segunda-feira, 18 de abril de 2011

Enfim, um GP da China empolgante



ANDERSON NASCIMENTO


O GP da China reservou emoções que não esperávamos. Foi sim a melhor etapa da Fórmula 1 até aqui em 2011, onde vimos muitas ultrapassagens e muita estratégia. Aliás, esses dois foram os principais fatores que decidiram a corrida. Era como se a estratégia fosse utilizada para alcançar o carro a frente e a ultrapassagem, obviamente, para ganhar a posição.

Mark Webber foi o grande piloto da corrida, não que Lewis Hamilton também não tenha sido, mas é que se talvez o australiano tivesse avançado para o Q2 no treino classificatório de sábado, seria ele e não o inglês que acabaria com a hegemonia de Sebastian Vettel. Sair de 18º e terminar em 3º foi muito mais do que acertar na estratégia e triunfar nas brigas por posições. Houve muita motivação ali, e acredito que ela cresceu demais por conta da Red Bull tê-lo usado como cobaia nos treinos livres. Só ele e não Vettel.

Hamilton, depois de tanto criticar sua equipe, pode colher os frutos do trabalho competente e eficiente de seus mecânicos para consertar um carro que apresentou problema instantes antes de alinhar no grid. Um bom desempenho do piloto inglês, mas melhor ainda da equipe prateada, sempre profissional e sempre eficiente o bastante.

[caption id="" align="aligncenter" width="570" caption="Uma corrida animada e cheia de ultrapassagens"][/caption]

Foi bacana também notar que a Mercedes não está tão ruim como no ano passado e ver Nico Rosberg liderando várias voltas durante a corrida e duelando de igual para igual com Red Bull e McLaren me fez acreditar ainda mais na hipótese de que só falta um carro em melhores condições para que Rosberg seja um grande piloto. Michael Schumacher também começa a mostrar que está melhor do que antes, mas é inevitável não compara-lo com a sua época dourada e não sentir ao menos uma ponta de frustração quando ele termina numa oitava colocação.

Jenson Button apareceu como um forte candidato à vitória depois da largada. Ganhou a posição de Vettel sem muita dificuldade e também sustentou a ponta por um bom tempo. No entanto, seu favoritismo começou a se desfazer da mesma maneira como os pneus. Errou nos boxes e perdeu a posição para Vettel. Não foi rápido e nem poupou os compostos suficiente o bastante para conseguir arrancar alguma vantagem. Button esteve diferente ontem, em algumas situações irreconhecível.

Ali entre os brasileiros não há muito o que dizer. Felipe Massa fez uma boa corrida e terminou à frente de Fernando Alonso é verdade. Aliás, essa comparação é uma daquelas insistências em querer colocar Massa em um lugar onde ele não está: acima de Alonso. Sem parcialidade, mas é fato que em nenhum fator importante o brasileiro bate o bicampeão espanhol. Duas corridas significam pouco para começar a dizer que Massa está melhor do que seu companheiro, ou pior, de achar que ele é melhor que o asturiano.

[caption id="" align="aligncenter" width="570" caption="A Red Bull errou na estratégia e Vettel perdeu a chance de vencer novamente"][/caption]

Já Rubens Barrichello conseguiu terminar sua primeira corrida na temporada e enfim poder analisar qual é o real potencial do FW33 e onde é que ele se posiciona em relação aos demais modelos. Terminar em 13º não foi um resultado ruim, mas está muito aquém do que era esperado da Williams neste início de temporada. Muito trabalho precisará ser feito e muitas mudanças deverão acontecer nos carros de Frank Williams.

Para fechar, vale ressaltar o desempenho da Lotus. Não foi nada surpreendente, mas a equipe malaia continua evoluindo e conseguiu neste fim de semana colocar Heikki Kovalainen na 16ª colocação, a frente de Pastor Maldonado e Sergio Perez, por exemplo.

Agora é aguardar longos dias até o GP da Turquia, onde é esperado uma Ferrari mais forte por conta das mudanças que deverão ser implementadas no bólido e uma Red Bull que tenha enfim um KERS sem problemas para colocar a serviço de seus pilotos.

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1 comentários:

Marcelonso disse...

Anderson,

A opção de paradas para Vettel não foi acertada, ainda que a equipe siga afirmando que sim.
Além disso o KERS da McLaren, os novos pneus que viram farofa, e o flap ajudaram a apimentar o espetáculo.

É justo dizer que Hamilton também fez por onde, pilotou muito.

Já deixei o puritanismo de lado, podem chamar de artificial e o escabau, mas que essa F1 ficou divertida, ficou!

abs