segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Correndo na rua

Para quem assistiu à prova da Stock Car neste fim de semana, serviu como bom aquecimento para o Grande Prêmio da Europa, a ser disputado no circuito mais sonolento da Fórmula 1.
A principal diferença entre ambas as pistas é velocidade que cada uma proporciona. Valência é rápida para uma pista de rua, com trechos de alta velocidade, enquanto Salvador promoveu uma verdadeira procissão.
No mais, os efeitos se assemelham. Ao relembrarmos a prova espanhola de 2008, sente-se a dura dificuldade de contar uma mísera ultrapassagem ao longo de toda a corrida. Porque, de fato, não ocorreu.
O traçado não anima, mas é um cartão postal. Como sede de corridas é lamentável, porém marca uma excentricidade no calendário, um lugar de visual distinto, e que gera verba em razão dos fanáticos pelo ídolo local.
Ídolo esse que só marcará presença caso a Corte permita. Segundo consta, Flavio Briatore já estacionou seus caminhões na garagem da Renault, em Valência, sendo que ainda restam duas semanas para o GP, uma semana para o julgamento.
Esse é o Flávio, tão excêntrico quanto corridas em circuitos de rua. Que, por sua vez, ganham cada vez mais destaque no automobilismo como um todo. Está aí a Stock para provar. A Indy também segue essa mesma onda. Porque este é um esporte lucrativo mais do que qualquer outro. E o público não é formado somente por quem realmente gosta de ultrapassagens.

2 comentários:

Ron Groo disse...

Foi um ótimo aquecimento.
A corrida foi tão chata quanto a de Valencia...

Na verdade faltou a Ivete Sangalo na corrida... Ou a Claudia Leite.

Anônimo disse...

Bruno Flávio disse

Quem gosta de Formula 1, mas gosta mesmo, gosta tendo ultrapassagem ou não tendo ultrapassagem.

Mas é inegável que, não só em Valência, como em muitas outras pistas (claro que Valência se destaca) a ultrapassagem é fato raro. E, quando ocorre, se dá em posições intermediárias. Alguém se lembra de uma ultrapassagem de verdade, valendo a liderança? Tipo o líder ser ultrapassado pelo segundo colocado, no meio da corrida, sem que o piloto da frente tenha algum problema mecânico?

Tentei forçar a memória e, depois a aposentadoria do Sapateiro, não me lembrei de nenhuma.

Penso que já há algum tempo as medidas que foram tomadas, como, reabastecimento durante a corrida, obrigatoriedade de dois tipos de pneus, pilotos largando com pesos diferentes, têm como único efeito tentar colocar, no mesmo instante na pista, pilotos em condições técnicas completamente diferentes para, assim, haver alguma possibilidade de ultrapassagem.

E, nem assim, é possível. Imaginem que a classificação fosse feito como antigamente, com as voltas sendo feitas com o mínimo de combustível e, na corrida, todos largando com tanque cheio, sendo proibido o reabastecimento e compostos de pneus iguais para todos. Acredito que, nessa situação, a corrida seria uma imensa fila indiana durante várias voltas.

O equilíbrio atual é muito grande. Temos bons carros e bons pilotos. Ok, a Brawn, no início do ano, era absurdamente melhor que o resto. Quanto melhor? 0,3 ou 0,4 segundos por volta, certo? Isso significava absurdamente melhor. Mas, em corrida, uma volta 0,3 ou 0,4 segundos melhor que o piloto da frente, dificilmente vai permitir uma ultrapassagem, à menos que o piloto da frente erro.

Ou, a menos que o piloto de trás sejam o Schumacher, ou o Senna, ou o Montoya, ou Villeuve (pai, lógico). Dois já morreram... 1 já falou que não volta... para nossa sorte, o último está voltando.

Resumo da ópera: circuitos como o de Valência, e muitos outros, não permitem ultrapassagem. Mas a culpa não é só dos circuitos.