terça-feira, 27 de março de 2007

Histórias do Galvão

Segue um texto sensacional escrito pelo Galvão em seu site. É sobre a conquista do mundial de 1990 por Ayrton Senna.
Conselho valioso
Lembrar das histórias de meu amigo Ayrton Senna é sempre muito bom. E tem uma que eu não esqueço nunca, em 1990, no ano em que ele se tornou bicampeão. Aconteceu no extinto GP de Portugal, que desde 1996 não faz parte do calendário da Fórmula 1.
Naquele sábado, dia 22 de setembro de 1990, interceptei na saída do autódromo de Estoril, logo após os treinos, Ayrton e Nigel Mansell em uma conversa séria.
O palco da Fórmula 1 naquele ano era marcado pela explosão da rivalidade entre Senna e Prost. Juntos, na McLaren, em 88 e 89, cada um tinha conseguido um campeonato mundial. Em 1989, Prost havia conquistado o título com uma manobra duvidosa: jogando o carro em cima do piloto brasileiro durante o GP do Japão.
Em 90, era Senna na McLaren e Prost na Ferrari. O brasileiro liderava o campeonato com 63 pontos, o piloto francês estava em segundo, com 56. E Nigel Mansell era o terceiro, com 33 pontos.
O inglês havia acabado de renovar o contrato com a Williams para a temporada de 1991 por 6 milhões de dólares. Na conversa que presenciei com Ayrton, ele estava com olhos arregalados, parecendo não acreditar no que ouvia…
Eu fiquei curioso e quis saber depois o teor do papo. Ayrton explicou, então, que aconselhara Mansell a pedir aumento, pois ele havia sido convidado pela Williams pelo valor de 12 milhões de dólares.
— Eu não vou, mas você não pode ganhar tão pouco… — contou Ayrton.
Mansell agradeceu a informação e agiu. Foi falar com Frank Williams.
No domingo, na hora da largada, Mansell estava na primeira fila, ao lado de Prost, o pelo position. Ayrton estava na segunda. Prost largou reto. Curiosamente, Mansell saiu de lado, espremendo o francês no muro. E Ayrton, então, teve espaço para ultrapassá-los.
Ali, no Grande Premio de Portugal, Ayrton ganhou os pontos necessários para a conquista do bicampeonato. E consta, também, que Mansell ficou, de repente, 4 milhões de dólares mais rico no ano seguinte.

4 comentários:

Pall Mall disse...

Elá! O Galvão Bueno não é assim tão mau... tem umas historinhas com algum jeito. Vou ao sitio dele para mostrá-lo aos meus amigos portugueses!

Anônimo disse...

Cada história é uma surpresa! Taí alguém que foi único... nosso eterno campeão

Marcio Kohara disse...

Oi Felipe. Historinha interessante. Antes eu tinha dúvidas que era o próprio Galvão quem escrevia, mas agora tenho certeza.

"O inglês havia acabado de renovar o contrato com a Williams para a temporada de 1991 por 6 milhões de dólares." O problema é que ele tava na Ferrari, então ele não tinha renovado, mas assinado... heheheh

[]´s

Anônimo disse...

É por isso que digo sempre: no dia que o Galvão Bueno resolver escrever um livro sobre esse convívio dele com o Ayrton eu estarei na loja no dia do lançamento.