quarta-feira, 30 de junho de 2010

Safety Car, Cingapura - 2008



FÁBIO ANDRADE



Em meio a toda a polêmica do Safety Car me lembrei de uma certa corrida noturna.

Claro que a corrida é o GP de Cingapura de 2008. Esquecendo do sentimento estranho que aflora ao ver de novo a corrida (afinal, as cartas estavam todas marcadas na Renault e o teatro foi encenado de maneira brilhante), o interessante é notar que o momento da entrada do Safety Car sempre é delicado, e com potencial para mudar algumas coisas no andamento da corrida. Um acontecimento que agrupa os carros depois de determinado tempo de corrida transcorrido inevitavelmente causará alterações na história de um gp.

Dito isso, vamos a 2008. Quando da entrada do carro-madrinha, os boxes ficavam "fechados" até que todos estivessem alinhados em suas posições. Acontece que nem mesmo essa regra foi capaz de preservar as posições em sua ordem. Assim que Nelsinho Piquet bateu, Nico Rosberg e Robert Kubica entraram nos boxes, mesmo com o pit lane fechado, sob o pretexto de iminente pane seca. Três voltas depois, quando o pit lane foi aberto e todos os outros puderam entrar, eles avançaram para as primeiras posições. Mesmo com a posterior punição aplicada a ambos, Nico Rosberg, que estava em nono antes da batida de Nelsinho, terminou a prova num improvável segundo lugar.

A conclusão óbvia a que se chega é a de que não é o Safety Car, mas sim a obrigatoriedade de paradas nos boxes que gera mudanças tão radicais na história das corridas em que há intervenção do carro-madrinha. Supondo que não existisse a parada obrigatória nos boxes, as posições ficariam mantidas mesmo após a entrada do Safety Car. E além disso, o expediente fraudulento forjado pela Renault para alterar o resultado da corrida jamais teria como dar certo, assim como todo o imbróglio do último GP da Europa não teria acontecido.

O infame GP de Cingapura, em compacto:

4 comentários:

Aderson Pereira disse...

Na epoca do acontecido existia o reabastecimento, agora isso não tem mais.
A alegação de que vai ter pane seca não pega mais.
Ainda acho que alinhar todos e depois liberar a entrada dos boxes é decisão mais justa.
O GP da Europa foi uma loteria total. Quem deu sorte, ganhou muito.

Ron Groo disse...

GP de triste memória... E só prova que a regra de safety é mal feita e já há muito tempo.

Fábio Andrade disse...

Certo, Aderson, mais ainda há a obrigatoriedade de parar para trocar de pneus. Enquanto existir essa obrigatoriedade parece que existirá essa janela para alterações radicais no perfil de uma corrida.

Um exemplo: um piloto é lider, não parou e é prejudicado pela entrada do SC pq alguns dos que estão imediatamente atrás dele já trocaram seus pneus. Enquanto ele vai aos boxes fazer sua troca, é ultrapassado por vários carros que estão alinhados atrás do SC.

Tudo isso depende de outros fatores. Por exemplo, o posicionamento do carro no momento em que a bandeira amarela é acionada interfere nessa dinâmica (que o diga Felipe Massa).

Aderson Pereira disse...

É verdade Fabio, analisando desse modo que vc citou, continua acontecendo a loteria.

Mas ae fico pensando se a FIA não poderia permitir que os pilotos que não trocaram pneus, fizessem o pit-stop e retornassem as seus respectivos lugares na fila.