domingo, 8 de novembro de 2009

Revista Veja faz estardalhaço com Senna

A pergunta era: Seu tio Ayrton Senna é o seu grande ídolo?
A resposta foi: Vai parecer clichê, mas eu não tenho ídolos. O Ayrton é apenas uma referência. Idealizar alguém é uma péssima forma de iniciar uma carreira. Ao idealizar, você quer ser igual a essa outra pessoa. Meu objetivo não é esse.
Isso foi o bastante para a revista Veja inventar uma baboseira de manchete envolvida por estúpidas aspas. Depois começam a pegar no pé do garoto e a gente sabe de quem é a culpa.
Fora o destaque apelativo da notícia, a entrevista não foi ruim. O piloto, atualmente com 26 anos, também falou sobre a inicialização no automobilismo:
Foi o meu avô Milton quem me colocou num kart pela primeira vez. Dos 5 aos 10 anos de idade, eu corria de kart todos os fins de semana. Quando o Ayrton faleceu, o apoio da minha família sumiu. Eu tinha 10 anos e não podia brigar pelo que queria. Não tinha como bater de frente. O clima da minha família em relação ao automobilismo ficou muito ruim. Ninguém mais assistia a corridas de Fórmula 1. Meu avô nunca mais viu um Grande Prêmio. Tive de deixar a poeira baixar (...) Nunca parei de pensar nisso. Quando tinha 18 anos, disse para a minha mãe que eu queria voltar a correr. Apesar de surpresa, ela achou que era fogo de palha e aceitou. Comecei com um kart antigo que estava na fazenda. No desespero de voltar a correr, logo no primeiro dia, dei 140 voltas sem parar. Como eu não estava preparado para toda a trepidação, quebrei uma costela de tanto que fiquei no kart. Em um ano e meio, quebrei cinco costelas. Toda vez que eu quebrava uma, ficava um mês de molho e voltava a correr. Foi aí que a minha mãe percebeu que eu não estava de brincadeira.
Ainda disse que Felipe Massa foi o único piloto que ligou para dar os parabéns pela vaga na Campos, que adora correr na chuva, que seu GP preferido foi Interlagos/91 - quando Ayrton cruzou a linha com 3 marchas -, que a Brawn realmente não o contratou no início do ano porque preferiu não arriscar num novato devido à falta de tempo pata testar o carro, e por aí vai.
Revelou algumas questões relacionadas às negociações e ao acordo fechado com a Campos...
-Quem vai bancar a sua parte?
Ninguém. Vou entrar com zero. Fechei com a equipe espanhola Campos Meta porque eles toparam me contratar sem que eu precisasse levar dinheiro. Foi a primeira proposta que consegui obter sem ter de levar patrocínio nenhum. Serei o único estreante que não vai pagar para correr.
-Quanto você vai ganhar?
Da equipe, nada. Nem um centavo. Mas vou poder ter meus patrocinadores pessoais e me sustentar com isso.
-O seu sobrenome ajudou na negociação?
Claro que sim. Eles apostam no meu sobrenome famoso para atrair patrocinadores para a equipe. Por isso me liberaram do pagamento. O sobrenome Senna vai chamar atenção nas corridas e dar visibilidade às marcas que nos apoiarem. O Adrián Campos, dono da equipe, achou uma boa ideia unir o meu potencial como piloto ao potencial de marketing.
A entrevista de Bruno Senna está online aqui.
O brasileiro se prapara para se apresentar na terça-feira, a partir das 14h de Brasília, no evento da Campos na Espanha. Espera-se que ele se apresente com o macacão da equipe para que já passemos a conhecer as cores do time.

22 comentários:

Ridson de Araújo disse...

Poxa isso é um pé no saco.

Qdo vi a hadline já vi que vão fazer um estardalhaço maior do mundo, maior, muito maior do que jamais fizeram com R. Barrichello

=/ doentio

Ron Groo disse...

A entrevista mostrou um Bruno centrado e maduro, sabedor das dificuldades e das maravilhas da F1.
Eu particularmente gostei.

Já a revista Veja e seu pseudo jornalismo, pseudo criterioso nem Jesus salva.

Leandro Almeida - Blitz F1 disse...

Concordo com o Ron sobre o que mostrou o Bruno, acho que isso de ser caracteristica dos Senna's, parecer meio arrogante tbm, pode ser uma boa para ser vitorioso.
Sobre a entrevista... as perguntas do meio especialmente são horriveis... falta de personalidade do entrevistador.
Dar passagem?? Bater??? Perguntar se ele está em forma??? ninguem quer mais saber disso não.. fala sério...

Sobre ele num ser amigo dos pilotos brasileiros, dai foi o jeito q eu falei q parece coisa dos Senna's...


abraçoo.. boa semana pra todos

Felipão disse...

Se o pessoal pisou na bola com esse tipo de chamada, o Senna mandou bem na entrevista. Não sabia, por exemplo, que ele não entrou com dinheiro...

Anderson Nascimento disse...

Tenho certeza que desse modo, Bruno Senna vai conseguir surpreender na Fórmula 1. Centrado e sabendo das dificuldades que enfrentará Bruno mostra estar preparado para guiar um F1. O primeiro ano promete ser dificil, mas os posteriores prometem ser otimos para o brasileiro.

Thiago Wilvert disse...

Aposto no potencial do Bruno. Ele reconhece que o desafio é grande e se demonstrou bem maduro quanto a isso.

Agora é esperar pra ver...

Abraço a todos!

Willian disse...

O principal problema, Maciel, é que isso vira um telefone sem fio.

Um sujeito que apenas lê a manchete já vai comentar no bar da esquina:

"Você viu que o Bruno Senna disse não ser fã do tio?"

Esse mesmo vai chegar e dizer para outro:

"Você viu que o sobrinho do Senna não gostava do tio?"

Esse, por sua vez, comentará com o vizinho:

"Esse cara (o Bruno) é muito mal-educado. Ele deu uma entrevista ao jornal e disse que o Senna não é flor que se cheire"...

E assim se constrói uma imagem...

Marcos Antonio disse...

A veja é perita em fazer macnhetes lixo. Essa é simplesmente pra ferrar aimagem do bruno, já que os liegos vão dizer: Porra ele não tem o Senna como ídolo?

já a entrevista foi muito boa, ele esá bem centrado e faz bem em se desvencilhar da imagem do tio, que é muito pesada pra quem apenas está começando na F1...

Daniel Médici disse...

A Veja... ela ainda existe! Acho que faz uns três anos que não abro uma. E raramente entro no site.

O destaque foi obviamente feito por alguém que não entende porcaria alguma de automobilismo, mas a entrevista traz informações interessantes, até.

Gabriel Souza disse...

Putz, esta revista é uma porcaria!!

E colocaram as aspas como se ele tivesse falado isso. Ridículo.

Tentarei escrever algo no meu blog esta semana.

Abraço!

Tiago Wakabayashi disse...

Eu não vi nada de mais. Sobre a pergunta do ídolo, até o próprio Senna era assim. É meio assim, eles tem na verdade um "respeito" por pessoas quem tem algo que elas desejam alcançar, como Tio Senna falou, citou Villeneuve, Rosberg pai, com eles não tem essa coisa de "ídolo", então não me surpreendi muito com a resposta.

Beatle Ed disse...

A (In) Veja É UMA MERDA!!

Beatle Ed disse...

Ao mesmo tempo ele se mostrou mais do que preparado pra enfrentar as perguntas mais inoportunas, foi bem articulado e conciso.

Quanto ao comentário sobre Nélson Piquet acho que Bruno foi muito preciso na avaliação.

Mas é importante resalvar que todo o meio automobilístico sabe que foi na verdade o seu pai que pôs a boca no trombone movido por uma sede de vingança quase cega e inconsequente.

Isso sim demonstrou uma falta de caráter inimaginável de Piquet Sr.

Talvez seja mesmo difícil seu filho conseguir outro lugar pra correr mas não se pode condenar um sujeito por defender os seus interesses, principalmente quando se trata de interesses familiares.

Pessoalmente acho que Nelson Jr merece uma 3º chance ( a segunda foi em 2009) ele parece ter um pouco de dificuldades em certos aspectos mas creio que seja só falta de maturidade.

Anônimo disse...

e M.C. escreve : Esquedóides debilóides delirantes odeiam a VEJA ! Querem a unanimidade e se esquecem que a unanimidade é burra ! Unanimidade de que ? Do politicamente correto onde verdadeiros lobos, que lhes comandam as mentes socialistas de araque nada brilhantes, gostam de F1 !, transitam livremente... RONron sabe disso. Comandados, teleguiados...

Anônimo disse...

e M.C. quase esquecendo, pede: Umas revistas boas, que voce lê, Felipe Maciel, por favor ! Por elas, saberemos sua ideologia.

Leandro Almeida - Blitz F1 disse...

o M.C. me fala a marca do cereal que vc come para eu nem sentir o cheiro.

hauisiuhaihsihaishihas

abraçoosss

Anônimo disse...

Voltei de férias hoje e passei pra colocar o papo em dia. Você tem razão, depois a gente sabe de quem é a culpa. Como se não bastasse o ufanismo insano da trupe de Galvão...

Mudando de assunto, "inicialização"? Pra quê complicar o imcomplicável. Por que não 'Início', mais simples, mais direto, menos pernóstico e mais correto do que um termo mal importado do mundo dos computadores? Só uma idéia pra pensar a respeito.

Abs.

Felipe Maciel disse...

Substituindo: "O piloto, atualmente com 26 anos, também falou sobre o início no automobilismo".

Quer saber? Achei que essa adaptação piorou tudo.

Simplesmente porque "sinônimo" não é o mesmo que "igual".
Alguns sinônimos para 'início': começo, princípio, inicialização.

Cada uma tem seu melhor momento para ser usado, elas não são jogadas na frase aleatoriamente. No caso, "inicialização" remete mais à ideia de "arrancar", o que julguei mais condizente com o contexto. Quando eu achar que "início" cabe melhor na frase, eu o escreverei.

Esse papo de 'formas mais indicadas no mundo dos computadores' não é para mim. Conheço excelentes blogueiros que escrevem de maneira 10 vezes mais rebuscadas que eu, e o tamanho médio dos posts é o dobro do meu. São ótimos blogs...

Para mim, a última coisa que um blogueiro deve fazer é seguir a cartilha "dicas de como fazer um post legal", ou coisa parecida. Aquelas baboseiras de escrever com parágrafos curtos, imagens chocantes, "palavras simples, mais direto" e sei lá mais o quê.

A menos que o blog seja tido como fonte de renda, cada um tem mais é que seguir seu próprio estilo. Quem vem aqui lê o que eu escrevo, não o que a cartilha da net quer que eu escreva.

E eu escrevi 'inicialização', não vou substituir. Deixo para o pessoal do Orkut a atividade de mutilar a palavra ao meio.


Desculpa estar me alongando e, por favor, não me entenda mal. Relendo minha argumentação, parece que estou sendo agressivo, mas não é nada pessoal, o tom não seria tão rigoroso se fosse uma argumentação falada.
Só estou dizendo que não concordo com esse jeito padronizado e simplificado que as pessoas deveriam postar, como vi uns metablogs divulgarem por aí.

O estilo de cada blogueiro deve estar sempre acima de qualquer regrinha preguiçosa da net.

Meus posts saem naturalmente, não há nada propositalmente simples nem nada de pernóstico nos textos.

Queria dizer que respeito sua opinião. Também sei que leitores nem sempre têm tempo para ler com toda calma. Mas garanto que minha situação é pior: quase nunca tenho tempo para escrever com calma. Poderia usar isso como pretexto para tornar tudo simples, resumir de qualquer jeito e usar os termos mais triviais que tem na praça, porém me recuso. Tento sempre escrever exatamente o que quero dizer, com as palavras que quero usar. Conheço gente que faz diferente, e esses têm todo um sistema de marketing implantando e espalhado no blog para arrecadar uma boa verba. Por enquanto isso foge de minha realidade, então não farei esforço para me distanciar de minha escrita e me adequar às regras teoricamente mais agradáveis à maioria. Até porque, quem de fato gosta de F-1 nesse país já é minoria - o verdadeiro público alvo.

De verdade, Gustavo, agradeço sua sugestão, é sempre bem-vinda. Mas essa é uma ideia da qual discordo totalmente. Se algum proprietário de blog ler isso aqui, espero que também pense sobre se deixar levar pelo tal modelo a ser seguido no mundo dos computadores.

Abraços

Anônimo disse...

Ô Felipe, acho que me entendeu mal. Foi só uma sugestão, nada a ver com manuais da net ou qualquer coisa que o valha. Se um dia chegar a ler meus textos, vai tomar um susto. Passa cada coisa horrível, alguns são gigantes, outros curtíssimos, porque - como você - é meu jeito de escrever.

O 'inicialização' me incomodou porque, desde que comecei a ler essas palavras computadorizadas adaptadas à nossa língua, todas elas me incomodam. Por exemplo, tenho pavor do 'deletar'.

De quebra, vivo cercado por administradores de empresas que, pretensa e pernosticamente, criam ou adaptam ou chutam um monte de palavras adaptadas de outras línguas (principalmente inglês, claro, afinal somos colônia) para parecer que sabem mais que os outros. Esses, na maioria das vezes, não são capazes de dizer o que pensam em português só porque não sabem português.

De mais a mais, acabou ficando interessante esse papo sobre língua e idioma em pleno blog de automobilismo.

E sobre parecer agressivo, relaxa. Vim ao seu blog meter o bedelho onde não fui chamado. Acredite que, quando estou de veneta, sou muito mais grosso e mal educado.

Grande abraço.

Felipe Maciel disse...

Beleza, Gustavo, entendo agora o que quis dizer. Pra falar a verdade, nem me passou pela cabeça se o tal do "inicialização" estava mais próxima dos computadores do que propriamente ao Aurélio. Simplesmente é uma palavra que vem à cabeça, cabe no contexto e insiro no texto.

Não tenho nada contra importação de palavras, sei que muita gente não gosta, mas em todo caso nenhum idioma é perfeito. "Saudade", por exemplo, são raras línguas que reconhecem.
Prefiro falar "grid" do que falar "grelha" como fazem os portugueses, só pra citar outro exemplo.

Não sei o tamanho da dor de cabeça que os engravatados pernósticos estão te dando por aí, mas garanto que não tenho a pretensão de seguir o mesmo caminho.

Como você já disse, acabou saindo um papo sobre um tópico bem destoante do tema central do blog, como há muito não acontecia. Normalmente eu evito entrar em outros assuntos, mas se tornou algo interessante dessa vez.

Abraços

Pinheirinho disse...

BRUNO SENNA: RENASCE UM SONHO - BRUNO SENNA: O ENIGMA DA SUPERAÇÃO
A herança de um gênio ultrapassa gerações. Refaz caminhos. Eis a tradução de uma trilha que se está gestando. Bruno Senna, trás em si o destemido propósito do tio. Já experimenta com brilho e ousadia pistas, curvas e caminho onde leva consigo a responsabilidade de viver e, quem sabe, superar desafios ou recontruir o que jamais esquecemos. Também nossos corações não esqueceram a figura do tio permanece no brilho do seu olhar penetrante. Como naquele dia de Imola. Ayrton, olha máquina mais veloz do mundo. Reflete e respira fundo. Contém em si um suspiro por instantes. Mas, em seguida vai falar com os organizadores da Grande Corrida que vai marcar sua vida e transformá-la definitivamente em mito inatíngivel pela sua coragem e garra em superar-se. E hoje, aflora-se produto deste êxito, Bruno Senna, alguém que quer conduzir o sonho da superação infinita. O exemplo do tio lhe inquieta. E produz uma nova esperança para nós brasileiros que amamos aqueles que guardam e nos doam sonhos, vontades de se auto superarem. Eis Bruno Senna do Brasil. Nossa vitória.
Vamos todos reconduzir para os olhos brilhantes e coração deste jovem entusiasmado nossa crença em dias melhores, em domingos maiores, em pistas culvilíneas e escorregadias onde Ayrton levava consigo nossas mais nobres e elevadas aspirações. E agora, lá Bruno Senna, garoto ousado, belo e feliz. Digno também de nossa confiança pois, fez renascer em nós o grande enigma de ser brasileiro: um povo que não desiste e não deixa em toda e qualquer situação de acreditar que todos podemos ser felizes!!!
Pinheirinho é divulgador cultural é maranhense, a partir de Brasília. - E-mail: pinheirinhoma@hotmail.com

Anônimo disse...

Equipe estreante, sem muita pressão por resultados, escolheu bem a equipe para rodar os quilometros na F 1, nas entrevistas se sai muito bem quando o assunto é a comparação com seu tio, tudo indica que o Bruno Senna vai deslanchar na f1 em 2010.