessidade de criar a liberdade para os comissários utilizarem seu bom-senso, em vez de seguir estritamente o que foi escrito. Mais do que proteger os times de ponta, porém, ela na verdade evita que qualquer problema técnico enfrentado pelas equipes durante o Q1 dê um basta em todo o fim de semana daquele piloto. Deixando mais claramente: o Alonso pode voltar a estampar o guard rail de Mônaco no terceiro practice que sua vaga na corrida estará novamente assegurada.

Senhoras e senhores, estamos diante de uma regra tecnicamente perfeita. Isto é, ela é capaz de resolver os problemas que ela mesma causaria, permitindo que qualquer tipo de decisão seja tomada. Deixa a sensação de que quanto mais infalível uma regra for, mais estranho fica chamá-la de "regra".

4 comentários:

jaspion disse...

o ultimo paragrafo ta muito bom!
ja ha alguma coisa clara em relacao as regras de trocas de pneus ano q vem?
qnd vcs sobem o ROB?
Vlw!!

Luiz Sergio disse...

Gostei muito, pois gosto da Pirelli, tenho certeza absoluta que em 2011, a Pirelli vai ganhar todas as corridas, as poucas vitórias vão ficar no passado, essa grande fabrica, vai entrar no seleto grupo de vencer tudo em três anos no mínimo.

Falando sério, atualmente os pneus fazem parte do projeto inicial de um carro F1, que eu saiba, todas as equipes já iniciaram seus projetos para 2011, isso quer dizer, que algumas equipes grandes podem ter problemas sérios, ainda mais com poucos treinos, penso que a FIA deveria liberar os treinos para uma melhor adaptação dos carros com os novos pneus.

Luiz Sergio disse...

Sobre a nova ou velha regra dos 107%, dona maFIA está cuspindo no prato que comeu.
Hoje na F1, só duas grandes fabricas permanecem como equipe completa, as novas equipes só entraram pois existia um teto orçamentário para todas, as novas equipes só foram aceitas as que aceitaram o novo motor e não com maiores capacidades estruturais.
Sei que atualmente todas as novas equipes teriam capacidade de andar nesse limite de 107%, não sei se a GRANDE FERRARI, conseguiria fazer um carro e permanecer no topo, com um teto orçamentário, isso tenho certeza seria bem mais difícil ou impossível????? (como dizem, pimenta nos olhos dos outros é refresco)

Pinheirinho - Brasília/DF., Brasil. disse...

O presidente da Pirelli garantiu que o fornecimento de pneus não causará impacto sobre o orçamento.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com