sábado, 29 de janeiro de 2011

O Efeito Pirelli



FÁBIO ANDRADE


Stefano Domenicali torce para que a chuva molhe os treinos que a Fórmula-1 realiza na próxima semana em Valência. O chefe da Ferrari aguarda a resposta do pneus Pirelli na pista molhada, condição em que o desempenho da borracha da fabricante italiana ainda é uma incógnita, exceto pelo único teste realizado com asfalto molhado pela própria Pirelli em Abu Dhabi na semana passada.




Enquanto na Ferrari a expectativa é para descobrir como será o rendimento dos pneus sob chuva, a torcida que acompanha a F-1 deve estar atenta a outra questão que envolve a nova marca que calça os bólidos: na semana passada, visando contribuir com “o show”, a Pirelli anunciou que os compostos que calçam os carros serão menos duráveis do que os Bridgestone, usados até o ano passado. Com a redução da vida-útil dos pneus a fabricante italiana espera que o número de paradas aumente para duas, ao contrário do que se viu em 2010, quando o praxe foi visitar os boxes apenas uma vez por corrida.


Os testes da próxima semana vão começar a responder as dúvidas sobre a durabilidade dos pneus. Segundo Fernando Alonso, “vamos saber se o maior desgaste dos pneus é só especulação”. Pneus que se consomem mais depressa apresentam duas hipotéticas e distintas consequências na história das corridas em 2011:


1) Por um lado tendem a incentivar a volta das ultrapassagens nos boxes e se o efeito predominante for esse, haverá aí uma contradição gritante com a recente alteração que aumentou os tanques de combustível dos carros para que a gasolina durasse toda uma corrida. Entretanto, como não há reabastecimento envolvido nessas paradas, e se a diferença de rendimento entre um pneu novo e um usado não for absurda, é provável que o expediente de tentar avançar lugares com uma parada mais precipitada não seja usual;




2) Há também a chance de que com o desgaste maior sejam premiados os pilotos poupadores de pneu. Parece um contracenso, mas se algum piloto conseguir poupar a borracha a ponto de poder fazer uma parada enquanto a maioria dos outros faz duas, melhor para ele. O cuidado deve ser para que o ritmo de corrida de um poupador não seja tão lento que permita que os adversários façam as duas paradas e mantenham-se a frente.


O que vai definir, na verdade, se uma das duas hipóteses se mostrará verdadeira ou se uma terceira irá se concretizar é o ritmo do desgaste desses pneus e a diferença de rendimento que isso trará. É possível que os testes de pré-temporada comecem a responder a essas dúvidas, mas a tendência é que as respostas definitivas só sejam dadas quando a temporada começar pra valer em março.

5 comentários:

Leandro Almeida disse...

Pelo q foi dito aqui consegui chegar a um pensamento sobre os resultados de pneus que duram menos.
Aquele piloto tiver uma condução que o leve a poupar os pneus sem uma queda de desempenho terá mais chances de superar adversários que não conseguiram fazer o mesmo.
Em exemplo de corrida. Quando chegar o momento das paradas aquele que tiver poupado estará com um desempenho melhor e tendo alguem que não conseguiu a frente terá maiores chances de supera-lo na pista se tiver proximo ou na parada. Ter por duas vezes a chance disso acontecer na corrida é algo interessante e pode mudar muita história.
Sobre a continuação do fim do reabastecimento, acredito que é valido ainda, mesmo que tenhamos mais paradas terá aquele que arriscará mais sem ter problemas com o combustível, sem falar que temos os pilotos em "igualdade" no tanque, tendo então que pisar fundo do começo ao fim.

Pensamentos um pouco vagos hoje.
mais é isso ai

abraço a todos
que comece a F1

Ester disse...

Essa ideia de pneus que se desgatam mais facilmente vem do GP ano passado do Canadá do. Naquele grande GP, a durabilidade dos pneus foi um fato determinante.
Eu acho que é uma ideia que pode dar certo. Só temo por uma queda brusca de rendimento de alguns pilotos. Por exemplo, o Rubinho é um que não poupa o carro. Quem vocês acham que no grid vai se adaptar melhor ou pior a essa possível novidade?

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Fábio Andrade disse...

Leandro, pra ser sincero eu ando meio confuso em relação a isso. Acho que prefiro um tipo de pneu que proporcione as seguintes opções aos pilotos: parar uma vez ou ir até o final, isso, claro, acabando com a obrigação de usar dois tipos de pneus. Acho que isso traria possibilidades muito legais para as corridas;

Ester, se o negócio foi poupar pneus, acho que quem tende a se dar melhor é o Button. Mas é preciso um pouco de cuidado ainda, porque nem sempre poupar pneus dá certo e porque também existe o outro lado da moeda. Optar por poupar pneus sempre envolve um certo risco de perder contato com os carros da frente, é algo que exige uma certa perícia para não se perder rendimento, temperatura, etc. E esses pneus, teoricamente, tendem também a favorecer pilotos com pilotagem mais agressiva como Massa e Hamilton.

Ron Groo disse...

Tomara que fique seco e quando a mafia rossa precisar usar os pneus de chuva não tenham registro algum de desempenho. E claro, se ferrem.