Nomes como Michael Schumacher, Gil de Ferran, Sam Michael, Hermann Tilke estiveram presentes no seminário internacional da FIA para debater a busca por ultrapassagens.
O momento foi para analisar pesquisas e lançar soluções desde o design aerodinâmico dos carros até criação de itens no regulamento, passando pelo desenho das pistas.
A questão das ultrapassagens sofreu uma séria derrota em 2009, ano em que os bólidos da F-1 adquiriram uma asa tábua-de-passar na frente, além de uma alça no lugar do spoiler traseiro. Os carros da categoria máxima podem parece com tudo, menos com um monoposto. E o pior é que toda essa feiura foi em vão.
Desconfia-se que Ross Brawn possa ter parcela de responsabilidade nisso aí. Atuante no Grupo de Trabalho para Ultrapassagens, construiu um difusor relativamente legal por baixo dos panos e acrescentou pressão aerodinâmica, quando se esperava sua perda. Mas não vale colocar a culpa só no difusor.
O grande problema é a exaltação da segurança, que mina as opções de manobra na pista. Enquanto o sujeito subir pelo Café e vir de pé cheio até o fim da reta principal e puder frear a menos de 50 metros do S, estará configurada uma dificuldade clara de ultrapassagem - e olha que este é um ponto onde elas ainda ocorrem...
Não, ele não abandonarão nenhuma parte da eficiência dos super freios. Para 2010, os carros deverão estar ainda mais equilibrados, uma vez que a Bridgestone estreitará a largura dos pneus dianteiros. Os motores seguem limitados e há uma série de componentes padronizados pela Era Mosley.
Diante disso e mais um pouco, o campo para inovar em busca de manobras chamativas ao público é bastante reduzido. A reunião realizada pela FIA gerará um relatório que servirá como orientação para as modalidades de esporte a motor pelo mundo. Mas no caso da F-1, o buraco parece estar bem mais embaixo.
5 comentários:
Bruno Flávio disse:
Felipe, lembro-me de um post em que você dizia que a "turma de 2009", salvo uma ressalva aqui outra acolá, era uma turma de bons pilotos. Some-se a isso carros, de um modo geral, muito parecidos (menos de 1 segundo a cada 1 minuto e meio separam o melhor carro do décimo carro, na maioria dos circuitos).
Os carros e os pilotos são muito parecidos. Põe isso nos tilkódromos, como você diz e, salvo barbeiragens (que não acontecem com frequência, porque os pilotos são bons) e defeitos mecânicos ( que não acontecem com frequência, porque os carros são bons) e, o que teremos, é a tão conhecida fila indiana...
Pode mexer na aerodinâmica o tanto que for que, na minha opinião, vai continuar sendo um esporte de poucas ultrapassagens. E digo mais, como sempre foi.
Antes que alguém se lembre dos famosos pegas, que todos já vimos, lembrem-se que estamos falando de 20 a 25 carros correndo durante 50 a 70 voltas. Um ou outro grande pega não significa que as ultrapassagens antigamente eram frequentes, porque também não eram.
Comédia mesmo é ver Schumacher e Tilke discutindo como aumentar ultrapassagens. O primeiro pq ficou consagrado como um campeão sem muitas manobras memoráveis, e o segundo por não ter feito nada de memorável na vida profissional de projetista de circuitos.
Fábio tá certo, se vai ser com o conselho de schumi e "o arquiteto imperial" até parece conto de ron groo...
é por isso que não temos ultrapassagens, ninguem ligou pra Montoya dar uma lição de "o que a F1 precissa pra ser divertida"
Olha, também estou com o Fábio. Schumacher e Tilke discutindo ultrapassagem deve ser hilário.
Se depender deles não haverá qualquer avanço nesse quesito...
Essa história de "Grupo de Trabalho para Ultrapassagens (GTU)", uma invencionice da FIA, tá me lembrando aquela "fábula":
Num cruzamento um Elefante atrapalha o tráfego. Pela rádio a defesa civil pede, a quem puder, que leve um Rato ao local para espantar o elefente. Dezenas de ratos aparecem. Por conta disso, é agora solicitado o envio de gatos para caçarem os ratos... Uma montanha de gatos aparecem... então solicitam-se cães... depois animais maiores até quase solicitarem um ELEFANTE para espantar toda a bicharada!
Ou seja, em vez de inventar "regrinhas para ultrapasagens", aerodinâmica monstruosa, circuitos mambembes, botão "push-to-pass", teletransporte, pó de pirlimpimpim, sei lá mais o que, o tal GTU tem, na verdade que simplificar as coisas... Tem de atacar ACERTADAMENTE a raiz do problema e não maquiá-lo...
Deixa a turma treinar, desenvolver os carros e correr em autódromos de verdade... Se não for um "festival de ultrapassagens", será muito melhor do que tem sido!!
um abraço,
Renato
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