terça-feira, 2 de março de 2010

Webber, Barrichello, o que pensar e o que dizer



FELIPE MACIEL


Espero que a torcida do Barrichello não me leve a mal, mas o comentário sincero e racional de Mark Webber me fez lembrar de muitas declarações espalhafatosas do brasileiro:

Não esperem que eu diga que vou ganhar o título neste ano, isto seria suicídio.



Mark Webber



Tá aí... O Rubens quase comete um suicídio a cada vez que anuncia título na F-1. Em todo início de campeonato sai um discurso do tipo. Que interessante seria se ao menos uma vez - uma vezinha só - ele falasse com a mesma propriedade que o australiano.

No ano passado foi até compreensível, afinal ele tinha carro, logo possuía alvará para dizer o que bem entendesse. Mas dizer o mesmo ao lado de Schumacher na Ferrari, ou na equipe Honda ou agora na Williams é reflexo do "acredite em si mesmo", "pense positivo" e todos os clichês que qualquer livro de auto-ajuda é capaz de trazer.

Logicamente Webber dará o seu máximo a cada curva, porém sem perder o senso de realidade nem traçar planos que serão frustrados pelos resultados futuros: Ele não vai bater Schumacher, Alonso, Vettel, Massa, Hamilton... todos numa só temporada. Não vai.



Pessoalmente, aprecio esta capacidade de separar a fantasia da realidade e ter consciência de suas próprias limitações. Isto não é fraqueza, é força; isto não é defeito, é virtude; não atrofia o desempenho, evolui o homem. Vide o exemplo do Massa, que deixou de se comportar como um sabonete na chuva para respeitar seu próprio limite. Hoje já ostenta algumas vitórias no molhado.

Temos de respeitar o piloto Rubens e sua incontestável capacidade técnica. Mas quando troca a ferramenta carro pelo instrumento microfone, eu - assim como muitos outros - me incomodo com seu estranho jeito de se expressar. A nova onda agora é dizer que a Williams é equipe de brasileiros. Um comentário no mínimo curioso de quem tradicionalmente sofre com problemas de freios na garganta.

Ok, é o estilo dele, dirão alguns. Tal estilo carregado do "agora vai" e "sou guerreiro" poderia ser logo acompanhado de grito de guerra. Num outro esporte, talvez. Para a Fórmula 1, o ímpeto de Barrichello com as palavras é meio esquisitão e, por isso, polêmico.



Que fique claro: Mark não disse o que disse por pessimismo referente ao RB6, pelo contrário, o australiano elogiou o ritmo do carro. Mais do que isso, ele traçou sua meta para o campeonato: somar ao menos uma vitória no currículo. Com direito a exibição inusitada:
Em minha primeira vitória de 2010, farei alguma coisa para os fãs. Não será tão brilhante quanto ao estilo de Rossi, mas será o suficiente para agradecer ao público.

Prometeu Webber



Outra ótima tacada dada diante do Gazzetta dello Sport merecem citação:
É o tipo de roteiro de Mickey Mouse ou Tom & Jerry. Faria mais sentido se Valentino Rossi alinhasse com sua moto no grid.

Webber sobre entrada das problemáticas equipes pequenas



O australiano estava inspirado nessa entrevista...

4 comentários:

jonny herat ( mas preferia ser Herbert ) disse...

cara, é pedir pra sofrer cada vez que o rubinho fala em titulo HAHAHA, ta dificil , ja foi dificil e vai continuar sendo dificil, pra não dizer impossivel ...
boa sorte pra ele, que consiga ser a primeira do pelotão intermediario, pq assim como o Webber não vai superar o Schumacher, Alonso, Vettel, Massa, Hamilton, Button... o Rubinho não vai chegar nem perto..
sinto dizer isso, mas a F1 ta cada vez mais distânte pro Rubinho.. último ano dele lá...
póde apostar...

Gvilleneuve disse...

Eu devo ser o único idiota que sempre acredita nos dois HAHAHA

Pinheirinho - Brasília/DF., Brasil. disse...

Mostre sua força, Rubinho! Sorte! Lute por vitórias e pelo título.
Desejo condições de ser competitivo para o nosso Rubens Barrichello nesta temporada.
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com

Ron Groo disse...

Um dos melhores títulos que eu ja li na minha vida.. Hahahahah Go Webber, go!